terça-feira, 10 de abril de 2018

Eis os esclarecimentos de Alexandra Leitão para os próximos concursos...


Comentário: E depois da "bomba" (que por alguns já era esperada) anunciada na semana passada, relativamente à "repetição" do concurso de mobilidade interna em moldes similares aos que decorreram no anterior concurso, chegam alguns esclarecimentos da nossa adorada Alexandra Leitão, em forma de entrevista. Para já, tudo o que foi referido por esta personagem, converge com a interpretação que fiz na semana passada (aqui).

Pela sua relevância, irei transcrever a entrevista, até porque poderá interessar rever estes esclarecimentos para memória futura. Estou certo que ainda deveremos ter muita polémica relativamente ao tema dos concursos de professores, o que não é necessariamente bom, porque nos distrai de outro tema eventualmente mais relevante como é o "descongelamento" real do nosso tempo de serviço.


Vamos então à entrevista:


"O concurso de mobilidade interna destina-se apenas aos professores dos QZP e aos professores do Quadro de Escola e Quadro de Agrupamento que não tenham horário completo. É isto? 


Certo. 


Todos os 14 mil professores dos QZP terão de concorrer de novo ao concurso agora aprovado pelo Parlamento?

Sim. De quatro em quatro anos todos os horários distribuídos a docentes de QZP são postos a concurso. Isso aconteceu em 2017 e deveria acontecer novamente apenas em 2021. A deliberação adoptada no Parlamento, na sexta-feira, implicará que tal ocorra já este ano. A proposta do Governo era que, este ano, apenas se movessem os QZP que o pretendessem fazer.

Todos os 14 mil horários ocupados pelos professores dos QZP serão colocados a concurso?

Sim, em cumprimento do que foi aprovado no Parlamento. Todos os docentes dos QZP têm obrigatoriamente de ser opositores ao concurso de mobilidade interna.


O professores que estiverem satisfeitos com os horários que estão a ocupar nos QZP têm de concorrer também? Podem concorrer ao mesmo horário que já ocupam?

Sim, todos os professores de QZP terão de concorrer, independentemente de estarem ou não satisfeitos com a sua colocação. Todos concorrem a todos os horários. Os horários são todos postos a concurso e os docentes manifestam preferências por escolas e não por horários.

Quantos mudarão de escola mesmo que não queiram?

Todos os docentes de QZP têm de ir a concurso. Se, na sequência desse concurso, ficam ou não em horários que queiram é impossível prever, contudo ficam sempre colocados de acordo com as preferências que manifestam.

Quando haverá condições para lançar este concurso?

Assim que a deliberação aprovada na sexta-feira seja lei (publicada em Diário da República) haverá condições para publicar o aviso de abertura do concurso. Tal ocorrerá necessariamente mais tarde do que o ano passado, quando o aviso foi publicado a 11 de Abril.

Com a antecipação do concurso de mobilidade interna o que acontece aos professores que estão a contrato nas escolas? E quantos são?

Com a antecipação deste concurso os professores contratados não poderão renovar as suas colocações [possibilidade prevista na lei para os períodos de intervalo de quatro anos entre um concurso de mobilidade interna e outro, desde que a direcção concorde] e terão de ir todos a concurso. São cerca de 3000.

Está previsto para Abril um outro concurso, que é o da vinculação extraordinária (para contratados). O concurso da mobilidade interna tem de acontecer antes desse?

Os concursos de vinculação (concurso externo e concurso externo extraordinário) são para que professores contratados possam entrar para a carreira, vinculando em quadro de zona pedagógica. No ano passado este Governo vinculou 3500 professores e neste ano será sensivelmente o mesmo número. O concurso de mobilidade interna é posterior ao concurso de vinculação, mas todos os concursos são necessariamente abertos ao mesmo tempo, através do mesmo aviso sucedendo-se sequencialmente. O tal aviso que no ano passado foi publicado em 11 de Abril. O Governo fará tudo o que seja necessário para que, apesar da alteração legislativa, os concursos decorram sem sobressaltos."

20 comentários:

  1. Pois. Se o PR ceder à autopromoção dos deputados e promulgar a decisão da AR, vai ser isto mesmo. E somar-se-á uma injustiça a outra numa verdadeira lição de equidade, solidariedade e democracia. Parabéns.

    ResponderEliminar
  2. Tenho dúvidas logo quanto à primeira resposta dada. Penso que a resposta que ela devia ter dado era "não" porque também os QE/QA que queiram trasitar temporariamente para um horário noutro QE/QA também terão que ir à MI como habitual.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois exatamente era essa a resposta que devia ter sido dada senão temos mais uma injustiça a juntar a tantas outras.

      Eliminar
  3. Porque é que um QE/QA há de ir à mobilidade interna? Há, regularmente (tal como sucedeu em 2017), concursos para essas situações.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um desses concursos é a Mobilidade Interna. O outro é o Concurso Interno.

      Eliminar
    2. E quem é do QE e está colocado a 100 km ou mais da área de residência e concorreu à mobilidade em 2017 e não aproximou à residência
      sendo mais graduado que quase todos os QZP. Não tem direito a concorrer. Esta é mais uma das injustiças. Os QZP´S serem colocados em mobilidade interna na 1ª prioridade e os QE/QA na 2ª. Não concorda?

      Eliminar
    3. Bom, estou a responder como anónimo, mas é por caso e identifico-me: sou mesmo eu, a pessoa a quem pergunta, apesar de não ser nem nunca ter sido legislador. Sinceramente, não me recordo. Mas sei que, em 22017, no Concurso Interno, concorri na 2ª prioridade, apesar de que antes concorria na 1ª. Os concursos como são e as divisões que existem na carreira desembocam, é claro, numa relativa salgalhada em que há sempre contentes e descontentes. Aliás, sem ponta de cinismo, é igualzinho a tudo o que acontece no mundo do sapiens. Fazer concursos anuais, como a Fenprof sempre insiste em fazer, parecer-me-ia um forte retrocesso. A Fenprof não acerta em todas. Bom,parece-me que a opção conhecida ao que atualmente ocorre seria a contratação local.E aí, sim, é que estou certo de que se geraria um descontentamento enorme, justo (por comparação) e, creio bem, sem retorno à vista...

      Eliminar
    4. Lamento as gralhas no texto anterior. Estou com um teclado do pior...

      Eliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  5. Um QE (22h) em situação de permuta com um QZP (22h) tem de concorrer?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também tenho essa dúvida.Deve também ser alvo de informação no aviso de abertura e/ ou nova portaria. A do ano passado falava é possibilidade de ser concretizada após o concurso interno e antes da mobilidade, se ambos estivessem de acordo.

      Eliminar
  6. Boa tarde! Depois de ler a primeira resposta dada fiquei sem perceber se os QE/QA sem componente lectiva na escola de origem e destacados noutra escola por mobilidade ,também deverão concorrer?
    Piedade Santos

    ResponderEliminar
  7. Considero que a melhor solução para este problema seria colocar administrativamente os docentes que não foram corretamente colocados. É que se este concurso for avante vai prejudicar ainda mais docentes que organizaram as suas vidas na esperança de que fossem 4 anos...foi um grande balde de aguá fria para mim que estou adorar dar aulas na escola onde estou e vou ter de ir embora...e triste...

    ResponderEliminar
  8. Eu sou docente de QA e no concurso anterior não ultrapassei ninguém. Estou em MI na escola que quero. E repito que não ultrapassei ninguém. Agora com este novo concurso não vou conseguir ficar na escola onde estou. Antes da mobilidade interna há o concurso extraordinário onde vincularão muitos professores, e no meu caso, posso já dizer que dificilmente ficarei onde estou. Os docentes do concurso extraordinário ficam na 1ª prioridade para a MI e os de QA na segunda! Eu sei que há colegas que vão vincular e que vão querer ficar escola onde eu estou. Por isso, não digam que quem ficou bem colocado no ano passado, e sem ultrapassar ninguém, como é o meu caso, ficará na mesma escola. Não se lembraram deste facto, e eu não vou concorrer nas mesmas condições em que concorri no ano anterior. Professores com "dias" na carreira vão ficar no meu lugar com este novo concurso. As prioridades estão trocadas!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tal como referi anteriormente: com o sistema atual há de haver sempre justiças e injustiças, contentamentos e descontentamentos. E eu não saberia como aperfeiçoá-lo/alterá-lo de forma a limar todas as arestas. Parece que no ME também ninguém sabe... Mas, apesar das elevadas expectativas de alguns, a montanha, como estava bem de ver, terá parido um rato. Em conclusão: as mesmas ou outras, vai continuar a haver injustiças e, entretanto, todo o sistema quase paralisa e lá vai mais de um concurso de mobilidade interna extraordinário, contrariando a possibilidade de um pouco de estabilidade nas escolas e na vida dos professores. Muito obrigado, PC, PEV, BE, PSD e CDS.

      Eliminar
  9. Os professores efetivos nas Ilhas poderão concorrer a estes concursos?

    ResponderEliminar
  10. Creio que na resposta à primeira pergunta, a Secretaria Alexandra Leitão não deu a resposta correta. Irão concorrer os qzp, os QA sem componente letiva na sua escola de origem e também os QA que voluntariamente queiram transitar de agrupamento, concorrendo em 3a prioridade, como tem vindo a acontecer, pois está prevista essa possibilidade na redação dada pelo DL 28/2017.

    ResponderEliminar
  11. Nunca percebi porque carga de água um QA concorre depois dum QZP?
    Manuela

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Porque já teve oportunidades de concorrer na 1ª prioridade....
      e agora concorre na 2ª...

      Eliminar