terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Legitimação dos avaliadores passa por alterações na gestão escolar.

Num post anterior analisei alguns dos elementos da proposta do Ministério da Educação para o modelo de avaliação do desempenho docente. Classifiquei, na altura, a passagem da responsabilidade principal de avaliação da direcção das escolas para o Conselho Pedagógico (CP), de bastante positiva. Na altura fui chamado à atenção por alguns colegas, que muitos dos elementos do CP são nomeados pelo director. Foi uma boa chamada de atenção. Na realidade esta alteração proposta pelo ME só será realmente positiva se o actual modelo de gestão escolar também sofrer alterações.

E neste ponto, a FENPROF está atenta (JN de 08/11/2009):

"A Fenprof (...) propõe ao ME que os membros do Conselho Pedagógico passem a ser eleitos em vez de nomeados pelo director. A medida implicaria mexidas no diploma da gestão escolar. A Federação concorda com a proposta feita pela tutela de transferir a avaliação para esse órgão; o problema, explicou Mário Nogueira ao JN, é que com o actual modelo de gestão o processo ficará demasiado centralizado no director - que também assume a presidência do Conselho, nomeia os membros do órgão e coordenadores de departamento.

O objectivo é que a eleição contribua para a "legitimação" dos avaliadores, defende Nogueira. Também o Fenei/Sindep defende a eleição ou escolha por "concurso com base no currículo" dos membros do Conselho. Para Carlos Chagas, todos esses docentes devem ter formação especializada para se candidatarem ao órgão."


Criticar quando necessário... Elogiar quando merecido... Admitir erros quando eles realmente existem... Amanhã já deveremos ter mais novidades.

3 comentários:

  1. Pois é a gestão escolar é uma face obscura com nomeações sem critério que colocam pessoas sem perfil pessoal e profissional em lugares de decisão. A ADD não pode estar refém deste processo nubloso.

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  2. É extremamente complicado separar as diversas vertentes negociais! A estrutura da carreira e o modelo de avaliação obrigam a "mudanças" no modelo de gestão escolar, se queremos realmente corrigir os "defeitos" introduzidos na "máquina" educativa, pela anterior "administração".

    Este "tema" também deveria ser incluido a curto prazo nas negociações... É notório que até ao final deste ano será mesmo impossível conseguir negociar tudo.

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  3. Ora aí está o âmago da questão! Tudo, T U D O, só pode mudar se a gestão das escolas mudar. Se no modelo anterior já havia feudos, agora há verdadeiros guetos dos quais não é possível sair sem sequelas. E, acreditem, há por aí muitos directores que fazem corar de vergonha a cosa nostra. Comparados com alguns directores são meninos de coro.............

    Neste Natal, o meu pedido ao Menino Jesus:
    Põe no sapatinho de todas as escolas liberdade e democracia.

    E também faço o mesmo pedido ao senhor da Lapónia.

    E termino com uma oração...
    Menino Jesus,
    que estás nas palhinhas,
    lembra-te dos professores
    e das criancinhas!

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