terça-feira, 8 de junho de 2010

A injustiça dos arredondamentos...

No Diário de Notícias a 08/06/2010: "O Ministério da Educação (ME) deu o dia de ontem às escolas para colocarem a avaliação dos professores na plataforma informática. A plataforma tem sido contestada pelos sindicatos e pela classe, por arredondar as classificações, criando assim desigualdades entre os docentes. Sendo um dos argumentos apresentados nos vários processos em tribunal que opõem sindicatos ao ME.
(...)
O DN contactou alguns directores de escolas que confessaram, sob anonimato, não terem introduzido as avaliações no sistema e que ontem também não o conseguiram fazer. O uso desta plataforma não era obrigatório, até este despacho o decretar.

A Fenprof defende que as escolas começaram por não usar o sistema "por razões de rigor". Em comunicado, o sindicato explica ainda que o instrumento do ME "era impreciso e arredondava as classificações".

O arredondamento das classificações é um dos factores de "desigualdades", apontados pelos professores. Anabela Delgado, dirigente da Fenprof, explica como funciona o sistema informático. "Dois professores no intervalo do Bom, um com 7,4 e outro com 7,5 viram arredondadas as classificações, respectivamente, para 7 (mantendo o Bom) e para 8 (passando a ter Muito Bom e uma bonificação no concurso)", exemplifica a dirigente da Fenprof. Ou seja, a plataforma informática do ME "faz com que uns professores sejam prejudicados e outros beneficiados", acrescenta Lucinda Manuela, da FNE.(...)"

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Este tipo de arredondamentos é na realidade uma aberração que tanto prejudica como beneficia. Ora vejam lá a escala da avaliação e retirem conclusões:

Excelente — de 9 a 10 valores;
Muito bom — de 8 a 8,9 valores;
Bom — de 6,5 a 7,9 valores;
Regular — de 5 a 6,4 valores;
Insuficiente — de 1 a 4,9 valores

Espero mesmo que a FENPROF consiga ganhar esta situação em tribunal, pois não são só os arredondamentos, os pontos de injustiça que rodeiam o modelo de avaliação do desempenho docente. Uma situação, que como todos sabem, não é um problema apenas dos colegas contratados.
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26 comentários:

  1. A palhaçada e a trapalhada é de tal ordem que, se não fosse tão grave quanto é para nó, seria risível.

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  2. Pois Ricardo não é só problema dos Prfs Contratados, no entanto esta questão vai passando ao lado de muitos colegas do quadro. Quando chegar a hora tudo muda de figura...

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  3. As actas que não atam nem destam...

    http://educar.wordpress.com/2010/06/08/amigos-se-for-necessario-eu-empresto-lhes-o-meu-multifuncoes/

    Agora também estou curiosa para saber se a intuição do Advogado acertou.

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  4. Mas que belo argumento!
    "O uso desta plataforma não era obrigatório, até este despacho o decretar."
    Se o ME a fez foi para quê?
    Quem mandou os senhores directores inventar e não a utilizar?
    Foi o rigor "matemático"! Enfim!
    Se todos os senhores directores a tivessem utilizado, a circunstância, ou justa ou injusta, era a mesma para toda a gente!
    Está visto, os senhores directores nasceram para ser mandados pelo ME e não para pensar!
    Um abraço.

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  5. Estou cansada desta insanidade que reina na educação ao ponto que isto chegou! Baixo... Mas muito baixo...

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  6. C.Pires
    Digamos que aquele meu ultimo comentário sobre questões jurídicas está relacionado com este teu ultimo comentário. Sabe, nas minhas "análises comportamentais" procuro "regras" e excepções às "regras". Muitas vezes aparentes coincidências não passam de "regras" ou da suas excepções.

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  7. Teoria da conspiração? ou verdade?


    http://raivaescondida.wordpress.com/2009/02/07/bras-denuncia-clube-bilderberg-em-portugalforcar-as-escolas-publicas-a-estupidificacao-dos-alunos-oriundos-de-meios-desfavorecidos/

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  8. Filipe aposto numa teoria da conspiração...

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  9. Filipe
    Tenho mais dois suspeitos. Maçonaria e Opus Dei

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  10. Procurem pelo último discurso de Kennedy... é arrepiante!

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  11. Já agora advogado e os Iluminati e as linhas de sangue...

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  12. O arredondamento não é de agora. A nota do meu curso também foi arredondada e os efeitos notavam-se na lista de graduação dos concursos. Por isso, também podemos dizer que houve injustiça.

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  13. Xadrez e Ensino

    http://www.dmat.uevora.pt/xadrez10/

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  14. Sei que o comentário não tem que ver com o tema da publicação, mas alguém me sabe dizer quando é que são publicadas as listas provisórias para o concurso 2010/2011? Li algures que era a 13 de Maio, mas onde é que isso já vai..

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  15. OraBem segundo percebi uma pessoa que tenha tido 8/Bom na sua avaliação de desempenho, terá muito Bom porque o 8 a isso o equivale?

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  16. Anónimo (como eu gosto de gente de cara tapada...) das 9:38

    É verdade o que diz e é também verdade que, pelo menos na minha altura existiram injustiças, até porque nem todas as médias eram arredondadas. Por exemplo, um xx,4 da universidade pública passava a xx,0, como creio que continua a passar, um xx,4 da Católica entrava para a lista de graduação exactamente como xx,4. Mas, primeiro, o facto de existirem estas injustiças que refiro não legitima outras, como facilmente se dará conta da falácia; segundo, relativamente aos arredondamentos das classificações das universidades públicas, todos nós conhecíamos previamente as regras do jogo (e aí reside uma diferença importante) e por isso vários de nós, antes de começarmos a leccionar, foram subir classificações de cadeiras para evitar o arredondamento por defeito (eu, por exemplo, fi-lo no último ano, seguindo o conselho da secretaria da minha própria faculdade, porque a minha média final era xx,45). Portanto, a analogia não é feliz.

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  17. C.Pires sobre esse arredondamento que não era efectuado na Católica, isso apenas acontecia nos Cursos de Letras nos primeiros anos. Depois passou a funcionar como nas públicas.

    Mas olhe que se calhar na Católica consegue ver zeros, uns, quatros, cincos,.. nas pautas. Dificilmente vê dezoitos e vintes. Enquanto que noutras....

    Eu falo do que sei e com a "cara" destapada. Com duas licenciaturas concluídas (Matemática e Informática) ambas de Ensino e....também existem tantas injustiças.

    Que dizem os que foram avaliados, seguindo e cumprindo todas as regras (independentemente de concordarem ou não com a avaliação)?

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  18. João,

    O que eu queria dizer é que as injustiças, sejam elas quais forem, são más, ponto, e há que ter cuidado com os argumentos: uma injustiça mesmo que grande não legitima outra. Também não quis dizer que apenas os colegas da pública fossem prejudicados pelo arredondamento, porque nos casos em que as médias eram arredondadas por excesso (por exemplo xx,5)quem ficava em prejuízo eram os colegas da católica que tendo exactamente a mesma média ficavam com menos 0,5. Quanto aos zeros, aos dezoitos e vintes, acho que será uma discussão que não nos levará a lado nenhum (mais uma injustiça, a das diferenças de critérios entre faculdades, que não legitima outras), mas ainda assim lhe digo que zeros, na minha faculdade, iam-se vendo poucos de facto, mas ainda assim alguns. Notas acima de 16, só o 17 muito excepcionalmente, porque a maioria dos professores das cadeiras de filsofia, que é o curso que conheço, defendia que 17-20 atribuído a um aluno seria defender que o aluno sabia tanto ou mais que o aluno. Disparates há-os por todo o lado.

    Quanto à questão da avaliação, vou manter-me coerente com aquilo que sempre defendi. É injusto incluí-la na graduação, ponto. É injusto considerar, para o que quer que seja, a avaliação resultante de todo este processo, ponto. O que deve defender quem foi avaliado com muito bom e excelente ou com o que quer que seja? O que deve defender quem foi avaliado e vê nisso uma excelente possibilidade de ultrapassar os colegas que não o foram pelas mais diversas razões? Não me cabe a mim dizer, mas à consciência de cada um. Mas não posso deixar de dizer que é muito triste que a esperança de ultrapassar uns tantos colegas, mesmo que por meio de uma injustiça, faça tantos mudar de opinião entre o antes e o agora. Se se é contra este modelo de avaliação e suas consequências, não percebo como é que se pode ao mesmo tempo defender o seu fim e a consideração da avaliação para efeitos de graduação. Mas sobre isto não direi mais nada.

    Só para concluir, dir-me-ão que tudo isto resulta do facto de eu estar no grupo dos que não foram avaliados (ou que foram avaliados administrativamente, por despacho, porque nem sequer puderam escolher se assim o queriam ser ou não) e que agora está em maus lençóis. Engano se assim pensam. Uma injustiça é-o, ponto. Estou cansada de titulares que deixam de ser contra a divisão da carreira depois de terem passado a titulares, de avaliados que deixam de ser contra a avaliação só porque isso os favorece, estou cansada da falta de sentido de justiça entre pares...

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  19. Nós não somos piranhas, nem hienas, nem abutres, pelo menos não o deveríamos ser, com o devido respeito por todas as espécies que partilham o planeta connosco. Somos pares e parceiros de uma profissão. Não consigo aceitar que tantos sorriam agora por detrás da moita, com a possibilidade de a avaliação os poder favorecer (ou melhor, poder prejudicar uns tantos).

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  20. Quando no próximo ano não houverem concursos, quando isto mudar de vez para as autarquias e escolas, quando passar tudo a privado,... aí os professores titulares (sim, que ainda o são) e os professores vão lembrar-se dos indivíduos (é assim que aparece nos concursos) que se fartam de falar destas coisas e às quais eles não ligam nenhuma.

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  21. Hoje (11-06-2010) o M.E gaba-se de as decisões dos tribunais lhe serem favoráveis, dizendo que esta "palhaçada" de avaliação conta para a graduação no concurso.

    Os "xicos-espertos" esfregam as mãos e milhares de professores são inteiramente prejudicados.

    Isto é o fim da ideia de educação e liberdade para todos.


    Isto é uma farsa.


    Só bebe o veneno quem quer.

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  22. http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/professores-avaliacao-conta-para-concurso


    Farsa!!

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  23. Já esta no Público também: http://www.publico.pt/Educação/avaliacao-de-desempenho-de-professores-vai-ser-incluida-na-graduacao-de-concursos_1441551

    FENPROF diz que não se pronuncia para já.

    Quanto ao ECD não me esqueci, Advogado. Pode ser então que a próxima semana nos traga novidades importantes.

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  24. Não se pronuncia, mas o que é certo é que o governo está a fazer um tremendo espectáculo com esta decisão dos tribunais.

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  25. Eu diria mais: Gabarolice.

    Este PS é sem dúvida Rei do Espectáculo e do Marketing.

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