(Correio da Manhã, 24-11-2012)
Comentário: Mais do que "megas", são factos... Factos impostos por uma fúria de concentração, cujas consequências negativas são já conhecidas, mas que nem por isso impedem o governo de as implementar e reforçar. Muito do acréscimo burocrático a que temos assistido nestes últimos anos, resulta da tentativa de gestão e controlo daquilo que acontece nos agrupamentos, que acabam por perder muita da sua identidade ao reforçar a gestão em detrimento da vertente pedagógica.
Costumo dizer aos meus alunos que a aposta no desenvolvimento das vias de comunicação (em Portugal a rodovia até foi uma aposta em excesso!) tem vantagens ao nível da diminuição das distâncias-tempo, mas também provoca consequências que alguns não gostam...
ResponderEliminarEssas consequências são as relacionadas com a aproximação dos lugares e a diminuição das distâncias, o que leva a uma menor necessidade de serviços dispersos, o que conduz à sua concentração. Isto vem nos livros.
Em Portugal, estamos agora a ter o reverso da medalha das distâncias-tempo se terem reduzido drasticamente. Deste modo, escolas, centros de saúde, tribunais, repartições de finanças, juntas de freguesia, entre muitos outros serviços serão alvo de medidas de agregação. Vem nos livros de Geografia. Não é novidade. A situação de pré-bancarrota apenas acelerou esta nova realidade. Pode-se gostar ou não, mas esta situação é inevitável...
Em muitos casos justifica-se plenamente a junção das escolas. Nos casos em que a secundária e a eb23 são paredes meias (literalmente), ambas com poucos alunos, numa pequena vila.... fará sentido existirem projetos diferentes, duas direções, duas secretarias, dois refeitórios... casos em que juntando o agrupamento vertical e a secundária nem chegam aos 2000 alunos... parece-me que não faz muito sentido estarem separadas. Claro que tem uma desvantagem! Provavelmente desapareceriam alguns horários de docentes! Mas sinceramente, nestas situações, não acho errado a agregação de escolas. Noutras sim! Quando o número de alunos é elevado, quando a dispersão geográfica das escolas é grande... aí deveria ser bem pensado.
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