Começo por fazer "mea culpa", pois pensei que teriamos uma repetição do anterior programa em que a Ministra da Educação participou. Na realidade, parece-me (provavelmente será exagerado da minha parte) que aconteceu (quase) exactamente o contrário. Assim, posso tirar algumas conclusões, profundamente pessoais. Sintam-se à vontade de discordar...
(1) Os sindicatos mostraram-se unidos pela primeira vez, e se bem que o representante da FENPROF foi mais incisivo (dando até algumas notícias em primeira "mão"), o da FNE, desta vez, "defendeu" quem representa. E ainda bem... Poderiam ter feito melhor, no entanto, posso classificar a sua actuação como razoável;
(2) Especial destaque para a colega Fernanda Velez, que disse tudo aquilo que eu gostaria de ter dito à Ministra da Educação, com o tempo que teve. Para mim, foi indiscutivelmente a figura da noite, utilizando da melhor forma e de forma concisa o (pouco) tempo que Fátima Campos Correia lhe atribuiu. Sem dúvida que a frase "Qualquer um serve para Ministro da Educação" me vai ficar na memória durante muito tempo. Acho que foi mal compreendida por alguns colegas bloguistas... O que também fica na memória pelos piores motivos é a resposta da Maria de Lurdes Rodrigues, que passo a transcrever inserida no contexto:
"Fernanda Velez - "Qualquer um pode ser Ministro da Educação e passo a explicar: nunca nenhum governo, incluindo o do meu partido, teve a coragem de colocar alguém do ramo (que conheça a realidade do ensino e das nossas escolas) à frente do Ministério da Educação. "
Ministra da Educação - "Está a dizer-me que eu, por não ser loura, não posso ser Ministra da Educação! Se vamos falar das caracterísiticas pessoais..."
Sem mais comentários...;
(3) Quanto à Ministra da Educação, mostrou (e confirmou) o autismo que tão bem a caracterizou. Não respondeu a nenhuma das questões que lhe foram feitas e rebateu como pôde, utilizando "argumentos" esvaziados por ela própria e colocando "expressões" na boca dos restantes intervenientes. Sentiu claramente a falta de "apoiantes" e da costumeira tendência pró-governamental da Fátima Campos Correia;
(4) Por parte dos professores, não posso censurar a emoção, no entanto, há que reconhecer que algumas das intervenções poderiam ter sido melhor preparadas ou então ficaram "feridas" pela angústia inerente à situação em causa;
(5) Gostei da maior parte do discurso do colega (premiado) Arsélio, no entanto, e mesmo com as suas "críticas escondidas", deixou pairar no ar, demasiada subjectividade para que lhe reconheça um real valor da sua intervenção. Não tenho dúvidas que poderia ter feito melhor. Poderia ter concretizado...;
(6) Relativamente ao "Movimento Professores Revoltados", o seu representante pautou-se por uma emotiva e sentida intervenção, que acertou em alguns "alvos" de forma indesmentível e tremendamente objectiva. Considero a intervenção corajosa (talvez demasiado);
(7) Nem por um minuto foi referida a prova de ingresso na carreira docente e a situação complicada dos colegas contratados. Acho que estamos demasiado concentrados na avaliação, e esquecemo-nos das próximas fases. Negativo, na minha opinião e não me convencem com o argumento "falta de tempo";
(8) Ao contrário do que foi referido no programa, não concordo com a expressão utilizada por alguém (sinceramente não me recordo quem foi o/a autor/a), relativamente ao facto dos professores estarem unidos. Provavelmente estaremos a iniciar essa união ou eventualmente um "esboço" de união... Mas "união" de facto, não me parece.
Nota: Não comentei algumas intervenções (como a do autarca, a do representante do Concelho de Escolas e do representante dos encarregados de educação), por opção própria, uma vez que não foram, para mim, minimamente relevantes.