No Jornal de Notícias de 26/11/2007: "Se há pior lição que se possa trazer da escola é a de que não se é capaz de aprender. Infelizmente, esta é a realidade para milhares de alunos do ensino obrigatório, para já não falar do Secundário. As estatísticas do ano lectivo de 2004/5 dizem que 19,7% dos alunos do 3.º Ciclo reprovaram, ou seja, mais 1,3% do que 10 anos atrás.
Especialistas em educação contactados pelo JN explicam que a escola está a penalizar as classes mais desfavorecidas, sem condições sociais, culturais e financeiras de acudir aos filhos. Reestruturar o sistema, diversificar os currículos, melhorar as condições físicas das escolas e os seus recursos humanos foram alguns dos caminhos sugeridos para combater as elevadas taxas de insucesso escolar.
(...)
Pedro Abrantes, investigador em sociologia da educação, disse ao JN que a lógica dos agrupamentos verticais, que unem jardins-de-infância e escolas dos três ciclos do Básico em rede, não funciona. "Seria suposto que o percurso do aluno fosse pensado em continuidade, mas isso não acontece. Na prática, os professores dos diversos níveis continuam a funcionar isoladamente", referiu.
(...)
Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, tem a mesma ideia. "Nessas classes, os pais não têm conhecimentos para apoiar os filhos, nem dinheiro para pagar explicações", salientou. O apoio dado na escola a quem reprova - os planos de recuperação - constitui, no seu entender, "um fraco remendo". Albino Almeida entende que repetir as mesmas disciplinas que ficaram feitas "é diabólico". Por isso, defende que os alunos transitem sempre, mas recebam apoios acrescidos, no ano seguinte, às disciplinas onde tiveram dificuldades e um acompanhamento individualizado.
Armanda Zenhas, professora com mestrado em Educação, reconhece a necessidade de os pais acompanharem mais os filhos e do incremento do trabalho individual dos alunos. Contudo, acredita que turmas enormes, escolas sem condições físicas e recursos humanos indispensáveis, horários escolares longos e repartidos ajudam muito a elevar o insucesso escolar.(...)"
Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)
Especialistas em educação contactados pelo JN explicam que a escola está a penalizar as classes mais desfavorecidas, sem condições sociais, culturais e financeiras de acudir aos filhos. Reestruturar o sistema, diversificar os currículos, melhorar as condições físicas das escolas e os seus recursos humanos foram alguns dos caminhos sugeridos para combater as elevadas taxas de insucesso escolar.
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Pedro Abrantes, investigador em sociologia da educação, disse ao JN que a lógica dos agrupamentos verticais, que unem jardins-de-infância e escolas dos três ciclos do Básico em rede, não funciona. "Seria suposto que o percurso do aluno fosse pensado em continuidade, mas isso não acontece. Na prática, os professores dos diversos níveis continuam a funcionar isoladamente", referiu.
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Albino Almeida, presidente da Confederação das Associações de Pais, tem a mesma ideia. "Nessas classes, os pais não têm conhecimentos para apoiar os filhos, nem dinheiro para pagar explicações", salientou. O apoio dado na escola a quem reprova - os planos de recuperação - constitui, no seu entender, "um fraco remendo". Albino Almeida entende que repetir as mesmas disciplinas que ficaram feitas "é diabólico". Por isso, defende que os alunos transitem sempre, mas recebam apoios acrescidos, no ano seguinte, às disciplinas onde tiveram dificuldades e um acompanhamento individualizado.
Armanda Zenhas, professora com mestrado em Educação, reconhece a necessidade de os pais acompanharem mais os filhos e do incremento do trabalho individual dos alunos. Contudo, acredita que turmas enormes, escolas sem condições físicas e recursos humanos indispensáveis, horários escolares longos e repartidos ajudam muito a elevar o insucesso escolar.(...)"
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Os alunos devem transitar sempre?! Que raio de ideia... Opps... Esperem lá! O Ministério da Educação já nos obriga a fazer precisamente isso. E quanto à ideia dos apoios acrescidos nos anos seguintes, em alguns casos, seriam tantos os apoios como as disciplinas. Nem sei porque estou a dissertar sobre este assunto, as decisões já estão tomadas, nem vale a pena explorar muito o assunto. Passem-se os alunos, e já está. É bom para a nossa avaliação e os pais ficam felizes. O problemas são os miúdos, que são prejudicados. Transitam de ano sem saber (quase) nada! Que futuro para estes alunos?! Que geração estamos nós a educar?! Enfim... Nem vale a pena pensar muito neste assunto para não ficar (ainda mais) desmotivado.
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Insucesso e Abandono Escolar
ResponderEliminarEste Governo, na sequência que foi o trabalho dos anteriores do pós 25 de Abril, está empenhado em reduzir o insucesso e o abandono escolar, para que a curto prazo os jovens portugueses possam ser possuidores do 12.º ano de escolarização, podendo assim constar, orgulhosamente, nas estatísticas da população mais qualificada de EU.
O Governo deverá empenhar-se em implementar diversas medidas visando eliminar o desinteresse e o abandono escolar e evitar que os jovens sejam obrigados a repetir o mesmo ano.
Para o efeito deve:
1.º) As actividade escolares deverão ter uma maior componente lúdica com recurso aos computadores, por exemplo;
2.º) Deverão desenvolver-se as visitas de estudo que deverão incluir visitas a todas as capitais de Distrito, centros de lazer e até a nossa vizinha Espanha, o Brasil e a EU;
3.º) As faltas ocasionalmente dadas pelos alunos às aulas não devem contar para a passagem ou não de ano;
4.º) Os conhecimentos académicos a ministrar deverão ser simplificados para que todos os jovens, incluindo os menos dotados, possam acompanhar a aprendizagem das matérias a ministrar;
5.º) Reduzir o número de exames a que os jovens estão sujeitos;
6.º) Baixar nível de exigência para que possam mais facilmente transitar de ano. Dentro de poucos anos pretende-se mesmo eliminar os exames, ficando os jovens com a garantia de que ao fim dos 12 anos de escola obtêm o 12.º ano de escolaridade.
Afinal a escolaridade mínima é em breve o 12.º ano e por isso será a necessária para a obtenção de uma carta de condução automóvel ou para o desempenho de qualquer profissão, por mais modesta que seja: carteiro, telefonista, distribuidor de publicidade, de bilhas de gás, arrumador de automóveis no barco que atravessa o rio, etc...As profissões menos qualificadas são na realidade aquelas em que há mais empregos disponíveis em Portugal e é a imigração que nos tem valido.
A verdade é que no futuro os jovens sairão da escola, passados 12 anos, com um nível de conhecimentos muito baixo e muito pouco consistente, inferior ao da antiga 4.ª classe, mas o que realmente interessa são as estatísticas: o facto de todos os jovens possuírem o 12.º ano, facto determinante na projecção da nossa imagem no exterior
Quanto aos outros alunos, aqueles que querem seguir os estudos, terão que aproveitar muito bem o ensino público (?) ou ir por outras vias. Os pais mais interessados saberão quais e se encarregarão de os encaminhar.
Zé da Burra o Alentejano