segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Feliz 2019!

2018 foi um ano terrível para a nossa classe. Será um ano que dificilmente me esquecerei, pelos piores motivos. Acredito que 2019 nos possa trazer alguma da esperança perdida, acima de tudo porque estaremos em ano de eleições legislativas. No entanto, muito do que se possa obter (ou melhor, recuperar) dependerá de nós e de novas estratégias definidas por quem gere a luta docente.

Quanto ao blogue, como decerto se terão apercebido as atualizações sofreram um forte decréscimo, consequência não só de algum desânimo resultante de semanas e semanas de notícias menos boas (relativas à conturbada luta docente e indiferença governamental), mas acima de tudo pela sequência de alguns problemas de saúde, acrescidos de novas responsabilidades em termos profissionais. Em 2019 deverá ser reposta alguma da normalidade nas atualizações.

Resta-me desejar um 2019 magnífico, repleto de sucessos, de objetivos concretizados, junto daqueles que vos fazem querer ser sempre melhores. 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Feliz Natal...

...para todos, na esperança de termos devolvido tudo aquilo que nos tem sido furtado ao longo destes últimos anos.


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Hoje é assim...

...por uma questão de sanidade mental. 

Este é um daqueles temas que não me importo de ouvir em loop, pelo significado que atribuo à letra da música.

Música de "Mike Shinoda" (Tema: Can't Hear You Now)

Dossiê "Autonomia e Flexibilidade curricular"

Este ano letivo veio introduzir imensas novidades em termos normativos... É perfeitamente natural que os colegas se sintam perdidos, no meio de tanta alteração. Deixo-vos com um conjunto de documentos que me acompanham, e que consulto com alguma frequência, tendo em conta que me deparo frequentemente com colegas "desatualizados" e outros que se acham atualizados, mas que apenas leram resumos, tabelas ou quadros (muitos deles demasiado simplificados para que a compreensão e assimilação seja eficaz).

Tenho alguns documentos da lista abaixo impressos, mas é frequente ter de aceder a uma das minhas pendrives para ler (ou reler) os mesmos. Para facilitar a sua consulta, fica a lista abaixo, com os links respetivos: 

Nota: se quiserem facilitar o acesso a esta lista, é só colocarem um atalho para este post no vosso browser ou no ecrã do vosso telemóvel (que é o que eu faço, sempre que considero que irei consultar de forma consistente e recorrente uma determinada página virtual).

1 - Estatuto do Aluno (Lei 51/2012, de 5 de setembro);


3 - Autonomia e Flexibilidade Curricular (Decreto-Lei 55/2018, de 6 de julho);

4 - Regulamentação das ofertas educativas do ensino básico (Portaria 223-A/2018, de 3 de agosto);

5 - Regulamentação dos cursos científico-humanísticos (Portaria 226-A/2018, de 7 de agosto); 

6 - Regime jurídico da educação inclusiva (Decreto-Lei 54/2018, de 6 de julho);

7 - Manual de apoio à educação inclusiva;
Nota: para quem esteja assoberbado em burocracia e tenha de preencher tabelas com medidas universais, aconselho a leitura da página 78).

8 - FAQs relativas à educação inclusiva.

"Acabar com as retenções"

Artigo de opinião com pedido de divulgação, e que merece reflexão atenta.

"ACABAR COM AS RETENÇÕES

O estado deveria ter apenas a obrigação de oferecer 12 anos de escolaridade gratuitos. As repetições de ano deviam ser objeto de uma decisão unânime tripartida: aluno, encarregado de educação e professor/direção da escola. 

Provavelmente esta ideia já foi discutida em fóruns académicos ou políticos, mas as mudanças na educação não têm sido, ao longo dos tempos, as melhores. Na verdade, já chega de tentar “mascarar” as classificações dos alunos para conseguirem transitar de ano. 

Como consequência temos a degradação do ensino. Como já foi veiculado pela comunicação social, as repetições são caras (cerca de 6000 euros cada aluno em média) e, pela minha experiência no ensino, e já são vários anos, não conheci nenhum aluno que melhorasse, antes pelo contrário. A maior parte das vezes, os docentes aplicam estratégias e seguem regras definidas, para facilitarem a progressão. Uma perda de tempo e recursos e é pernicioso para o aluno, colegas da turma e para trabalho docente.

ENTÃO COMO FAZER?

Os alunos deveriam ter a obrigação de frequentar as aulas e demonstrarem que adquiriram conhecimentos e competências através de uma avaliação interna e externa séria e igual para todos. 

Estes obteriam o reflexo dos conhecimentos/atitudes do trabalho que desenvolveram, através de uma certificação com avaliação qualitativa no 1º ciclo, quantitativa nos restantes ciclos. Poder-se-ia debater se os intervalos das classificações adequados seriam de 0 a 5 ou 0 a 10, no 2º e 3º ciclo. 

Apoiando-se na nova legislação da educação inclusiva, a pressão das direções das Escolas/Ministério é de tal forma sobre o trabalho dos professores que os enchem de burocracia com implícita influência de avaliar o aluno com positiva e, sobretudo, para não o reter. Ora, esta política está degradar o trabalho docente e a fornecer informação errada os alunos e às famílias. A escola deveria centrar-se em criar estruturas de apoio para os alunos que revelassem dificuldades e os alunos teriam acesso/conhecimento à sua avaliação real, de acordo com o seu desempenho e capacidades. Se aluno adquiriu competências avaliáveis para nível 2, porquê estar a enganá-lo e atribuir-lhe 3, só para passar de ano. No final de ciclo seria refletido o nível atribuído na respetiva certificação, pois não é bom para ninguém uma verdade inventada.

Francisco Silva Professor matemática e ciências"

100% de autonomia com 0% de chumbos


Comentário: De acordo com a notícia acima, é intenção do Governo "decretar" 100% de autonomia curricular para as escolas que assim o pretendam, já no próximo ano letivo. Esta nova atribuição estará dependente da avaliação do Projeto Piloto de Inovação Pedagógica (as denominadas escolas PPIP), através do qual 7 estabelecimentos de ensino já funcionam em autonomia total. Aparentemente as PPIP surgem com o objetivo de concretizar a taxa de retenção zero, almejada de forma frenética pelos consecutivos executivos governamentais.

A acreditar na notícia, o pai das PPIP terá sido João Costa, que argumenta as mesmas da seguinte forma:

"O objetivo era pensar em soluções fora da caixa, que melhorassem a qualidade das aprendizagens feitas por alunos e que levassem à taxa de retenção zero. “O pressuposto do PPIP é a existência de uma escola sem alunos retidos. Numa conversa com um amigo, que sabe que não acredito na eficácia dos chumbos, ele colocou-me a situação como se fosse uma questão de fé. Mas não é. Nós vemos nos dados estatísticos que, enquanto medida pedagógica a retenção é muito pouco eficaz, o aluno que reprova é aquele que tendencialmente volta a reprovar. E ele, a brincar, disse-me: ‘Agora que estás no Governo, proíbe.’ A minha resposta é que a proibição é um ato administrativo e não é esse o caminho que queremos, mas fiquei a pensar naquilo, até porque há países que já o fazem, que não têm retenções nas escolas. E decidimos experimentar, perceber se é possível em Portugal ter uma escola onde os alunos aprendam e não precisem de reprovar”, explica o secretário de Estado".

Atrevo-me a dizer que um dos problemas da orientação da escola pública em Portugal é que passamos demasiado tempo e demasiadas vezes a experimentar, a adaptar experiências de outros países, e muito pouco tempo a avaliar e a consolidar aquilo que temos e que funciona.

Adiante.

Outra das "vontades" governamentais reside na hipótese dos agrupamentos de escolas organizarem o seu calendário escolar em semestres (algo que também já está a ser experimentado em "todas as escolas do concelho de Odivelas, para além das escolas PPIP"). Já ouvimos isto antes, e a minha opinião mantém-se.

Mantém-se a recuperação dos dois anos, nove meses e 18 dias


Comentário: Infelizmente a intransigência governamental mantém-se, sob um (falso) argumento de 19% de recuperação remuneratória para a classe docente. As negociações suplementares com os sindicatos de professores bateram novamente num muro de desrespeito...

O desânimo é inevitável, tal como é saber que não temos a força de outros para mudar o nosso próprio destino. As coreografias dos sindicatos mainstream são sobejamente conhecidas, e dificilmente se conseguirá alterar o rumo da devolução do furto do tempo de serviço, com a aplicação das mesmas estratégias de contestação (se clicarem aqui, poderão constatar isso mesmo).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

É isto, não é?