terça-feira, 19 de junho de 2012

Grupos de "nível"

Escolas vão poder criar grupos de alunos com vista ao sucesso educativo

Comentário: Mais uma medida conhecida com a divulgação de um documento de prestação de contas ao fim de um ano de mandato (aqui), por parte do MEC. De acordo com o que pode ser lido na notícia, mas também no documento em questão:

"Possibilidade de constituição de grupos de alunos homogéneos quanto ao desempenho escolar por disciplina, para recuperação das dificuldades escolares e respeito pelo ritmo de aprendizagem. Estes grupos assumem um caráter transitório, devendo os alunos regressar à turma de origem logo que ultrapassadas as dificuldades. Servirão também para os alunos com melhores desempenhos escolares poderem elevar o seu potencial de aprendizagem".

E quanto à operacionalização desta medida? Como será efetivamente concretizada? No papel até parece bem, mas ainda espero para ver como é que isto vai acontecer, quando estamos perante cortes orçamentais (com todas as consequências que isso acarreta, em termos de números de horas disponibilizadas para os professores).

12 comentários:

  1. Parece-me ser o programa Fénix em ação!!! Mas só me parece...

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  2. Nas aulas de Educação Física, os alunos já são organizados por níveis de desempenho (aliás sempre foi uma prática comum fazê-lo), para rentabilizar melhor as aprendizagens.

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  3. Exactamente Alexandre! Os grupos de nivel homógeneos já à muito que são prática comum na educação fisica, apesar de haver alguns alturas que se promove a aprendizagem cooperativa através de grupos heterógeneos. Ou seja, uma verdadeira disciplina inclusiva que promove a aprendizagem cooperativa como mais nenhuma faz! Agora deixando de fazer parte da média e com a redução de tempos lectivos semanais vamos passar decerteza a potênciar ainda mais o individualismo,egoismo e menos a socialização e o trabalho cooperativo no qual tenho que trabalhar com os meus pares para atingir objectivos...

    Promovam-se mais matemáticos egoistas, anti-sociais e psicopatas...

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  4. Para o anónimo das 3:27

    Acho lamentável essa sua última afirmação. E, como tal, embora saiba que erro, vou responder-lhe na mesma moeda.
    Todos sabemos o quão difícil é a tarefa de um professor do seu grupo, a pressão dos testes intermédios/exames nacionais, o ter de se actualizar periodicamente a nível de programas informáticos para poder dar aulas, as imensas reclamações que recebem no final de cada período lectivo derivadas das classificações etc...
    Está no seu direito de defender os seus interesses, no entanto, fica-lhe muito mal esse tipo de argumentação egoísta, anti-social e porventura psicópata...
    Já que se trata de "uma disciplina inclusiva que promove a aprendizagem cooperativa como mais nenhuma faz" talvez fosse boa ideia promover, no seu caso, o ensino da nossa língua materna...

    (mais uma vez peço desculpa por este comentário)

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  5. Ao anónimo que se faz exemplo (EF) recomendo a inclusão num grupo de nível muito baixo a Língua Portuguesa. Aí aprenderá a acentuar e a usar o verbo haver.

    Haja contenção no que aqui se escreve e tenha-se algum respeito pelos autores deste blogue! Estes sim, dignos professores: ponderados, informados e com espírito crítico.

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  6. Esse anónimo de EF é um burro.

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  7. Estive numa escola onde se tentava operacionalizar algo parecido com o programa Félix, os ninhos, etc Ora, sabem qual é um dos maiores problemas para a sua implementação? A falta de salas! Se o professor "coadjuvante", caso haja dinheiro para lhe pagar, quiser dar a sua aula ao seu ninho fora da sala da aula da turma mãe, não o pode fazer! Ou melhor, pode! Qualquer vãozinho de escada serve.

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  8. Como operacionalizar?
    Os zecos disponibilizam um tempinho à noite, de preferência à borlix. (ou em regime de voluntariado, como agora se diz)

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  9. em 2010/2011 estive num projeto turma mais que funcionava exatamente assim e em muitas disciplinas (no ano anterior, em todas) e a verdade é que resulta, quer para os melhores, quer para os piores que sendo em menor número estão mais controlados e têm mais acompanhamento. este ano letivo o projeto desapareceu por falta de verba, essencialmente, para pagar aos professores extra, mas, na minha opinião, o facto de a verba ser mal distribuida (usada para se fazerem visitas de estudo a custo zero para todos os alunos do projeto, entre outras coisas) também não terá ajudado...
    é um excelente projeto, isso sem dúvida.

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  10. Já tinha ouvido falar em projetos "Turma mais" em anos anteriores. Acredito que havendo dinheiro e espaço, tudo funciona muito bem. Mas... não estamos numa época de falta de verbas? Deve vir por aí uma daquelas contas de "Fazer mais com menos" e depois resulta numa grande bos**.

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  11. Assim se promove a inclusão... Bons num lado, maus no outro...ricos num lado pobres no outros...brancos num lado,pretos no outro...

    É a orientação ministrial arcaica que temos tido.

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  12. Os projectos que resultam num lado podem não resultar noutro se, em lugar da vontade e empenho profissional dos docentes,as metodologias forem impostas e a filosofia de base não for compreendida. Volto a dizer que muitas destas respostas milagrosas não resolvem os problemas de base:valorização e respeito pelos professores e pelo conhecimento que detêm; condições para trabalhar; apoios adequados às problemáticas dos alunos. Não tenho dúvidas que estas turmas mais, podem dar resultado para os bons alunos em termos de aprendizagem, mas darão em termos de formação humana? Quem disse que o mundo é uniforme/homogéneo? Quem disse que uma criança incapaz intelectualmente, não o é humanamente e não tem nada para ensinar? Quem disse que os bons alunos não progridem a auxiliar os menos bons?

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