segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O rácio na ordem do dia


Tem sido divulgado em vários blogs (o Ricardo já o publicou aqui) um gráfico que mostra que os professores portugueses são dos que dão mais horas de aulas em termos absolutos no âmbito dos Países da OCDE. Além disto, temos um número de alunos por turma na média da OCDE (refira-se que estes dados são anteriores aos 30 alunos por turma)

Mas? E então o nosso rácio professor/aluno? 
Isto não bate a “bota com a perdigota”.

Parece-me de facto que há que desconstruir este rácio e explica-lo muito bem, senão passamos a ideia errónea que temos professores a mais. Este número tem sido uma bandeira opaca para justificar muitas das medidas de redução de professores já implementadas.
Já foram apontadas várias razões para termos este rácio que neste caso não diz da verdade sobre o número de alunos que cada professor tem a seu cargo.

Vejam os exemplos de cada vez mais professores que lecionam 9 ou mais turmas com 300 alunos à sua responsabilidade. Com tantos alunos é muito complicado realizar um trabalho sério, e os professores nestes casos certamente que ultrapassam as 35 horas de trabalho semanal para corrigir testes, preparar aulas etc., sacrificando muitas vezes fins-de-semana para dar resposta às exigências de ter a seu cargo demasiadas turmas.

São razões para refletir, para quem pensa que os professores são privilegiados, para quem pensa que com o recente aumento da carga letiva, o aumento do número de alunos por turma e o emagrecimento do currículo, (levando a um excessivo número de turmas que cada professor tem a seu cargo), não se pôs em causa a qualidade do ensino, sugiro que pense mais seriamente sobre este assunto e sem ideias pré concebidas.

18 comentários:


  1. Rácio alunos professores com a média europeia:

    --1 prof. para 9 alunos, números atualizados,em 2010 eram 7,5 alunos por professor

    --Vencimentos muito acima da média europeia

    --Férias cerca no total de 3 meses, muito acima da média europeia, que só gozam 40 dias anuais, nas férias dos alunos, os professores estão nas escolas, sei do que falo estive lá.

    --Colegas que lecionam 45 ou 90 minutos por dia.

    --Reformas de colegas com 50 anos, e no topo ou seja cerca de 2900 euros

    --Colegas vamos ser justos e realistas de uma vez por todas

    --Existem professores a mais? claro que existem, e em especial no ensino básico, que como sabem até se estorvam nas escolas.

    --Solução: claro não é com despedimentos, mas sim não contratar milhares para darem apoio em especial nas AECS, que como sabem não são precisos para nada, mas sim para darem empregos amigos e familiares.

    --Colegas todos vemos isto, o governo não tem dinheiro e ou corta numa coisa ou terá de reduzir os nossos vencimentos e subsidios, não existem milagres meus amigos.


    Cumprimentos a todos em especial ao Álvaro Vasconcelos

    --

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    1. Faz-me rir tanto desprezo e ignorância sobre a vida das escolas! Cómico, o ordenado ser superior à média europeia, ainda mais parva a ideia dos três meses e ferias! Há ainda mt Zé povinho Ignorante armado em culto a opinar sobre o q desconhece ou simplesmente por inveja ( nao sei mt bem de quê) dos que conseguiram ter um trabalho q os realize, apesar de todas as vicissitudes em torno do ensino! Serão pessoas pequeninas aquelas q se ocupam de maldizer sem saberem mt bem o q dizem! Apesar de td, até tenho pena da pequenez das suas tristes vidas...

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  2. Já ouvi no atendimento de pessoas com IMENSA experiência - "nem consigo saber o nome dos meus alunos todos" e "nem tempo para sexo tenho agora..."

    Interpretem como quiserem...

    Assistente Técnico.

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  3. Pedro Nunes,

    Deves ser daqueles com cartão do partido que dá acesso a gabinetes, carros de serviços, cartão para ajudas de custo, subsídios de reinserção...entre muitas outras regalias.

    De ESCOLA percebes zero, pelo que se torna percetível. Que tristeza...

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  4. As pessoas têm ideas preconcebidas e nem querem ouvir quem está no setor educativo. A essas pessoas só se pode responder com silêncio, porque, nem com todas os factos à frente, veriam que se está a perder qualidade no ensino e que os professores trabalham muito, bem e são mal pagos pelas habilitações literárias e responsabilidade social que têm. Sugiro que retirem os comentários que não sejam "produtivos"!

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  5. Retirar os comentários que não vos são favoráveis? isso não era democracia, o debate é para todos, ou só gostam de ouvir o que vos é favorável? por acaso temos um moderador que não pensa assim, é um homem e um professor a sério, parabéns a este grande homem.

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  6. O último comentário do Pedro Nunes revela a sua especialidade:

    O lambe-botismo.

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  7. E foi a propósito desta inquietação que o Santos Silva veio ontem à TV24 dar uma entrevista a malhar forte no Presidente por estar calado. Armado em rola inocentinha falou da explosão social (não é nada com ele, não senhora! Que ideia!), do desemprego (também nada com ele). E a rola inocentinha gemeu, gemeu sem nunca ter dito explicitamente: não cortem na tropa, olhem que esses fizeram o 25 de Abril! E que porra é essa? Fizeram o que lhes competia, foi para isso que lhes pagámos.

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  8. Às vezes fico com a sensação de que a mentalidade dos portugueses parou no tempo! Como é possível, nos dias que correm, ainda haver quem acredite que o professores portugueses têm 3 meses de férias?!!! Adorava saber em que escola portuguesa isto é possível! Como acontece em todas as áreas, há pessoas mais profissionais e outras que nem tanto. O certo é que, quem trabalhar afincadamente e se preste a: preparar aulas, elaborar materiais didáticos, corrigir fichas, cadernos, entre outros, trabalha muitas (muitas mesmo) horas extraordinárias.

    E, para além de o fazerem diariamente, são mais do que muitos os fins-de-semana e feriados e dias de férias dos alunos (já há muitos anos que deixaram de ser igualmente dias de férias do professor) passados a trabalhar.

    AEC´s, nunca concordei muito com elas! Mas há mesmo quem considere que as AEC’s surgiram com o intuito de dar emprego a familiares e amigos?! As AEC’s servem, essencialmente, para que os pais possam ter uma carga horária cada vez mais pesada e alargada. Só que, para que isso seja possível, é necessário que haja um local onde possam deixar as crianças. E o governo anterior considerou que o melhor local para cumprir essa função era: a escola. Como professora, embora sem possibilidade de voltar a exercer, considero este prolongamento do horário dos miúdos uma aberração. Mais 45 minutos por dia, para os miúdos poderem fazer uma qualquer dessas atividades, até seria compreensível. Contudo, o sistema em vigor leva os alunos a estarem mais 2 horas na escola, após o tempo letivo. Algumas crianças ainda ficam na escola para além desse horário, pois é também na escola que têm o ATL.

    E, depois de tantas horas na ausência dos familiares e do ambiente familiar, quando as crianças chegam a casa, poucos são os pais que conseguem conviver com elas de ânimo leve, por estarem esgotados, devido a condições de trabalho cada vez mais precárias. E é isto que andamos a fazer às nossas crianças: sobrecarregá-las, tirando-lhes tempo para poderem ser aquilo que são: crianças. Mas pronto, se querem continuar a fazer dos professores o bode expiatório, quem sou eu para poder alterar isso… Estejam à vontade!

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  9. faz bem
    vozes de burro ,leva-as o vento...
    não falta muito para todos esses sentirem na pele...

    quando acordarem,será tarde...

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  10. Atenção Concurso de vinculação, Listas Provisórias dos grupos 200 e 230:

    A candidata n.º2748800192 tem em ambas as listas a graduação mal calculada.

    ((558*1)/365)+ 17 = 18.529 a não os declarados 19.529

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  11. Eu tenho 15 turmas de educação Tecnológica com aproximadamente 380 alunos

    Vai contribuir e muito para o rácio...

    Ainda não conheço alguns dos alunos com 2/3 do ano letivo.

    Viva o sucesso.

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  12. http://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/foi_a_casa_da_moeda_que_emendou_a_lei_de_limitacao_de_mandatos.html

    Está tudo isto refletido nos rácios e na folha de vencimento.

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  13. http://www.ionline.pt/portugal/associacao-sargentos-diz-ministro-tem-atender-abrangencia-dos-protestos

    A abragência do rácio sargentos/praças também é muito interessante. Estes não mamam tanto como generais e almirantes, mas são claramente um grupo discriminado positivamente. E não se justifica, portugal paga a esta gente como se o País estivesse em guerra. O Povo vai calando com receio, mas toda a gente sabe que esta gente vive com mordomias dentro dos quartéis e que nos hospitais não há enfermeiros e nas escolas não há professores. É uma vergonha nacional. Se este Ministro conseguir que também eles contribuam será caso de se lhe tirar o chapéu.

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  14. Estamos a pagar a factura daquilo que o Pedro Nunes refere. Há SIM muitas iniquidades e espero que todos os professores tenham, no próximo ano lectivo, TODOS a mesma carga lectiva.Essa coisa de ter 12 letivas mais 2 h de DT é uma vergonha...

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  15. Adoraria ouvir o que Seguro tem para dizer dos rácios Oficiais/Praças e Sargentos/Praças, mas não terei essa sorte.

    http://www.jornaldenegocios.pt/economia/funcoes_do_estado/detalhe/ministro_

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  16. Boa tarde! =) Acho bastante interessante levar estes assuntos seriamente e analisá-los profundamente, não apenas aceitando dados como a maior parte dos portugueses o faz.

    Eu não sou professor mas sim aluno do ensino superior. E há uns tempos falei com um professor (diga-se de passagem que nasceu num berço de ouro) de Gestão de RH que criticou a Fenprof e cito "esquerda bacoca e antiquada" (para minha surpresa e sem qualquer lógica) pelo facto de "lutarem" pelos direitos da classe ,referindo que o Estado não poderia suportar professores devido aos baixos valores da taxa de natalidade. É óbvio que na minha cabeça não fez qualquer sentido. Só quem desconhece o ensino é que poderia fazer comentário tão absurdo, até porque o estudo da OCDE e seus critérios estão viciados. Na prática, o estudo não coincide com a realidade, pela sua incapacidade
    explicativa. Eu desde que nasci que sempre frequentei turmas com mais de 25 alunos. Imagino como estará agora, após o encerramento de escolas no interior e despedimento de bastantes professores.

    Onde estas pessoas como o meu professor (de Direita) vêem números, eu vejo seres humanos. Onde eles observam um despedimento/poupança eu vejo um problema social e esta é a verdade. Podemos abordar este assunto de inúmeras maneiras, mas o que vem à tona são somente interpretações ideológicas, umas mais sensatas e fundamentadas que outras.

    Obrigado e continuem com o bom trabalho! ^__^

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