...e o evento que lhe foi associado até pode ter sido muito interessante, mas acredito que tenha passado ao lado de muitos professores (e alunos). Se este Ministério da Educação pretende mudar aquilo que é feito nas salas de aula, terá de utilizar outras estratégias que não passem pelo "reenvio" de mensagens de correio eletrónico, a poucas semanas do evento. Embora não seja adepto de generalizações, por aquilo que pude apurar no meu "pequeno" grupo de contactos, à exceção dos Diretores de Turma e de outros professores envolvidos na "gestão" local, este evento oscilou entre o quase desconhecimento e o conhecimento "em cima do joelho".
Quanto à ideia em si, dou-lhe crédito. Relativamente ao debate, ainda mais crédito lhe dei. Mas não muito mais. Querer definir (ou melhor, discutir) matrizes para o perfil de um aluno (se ainda não leram o documento que está na base desde dia, poderão aceder ao mesmo, clicando aqui), num ambiente de mudanças cíclicas (por norma, de 4 anos de duração, coincidentes com cada novo Governo) e de manutenção do descrédito (e desmotivação) da figura do professor, parece-me um lindo exercício de... retórica governamental.
A comunicação do governo poderia estar melhor. Mas, Ricardo, num mundo de megacomunicação e acesso facilitadíssimo a informação, em que vivemos, o desconhecimento não poode ser desculpa. Pelas mesmas razões que não posso aceitar que um médico deixe morrer o doente só porque o Ministério da Saúde não lhe indicou o remédio, também não posso aceitar que os professores não tenham sequer conhecimento (informação) da existência (e do conteúdo) de documento tão estrutural para a educação do futuro presente. E a razão principal é a de que, para sermos considerados verdadeiros profissionais, temos que possuir conhecimento necessário próprio para o exercício da nossa profissão, o que quer dizer que, neste caso, deveríamos saber discutir os prós e os contras de uma orientação educacional para as competências do séc. XXI, que, diga-se desde, pelo menos, o início do século organizações como a OCDE têm vindo a propor. Não podemos simplesmente ficar à espera do ME. Deveríamos ser nós (através de uma Ordem?) a orientar (para isso, precisamos de estar esclarecidos e já não chega estarmos informados!) ou pelo menos a participar nas grandes discussões que sempre caracterizarão a educação, que estará, claro, sempre em mudança (embora não de 4 em 4 anos)!
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