
No Diário de Notícias a 30/11/2010: "
As três horas semanais de Português e Matemática no 3.º ciclo são insuficientes para as necessidades dos alunos e definitivamente "não chegam" para acomodar as exigências dos novos programas das disciplinas.
Esta é a opinião unânime dos presidentes das associações de professores de Português (APM) e Matemática (APM), que receiam também o impacto do fim anunciado, em 2011, da área da Estudo Acompanhado, que desde há alguns anos - com autorização da anterior ministra, Maria de Lurdes Rodrigues - estava a ser usada pelas escolas para reforçar os tempos de aprendizagem destas disciplinas.
"O
Estudo Acompanhado era a unidade de cuidados intensivos do Português e da Matemática", defende ao DN Arsélio Martins, da APM, para quem esta solução era ainda assim "um paliativo" que só disfarçava as carências.
Com os novos currículos de Matemática do básico a entrarem na última etapa do período experimental - estão a ser testados este ano com 10 turmas do 9.º ano - este professor defende soluções que promovam "mais contacto" com a disciplina. "O programa em experimentação não foi feito para as três horas semanais", considera, admitindo que o reforço "não tem de passar por mais horas de aula", podendo ser dedicado a actividades relacionadas com a disciplina.
Paulo Feytor Pinto, da APP, lembra que "Portugal é dos países da União Europeia e da OCDE que menos horas dedicam ao estudo da língua materna" e um dos casos raros em que houve uma redução horária no 3.º ciclo. "Antes de 2001, os alunos tinham quatro aulas de 50 minutos por semana. Agora são dois blocos de 90", lembra.
Números que considera contraditórios com os objectivos do novo programa de Português, que até foi "aplaudido" pela Associação: "Com a carga horária que temos, não é para dar", ironiza.
Para Feytor Pinto, o tempo de trabalho é importante, mas a dimensão das turmas ainda é mais decisiva, porque condiciona o aproveitamento das aulas: "Com turmas de 30 alunos - eu tenho duas - as perturbações são muito maiores".(...)"
------------------------Comentário: Estou de acordo com o colega Feytor Pinto, quando refere a importância da dimensão das turmas. Já tive oportunidade de leccionar o mesmo ano de escolaridade com turmas de dimensões bastantes diferentes e quase impreterivelmente a turma com menos alunos consegue arrecadar uma maior proporção de sucesso. Coincidência? Sabemos que não, mas também sabemos que este Ministério da Educação não pretende sucesso real, mas sim sucesso de "secretaria".
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