sábado, 26 de junho de 2010

"Mega" sem protestos organizados...

No Público a 26/06/2010: "O processo de reorganização da rede escolar, desencadeado pelo Ministério da Educação (ME), está a esbarrar no terreno com a oposição firme de órgãos escolares, autarquias, professores e associações de pais que estão a rejeitar muitas propostas de encerramentos de escolas e a fusão de agrupamentos. Concelho a concelho, de norte a sul do país, há queixas de ausência de diálogo, manifestações, ameaças de providências cautelares e até dentro do PS surgem vozes críticas pela forma como o processo está ser conduzido.

Os protestos têm sido localizados e não existe ainda nenhum movimento nacional de contestação. Mas agentes e instituições insatisfeitos não faltam. Os autarcas agitam a bandeira da desertificação e mostram desagrado pela forma como tudo se desenrola.
(...)
Adalmiro Fonseca diz que na condução do processo "houve uma total falta de respeito pela autonomia das escolas" e que os critérios que estão a presidir à fusão de agrupamentos "simplesmente não são conhecidos ou então não existem". Em última análise, prevê o responsável, é o próprio modelo de gestão das escolas, desenhado por alteração legislativa em 2008, que fica em causa e que "terá que ser alterado".

"Os agrupamentos que vão ser formados, muitos serão em edifícios separados, a funcionar com quilómetros de distância, e isto supõe uma dispersão de professores e de funcionários que vai obrigar a uma nova mudança no sistema de gestão das escolas e, provavelmente, vai-se caminhar para uma separação da gestão administrativa da gestão pedagógica das escolas", diz.

Para os professores, o cenário também será muito diferente: "Num agrupamento com vários edifícios, com cerca de 3 mil alunos e 400 professores, as reuniões entre docentes para discutir projectos curriculares de turmas não serão entre dez ou quinze pessoas mas entre uma centena de professores", prevê Mário Nogueira, líder da Fenprof.

O líder da bancada parlamentar do PS, Francisco Assis, lembrou esta semana que as "reformas não podem ser impostas autoritariamente". Bravo Nico, deputado do PS, diz que, relativamente aos princípios da reforma, "há um grande consenso dentro do grupo parlamentar", mas pede uma maior atenção na "informação" que é prestada às comunidades educativas."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: É bem verdade... Não existe nenhum movimento organizado de contestação à criação dos "Mega". Embora conheça alguns dos motivos que levam as organizações sindicais a não se chegarem à frente na contestação (pelo menos, não tanto como poderíamos estar à espera), acho que se não o fizerem agora (e o agora é, nos próximos dias), depois também não valerá a pena. Considero que a bem do futuro da escola pública deveríamos deixar determinados ressentimentos de parte. Bem sei que muitos ficam com os olhos a brilhar com a probabilidade de vingança sobre determinados directores, mas os "Mega" são muito mais que isso... E as implicações futuras dos "Mega" serão bem mais negativas que ter no "poleiro" alguém de quem não gostamos e/ou discordamos.
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4 comentários:

  1. Para mim, acabou-se a luta.

    Lutei (e de que maneira contra o ECD e ADD). A recompensa foi ver os que não lutaram serem premiados e os outros castigados.

    Façam ajuntamentos, fechem escolas, façam ou não manifestações, abaixo-assinados, para mim acabou. Não vou mexer uma palha.


    Agora os excelentes e MBons e os sindicatos que lutem!

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  2. A desilusão é muita mas devemos pensar positivo. Ou em pequenos pormenores como este: alguém sabe se os os contratados a termo certo irão ganhar pelo 167 como os contratados sem termo no 1º escalão? 100 euros mensais dão muito jeito...

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  3. Claro que não há protestos organizados: os sindicalistas percebem que para haver dinheiro para quem progride na Carreira como os que dão aulas, alguém terá de pagar.

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  4. Ricardo
    Mas há quem queira protestar?
    Entre os que dizem que não vão lutar pelo Directores, os que já só pensam nas férias, quem está disposto a lutar?

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