quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Avaliação dos professores está a avançar de «forma normal» na maioria das escolas.

No "Sol" de 24/10/2008: "«A maioria das escolas está a realizar o processo de avaliação de uma forma normal e com grande sentido de responsabilidade», disse Maria de Lurdes Rodrigues, depois de questionada sobre a existência de escolas onde os professores suspenderam ou pediram a suspensão do processo de avaliação.
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Segundo Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), «em 17 a 20 escolas ou agrupamentos de escolas» já foram aprovadas pelos professores tomadas de posição a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

Também o presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), Carlos Chagas, admitiu à Lusa que tem conhecimento de que em «algumas escolas» os professores suspenderam os procedimentos e que noutras aprovaram moções nas quais exigem a suspensão da aplicação do modelo.
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A Federação Nacional de Ensino e Investigação (FENEI) exigiu mesmo ao Governo, na quinta-feira, a suspensão «imediata» da avaliação de desempenho dos professores e propôs a adopção do modelo simplificado, considerando que o actual processo «ameaça o funcionamento normal das escolas».

A ministra da Educação considerou este pedido «um pouco infantil», dado que governo e sindicatos assinaram um acordo sobre a matéria em Abril.

«Não tem sentido que instituições credíveis e de boa fé assinem um memorando de entendimento e, meses depois, venham dizer que afinal não é bem assim, ou que a situação mudou», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues à Lusa, acentuando que «quando duas instituições assinam um acordo de entendimento, devem cumpri-lo até ao fim».

A 12 de Abril e na sequência de várias horas de negociação, sindicatos e Governo definiram os termos de um «memorando de entendimento», no qual ficou acordado que em 2007/08 o modelo avançava tendo em conta apenas quatro parâmetros, aplicados de forma universal em todas as escolas, mas que em 2008/09 seriam utilizados todos os procedimentos previstos no decreto-regulamentar, sendo a entrega dos objectivos individuais por parte dos professores um desses procedimentos."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: É notório que a Ministra conhece profundamente o ambiente vivido nas "suas" escolas. Só mesmo alguém profundamente responsável e informado poderia alegar que a avaliação nas escolas está a decorrer normalmente. Mas enfim... O Portugal da Ministra é completamente diferente do "nosso" Portugal. Nas escolas do "nosso" Portugal o ambiente vivido nas escolas é profundamente deprimente, caótico e confuso. Em ebulição total, para ser mais correcto.

Obviamente que a Ministra não iria suspender a avaliação do desempenho docente. Poderá ser feita uma simplificação, quando muito. Se ainda não se aperceberam, a educação é o "cavalo de batalha" deste governo. Falharam em quase todos os compromissos (?) eleitorais nos restantes sectores, mas na educação o sucesso (mesmo que apenas estatístico e/ou administrativo) é inegável. Mesmo que à custa de uma geração inteira de jovens portugueses, que daqui a uns anos se sentirão enganados...

Relativamente ao incumprimento do Memorando de Entendimento, já Valter Lemos tinha dito o mesmo (aqui). O facto é que os sindicatos logo à partida nem deveriam ter assinado o tal "acordo de comadres". Obviamente que agora, com os sindicatos a pedir a revogação da avaliação docente, a Ministra tem (quase) toda a legitimidade em referir a assinatura do Memorando. Mesmo que pelos motivos errados... Não é o rompimento do acordo que é "infantil", mas sim o facto dos sindicatos apresentarem como argumento do rompimento, o facto de não conseguirem prever (na altura) que o rumo da avaliação seria o que actualmente está a "inquinar" as escolas e a revoltar os professores. Inconsciência sindical?! Não me parece... Até um mero professor, não sindicalista, não sindicalizado e pouco informado conseguiria prever o futuro da avaliação no ano lectivo 2008/2009. Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Se calhar sou eu.
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3 comentários:

  1. Que assinaram o acordo a dizer que o ano passado não havia condições eque este havia assinaram ? Agora que legitimidade têm para falar?
    Por isso os docentes têm agora as pernas e mãos amputadas para revindicar. Quem os devia representar tramou-os, a ministra bem pode falar...

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  2. Pernas e mãos amputadas? Era o que faltava! Tramados estamos nós se pensarmos dessa maneira!!

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  3. Caros Colegas
    O Memorando de Entendimento (que na minha opinião não dveria ter sido assinado) simplificou a avaliação sobretudo para os colegas contratados, mas o que é grave, é o não cumprimento dos compromissos assumidos, nesse documento, por parte do ME.
    Por outro lado, está-se a verificar e a comprovar na prática que este modelo de avaliação não é exequível, porque nunca foi testado nem colocado em experiência. Essa é a nossa luta, demonstrar que não é possível levar à prática este processo demasiado burocrático de avaliação.
    Precisamos de tempo para os nossos alunos! É PRECISO VALORIZAR A PROFISSÃO DOCENTE!
    TODOS A LISBOA DIA 8 DE NOVEMBRO1

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