sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Mas afinal o que é a aplicação móvel STAYAWAY-COVID?

Independentemente daquilo que acontecer em termos de proposta de lei (aqui), importa termos um conhecimento informado sobre a aplicação STAYAWAY-COVID, principalmente porque existe uma forte preocupação na proteção de dados pessoais (preocupação que pode e deve ser transversal a qualquer aplicação que se instale no telemóvel).

Para esclarecerem dúvidas podem e devem aceder ao sítio virtual criado para o efeito (acolá), e aceder à aba "Perguntas Frequentes" (ali).

A decisão relativa à instalação desta aplicação (obviamente para quem tiver um telemóvel que suporte este tipo de "funcionalidade") é pessoal, algo que nem mesmo uma eventual obrigatoriedade conseguirá desvirtuar, tendo em conta que não somos obrigados a fazer-nos acompanhar de telemóvel. 

De um ponto de vista epidemiológico não faz qualquer sentido...

Comentário: Não sei se os casos são abafados ou não, mas certo é que costumo saber das situações de infeção (e não... não estou a referir-me a rumores) bem antes de serem divulgadas oficialmente, o que não deixa de ser preocupante porque o tempo nestas situação é um factor essencial. O argumento utilizado, por norma, é o de evitar o alarmismo... No entanto, julgo que essa será uma premissa errada, tendo em consideração que as situações acabam por ser faladas, e a incerteza poderá causar mais "ruído" que a informação.

Considero que todas as situações confirmadas devem ser reportadas pelos diretores das escolas / agrupamentos de escolas, não só aos professores e restantes funcionários, mas também aos encarregados de educação. Desconheço se existe alguma orientação política para "abafar" casos de infeções pelo novo coronavírus, mas a existir não faz qualquer sentido de um ponto de vista epidemiológico. 

De regresso às músicas...

Música dos "Evanescence" (Tema: Use My Voice)

A tal proposta de lei "polémica"...

Na quarta-feira fomos presenteados com um anúncio do atual Primeiro-Ministro no sentido de aprovar uma lei onde seríamos obrigados a utilizar a aplicação móvel STAYAWAY COVID... Não sei se tal se irá efetivamente concretizar, mas interessa saber o que está em causa. Para acederem à proposta de lei podem clicar na imagem ao lado. Deixo-vos com os excertos que considerei relevantes:

Artigo 3.º

Ponto 1 - É obrigatório o uso de máscara ou viseira a pessoas com idade superior a 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas sempre que o distanciamento físico recomendado pela Autoridade de Saúde Nacional se mostre impraticável.

Artigo 4.º

Ponto 1 - É obrigatória, no contexto laboral ou equiparado, escolar e académico, a utilização da aplicação STAYAWAY COVID pelos possuidores de equipamento que a permita. 

Ponto 2 - O disposto no número anterior abrange em especial os trabalhadores em funções públicas, funcionários e agentes da Administração Pública, incluindo o setor empresarial do Estado, regional e local, profissionais das Forças Armadas e de forças de segurança.

Se estiverem interessados naquilo que os partidos têm a dizer sobre esta proposta, podem clicar aqui.

A teoria dá nisto...



Comentário: Revistas... Afinadas... Pois. Foi necessário um mês para chegarem às mesmas conclusões que os professores já haviam chegado ainda antes do ano letivo iniciar. Mas... O que é que nós sabemos da realidade das escolas?! Infelizmente, aquilo que todos nós (bem... excluo os doutrinados governamentais) prevíamos está a acontecer.

Será que as normas vão ser revistas no sentido de uma maior eficácia na prevenção? Talvez... Eu não acredito muito, tendo em conta que a discu
ssão deverá ser concretizada com quem não está no "terreno" e tem uma visão normativa da organização escolar.

E para aqueles que desconhecem a evolução do contágio desde que as escolas reabriram, ficam alguns dados (retirados daqui): 

"Entre 13 de setembro (um dia antes do reinício das aulas) e ontem, 13 de outubro, nas crianças com menos de 10 anos a subida foi de 52,7% (+1.312 infecções confirmadas). Pelas contas da TSF aos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) a subida foi ainda mais acentuada nas idades entre os 10 e 19 anos: +64,8%, ou seja, mais 2.126 casos. "

Sim... Sabemos perfeitamente que nem todas as infeções terão ocorrido nas escolas, mas também não podemos afirmar que nenhuma terá ocorrido, quando em muitas escolas os alunos não conseguem esticar os braços dentro da sala de aula, sem que toquem nos colegas dos lados.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A sério?


Comentário: Ai devem? Como? Aumentando o tamanho das salas de aula? Dividindo as turmas, sem acréscimo no número de professores? Arejando as salas sem recurso a correntes de ar?

Estes exercícios teóricos chocam de forma atroz com a realidade das nossas escolas. Existem escolas onde os alunos, dentro das salas de aulas, não conseguem esticar os braços sem que toquem nos "vizinhos".

E sim, os recreios são problemáticos... As paragens de autocarro são problemáticas... Os locais de recolha dos filhos pelos encarregados de educação também não deixam ninguém descansado... No entanto, as salas serão sempre locais privilegiados de contaminação, por serem de difícil renovação de ar. E se até aqui ainda se vai resolvendo com janelas e portas abertas, daqui a um mês, com temperaturas mais baixas (estou a pensar especificamente em Vila Real), o arejamento vai ser um exercício de execução interessante... Atrevo-me a dizer que se não morrermos da doença, não ficaremos melhor com a "cura".

A triste constatação de uma realidade há muito anunciada...


Comentário: Eis a triste constatação de uma realidade há muito conhecida e anunciada, que dificilmente poderá ser alvo de uma correção... Com campanhas sucessivas de descredibilização da nossa classe, por parte do poder político, será incrivelmente difícil motivar os jovens para uma carreira pouco atrativa, alvo de agressões e de constante julgamento social.

Não conheço a estatística das colocações, mas basta recordar que mais de metade dos professores portugueses tem mais de 50 anos de idade (podem ler aqui) para perceber que dentro de pouco mais de 10 anos teremos falência ao nível de diversos grupos de recrutamento. Por motivos conhecidos, a solução que alguns parecem querer implementar reside na formação de "professores expresso" provenientes de empresas com reputação dúbia ou desconhecida, o que não me deixa descansado como professor, mas acima de tudo como encarregado de educação.