Estes últimos dias tenho lido algumas opiniões que vão no sentido da não entrega dos objectivos individuais, e que se baseiam em argumentos sofríveis e redutores. Como não sou muito dado a pragmatismos e não encontro qualquer utilidade em teorias que distam tanto da realidade, como a Ministra da Educação das escolas e dos professores, optei desta vez por colocar aqui um pouco daquilo que me percorre o pensamento. Por mais que não queira proceder a juízos de valor, tenho de admitir que alguns destes “teóricos” têm um visão idealista da luta contra esta avaliação do desempenho docente, que dista (e muito) da realidade vivida e sentida por muitos colegas. Acho até que estas retóricas, poderão ter como remetentes, colegas que se encontram numa posição relativamente confortável em termos de avaliação ou então por radicais, que não conseguem vislumbrar alternativas à sua visão. Não me revejo (nem me encontro) nessa posição, e como tal, permitam-me tecer as minhas próprias conclusões (inserindo-me assim de forma voluntária e consciente nesse grupo de “teóricos”).
Se escolhi escrever este post, é porque se aproxima uma realidade que me atinge directamente e que atinge muitos outros colegas. A realidade é esta: Algumas moções de adiamento da entrega dos objectivos individuais baseavam-se na inexistência de alguns imperativos legais (como por exemplo, inexistência de regulamentos internos actualizados e planos de actividades). Por aquilo que sei, em algumas escolas, esses “impedimentos” foram ultrapassados e a data limite da entrega dos mesmos, foi adiada para esta semana ou para o início da próxima.
Esta é a realidade… A realidade de alguns colegas que se encontram neste momento num enorme dilema, pois os argumentos legais para a não entrega dos objectivos individuais, já não existem. Este post é para esses, e não para aqueles que discordam no seu todo, com este modelo de avaliação do desempenho docente, e tomaram uma posição nesse sentido, independentemente de na sua escola existirem impedimentos legais.
Uma vez esvaziada a cobertura “legal” das moções acima referidas, o que fazer então a partir deste momento? Antes de decidir, há que ponderar quais as vias possíveis:
A primeira via reveste-se de carácter colectivo, e consiste em tentar delinear uma estratégia comum a todos (ou pelo menos, a maioria) os docentes da escola, no sentido da não entrega dos objectivos individuais, mas agora com base na pura discordância com este modelo de avaliação do desempenho. Trata-se de uma posição de união e de enorme impacto. No entanto, poderão existir dificuldades, nomeadamente a não adesão dos colegas (possível e bem provável). E a não adesão, reveste-se do seguinte: muitos colegas, escudaram-se (e bem) na inexistência de alguns requisitos para a não entrega dos objectivos. Agora, e uma vez que esses requisitos já se encontram regularizados, não existe escudo legal e como tal, têm imensa dificuldade em ponderar não cumprir a lei, pois sabem que de alguma forma serão prejudicados (para já, na contabilização do tempo de serviço, em termos de progressão na carreira).
Afastada a possibilidade da via colectiva, resta a via individual. E aqui, apenas existem duas opções: (a) Não entregar os objectivos individuais ou (b) Entregar os objectivos individuais. Tomando a opção a), estão a demonstrar claramente a discordância com este modelo de avaliação do desempenho (“simplexado” ou não), assumindo na plenitude as consequências do acto. Ao optar por b), estão a concordar (mesmo que implicitamente) com este modelo de avaliação, deixando para depois tomadas de decisão, como a avaliação da componente pedagógica, com observação de aulas.
As “cartas estão em cima da mesa”, as opções são puramente individuais e não devem ser criticadas. O único aspecto que posso referir, e que de certa forma poderá ser encarado como crítica é: Sejam coerentes com vocês próprios e com os motivos que vos levaram a aderir a determinar iniciativas. Qual das opções será a mais correcta? Bem… Acho que todos sabemos qual a opção mais correcta, no entanto, existem muitas outras variáveis, que deverão ser profundamente ponderadas de forma individual, para que não ocorram arrependimentos. É isso que irei fazer nos próximos dias, independentemente de críticas fundamentalistas ou “adesivistas” desnecessárias, e que não são consideradas nem relevantes quando sabemos pensar por nós próprios. E quanto à questão: E tu, Ricardo, para onde tende a tua decisão? A resposta é: Leiam com atenção o post. Não existe grande margem de dúvida.
Sintam-se à vontade para exprimir opiniões, relativamente à linha de pensamento que expus acima. Tenho uma certa curiosidade, em verificar qual a tendência em termos de entrega de objectivos individuais dos colegas que costumam frequentar este blogue. Tendência, de preferência fundamentada, pois já ando um pouco farto de inquéritos (com o inerente vazio de argumentação).
Nota: Espero que este post, sirva como resposta ao colega que me enviou um email (hoje, por volta das 11h) a questionar sobre a minha tomada de posição perante uma situação que em tudo era similar à que me encontro actualmente. Espero ter sido esclarecedor.
Se escolhi escrever este post, é porque se aproxima uma realidade que me atinge directamente e que atinge muitos outros colegas. A realidade é esta: Algumas moções de adiamento da entrega dos objectivos individuais baseavam-se na inexistência de alguns imperativos legais (como por exemplo, inexistência de regulamentos internos actualizados e planos de actividades). Por aquilo que sei, em algumas escolas, esses “impedimentos” foram ultrapassados e a data limite da entrega dos mesmos, foi adiada para esta semana ou para o início da próxima.
Esta é a realidade… A realidade de alguns colegas que se encontram neste momento num enorme dilema, pois os argumentos legais para a não entrega dos objectivos individuais, já não existem. Este post é para esses, e não para aqueles que discordam no seu todo, com este modelo de avaliação do desempenho docente, e tomaram uma posição nesse sentido, independentemente de na sua escola existirem impedimentos legais.
Uma vez esvaziada a cobertura “legal” das moções acima referidas, o que fazer então a partir deste momento? Antes de decidir, há que ponderar quais as vias possíveis:
A primeira via reveste-se de carácter colectivo, e consiste em tentar delinear uma estratégia comum a todos (ou pelo menos, a maioria) os docentes da escola, no sentido da não entrega dos objectivos individuais, mas agora com base na pura discordância com este modelo de avaliação do desempenho. Trata-se de uma posição de união e de enorme impacto. No entanto, poderão existir dificuldades, nomeadamente a não adesão dos colegas (possível e bem provável). E a não adesão, reveste-se do seguinte: muitos colegas, escudaram-se (e bem) na inexistência de alguns requisitos para a não entrega dos objectivos. Agora, e uma vez que esses requisitos já se encontram regularizados, não existe escudo legal e como tal, têm imensa dificuldade em ponderar não cumprir a lei, pois sabem que de alguma forma serão prejudicados (para já, na contabilização do tempo de serviço, em termos de progressão na carreira).
Afastada a possibilidade da via colectiva, resta a via individual. E aqui, apenas existem duas opções: (a) Não entregar os objectivos individuais ou (b) Entregar os objectivos individuais. Tomando a opção a), estão a demonstrar claramente a discordância com este modelo de avaliação do desempenho (“simplexado” ou não), assumindo na plenitude as consequências do acto. Ao optar por b), estão a concordar (mesmo que implicitamente) com este modelo de avaliação, deixando para depois tomadas de decisão, como a avaliação da componente pedagógica, com observação de aulas.
As “cartas estão em cima da mesa”, as opções são puramente individuais e não devem ser criticadas. O único aspecto que posso referir, e que de certa forma poderá ser encarado como crítica é: Sejam coerentes com vocês próprios e com os motivos que vos levaram a aderir a determinar iniciativas. Qual das opções será a mais correcta? Bem… Acho que todos sabemos qual a opção mais correcta, no entanto, existem muitas outras variáveis, que deverão ser profundamente ponderadas de forma individual, para que não ocorram arrependimentos. É isso que irei fazer nos próximos dias, independentemente de críticas fundamentalistas ou “adesivistas” desnecessárias, e que não são consideradas nem relevantes quando sabemos pensar por nós próprios. E quanto à questão: E tu, Ricardo, para onde tende a tua decisão? A resposta é: Leiam com atenção o post. Não existe grande margem de dúvida.
Sintam-se à vontade para exprimir opiniões, relativamente à linha de pensamento que expus acima. Tenho uma certa curiosidade, em verificar qual a tendência em termos de entrega de objectivos individuais dos colegas que costumam frequentar este blogue. Tendência, de preferência fundamentada, pois já ando um pouco farto de inquéritos (com o inerente vazio de argumentação).
Nota: Espero que este post, sirva como resposta ao colega que me enviou um email (hoje, por volta das 11h) a questionar sobre a minha tomada de posição perante uma situação que em tudo era similar à que me encontro actualmente. Espero ter sido esclarecedor.
pois, é tipo tolo no meio da ponte.
ResponderEliminarna minha escola hoje o clima era de descida a uma certa realidade: "e agora?"
tinhamos "ordens" de entregar ate dia 30 os OI, apoiamo-nos no não haver legislação válida e o CE avisou q era da responsabilidade de cada um...
pois, e agora...?
a minha escola integra o número das que por unanimidade se recusou a andar para a frente com este processo, logo, neste momento não me encontro em ponte nenhuma. Mas no ano passado fui avaliada por duas escolas e foi um palhaçada a mesma classificação para todos independentemente do trabalho realizado por cada um.
ResponderEliminarpois, os professores da minha escola também se recusam por unanimidae, o pior é o CE que segue à risca as ordens da dren e não apoia nenhum prof pelo que me parece
ResponderEliminarNa minha escola, o CE apoia a decisão da maioria de não entregar os objectivos.
ResponderEliminarPara os contratados, os únicos que se viram obrigados a decidir pela entrega (onde me incluo, o presidente quase que "pediu" para não compicarem. O modelo que será entregue é quase papel químico para todos os contratados e está preenchido com banalidades que nunca poderá ser utilizado contra qualquer professor. Isto significa que vai acabar por ser uma avaliação à base de assiduidade, auto-avaliação, formação e participação na comunidade.
RQ
Como se pode verificar facilmente, as situações são diferentes em cada escola. Se há uns que têm o apoio de mais colegas, há outros que não. Se existe apoio dos PCE´s em algumas escolas, em outras acontece exactamente o contrário.
ResponderEliminarIndependentemente do ambiente vivido, há que tomar um decisão em consciência. Num sentido ou no outro...