quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lista completa das 610 escolas do ranking.

É certo e sabido que os "rankings" das escolas são subjectivos e devem ser analisados de forma cautelosa. Cada órgão de comunicação social tem uma lista própria, estando sujeita a critérios próprios que podem provocar discrepâncias. Para visualizarem o "ranking" do Correio da Manhã, cliquem aqui. No entanto, aconselho uma análise da "fonte":

Base de dados (MDB) contendo os resultados dos exames nacionais do ensino secundário (2007/2008): - Base de Dados ENES - 2008

Base de dados (MDB) contendo os resultados dos exames nacionais do ensino básico (2007/2008): - Base de Dados ENEB - 2008

80 escolas / agrupamentos.

No blogue do Paulo Guinote (A Educação do Meu Umbigo) é possível visualizar uma listagem completa de escolas e/ou agrupamentos (até 30 de Outubro) onde esta avaliação do desempenho docente está a ser posta em causa. Assim, segue a listagem completa:

• Escola Secundária de Albufeira / Algarve
• Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra / Algarve
• Agrupamento De Escolas Do Concelho De Vila Do Bispo
• Agrupamento das Escolas de Ourique / Alentejo
• Escola B1 de Sta Maria de Beja - Demissão do Conselho Executivo e de todos os Órgãos intermédios
• Escola Secundária de Montemor-o-Novo
• Escola de Arraiolos
• Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida (Abrantes)
• Escola Secundária c/ 3º ciclo Rainha Santa Isabel /Estremoz
• Agrupamento de Escolas Ribeiro Sanches de Penamacor/ Castelo Branco
• Escola Secundária c/ 3ª ciclo Manuel da Fonseca / Santiago do Cacém
• Escola Secundária Ferreira Dias / Santiago do Cacém
• EB Frei André da Veiga, Santiago do Cacém
• Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Santo André/ Santiago do Cacém
• Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Garcia Domingues (Silves)
• Agrupamento de Escolas de Maceira/ Leiria
• Agrupamento de Escolas de Marrazes/ Leiria
• Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo/ Leiria
• Agrupamento de Escolas Conde de Ourém, Ourém/Leiria
• Escola Secundária Com 3º CEB Madeira Torres/ Torres Vedras
• Agrupamento Vertical Escolas de Azeitão
• Esc. Sec. Dom Manuel Martins/ Setúbal
• Escola Secundária D. João II / Setúbal
• Escola Secundária de Sebastião da Gama/ Setúbal
• Agrupamento de Escolas José maria dos Santos, Pinhal Novo/ Palmela
• Escola Secundária da Amora
• Escola secundária da Amadora, Reboleira/ Amadora
• Escola Secundária Seomara da Costa Primo/ Amadora
• Agrupamento De Escolas Nuno Álvares Pereira (Camarate)
• Agrupamento de Escolas de Forte da Casa / Lisboa
• Esc. Sec. Monte da Caparica/Lisboa
• Agrupamento de escolas Pedro de Santarém, em Lisboa
• Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/Coordenadores, da Escola Secundária Camões/Lisboa
• Departamento de História, Filosofia e E.M:R. da Escola Secundária de Odivelas/Lisboa
• Agrupamento De Escolas De S. Julião Da Barra/ Oeiras
• Escola Secundária De Miraflores/ Oeiras
• Escola Fernando Lopes-Graça, Parede, Cascais
• Agrupamento de Escolas de Alvide/ Cascais
• Escola EB23 DR. Rui Grácio / Sintra
• Agrupamento de Escolas D. Carlos I /Sintra
• Agrupamento de Aristides de Sousa Mendes/ Póvoa de Santa Iria
• Agrupamento de Escolas de Vouzela
• Escola Secundária Campos-Melo/ Covilhã
• EB 2/3 de Tortosendo
• Escola Secundária De Arganil
• Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
• Agrupamento De Escolas António José De Almeida/Penacova
• Escola Eugénio de Castro/ Coimbra
• Escola Alice Gouveia / Coimbra
• Escola Secundária Infanta D. Maria (Coimbra) suspende avaliação
• Agrupamento de Escolas de Aradas/ Aveiro
• Escola Jaime Magalhães Lima/ Aveiro
• Escola Secundária Dr. Júlio Martins / Aveiro
• Agrupamento de escolas de Aveiro
• Agrupamento de Escolas de Ovar
• MOÇÃO NA ESC. SEC. FERREIRA DE CASTRO
• Escola Secundária Emídio Navarro/ Viseu
• E.B.2,3/Secundário de Celorico da Beira
• Agrupamento De Escolas De Castro Daire
• EB 2/3 António Fernandes De Sá/ Gervide
• Depart. de Expressões da Escola Secundária Filipa de Vilhena/ Porto
• Agrupamento Vertical Clara De Resende/Porto
• Agrupamento Vertical Da Senhora Da Hora/Porto
• Esc. Sec. Augusto Gomes/Matosinhos
• Escola Secundária Rio Tinto
• Agrup. Vertical de Eescolas DE Gueifães/ESCOLA BÁSICA 2/3 DE GUEIFÃES – MAIA
• Agrupamento D.Manuel Faria e Sousa (Felgueiras)
• Agrupamento de Escolas de Lousada Oeste
• ESCOLA SECUNDÁRIA DE VILA VERDE
• Escolas do Concelho de Chaves (9 escolas)
• Escola secundária c/ 3ª ciclo Camilo Castelo Branco / Vila Real
• Declaração da Demissão de Avaliador do Prof. José Maria Barbosa Cardoso
• Conselho Pedagógico Suspende Avaliação (Esc. Sec./3 De Barcelinhos)
• Secundária Alcaides de Faria / Barcelos
• EB, 2, 3 Frei Bartolomeu dos Mártires, em Viana do Castelo
• EB 2, 3 da Abelheira, em Viana do Castelo
• Agrupamento De Escolas Coura e Minho/ Caminha

E eu conheço pelo menos mais uma, que brevemente constará desta lista. Eh eh eh... Vamos ver se até ao Natal, conseguimos chegar às 100.

Falta de tempo.

Não serei o único... Decerto farei parte de uma esmagadora maioria, mas o certo é que me tenho deparado com uma enorme falta de tempo para conseguir actualizar em tempo útil este blogue. Vou tentar colmatar, colocando um post com um resumo (em links) dos últimos acontecimentos.

Reunião de Movimentos de Professores com a FENPROF (comunicado APEDE)

Conselho Nacional de Educação propõe fim dos chumbos para alunos até aos 12 anos

Ministério disponibiliza resultados dos exames nacionais 2007/2008

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Já começa a ser demais!

No sítio da FENPROF a 28/10/2008: "Os Sindicatos da FENPROF estão a realizar, em todas as escolas e agrupamentos de escolas, reuniões sindicais onde estão a ser discutidas matérias de inquestionável interesse para o futuro da escola pública e da profissão docente", sublinha uma nota divulgada (28/10/2008) pelo Secretariado Nacional da FENPROF, que acrescenta:
(...)
Os docentes perceberam o verdadeiro sentido político do dia 8 de Novembro. Não só responde, sem margem para dúvidas, ao ataque que sobre os docentes está ser exercido permanente e sistematicamente, como dará um sinal inequívoco de que os professores estão dispostos a prosseguir a acção e a luta, resistindo a esta política para impedir os seus resultados muito negativos.
(...)
Tem corrido a blogosfera e tem-se propagado por correio electrónico a informação de que a FENPROF iria realizar uma reunião com representantes de três movimentos de professores. Esta informação não é rigorosa. Foi solicitada, apenas, a possibilidade de representantes de movimentos exporem os motivos dos seus recentes posicionamentos em relação à situação na Educação. O que foi, aliás, aceite, como também é normal fazer-se, sempre que uma associação ou movimento o solicita, num espírito de unidade que a FENPROF sempre sustentou. (...)"

Ver Artigo Completo (FENPROF)

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Comentário: Evitei colocar aqui este artigo, mas sinceramente, o que é demais é moléstia. Este tipo de declarações começa a irritar-me profundamente... Mas afinal o que pretende a FENPROF? Desmobilizar docentes? Incitar a desunião? Acicatar ânimos? Insistir em protagonismo? Já chega! Basta deste tipo de discursos e declarações. Começam a roçar a propotência e a arrogância.

Se eu ainda fosse sindicalizado, não hesitaria nem por um minuto, em suspender as cotas. Acabava de vez com uma despesa inútil e que só atribui representatividade a quem não merece e nem sabe fazê-lo correctamente. O que vale é que deixei de ser sindicalizado na altura do Memorando de Entendimento, e nunca me arrependi dessa decisão.

Continuo a ter esperança no bom senso dos representantes dos movimentos de professores. Continuo a apelar a quem tem poder de decisão para que apenas uma grande manifestação seja concretizada. Mas o que em consciência não posso fazer é sustentar e apoiar os sindicatos com o meu dinheiro, com uma representatividade que serve apenas para "aquecer lugares" e de argumento para a arrogância e o autismo.
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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Reflexão sobre as manifestações.

Este post vai dirigido aos docentes que representam os movimentos de professores e/ou para aqueles que de uma forma ou de outra estão a encarar as duas manifestações como uma guerra "pessoal".

Já li diversos comentários neste blogue e em outros, em que a manifestação de 8 de Novembro é radicalmente "diabolizada" e a de 15 de Novembro a única opção. É necessário reflectir seriamente sobre este tipo de posições. Convém não sermos radicais para depois cairmos em retratamentos ou em arrependimentos. Existem argumentos que convém ter em consideração. Não os vou enumerar todos, e nem é o objectivo deste post desmobilizar qualquer das manifestações, no entanto, embora as datas de entrega dos objectivos individuais variem, em muitas escolas essa data está agendada. E está agendada para 15 de Novembro! Se o último dia útil é dia 14 (sexta-feira)... O raciocínio está feito. E este é um argumento sério que deve ser levado em linha de conta.

Depois também existem os argumentos, utilizado para pressionar os movimentos de professores que residem basicamente nisto: (a) Se recuarem e fizerem apenas a de dia 8, vão ser descredibilizados; (b) Se apenas for feita a de dia 8, a maioria dos professores não vai; (c) Ficaremos desiludidos se se "rebaixarem" à pressão dos sindicatos. Etc... São imensos os argumentos, mas quase todos são variações dos 3 anteriores. Isto é radicalizar discursos e entrar na mesma "onda" dos sindicatos. Não o façamos... Não será bom para nós, seguir este rumo. Para além disso, na eventualidade da manifestação de 8 de Novembro ser um fiasco, os movimentos de professores terão (de forma implícita e explícita) um acréscimo de responsabilidades e deverão arranjar forma de terem intervenção directa nas negociações com o Ministério da Educação. Os movimentos de professores estarão preparados para isso? Se sim, o meu apoio é total!

No entanto, continuo a achar que apenas uma manifestação seria bem mais proveitosa. Tudo bem que os sindicatos permaneceram num silêncio doloroso até os movimentos de professores terem marcado a manifestação, no entanto, não coloquem de lado a realização de apenas uma das manifestações. Se o entendimento surgir, não o considerem como uma derrota, mas como uma vitória da união. Eu próprio critico os sindicatos e a forma como agiram, mas não descarto a possibilidade de um consenso no dia da manifestação. Assim, fica aqui o meu pedido: Ouçam os argumentos dos sindicatos... Ouçam a voz da razão (e não a do coração)... E ponderem que o vosso "gesto" poderá reforçar ou diminuir a voz dos professores.

Para terminar, continuo a não conseguir optar por uma das manifestações. Se estou mais inclinado para a manifestação de 15 de Novembro é apenas por motivos emocionais, dos quais ainda não me consegui "libertar" na totalidade. Tenho de puxar por todo o meu sentido de racionalização para tentar considerar a de dia 8 de Novembro como opção. No entanto, continuo a ter esperanças num consenso e no bom senso dos movimentos de professores (sim... não estou à espera que os sindicatos partilhem do bom senso). Pensem em tudo o que escrevi, e tentem colocar de lado a "raiva" contra os sindicatos, que todos nós partilhamos, antes de tomar uma decisão.

Não sei o motivo...

... mas apetece-me colocar aqui esta música, com este vídeo. Será alguma mensagem subliminar ou uma "indirecta"?! Talvez... Cada um que retire as suas conclusões.

Música dos "Breaking Benjamin" - (Tema: Blow Me Away - Vídeo: Filme "300").

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Professores tentam alinhar posições para novos protestos.

No Jornal de Notícias de 27/10/2008: "Representantes de alguns movimentos de professores, que agendaram uma manifestação para 15 de Novembro, contactaram os sindicatos. O encontro vai realizar-se depois de amanhã, dia 29, na sede da Fenprof, em Lisboa.
(...)
Depois da imagem de união que levou à rua 100 mil professores, na Marcha da Indignação, em Março, os movimentos começaram a divergir dos sindicatos quando a Plataforma assinou com o Ministério da Educação o Memorando de Entendimento, em Abril. Os movimentos acusaram, então, os sindicatos de não aproveitarem a "força" que lhes foi conferida pela maior manifestação de uma só classe em Portugal. A Plataforma alega que o acordo serviu para "salvar" o final de ano lectivo.

O encontro de quarta-feira não tem "pontos em agenda pré-definidos". Na eventualidade de um dos lados desistir de uma data "em nome" da convergência, deverão ser os movimentos a abdicar.

"Não faz sentido o inverso", defendeu ao JN Carlos Chagas. Tal como professores mencionam nos blogues, os sindicatos sublinham o argumento de que são eles que se sentam legalmente à mesa com o ME para negociar.

"A marcação de duas datas não faz sentido", reconheceu ao JN o presidente do Fenei/Sindep, distinguindo que ao contrário dos movimentos a convocatória dos sindicatos faz parte de uma estratégia de luta. "O ideal seria que todos se juntassem numa mesma manifestação" e que as associação "dessem o seu apoio à Plataforma, uma vez que também são os sindicatos que dão a cara ao Governo". A desunião, insiste, nunca esteve em causa porque os "objectivos são os mesmos".

O ME considera que os sindicatos estão a quebrar o Memorando ao pedirem a suspensão da avaliação. Mário Nogueira alega que no documento "não está escrito que os sindicatos têm de ficar calados"."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: É inegável a importância deste encontro, no entanto, é questionável a forma como a Plataforma Sindical está a agir. Acusações de conspiração... Acusações de falta de legitimidade... Acusações dúbias e sem fundamento... Todas sem argumentos viáveis, e que só servem para aumentar a animosidade (desnecessária e prejudicial). Tudo bem que até se poderá eliminar uma das manifestações, mas afirmar logo à partida que quem terá de abdicar terão de ser os movimentos, só vai criar ainda mais constrangimento. Seria excelente que apenas se realizasse uma grande manifestação, em vez de duas de menores dimensões. Teria muito mais força e impacto! Alguém terá de ceder... Não existe outra alternativa. Vamos tentar colocar provisoriamente um "pedra" sobre o memorando de entendimento (com o qual eu não concordei e critiquei, por diversas vezes), pois nesta altura já nada podemos fazer para voltar atrás. Se erraram na estratégia, vamos tentar corrigi-la... ainda estamos a tempo. No entanto, só o poderemos fazer se estivermos unidos. O fraccionamento de forças, da forma como está actualmente a ser feita, não trará bons resultados.
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"Braço-de-ferro entre professores é extremamente prejudicial".

No Jornal de Notícias de 27/10/2008: "A Associação Nacional de Professores não deverá participar em nenhuma das manifestações convocadas para Novembro.

Os órgãos dirigentes da ANP só tomarão uma posição formal na próxima semana mas nenhuma das reuniões realizadas pelas secções da Associação considera que os protestos "acrescentem qualquer coisa" à causa dos professores, explicou ao JN João Grancho.

Para o presidente da ANP as "escolas devem ser consequentes" e se os professores aprovam documentos a pedir a suspensão do modelo de avaliação é nos estabelecimentos que essas posições devem ser formalmente assumidas e defendidas. "Este braço-de-ferro entre professores é extremamente prejudicial", comenta em relação ao afastamento entre movimentos de docentes e sindicatos. Aliás, considera, reforça a fractura da carreira imposta pelo Ministério da Educação. "Não é de certeza o caminho". "E qual é esse caminho?", questionamos. "Enquanto a classe não seguir um código deontológico comum cada um pensará que o seu caminho é o mais adequado", retorquiu João Grancho.

Há muito que o presidente da ANP defende a elaboração de um código ético ou "quadro de referência" - criado por docentes e "não induzido pela tutela" - que defina em termos globais "o significado da docência". A Associação pretende promover, "em breve", entre a classe, esse debate sobre os "novos paradigmas" da profissão, garante João Grancho.

Fundada em 1985, a ANP participou pela primeira vez numa manifestação, na Marcha da Indignação a 8 de Março."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Concordo totalmente que o "braço-de-ferro" entre sindicatos e associações é prejudicial. Bem mais do que se possa imaginar... Só espero é que o encontro de quarta-feira (29 de Outubro) entre as "duas faces da mesma moeda", produza bons resultados.

Relativamente à "luta" isolada - escola a escola, bem... Concordo parcialmente, pois há que ter em linha de conta que nem em todas as escolas se respira um "ambiente de liberdade". Existem pressões várias (nomeadamente dos Conselhos Executivos), que levam a que diversos colegas tenham receio em tomar posições claras de discordância (mesmo "escudados" por departamentos), no que concerne ao modelo de avaliação do desempenho docente. Numa manifestação, talvez isso não ocorra. No entanto, uma posição formal poderá ter bem mais peso que uma manifestação, mais que não seja pelo compromisso assumido com a assinatura.

Quanto à criação de um código deontológico. Este código pressupõe a criação de uma ordem (ou será que estou errado?), e se estivermos à espera que tal ocorra, bem podemos esperar deitados. Enquanto se discute o tal código deontológico (ou quadro de referência), seremos "cilindrados" por este e por outros Ministérios da Educação. Seria uma solução? Obviamente que sim, mas não nos esqueçamos que... Existem demasiados sindicatos... Existem demasiados interesses... Existe demasiada discordância relativamente à criação de um código deontológico... E a discussão já é muito velha... Não quero com isto afirmar que não concorde com a criação de uma ordem e com o subjacente código deontológico (que resolveria muitos problemas), muito pelo contrário, no entanto teremos de promover a sua discussão, quando o clima na educação não for tão conturbado. O que me parece complicado, nos próximos anos - independentemente de quem ganhe as próximas eleições legislativas. Se em tempos de calma não se discutiu um código deste tipo, não será agora que tal irá ocorrer. E só para rematar, nem preciso de reflectir muito para chegar a pelo menos duas personalidades que não permitiriam tal "acontecimento". Uma tem bigode e a outra, sérios problemas relacionados com frustações não resolvidas em tempo útil.
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Quem organiza as manifestações?

A questão colocada no título do post, já aqui foi feita diversas vezes. Para não responder diversas vezes, fica aqui um pequeno esclarecimento.

1. Relativamente à manifestação de 8 de Novembro:

1.1. Organização e logística: Plataforma Sindical.

Nota: Para utilizar os autocarros disponibilizados pelos sindicatos, há que proceder a uma inscrição. Se tiverem dúvidas do procedimento a cumprir, assim como os locais e horas de partida dos autocarros, consultem os sítios dos sindicatos. Existe neste blogue (numa das barras laterais direitas) uma listagem completa dos diversos sindicatos de professores.

2. Relativamente à manifestação de 15 de Novembro:

2.1. Organização: APEDE, MUP e PROmova.

2.2. Logística: Os professores de cada escola.

Nota: Na eventualidade de existir um grande número de professores em cada escola, seria mais rentável o aluguer de um autocarro. Segundo se pode ler no blogue do MUP: "Gostaríamos que todos os colegas que estão à frente desta organização logística nas escolas, nos enviassem, para o e-mail manif15nov@gmail.com algumas informações (escola, estimativa de professores que estarão presentes, etc.). Serve o mesmo e-mail para que nos possamos manter contacto, articulando as trocas de informações no sentido de uma partilha de ideias e melhor organização (por exemplo, onde se devem dirigir os autocarros)."
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Agora só resta tomar uma de quatro decisões: Aderir às 2 manifestações; Não aderir a nenhuma das manifestações; Aderir à manifestação de 8 de Novembro; ou Aderir à manifestação de 15 de Novembro. Tirando a primeira opção (que era a que eu tomaria se não vivesse e trabalhasse no interior norte) e a segunda, que não comento, qualquer umas das restantes duas são opções a ser bem ponderadas. Infelizmente tudo seria mais fácil, se ocorresse um consenso entre os sindicatos e as associações de professores.

domingo, 26 de outubro de 2008

Por que protestam os professores?

Artigo algo extenso, mas de leitura recomendada. Nele é feita uma análise do estado de ânimo dos professores, tentando encontrar-se razões e justificações para alguns dilemas e iniciativas (nomeadamente as manifestações). Também poderá ser interessante ler os comentários ao artigo... Alguns deles verdadeiramente revoltantes. O link é este:

http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1034116

E que tal uma associação de forças?

Muita gente está confiante que o voto é para os professores, uma arma política viável e suficiente, e que a ameaça do voto em branco ou em outro partido, produzirá resultados eficazes - que culminarão com o recuo do governo em algumas das investidas contra a educação.

Este raciocínio, poderá ser perigoso... Muitos de nós (professores) irão votar novamente no PS, e sem pensarem duas vezes. Até podem não gostar (na generalidade, até gostam) do ambiente que se criou nas escolas, mas existem outros interesses individuais que aqui ocupam o seu lugar. O governo de Sócrates sabe-o bem... O argumento de que o PS está preocupado com os votos dos professores e das suas famílias, é um pouco vazio. Aqueles professores que estão realmente indignados (e respectivas famílias) não votarão no PS, por mais mudanças (para melhor) que este governo faça. O governo de Sócrates sabe-o bem... A estratégia até pode passar pela importância do voto dos professores (e respectivas famílias), mas não poderá restringir-se a ele.

A restante população portuguesa, ficou com a impressão que Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu por na ordem os "malandros" dos professores... Conseguiu trazer a escola pública para o século XXI... Conseguiu manter os alunos mais tempo nas escolas... Conseguiu melhorar os resultados escolares.... Aqui sim, reside um dos cernes da questão. Há que ponderar seriamente que o governo não poderá, de forma explícita, recuar no que concerne à educação. Talvez de forma implícita e sem grande alarido, caso contrário, teria como resultado alguma perda de votos por parte da população em geral.

Vocês nem imaginam o número de portugueses felizes com o tratamento que está a ser dado aos professores e o número de pessoas maravilhadas com os "Magalhães" e outras medidas entretanto implementadas. Assim, seria de todo proveitoso envolver na nossa luta, outros elementos relevantes para a educação, nomeadamente encarregados de educação e alunos. Portugal pode até não se interessar muito com o bem-estar dos professores, mas preocupam-se seriamente com os seus jovens. Seria de todo relevante o envolvimento de toda a comunidade escolar. O governo PS até pode aguentar com a ausência dos votos de professores (que são imensos), mas não conseguirá suportar a ausência de votos dos encarregados de educação...

Poderia ser interessante, algum tipo de entendimento com as associações de pais e de alunos, como estratégia de "combate" em todas as frentes. A Plataforma Sindical poderia auscultar estas associações e tentar "integrá-las" numa "plataforma" comum - não apenas sindical, mas num sentido lato da educação. Ou seja, uma plataforma que defendesse a educação em todas as suas vertentes, e não apenas os professores (Se é que os sindicatos o fazem. Cada vez mais tenho dúvidas disso...). Só assim, o governo se sentiria verdadeiramente isolado e pressionado. Só assim deixariamos o isolamento em que nos encontramos. Será que aquilo que acabei de escrever é possível? Até pode não ser, mas poderia ser feita uma tentativa...

sábado, 25 de outubro de 2008

Professores apelam a uma só manifestação.

No IOL Diário a 25/10/2008: "Três professores apelaram esta sexta-feira ao diálogo entre sindicatos e movimentos para que se realize apenas uma manifestação nacional, sublinhando a importância da união dos docentes no combate às «políticas burocráticas e arrogantes» do Governo, noticia a Lusa.

«Os sindicatos de professores são fundamentais para dar força e combatividade aos anseios e reivindicações da classe docente. Igualmente indispensáveis são os movimentos e blogues de professores que surgiram no último ano e que têm dado novas esperanças e dinâmicas na luta por uma escola mais justa. A instabilidade que se vive nas escolas, por conta das políticas deste Ministério da Educação, e a desfiguração da escola pública, exigem, mais do que nunca, um movimento de professores forte e unido», afirmam os três professores.

Os movimentos de professores marcaram uma manifestação nacional para 15 de Novembro e os sindicatos agendaram dias depois um plenário e uma manifestação para 08 do mesmo mês.

Paulo Guinote, responsável pelo blogue «A Educação do Meu Umbigo», João Madeira, um dos coordenadores do «Movimento Escola Pública», e Constantitno Piçarra, docente do Agrupamento de Escolas de Ourique, apelam para que os sindicatos «criem condições de abertura à activa participação dos movimentos, reconhecendo as suas reivindicações e prevendo o seu direito à palavra na manifestação nacional de 08 de Novembro».

«Apelamos aos movimentos para que, garantidas as condições anteriores, desconvoquem a manifestação de 15 de Novembro e participem na mobilização para a manifestação de 08 de Novembro», acrescentam os docentes, em comunicado.

Isto porque, acrescentam, os professores têm mais força para combater as políticas burocráticas e arrogantes do Governo."

Ver Artigo Completo (IOL Diário)

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Comentário: Ninguém pode colocar em causa a importância de apenas se realizar uma manifestação. No entanto, já foram utilizadas pela FENPROF, muitas expressões desagradáveis contra os movimentos de professores e criadas suspeições contra a legitimidade da manifestação de 15 de Novembro. Acabei de visitar o sítio do SPN, e reconheço que aquilo que encontrei em nada contribui para gerar um entendimento, quanto às manifestações (ler aqui). Será muito complicado o diálogo entre associações de professores e os sindicatos, se continuar a ser utilizada esta metodologia de descredibilização mútua. Que fique claro que continuo a achar que os sindicatos não agiram nem estão a agir da forma mais correcta. Se durante esta semana, não for criado um consenso, receio que a divisão nas manifestações será uma realidade. E esta divisão em nada abona a nosso favor... E em favor da NOSSA "luta"!
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Sócrates: "Avaliação dos professores vai continuar".

No sítio da TSF a 25/10/2008: "(...)Em relação à polémica que opõe os sindicatos de professores ao ministério da Educação, Sócrates deixa claro que a avaliação vai continuar. «Nós estamos a cumprir o acordo que assinamos e lamento que os sindicatos assinem um acordo e digam, passados uns meses, que não o querem cumprir», salienta o primeiro-ministro que atira a bola para o lado dos sindicatos: «se eles não estão convencidos da justeza deste acordo é lá com eles. Nós estamos».

Ainda assim, o chefe do Governo admite melhorar o método de avaliação, mas acrescenta que «ele tem de se fazer«. Sócrates defende que «a escola é melhor hoje porque aponta os seus melhores«, premiando o mérito.

Sobre a indisciplina nas escolas, o primeiro-ministro assegura que os dados que o Governo tem na sua posse «não mostram um agravamento da violência e da indisciplina», mas «porque ela existe» o Executivo está preocupado. Para mudar as coisas a este nível, José Sócrates garante que o seu Governo «está a valorizar o papel do professor e a sua autoridade».(...)"

Ver Artigo Completo (TSF)

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Comentário: Já reparámos que o que atemoriza este governo são as palavras "suspensão" ou "simplificação". No entanto, a palavra "melhoria" já foi utilizada por diversas vezes. Sendo assim, em vez de suspendermos ou simplificarmos a avaliação do desempenho docente, poderemos melhorá-la... No fundo, nós sabemos perfeitamente que a melhoria passa pela simplificação, no entanto, substituam-se as palavras, se isso dá ao governo um maior conforto... Desde que algo seja feito, no sentido de diminuir (opps... melhorar) as injustiças, arbitrariedades e subjectividades deste actual modelo de avaliação, não me importam as palavras que sejam utilizadas.
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Processo de avaliação dos professores não será suspenso nem simplificado.

No sítio da RTP a 25/10/2008: "O secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, garantiu hoje que o processo de avaliação de desempenho dos professores não será suspenso nem simplificado, alertando que os docentes que não forem avaliados não progridem na carreira.

"Não há nenhuma razão para suspender o processo de avaliação de desempenho e não é verdade que o processo esteja a sufocar as escolas. Neste momento, aquilo que há a fazer é apenas a fixação dos objectivos individuais e não é isso que impede algum professor de trabalhar com os seus alunos", afirmou Jorge Pedreira, em declarações à Agência Lusa.
(...)
Sublinhando que no ano passado o ministério foi "sensível" aos argumentos de falta de tempo, o secretário de Estado garante que está "completamente excluída" a suspensão do processo ou a adopção de um regime simplificado, à semelhança do que aconteceu em 2007/08.

"A maioria das escolas está a trabalhar com tranquilidade e é necessário dizer isto aos professores: não há progressão na carreira sem avaliação e é preciso que todos tenham consciência disso e que todos assumam a responsabilidade pelas suas decisões", alerta Jorge Pedreira.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou esta semana, a propósito da progressão dos professores nas escolas onde for suspenso o processo de avaliação de desempenho, que "quem fica parado, fica parado".

"Se o Governo quiser dizer aos professores a três meses das eleições legislativas que não vão progredir na carreira, que diga", respondeu hoje à tarde Mário Nogueira."

Ver Artigo Completo (RTP)

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Comentário: A posição de Jorge Pedreira e do Ministério da Educação parece definitiva. Parece... Já no ano passado disseram a mesma coisa, e depois surgiu o tal memorando. Não se deixem "intimidar" por este tipo de declarações ou pior do que isso, acharem que não vale a pena participarem nas manifestações ou nas moções.

Relativamente às iniciativas ao nível de escola ou agrupamento (nomeadamente os pedidos de suspensão e moções), há que tomar algumas precauções, ou seja, não há motivos para não assinar declarações ou moções, desde que se assegure o cumprimento das obrigações legais (no imediato, a entrega dos objectivos individuais). Também há que ler muito bem, o documento onde iremos colocar a nossa assinatura. Nesta altura, não convém sermos crédulos ou inconscientes. Embora não goste de servir de arauto da desgraça, temo pelas consequências do facto de não se entregarem os objectivos individuais ou mesmo da suspensão da avaliação - ao nível de escola ou agrupamento. Podemos participar em iniciativas que visem demonstrar a impossibilidade deste modelo, mas tendo sempre o cuidado de o fazermos no campo da legalidade, e como tal, diminuindo as possibilidades de sermos prejudicados. Não se esqueçam que este governo, não lida de forma "democrática" quando é sujeito a "confrontações". Há que agir com ponderação.
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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A luta reiniciou...

A luta contra este processo de avaliação foi reiniciada. Começou em pequenas iniciativas... Alastrou com as moções nas escolas... E agora teremos duas manifestações... Espero que ninguém se coloque "à parte"... Os sindicatos já foram "chamados" à realidade e finalmente estão a adoptar uma posição. Mas não podemos esperar sentados. Se a esmagadora maioria de nós intervir, poderemos ser capazes de parar (e posteriormente reformular) uma avaliação que não é útil nem justa para nós, professores, nem para os alunos.

Um excelente fim-de-semana para todos vocês.

Música dos "Seether" - (Tema: Rise Above This).

Sindicatos exigem imediata suspensão da avaliação dos professores.

No Jornal de Notícias de 24/10/2008: "Plataforma Sindical de Professores vai exigir, esta sexta-feira, a "imediata suspensão" da avaliação de desempenho, depois de docentes de várias escolas terem aprovado moções e abaixo-assinados contra o processo.

Professores de pelo menos quatro escolas do país aprovaram moções e abaixo-assinados, a que a Lusa teve acesso, a pedir ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Foram elas o Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares, na Secundária D. João II, em Setúbal, no Agrupamento Clara Resende, Porto, e na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real, onde os docentes recusaram mesmo entregar os objectivos individuais, um dos procedimentos previstos no processo.
(...)
Na quarta-feira, a Federação Nacional de Ensino e Investigação (FENEI), que integra a plataforma, já tinha exigido a suspensão, propondo a adopção este ano do modelo simplificado aplicado, considerando que o actual processo "ameaça o funcionamento normal das escolas".

Questionada sobre esta exigência, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou que "não tem sentido que instituições credíveis e de boa fé assinem um memorando de entendimento e, meses depois, venham dizer que afinal não é bem assim, ou que a situação mudou", afirmou a governante.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Plataforma Sindical, Mário Nogueira, afirmou que "não está escrito em lado nenhum do memorando de entendimento que os sindicatos acordaram que o processo de avaliação tinha de se aplicar integralmente até ao final do ano lectivo".

Mário Nogueira recordou que, na altura, a plataforma deixou claro que o memorando de entendimento foi assinado "para salvar o terceiro período" e que os sindicatos o consideram "injusto, burocrático, incoerente, desadequado e inaplicável", como ficou na declaração anexa ao documento, assinado pelas partes a 17 de Abril.

Por seu turno, a ministra da Educação assegurou quinta-feira que o processo de avaliação de desempenho dos professores está a avançar de "forma normal e com grande sentido de responsabilidade" na maioria das escolas."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: A conferência de imprensa da Plataforma Sindical decerto será exibida nos jornais televisivos das 20h. Decerto que muitos de nós estarão atentos ao que Mário Nogueira irá dizer...
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Exigência de suspensão da avaliação docente.

No sítio da FENPROF a 24/10/2008: "A Plataforma Sindical dos Professores promove nesta sexta-feira, dia 24 de Outubro, pelas 17.00 horas, no Hotel Marquês de Sá, uma Conferência de Imprensa em que tornará públicas as razões por que, face à actual situação de desorganização, disfuncionamento e conflitualidade que a aplicação do modelo de avaliação do desempenho está a provocar nas escolas, exige a sua imediata suspensão.(...)"

Ver Artigo Completo (FENPROF)

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Comentário: Estou mesmo muito curioso com a argumentação que será utilizada nesta conferência de imprensa. É de extrema importância que os sindicatos ponderem muito bem as palavras a serem utilizadas. Espero bem que não caiam em redundâncias ou em expressões do tipo "os professores estão cansados". Expressões deste tipo, só vão alimentar as "bocas de café" da opinião pública. Depois sujeitamo-nos a ouvir certas "tretas" (ex.: Pois aqueles malandros não faziam nada. Tinham imensas férias. Etc. etc. etc. etc e tal. Concluindo sempre com um expressivo: "É bem feito!".). Argumentar de forma correcta, utilizando exemplos práticos e reais, por forma a demonstrar que se ocorreu uma rotura do acordo (o memorando de entendimento), foi por "justa causa".
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Reunião da APEDE e de outros movimentos de professores com a FENPROF.

No blogue da APEDE a 23/10/2008: "Por iniciativa da APEDE, que deu o primeiro passo no sentido de se criar condições para um diálogo entre os movimentos independentes de professores e as organizações sindicais, esta associação, o MUP e outros movimentos que se queiram juntar irão reunir com a direcção da FENPROF no próximo dia 29 de Outubro. Nessa reunião serão apresentadas as razões que nos levaram a convocar a manifestação do dia 15 de Novembro. Aproveitaremos também para discutir os pontos de divergência, mas também os de convergência, que actualmente definem a nossa posição relativamente às direcções sindicais.(...)"

Ver Artigo Completo (APEDE)

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Comentário: É um princípio... Pode ser que desta reunião resulte algo de positivo. Tenho esperança. Se todos nos entendermos, pode ser que no final, os "resultados" sejam ainda melhores. No entanto, continuo a não acreditar que qualquer uma das manifestações se "esfume". Aliás, nem será necessário, se forem integradas numa estratégia mais ampla. Vamos ver o que acontece.
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"Mojito"...

Quem por aí quer um mojito?! No anúncio é o "barman" a estabelecer o ritmo da dança, na educação é a ministra a estabelecer o ritmo e os sindicatos e alguns professores a "dançar".

Inteligentes são aqueles que já estão a "dançar" para fora do ensino! Se eu pudesse... ;)

Avaliação dos professores está a avançar de «forma normal» na maioria das escolas.

No "Sol" de 24/10/2008: "«A maioria das escolas está a realizar o processo de avaliação de uma forma normal e com grande sentido de responsabilidade», disse Maria de Lurdes Rodrigues, depois de questionada sobre a existência de escolas onde os professores suspenderam ou pediram a suspensão do processo de avaliação.
(...)
Segundo Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), «em 17 a 20 escolas ou agrupamentos de escolas» já foram aprovadas pelos professores tomadas de posição a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

Também o presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), Carlos Chagas, admitiu à Lusa que tem conhecimento de que em «algumas escolas» os professores suspenderam os procedimentos e que noutras aprovaram moções nas quais exigem a suspensão da aplicação do modelo.
(...)
A Federação Nacional de Ensino e Investigação (FENEI) exigiu mesmo ao Governo, na quinta-feira, a suspensão «imediata» da avaliação de desempenho dos professores e propôs a adopção do modelo simplificado, considerando que o actual processo «ameaça o funcionamento normal das escolas».

A ministra da Educação considerou este pedido «um pouco infantil», dado que governo e sindicatos assinaram um acordo sobre a matéria em Abril.

«Não tem sentido que instituições credíveis e de boa fé assinem um memorando de entendimento e, meses depois, venham dizer que afinal não é bem assim, ou que a situação mudou», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues à Lusa, acentuando que «quando duas instituições assinam um acordo de entendimento, devem cumpri-lo até ao fim».

A 12 de Abril e na sequência de várias horas de negociação, sindicatos e Governo definiram os termos de um «memorando de entendimento», no qual ficou acordado que em 2007/08 o modelo avançava tendo em conta apenas quatro parâmetros, aplicados de forma universal em todas as escolas, mas que em 2008/09 seriam utilizados todos os procedimentos previstos no decreto-regulamentar, sendo a entrega dos objectivos individuais por parte dos professores um desses procedimentos."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: É notório que a Ministra conhece profundamente o ambiente vivido nas "suas" escolas. Só mesmo alguém profundamente responsável e informado poderia alegar que a avaliação nas escolas está a decorrer normalmente. Mas enfim... O Portugal da Ministra é completamente diferente do "nosso" Portugal. Nas escolas do "nosso" Portugal o ambiente vivido nas escolas é profundamente deprimente, caótico e confuso. Em ebulição total, para ser mais correcto.

Obviamente que a Ministra não iria suspender a avaliação do desempenho docente. Poderá ser feita uma simplificação, quando muito. Se ainda não se aperceberam, a educação é o "cavalo de batalha" deste governo. Falharam em quase todos os compromissos (?) eleitorais nos restantes sectores, mas na educação o sucesso (mesmo que apenas estatístico e/ou administrativo) é inegável. Mesmo que à custa de uma geração inteira de jovens portugueses, que daqui a uns anos se sentirão enganados...

Relativamente ao incumprimento do Memorando de Entendimento, já Valter Lemos tinha dito o mesmo (aqui). O facto é que os sindicatos logo à partida nem deveriam ter assinado o tal "acordo de comadres". Obviamente que agora, com os sindicatos a pedir a revogação da avaliação docente, a Ministra tem (quase) toda a legitimidade em referir a assinatura do Memorando. Mesmo que pelos motivos errados... Não é o rompimento do acordo que é "infantil", mas sim o facto dos sindicatos apresentarem como argumento do rompimento, o facto de não conseguirem prever (na altura) que o rumo da avaliação seria o que actualmente está a "inquinar" as escolas e a revoltar os professores. Inconsciência sindical?! Não me parece... Até um mero professor, não sindicalista, não sindicalizado e pouco informado conseguiria prever o futuro da avaliação no ano lectivo 2008/2009. Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Se calhar sou eu.
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2 anos de "ProfsLusos"...


Este blogue faz hoje dois anos! Se considerar o blogue que antecedeu a este (o "pré-histórico", contratado.blogspot.com), já ando na blogosfera enquanto interveniente activo, há mais de 3 anos. Impressionante... Aquilo que já aprendi de internet desde então.

Criei o blogue contratado.blogspot.com para ajudar os colegas, que andavam totalmente perdidos em fóruns, há procura de esclarecimentos e informações, e que por regra eram "gozados" ou então sujeitos a informações erradas. Na altura, fiquei profundamente revoltado... Foi então que decidi que podia fazer algo mais... Mais do que ficar a ler comentários sádicos. Foi aí que, com o nickname de "ProfContratado" (na altura pensei: "Que nick tão pouco original! Que se lixe... Vai este mesmo". Mas que raios na altura era contratado e nem me passava pela cabeça entrar em QZP nos próximos 10 anos), criei um pequeno espaço de partilha e divulgação, apenas para professores contratados. Pensei que aquilo não ia dar em nada e que após alguns meses, seria algo para apagar e esquecer. Enganei-me, e bem... Ao fim de apenas dois meses, já tinha cerca de 100 visitantes por semana. Muita gente com imensas dúvidas. E eu que nada (ou quase) sabia, comecei a estudar legislação e meio a medo lá ia esclarecendo. Aprendi imenso... Não só com a leitura, mas também (e principalmente) com outros colegas que iam ajudando no blogue.

Passado cerca de 1 ano desde a criação do blogue que antecedeu a este, reparei que já não apareciam apenas colegas contratados, mas também QZP e QE. Foi então que em dois dias (devia estar possuído...), criei o "Professores Lusos". Foi em 23 de Outubro de 2006. Não sei se foi do nome ou do "passa-a-palavra", mas o certo é que as visitas de mês para mês cresceram exponencialmente. Tenho de reconhecer que tive uma preciosa ajuda da minha amiga "brit com" (criadora do blogue "O Cartel" e um excelente ser humano. Raro, hoje em dia), que muita gente enviou para aqui.

Em dois anos, este blogue conseguiu algo que eu nunca imaginei ser possível. Pouco para alguns... Mesmo muito para mim... Não me dei ao trabalho de fazer médias semanais, mas o número de visitantes únicos ultrapassou por completo as minhas melhores expectativas... Oscila entre os 1300 e os 11 000 (adivinhem lá que semanas coincidem com o aumento esmagador de visitantes?!).

Bem... Para não me alargar mais, as cerca de 335 000 visitas em dois anos, são para mim o melhor reconhecimento pelo trabalho que todos fazemos aqui. Sim... Eu e todos vocês. Os que participam, os que ajudam, os que comentam... Ou simplesmente marcam presença. Um palavra especial para o pessoal da "Caixa de Conversa": Vocês animam isto de uma maneira fantástica. Quando a discussão é saudável, tenho de reconhecer que aquela pequena "área" do blogue é porventura uma mais-valia para este blogue. Provavelmente teria mais visitantes se fosse mais polémico e colocasse um pouco mais das minhas opiniões sobre determinados temas (e acreditem que não seria nada "meigo" em algumas delas), mas decidi na altura que este espaço seria o mais sereno possível. Compromisso a que me manterei fiel. Tal como me manterei fiel, às amizades que entretanto criei com a ajuda deste blogue...

O meu desejo é que este espaço continue por pelo menos mais um ano, e que cada vez mais seja considerado por vocês uma espécie de 2.ª casa (ou 3.ª, 4.ª, etc)...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Estudantes manifestam-se em Lisboa a 5 de Novembro.

No Diário de Notícias de 22/10/2008: "(...) Os estudantes do ensino básico e secundário vão promover um dia nacional de luta a 5 de Novembro contra o novo modelo de gestão das escolas e contra o estatuto do aluno. (...)

Mas, apesar da coincidência no calendário dos protestos, os dirigentes estudantis optam por isolar os objectivos da sua luta da que está a ser travada pelos professores. "Sobre o modelo de avaliação de desempenho não nos pronunciamos, mas é claro que nos preocupamos quando vemos que os professores chegam às aulas preocupados, quando desabafam sobre os problemas da avaliação. Mas mesmo reconhecendo a legitimidade dos sindicatos, a nossa luta é outra", adianta Luís Baptista, aluno na Secundária Camilo Castelo Branco, em Carnaxide, e porta-voz da Plataforma Estudantil.
(...)
"O estatuto do aluno por tornar os estudantes autênticos criminosos e por reforçar os poderes do senhor presidente do Conselho Executivo, e o novo modelo de gestão das escolas que pretende transportar a nossa escola e a nossa educação para um modelo de democracia interna que nos faz mais lembrar as escolas do outro tempo." (...)"

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Os alunos já começam a "mover-se" contra este Ministério da Educação. Novo modelo de gestão das escolas e estatuto do aluno são as "bandeiras" da manifestação. Os professores também começam a dar os primeiros passos. As moções a exigir a suspensão da avaliação já ultrapassam a dezena. A primeira manifestação já ocorreu em Portimão... Seguem-se outras, nomeadamente as de 8 e 15 de Novembro. Só falta mesmo o apoio dos encarregados de educação. Se estes se decidirem por uma intervenção activa a favor da educação em Portugal (e como tal, dos seus educandos), teremos um combate em todas as "frentes". Isto começa a aquecer... Este mês de Novembro vai ser explosivo em termos de negociação e cedências. Se o Ministério não recuar agora, dificilmente o fará em 2009. Os anos de eleições legislativas reservam-nos sempre grandes surpresas. Quase dá vontade de ter legislativas anuais. Imaginem como a vida seria mais fácil...
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Portimão - Docentes em protesto.

No sítio "Observatório do Algarve" a 21/10/2008: "Cerca de 50 professores concentraram-se hoje, em Portimão, em protesto contra o sistema de avaliação de desempenho imposto pelo Ministério da Educação, que classificam como uma "punição, arbitrária e injusta" para os docentes.

A concentração teve início ao fim da tarde, no largo do município, e juntou cerca de meia centena de docentes dos vários graus de ensino daquele concelho algarvio, que empunhavam vários cartazes com palavras de ordem.

Nos cartazes podia ler-se "Ministra para a rua" e "Avaliação sim, punição não".

João Vasconcelos, professor e líder da concelhia do Bloco de Esquerda de Portimão, referiu "ter sido esta manifestação de carácter espontâneo, sem apoio de sindicatos dos professores, mas que serve para mostrar o descontentamento que reina na classe docente".

"Consideramos que esta avaliação é uma punição, arbitrária e injusta", disse aquele dirigente, acrescentando que "é necessário parar este autêntico monstro".

Os manifestantes pretendem que estas acções de protesto "se alastrem a todo o país, para que a ministra pereceba que a sua política não agrada aos professores"."

Ver Artigo Completo (Observatório do Algarve)

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Comentário: Muitos afirmam que o protesto de ontem foi um fiasco. Coitados... Só 50... Eu tenho uma opinião contrária. Não foi um fiasco, foi O INÍCIO. Os colegas de Portimão que estiveram na manifestação estão de parabéns. Se tiverem conhecimento de outras, coloquem por favor um comentário a este post, para posterior publicitação aqui no blogue.
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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Espírito de união ainda subsiste em alguns agrupamentos.

No Jornal de Notícias de 21/10/2008: "O Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares pediu ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho. Segundo o Conselho Executivo, o modelo é "inexequível" e os professores estão "sem tempo" para os alunos.

Numa carta enviada à ministra da Educação, a que a Lusa teve acesso, 116 dos 130 professores daquela escola pedem a "revogação imediata" do despacho que institui a avaliação de desempenho e de toda a legislação "conexa".
(...)
A presidente do Conselho Executivo sublinha ainda que a avaliação vai interferir com o "futuro e as vidas" dos professores, já que a classificação final influenciará o concurso de 2009, que vai ditar as colocações para os quatro anos seguintes.

"Não pode ser com uma avaliação leviana como esta", criticou a responsável, afirmando que, no seu caso, não se sente "preparada" nem "formada" para avaliar um docente de educação física, por exemplo: "Não sei avaliar se ele está a preparar bem as aulas".
(...)
Segundo o Conselho Pedagógico, o Ministério da Educação, com as suas reformas, conseguiu "um efeito verdadeiramente subversivo". "Subverteu a essência do trabalho dos professores: em vez de estar a ser orientado para resolver os problemas dos alunos, ele centra-se, agora, nos problemas profissionais dos professores".

"Esperamos que este esforço não seja em vão e que, pelo menos, possa levar, no final deste ano lectivo, à revisão e alteração deste monstro aterrador que nascido do casamento entre a injustiça e o disparate só pode parir injustiças e disparates", lê-se.

Contactado pela Lusa, o assessor de imprensa do Ministério da Educação sublinhou que o Conselho Pedagógico aprovou os instrumentos de registo e que a avaliação "não está parada" no estabelecimento de ensino."

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Mais uma escola que pede a suspensão deste modelo de avaliação do desempenho docente. E aqui há a salientar um ponto extremamente positivo e vital para o sucesso de uma iniciativa deste tipo: A posição da presidente do Conselho Executivo e do Conselho Pedagógico. Não se trata de uma declaração de um departamento, trata-se de união transversal. Desde o "topo da hierarquia"... Neste agrupamento, existe realmente um verdadeiro espírito de união. E por aquilo que tenho lido em outros blogues, parece que não é um caso isolado. Exemplos que deveriam ser seguidos.
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Para todos os "niggaz" educacionais.

Nem toda a gente consegue ouvir esta música. É necessário sentir... E eu sinto-me um "nigga" educacional. Os pré-titulares e titulares que aqui vêm que me desculpem a música "pesada", mas esta vai especialmente dedicada aos "putos" da profissão.

Música dos "Da Weasel" - (Tema: Niggaz).

ME cria ‘bombeiros’ do modelo de avaliação.

No Correio da Manhã de 21/10/2008: "O Ministério da Educação (ME) decidiu avançar para a constituição de equipas de apoio à avaliação dos professores. Trata-se de uma espécie de ‘bombeiros’ da avaliação de desempenho, que terão como missão apoiar escolas onde as coisas estão atrasadas, alegadamente devido ao excesso de burocracia.

A novidade foi anunciada aos sindicatos na comissão paritária de acompanhamento da avaliação e confirmada ontem ao Correio da Manhã pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que rejeita, contudo, a ideia de que este grupo servirá para ‘apagar fogos’. "Criámos um grupo de peritos para assessoria às escolas, à semelhança do que sucede com todas as medidas do Ministério em que há sempre um modelo de acompanhamento e de avaliação", explicou.
(...)
As dificuldades na aplicação deste modelo têm levado diversas escolas a aprovar moções no sentido de suspender o processo de avaliação. Foi o que sucedeu em agrupamentos de escolas de Ourique, Vouzela, Ovar, Armação de Pêra, Vila Nova de Poiares, na D. João II (Setúbal) e Eugénio de Castro (Coimbra), por exemplo.

MINISTRA NÃO DEIXA CAIR MEDIDA POLÉMICA

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, negou ontem ter admitido deixar cair um dos aspectos mais polémicos do modelo de avaliação de desempenho: as notas dos alunos contarem para a avaliação dos professores. "Não é verdade que eu tenha admitido isso. As coisas estão em vigor e têm de ser cumpridas", garantiu ao CM. Segundo informações que circulavam ontem em blogues ligados à Educação, a ministra teria admitido isso sexta-feira, numa reunião com os membros das novas equipas de apoio à avaliação. As informações apontavam ainda no sentido de que Maria de Lurdes Rodrigues estaria disponível para aceitar alterações ao processo de avaliação de desempenho, para o simplificar. "Isso também não é verdade. A reunião foi normal, muito semelhante a outras em que foram discutidos vários aspectos e em que combinámos o trabalho. Os modelos teoricamente são todos bons, mas têm de ser concretizados.

"CCAP CORRE O RISCO DE SER UM ÓRGÃO INÚTIL"

José Matias Alves confirmou ontem a sua demissão do Conselho Científico de Avaliação de Professores (CCAP), noticiada domingo pelo CM. Num esclarecimento, o professor defende que o órgão, criado para acompanhar o modelo de avaliação, se pode tornar "inútil". "O pensamento e acção do CCAP, expressos nas recomendações, não tiveram o impacto e a influência que deveriam ter e corre o risco de ser um órgão inútil." O professor frisa ter saído porque deixou de ser titular: "Nunca me senti obrigado nem violentado nas posições que assumi. O CCAP, enquanto órgão, nunca teve qualquer interferência do poder político", disse. A ministra garante: "Não calei vozes críticas". (...)"

Ver Artigo Completo (Correio da Manhã)

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Comentário: Na realidade nem os próprios bombeiros conseguiriam apagar os diversos incêndios que estão a deflagrar nas escolas. A missão destas equipas será a de apoiar as escolas onde o processo de avaliação se encontra mais atrasado. Desde já aviso que serão necessárias muitas equipas... E não me parece que o ME a esta altura, consiga ter capacidade humana e logística para tal. Claramente uma medida de desespero, perante tanta polémica e pedidos de suspensão de diversas escolas. Para piorar, demitiu-se mais um dos elementos do CCAP. O descrédito deste modelo de avaliação do desempenho docente já é ponto assente. Não existem condições para querer continuar a avançar... É uma teimosia inconsequente, que só servirá para comprovar a impossibilidade deste modelo e para desgastar ainda mais os professores. Não sei não, senhora ministra, mas creio que a continuar assim, quem vai necessitar de "bombeiros" será você.
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À procura de uma liberdade perdida...

Pela primeira vez desde que criei este blogue, repito uma música. Continua a ser uma daquelas que me "enche" os ouvidos. O motivo para colocá-la é só um: Apetece-me ouvir algo simples... e que me lembre que todos nós nos podemos libertar do jugo de conselhos executivos e de equipas ministeriais. Basta que nos unamos!

Música de "Robert Miles" - (Tema: Freedom).

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Pré-requisitos para a definição de objectivos individuais.

No meio da confusão criada em torno das manifestações, por vezes podemos cair na tentação de acreditar que o processo de avaliação do desempenho docente está em standby. Nada de mais errado. Os atropelos à legislação são recorrentes e os abusos são abundantes. Em quase todas as escolas... Recebi este email no dia 15 de Outubro (do colega António Pereira), e publico-o aqui pela sua enorme relevância.

"Chamamos a atenção para os seguintes aspectos:

1- O Regulamento Interno dos Agrupamentos / Escolas deve definir o calendário anual de desenvolvimento do processo de avaliação (incluindo o prazo para a definição dos objectivos individuais). (Art. 14º do Dec. Reg. 2/2008 de 10 de Janeiro).

2- A definição dos objectivos individuais deve estar de acordo com os objectivos e metas fixadas no projecto educativo e plano anual de actividades que devem ter sido aprovados pelos órgãos competentes. (Art. 8º e 9º do Dec. Reg. 2/2008 de 10 de Janeiro).

3- Os objectivos individuais são fixados por acordo entre o avaliado e o avaliador. Na falta de acordo prevalece a posição do avaliador. Neste caso o avaliado deve registar esse facto na ficha de auto-avaliação. (Art. 9º do Dec. Reg. 2/2008 de 10 de Janeiro).

4- O docente tem direito a que lhe sejam garantidos os meios e as condições necessários ao seu desempenho, em harmonia com os objectivos que tenha acordado. (Art. 11º do Dec. Reg. 2/2008 de 10 de Janeiro).

NOTA: Devem os professores exigir que as condições previstas na lei sejam respeitadas. Caso sejam obrigados a definir objectivos sem que estejam criadas as condições acima referidas devem anexar ao documento de definição de objectivos individuais um texto em que registem a ocorrência.

Chamamos ainda a atenção para leitura atenta das Recomendações do CCAP e particularmente a Nº 2 – Princípios orientadores sobre a avaliação do processo de avaliação do desempenho docente. (www. ccap. min-edu. pt)."


Assim, cabe a cada um de nós verificar se as condições acima indicadas estão a ser cumpridas, e na eventualidade de tal não estar a ocorrer, agir em conformidade (não de forma individual, mas procurando o apoio dos restantes elementos do departamento onde vocês estão inseridos). Tenho conhecimento factual de que em diversas escolas os docentes estão a ser "obrigados" a definir objectivos individuais, sem que nenhuma das condições se verifique (nomeadamente a 1, 2 e 3). Não deixem que na vossa escola isto ocorra. É um atropelo inequívoco à legislação em vigor (Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro).

Professores em 'guerra' por causa dos protestos contra o Governo.

No Diário de Notícias de 20/10/2008: "Duas manifestações diferentes lançam discórdia entre sindicatos e associações independentes. Fenprof diz que protesto de independentes pode ter dedo do Governo.

"Só se houver uma revolução é que será desconvocada a manifestação agendada pelos movimentos independentes para o dia 15." Mário Machaqueiro, da organização do protesto, mantém assim a tensão entre estes movimentos e os sindicatos que marcaram outra manifestação para dia 8. A guerra entre professores não é de hoje. Começou em Abril, quando os sindicatos assinaram um acordo com o Ministério da Educação (ME) sobre o sistema de avaliação.

As acusações entre Mário Machaqueiro, um dos organizadores e da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE), e Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma Sindical, sobem de tom. O também presidente da Fenprof não entende a razão deste protesto que diz não ser contra a política do Governo mas "anti-sindical". "Não acreditamos em coisas espontâneas. Esta manifestação, e a confusão que está a gerar, não serve os interesses dos professores", disse ao DN. Mário Nogueira diz até ter "desconfianças, que o tempo vai acabar por provar, que aqui há dedo do ME".

Afirmações que Machaqueiro considera "infelizes" e elucidativas da "contra-informação instalada". Por isso, a organização decidiu "mostrar abertura ao diálogo com os sindicatos para desanuviar o clima". O presidente da APEDE esclarece ainda que a marcha de dia 15 não é contra os sindicatos mas o Governo. "Mas não quer reivindicar só questões socio-profissionais." Diz ainda que "não afasta a possibilidade de integrar a manifestação dos sindicatos. Mas a nossa continua a ter sentido"."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: O ambiente gerado com as duas manifestações é completamente surreal. Mário Nogueira afirma que a manifestação de 15 de Novembro tem o "dedo" do Ministério da Educação! Mas andam todos malucos ou o vírus da gripe (já ando há 4 dias acompanhado por uma "cambada" deles - devem gostar de mim) também provoca delírios?! O secretário-geral da Fenprof só pode estar a gozar. A confusão aqui criada teve origem na plataforma sindical. A manifestação de 15 de Novembro já havia sido convocada antes dos sindicatos marcarem a de dia 8 do mesmo mês. Se ocorrer divisão de "forças", a origem da mesma está bem determinada. Assim sendo, e com base na escalada de acusações, não me parece que haja espaço de diálogo que permita a desejada conciliação entre movimentos independentes e sindicatos. Algo que me deixa profundamente triste. Esta bipolarização de "forças" só irá provocar confusão e incrementar a desunião.

A crer na teoria de Mário Nogueira... Se a Fenprof já sabia que havia "dedo" do governo (estas teorias conspirativas "partem-me todo"), porque não a boicotou, marcando a manifestação para dia 15 de Novembro? Das duas, uma... Ou houve aqui alguma falta de inteligência estratégica ou então alguém padece de soteriofobia.

Os sindicatos deviam abster-se do tipo de intervenções referenciados nesta notícia, tal como os movimentos de professores (em menor escala). Não coloquem de parte a realização de uma única manifestação, ou como alternativa, a rentabilização das duas, de forma complementar e inserida numa estratégia comum. Há que tentar encontrar um entendimento, para bem de todos nós.
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Esclarecimento relativo à Manifestação de 15 de Novembro.

É possível ler num comentário a este post, o seguinte:

"ATENCÃO!
Aos colegas que estão a contactar aluguer de autocarros para dia 15, deverão esperar, pois estão a decorrer contactos entre Movimentos e plataforma no sentido de se fazer uma GRANDE manifestação dia OITO em Lisboa e dia 15 por todas as capitais de distrito. TODOS JUNTOS vamos vencer esta batalha! UNAMOS AS MÃOS!!!
Levemos connosco os PAIS dos nossos alunos! JUNTOS contra a arrogância!

Passem a TODOS os vossos contactos por mail ou sms!"


No entanto, depois de visitar (ontem) o blogue da APEDE, constatei que muito pelo contrário, não estão a decorrer contactos nenhuns. O que existe é disponibilidade desta associação para "ouvir" os sindicatos, mantendo-se em absoluto a convocatória para a Manifestação de 15 de Novembro. Coloco de seguida uma parte da declaração desta associação:

"(...) A Comissão Organizadora entendeu ainda que, apesar das divergências que a APEDE e outros movimentos têm relativamente à actuação recente dos sindicatos, é importante manter uma porta aberta para o diálogo com as organizações sindicais. Os movimentos estão, portanto, abertos a esse diálogo, inclusivamente para se debater os aspectos da referida actuação que nos merecem críticas. A Comissão considerou também ser importante manter a convocação da manifestação do dia 15, na medida em que essa iniciativa tem uma identidade e uma lógica próprias, diferente mas não necessariamente oposta à dos sindicatos, pretendendo denunciar, perante a opinião pública, toda a gravidade do que se passa hoje no sistema de ensino em Portugal, dentro de uma perspectiva de defesa da dignificação da profissão docente."

Assim, posso concluir que o comentário acima referido, não é verdadeiro, podendo mesmo causar confusão e eventualmente até desmobilização. A manifestação de 15 de Novembro mantém-se de "pé". Seria importante que os sindicatos e as associações se entendessem, mas este tipo de situações em nada abona para a credibilidade de "alguns". Por melhor que seja a intenção de quem redigiu o comentário, é necessário ter algumas cautelas. Não me parece que a esta altura, as associações ou os sindicatos voltem atrás e optem por realizar apenas uma manifestação. A logística dos autocarros já está em marcha, e a factura seria demasiado elevada. No entanto, permanece em mim a esperança de que algo ocorra, e que permita rentabilizar de forma coordenada estas 2 iniciativas.

domingo, 19 de outubro de 2008

Aceleração da avaliação...

Como se pode conclui no sítio da DGRHE, a avaliação não está estagnada. Bem longe disso...

(imagem: DGRHE - Área das Escolas)

Entrevista do secretário de Estado da Educação ao "Povo da Beira".

No sítio do Ministério da Educação a 15/10/2008: "O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, deu uma entrevista à jornalista Andreia Gonçalves, publicada, sob o título ‘Um dos grandes problemas das reformas educativas em Portugal foram as cedências aos sindicatos’, na edição do Povo da Beira, de 30 de Setembro último, que aqui se reproduz.
(...)
O ano lectivo passado foi marcado por alguma agitação com a publicação de diversos diplomas, como a avaliação dos professores, o estatuto do aluno, a educação especial, a gestão escolar. Como é que o ME lida com a agitação em torno destas medidas?

Lidamos como é normal em quem está a fazer uma reforma muito profunda, que tem de ser incorporada pelos actores e que os agita. Na verdade, sinto e sei que estamos a fazer uma revolução na educação, mas é uma revolução muito tranquila. Todas estas mudanças são feitas em torno de um objectivo geral, que é a melhoria dos resultados escolares. (...) Tentámos ter uma intervenção que não fosse casuística, mas integrada. A organização do trabalho dentro das escolas sofreu, realmente, modificações, nomeadamente, a própria estrutura de carreira dos professores. No que respeita às questões relacionadas com aquilo que são os direitos e deveres, tinha-se instituído o princípio que os alunos tinham o direito de faltar.
Não há direito a faltar e é isso que o Estatuto do Aluno vem dizer. Vem garantir que as aulas que estão previstas sejam cumpridas. E quando não são cumpridas tem de haver uma razão justificada. Felizmente as medidas, embora possam ter sido dolorosas, estão a resultar. Temos mais alunos nas nossas escolas. Durante 15 anos, perdemos meio milhão de alunos. Nos últimos três anos, o número de alunos tem aumentado todos os anos. Há mais alunos a concluir o Básico, mais alunos a matricularem-se no Secundário e mais alunos a irem para o Superior.
Porquê?
Porque há mais alunos a obterem melhores resultados. Em 2007/08, tivemos a maior melhoria no que toca a resultados escolares. Não houve nenhum ano de escolaridade que não tenha melhorado e isso é um óptimo sinal para os professores e para as escolas, até mais do que para o Ministério.

Se os resultados revelam uma melhoria efectiva, porque é, no seu entender, tão difícil chegar a um consenso com os sindicatos nesta matéria?

O objectivo dos sindicatos não é exactamente o mesmo do Ministério da Educação. Os sindicatos de professores estão organizados de acordo com as perspectivas deles, no sentido de garantir os direitos dos professores, o que me parece normal. Entendem, muitas vezes, que determinadas medidas tomadas põem causa esses direitos e contestam. (...) Os sindicatos de professores em Portugal cristalizaram a ideia de que o centro das políticas educativas é os professores, porque durante 20 anos assim foi. Eu que sou professor, toda a vida trabalhei com professores, a esmagadora maioria das minhas relações pessoais são professores, tenho que dizer que lamento muito, mas não são.
O centro das políticas educativas está nos alunos. (...) Do meu ponto de vista, as modificações estatutárias na carreira dos professores tem em vista valorizar socialmente a carreira dos professores. Aquilo que os sindicatos defendem é que levou a uma enorme desvalorização da profissão. Defender que todos os professores, sejam bons ou maus, quer dêem aulas ou não, tenham exactamente o mesmo tratamento e o mesmo resultado profissional, desvaloriza a profissão. Por isso, é bom que se distinga aqueles que cumprem bem a sua profissão, daqueles que cumprem mal a sua profissão. O princípio da avaliação é inerente a qualquer função ou profissão.
Há outra coisa que é preciso entender. É que alguns sindicatos em Portugal estão fortemente politizados e, portanto, o jogo não é estritamente sindical, no sentido tradicional do termo. Há o jogo sindical, que temos de respeitar, mas depois há o jogo político. A Fenprof, por exemplo, discute medidas de política educativa que nada têm a ver com os direitos e deveres dos professores e sempre contra o Governo.(...)

Disse que é professor. Se não desempenhasse o cargo de secretário de Estado da Educação, teria participado na manifestação de 8 de Março, considerada a maior dos últimos anos?

Não, obviamente que não. Compreendo a posição de cada um, mas isso não pode ser motivo para alterar as medidas políticas que vão no bom sentido. Eu sou professor e na minha vivência pessoal lido com muitos professores que também me transmitem o que pensam. Mas a interpretação que cada um faz não pode ser razão para alterar as medidas. A carreira dos professores era a única em que todos, mas todos, chegavam ao topo, com o decorrer do tempo. Podiam não ter dado uma aula e temos casos desses.
Ora, a partir do momento em que o ME diz que, para chegar ao topo, é preciso cumprir um mínimo de requisitos, compreendo que alguns se sintam afectados e que protestem, porque a sua expectativa era que, decorrendo o tempo de calendário, sem qualquer incómodo, chegariam lá. Mas esse protesto provém de uma boa razão social e política ou de uma má razão?
A situação que havia era impeditiva que pudéssemos avançar sem alterar aspectos da carreira dos professores, que eram manifestamente injustos para outras profissões e para os próprios professores. O protesto por si mesmo não pode ser uma razão de decisão política. A razão do protesto é que é uma razão de decisão política.
Isso sim é que nos deve ajudar sobre as correcções das medidas. No caso daquela manifestação, creio que a razão do protesto não era suficiente. Toda a gente sabe o que eu pensei sempre. Tenho coisas escritas sobre a carreira dos professores, nem sequer podem dizer que foram surpreendidos com a minha visão sobre esta questão.
A minha visão foi repetida muitas vezes em muitos sítios e está escrita em alguns documentos. Sempre tive esta opinião.(...)"

Ver Artigo Completo (Ministério da Educação)

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Comentário: Esta entrevista pode ser encontrada no próprio sítio do Ministério da Educação! Destaco algumas expressões curiosas, que me provocaram algum riso: "revolução muito tranquila"; "intervenção (...) integrada"; "Não há direito a faltar"; "Mais alunos a obterem melhores resultados"; "as modificações estatutárias (...) tem em vista valorizar socialmente a carreira dos professores"; "alguns sindicatos em Portugal estão fortemente politizados"; e "Eu sou professor". A excepção da expressão "alguns sindicatos em Portugal estão fortemente politizados" (porventura, a única correcta), as restantes levam-me a pensar: Mas que raio de pessoas estão "à frente" dos rumos da educação em Portugal?!
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Delegação de competências.

Não deveria escrever o que a seguir vocês vão ler, mas... Infelizmente temos colegas que sempre que se deparam com um furo na legislação, fazem questão de a publicitar aos "4 ventos". Regra geral, antes do tempo. Partilho da boa vontade, mas acho que essa mesma boa vontade poderia ter esperado um pouco mais. Digamos que, pelo menos, até Junho de 2009. Seria uma questão de estratégia. Não podemos jogar "limpo" com o ME. Estamos demasiado acostumados a isso... Foi o caso da delegação de competências. Quando li o DR 2/2008, apercebi-me dessa falha (tal como outros colegas, que pertencem ao grupo dos "semi-burocratas"), mas fiz questão de não a enumerar em lado nenhum, precisamente por ser um "trunfo" para o final da avaliação do desempenho docente, ou seja, quando me viessem com a menção qualitativa eu iria contrapor com o facto de que quem me avaliou não ter o seu "nome" em Diário da República. Só iria colocar esta informação no blogue lá para meados do 3.º período. Seria mais uma estratégia para "inquinar" o processo...

Agora, o que aconteceu foi... Depois de ser publicitada (em diversos blogues e outros meios de comunicação) esta "falha" no DR 2/2008, o Ministério da Educação já o "corrigiu". E foi assim, que perdemos mais uma forma de luta. Enfim... Por vezes, a boa vontade acaba por ser o inimigo n.º1 do estratega. Para quem quiser ler a alteração do ME à delegação de competências, basta clicar aqui. Restam algumas dúvidas de legalidade, mas nestas coisas nem vale a pena esperar que os gabientes jurídicos dos sindicatos façam algo...

Apenas um pequeno alerta: É necessário ter muito cuidado com a publicitação de determinadas medidas que podemos implementar para "inquinar" o processo de avaliação docente. O melhor mesmo será, esperar pelo momento certo para as divulgar. Algumas dessas medidas já andam a ser divulgadas, e na minha opinião, teriam muito mais impacto se fossem feitas um pouco mais tarde. O que está a acontecer é que o Ministério da Educação, já anda a estudar formas de as eliminar. E se o ME até pode ser incompetente nas leis que emana para o exterior, o mesmo já não pode ser dito na forma de as corrigir.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Para não escrever mais "asneiras"...

...por esta semana fico por aqui. O cansaço e a irritação não combinam bem. Estou a precisar de descansar... de reflectir... de "puxar" pelas minhas memórias... e mesmo de sonhar. Começo a ficar demasiado próximo da realidade, e não gosto do que vejo e sinto. E antes que me "afunde" completamente nos meus sentimentos, opto por fazer um intervalo. Decisão reforçada por emails e contactos pessoais de alguns amigos que começam a achar que a minha escrita está a ficar demasiado "negra". Bem verdade... Começo a denotar em mim uma dose de "animosidade" contra os sindicatos, e não é algo que queira fomentar.

Bom fim-de-semana, colegas. Até domingo...

Música dos "Rádio Macau" - (Tema: Entre as memórias e o sonho).

A análise merecida.

Como já tinha referido, sinto-me cansado, no entanto, não posso deixar de fazer uma análise (tendenciosa) do ambiente vivido entre professores (organizados em movimentos ou não) e sindicatos.

Os motivos apontados por Mário Nogueira para a não adesão dos sindicatos à manifestação de 15 de Novembro, foram: o agendamento tardio, a divisão entre professores, o aparente discurso anti-sindical e a convocatória com recurso a blogues e sms.

Quanto ao agendamento tardio, não há muito a apontar. Basta pensar um pouco. A reunião convocada pelos movimentos independentes foi convocada para 15 de Novembro. O plenário convocado pela plataforma foi convocado para 8 de Novembro. Será que uma semana faz toda a diferença? Claro que não... Mais valia não terem utilizado este motivo. A antecipação dos sindicatos ocorreu por puro protagonismo e este facto nunca será esquecido.

Relativamente à divisão entre professores. Argumento correcto. Com estas duas manifestações certamente irá ocorrer uma divisão entre professores. Dificilmente os professores que não estão nas proximidades de Lisboa, se irão deslocar lá duas vezes consecutivas (intervaladas por uma semana). Mas se os "protagonistas" sindicais se lembrarem, quem iniciou essa divisão foi o Ministério da Educação, posteriormente reforçada pelos sindicatos, aquando da assinatura do Memorando de Entendimento. A continuidade da clivagem só depende dos professores. Continuamos com ela e afundamo-nos ainda mais, ou engolimos a indignação e optamos pela defesa do ensino? A decisão nunca será colectiva, mas sim meramente individual. Ninguém dita as regras... O interveniente aqui é a nossa consciência.

Em relação ao discurso anti-sindical. Obviamente que sim... Foi necessária a intervenção de movimentos independentes para os sindicatos se mexerem. Já há muito que os professores clamavam por alguma iniciativa dos sindicatos, que não as petições que pouco efeito produzem. Nada estava a ser feito. Quando quem tem poder para fazer algo, não o faz, o que seria de esperar? Elogios? Palmadinhas nas costas? Claro que não... Se não estão a trabalhar bem, têm de ser criticados (tal como o inverso, que também se aplica).

Quanto às convocatórias por blogues e sms. Mas será que os sindicatos estão isolados da evolução tecnológica. Será que os seus dirigentes pararam em 1982 (segundo alguns especialistas o ano anterior ao aparecimento da internet)? É um forma de mobilização tão válida como um papel afixado na parede. Desde que funcione, porque não?


Passando às manifestações propriamente ditas. De uma forma ou de outra, é uma "auto-boicote". Sabemos perfeitamente quem lhe deu "combustível e ar", no entanto, não deixa de ser um motivo de contentamento para o Ministério da Educação e um motivo de clivagem para a nossa "classe". Eu próprio sinto dúvidas quanto à manifestação que vou escolher. Certo, certo é que não irei às duas. Relativamente à de dia 8 de Novembro, vou ser sincero. A vontade de participar é mesmo mínima. Não concordo com a forma como os sindicatos agiram, independentemente dos motivos serem tremendamente válidos. Em relação à de 15 de Novembro, sinto que se não participar, estarei a "trair" os meus colegas que se "chegaram à frente" (APEDE e MUP) quando os sindicatos não o fizeram. Estes sim, merecedores de todo o meu respeito e admiração (ao contrário, dos sindicatos). Como podem verificar, não sei muito bem o que hei-de fazer. O que vale é que ainda tenho pela frente algum tempo para tomar uma decisão. Como já referi, esta decisão prende-se com o facto de não poder ir a ambas as manifestações. Se não fosse isso, iria certamente às duas, no entanto, sem grande entusiasmo à de 8 de Novembro (arranjando mesmo uma forma de publicitar a minha não filiação a qualquer sindicato). Mas ainda reside em mim uma esperança: A esperança de que o "pessoal" (sindicatos, movimentos e professores) ainda se entenda e opte por fazer apenas uma...

Nota: Coloquei ontem neste blogue, um inquérito relativo às manifestações. Seria interessante que os colegas votassem. No dia 1 de Novembro colocarei aqui, os resultados desta "sondagem". De referir ainda que cada colega apenas pode votar uma vez.

O meu santo padroeiro dos últimos tempos...

Música dos "Metallica" - (Tema: St. Anger).

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Plataforma Sindical de Professores agenda manifestação em Lisboa para 8 de Novembro.

No sítio da Fenprof a 15/10/2008: "A Plataforma Sindical dos Professores anunciou em conferência de imprensa (15 de Outubro) a realização de uma grande acção nacional de protesto e luta dos educadores e professores portugueses no próximo dia 8 de Novembro (Sábado) em Lisboa. A iniciativa incluirá um plenário no alto do Parque Eduardo VII, seguido de manifestação para o Ministério da Educação, na Av. 5 de Outubro.

Chamando a atenção para "o autêntico sufoco que se vive hoje nas escolas" e para a instabilidade provocada pelas políticas do ME em matérias fundamentais como a avaliação do desempenho, os concursos, ou os horários de trabalho, Mário Nogueira, falando em nome da Plataforma, sublinhou que "construímos uma proposta de acção, que foi aos órgãos dos sindicatos" e que recolheu desde logo um apoio total.

Trata-se, como realçou o dirigente sindical, do "reinício da luta agora em 2008/2009, um momento de partida, prosseguindo a luta desenvolvida no passado ano lectivo".

"No próximo dia Novembro, vamos juntar em Lisboa milhares de professores num grande plenário nacional no Alto do Parque Eduardo VII, e seguiremos depois em manifestação até ao Ministério da Educação", referiu Mário Nogueira acompanhado na mesa desta conferência de imprensa por representantes das diferentes organizações da Plataforma."

Ver Artigo Completo (Fenprof)

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Comentário: A informação está dada... Como estou cansado, não irei fazer qualquer tipo de crítica. Talvez amanhã o faça. Não se esqueçam que dia 15 de Novembro irá ocorrer outra manifestação, também em Lisboa.
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Para os meus alunos de Massamá...

...que de vez em quando ainda se lembram de mim. Já lá vão cerca de 3 anos. Por cada email enviado, um vídeo no blogue. Não falho nas minhas promessas. E quanto à vossa questão principal: É verdade, o vosso professor anda mesmo chateado! ;)

Segue um vídeo à "medida" para a "gera" toda aí de baixo. Um grande abraço a todos!!

Música dos "Kalibrados" - (Tema: Bambribam).

Acção ou pragmatismo...

Será que não estamos todos fartos de pragmatismo? De uma vez por todas há que assumir uma posição. Não se criticam os sindicatos de forma veemente, para depois recuar e apelar à união. Não se criticam os professores (organizados em movimentos) e depois apela-se à união. Estou farto de pragmáticos. Críticas camufladas escudadas na necessidade dos sindicatos. É verdade? Obviamente... É necessário? Claro que não. É fomentar a confusão. É fomentar uma dúvida desnecessária. Há que assumir uma posição. Há que agir em conformidade.

Já nem consigo ler intervenções dúbias. Já não é possível criar uma situação confortável para professores e sindicatos. Deixem-se de pragmatismos. O pragmatismo impede o pluralismo. E neste momento estão criadas todas as condições para esse pluralismo. Participar em duas manifestações? A de 15 de Novembro e outra qualquer convocada pelos sindicatos, é exactamente uma dessas condições plurais. Pragmatismo é querer eliminar uma delas, alegando um qualquer princípio de unificação (de mera aparência). Ninguém irá contrariado a qualquer uma destas manifestações. Só vai quem quer e a mais não é obrigado. Esta é a realidade. Os pragmáticos argumentam que se deve considerar a manifestação que melhor contribui para o bem estar dos professores. Não me parece que abdicar de qualquer das iniciativas, contribua para o que quer que seja. Aliás, só contribuirá para que a manifestação dos sindicatos se transforme num monumental fiasco. Assim, não sendo possível uma união, o melhor mesmo é agir de acordo com a nossa consciência. E no meu caso, a minha consciência apenas me permite escrever isto: Já não acredito nos sindicatos (pelo menos, na FENPROF), no entanto, irei participar em todas as iniciativas que surjam e que de uma forma ou de outra possam atenuar o meu sofrimento.

Sempre que discordar dos sindicatos irei criticá-los, tal como o farei, se os movimentos independentes de professores falharem nas suas iniciativas. Sempre que puder e concordar, irei colocar-me à disposição de qualquer iniciativa ou mesmo contribuir com ideias novas. Mas o que não posso fazer é deixar que me coloquem uma "venda" de pragmatismo, por algo que qualquer um de nós sabe agora (ou pelo menos, desde o memorando) não ser possível. Opto pelo pluralismo em detrimento do pragmatismo. Para quê andar a iludir-me?! Para quê andar a iludir os outros?! Mas alguém acha que vamos a algum lado com palavras? Os actos é que são relevantes. E para não dividir, o melhor mesmo é participar, sem perder muito tempo com "protagonistas" (individuais ou colectivos).