No site do "PortugalDiário" de 16/11/2006: "Há «uma tentativa de perturbação da vida normal das escolas», acusa ME.
O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, estranhou esta quinta-feira "a coincidência óbvia" entre os protestos dos alunos contra as aulas de substituição e o arranque da negociação suplementar relativa ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), noticia a agência Lusa.
"Queria registar, e ao mesmo tempo lamentar, que haja esta tentativa de perturbação da vida normal das escolas, por coincidência no mesmo dia em que retomamos a negociação sobre o Estatuto da Carreira Docente", afirmou o responsável, em conferência de imprensa.
Questionado pelos jornalistas sobre se estava insinuar que o protesto dos alunos tinha sido combinado com os professores, que estão em vigília à porta do Ministério da Educação (ME) desde quarta-feira, Jorge Pedreira declarou: "Estou a querer dizer apenas isto - a coincidência é óbvia e mais nada".
Alunos do Ensino Secundário protestaram hoje em vários pontos do país contra as aulas de substituição, numa iniciativa convocada por telemóvel e Internet que culminou com a realização de uma greve e encerramento de algumas escolas.
Em Lisboa, quase 400 estudantes do Ensino Secundário manifestaram-se frente ao ME, onde hoje começou a negociação suplementar com os sindicatos sobre o ECD, pedindo na rua a demissão da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
"Senhora ministra não insista nas aulas de substituição", "Mostra a tua indignação, diz não às aulas de substituição" ou "Eu não vou daqui para fora enquanto a ministra não se for embora" foram algumas das frases gritadas pelos alunos, que alegam que estas aulas não têm qualquer utilidade, sendo muitas vezes passadas em jogos ou "a olhar para o ar".
Relativamente a esta matéria, Jorge Pedreira aconselhou os alunos a apresentar as suas queixas junto dos conselhos executivos e garantiu que a tutela "dará todo o apoio para a resolução desses problemas".
"Há normas e orientações da parte do ministério que permitem assegurar as aulas e actividades de substituição com qualidade e maior significado pedagógico. Há todas as condições para esse efeito. É, fundamentalmente, uma questão de organização", afirmou.
Considerando que as denúncias feitas pelos alunos não devem corresponder à verdade "na maior parte dos casos", o secretário de Estado ressalvou que "as más práticas devem ser expostas e corrigidas nos órgãos próprios das escolas".
Em declarações aos jornalistas, Jorge Pedreira garantiu que a solução "não passa por acabar com as aulas de substituição" e criticou a forma como os estudantes escolheram protestar.
"Penso que os estudantes tem todo o direito de se manifestar e protestar. Penso que fazê-lo nos moldes em que estão a fazer, nas ruas, não resolve nada", defendeu."
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