Deixo-vos com uma pequena reflexão resultante de uma conversa com colegas de profissão (que encontrei aqui no Algarve) a propósito dos concursos de professores... As questões que coloco abaixo foram retiradas dessa mesma conversa, e obviamente enquadradas no meu raciocínio (julgo que, minimamente argumentado).
Assim,
Sempre pensei que os professores dos quadros de zona pedagógica fossem uma "espécie" que a médio prazo fosse extinta, ou melhor, reconvertida. Aliás, costumava dizer que "era uma apenas uma alínea num Estatuto". Esta minha ideia veio a confirmar-se com o encerramento definitivo (pensava eu...) de vagas para entrada em quadros de zona pedagógica.
Após algum tempo, pensei que o destino dos professores QZP seria a entrada num qualquer quadro de escola não agrupada (QEna) ou agrupamento de escolas (QA). No entanto, tenho de admitir a minha visão "em túnel". Admito que não poderia estar mais errado (infelizmente... para mim).
Com a crise financeira e subsequente mudança de cor partidária no "poleiro" governativo, também o Ministério que nos tutela mudou. Ocorreu uma inversão na lógica financeira e no sistema de concursos de docentes. Aquilo que foi implementado com os governos PS tem vindo a ser desmontado com o governo PSD.
Mas porquê é que afirmas isso?
Bem... Um dos primeiros indícios, veio com o concurso extraordinário para alguns (muito poucos) professores contratados entrarem em quadro. Se estiveram atentos, as novas entradas foram feitas em quadros de zona pedagógica e não em QEna ou QA.
Depois veio a redução do número de quadros de zona pedagógica. O MEC reduziu o número de quadros de zona, transformando alguns em mega quadros de área geográfica.
Qual é a lógica desse "novo" rumo?
Poderão existir diversas interpretações, no entanto, aquela que faço atribui ao MEC uma lógica que encara os colegas contratados como a "espécie" a extinguir e os professores dos quadros de zona pedagógica como a "espécie" tapa buracos. Interessa manter professores em quadros de zona pedagógica para que possam ir ocupando horários que entretanto vão aparecendo.
E porque não alterar os normativos legais dos concursos para que os professores dos QEna ou QA passem a ter de concorrer de acordo com os mesmos moldes que os QZP?
Já foi tentado... E deu problemas. O MEC sabe que será mais fácil manter uma situação (que lhe é favorável) que criar um novo problema (e um acréscimo de contestação). Deste modo, não me parece que este governo (ou outro que lhe suceda) queira colocar professores dos quadros de zona (ou mesmo contratados) em lugares de QEna ou QA, pois de acordo com o atual normativo legal dos concursos, é mais vantajoso para o Governo ter professores em QZP que em QEna ou QA. E mesmo com a possibilidade dos colegas de QEna ou QA poderem ser mobilizados até 60 quilómetros do seu local de provimento, não será o mesmo que alguns colegas QZP (como eu) que têm de concorrer numa extensão de várias centenas de quilómetros.
E a situação dos professores contratados?
A não ser que algo de muito relevante ocorra (resultante de uma qualquer iniciativa legal), não me parece que voltem a abrir um novo concurso de vinculações extraordinárias. Resta a estes colegas não serem demasiados restritivos nas opções que fazem (nos concursos de contratação inicial, reserva de recrutamento e contratação de escola) sob pena de ficarem completamente arredados do sistema.
Esperemos por finais de agosto para ver o que o futuro imediato nos reserva...