segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Reformas no Ensino Básico em Portugal elogiadas pela OCDE(?).

No sítio da RTP a 26/01/2009: "Um relatório da OCDE elogia as reformas do Governo de José Sócrates no Ensino Básico. O primeiro-ministro, visivelmente satisfeito com os elogios, aproveitou-os para criticar os partidos de Oposição.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresentou hoje publicamente o seu relatório sobre a política educativa para o primeiro ciclo (2005-2008) em Portugal.

No relatório, a organização internacional elogiou as reformas introduzidas pelo Governo no Ensino Básico como o encerramento das “pequenas e ineficazes escola do primeiro ciclo” e a “oferta de escola a tempo inteiro”, mas ao mesmo tempo recomenda ao Executivo a necessidade de proceder ao enriquecimento curricular.
(...)
A OCDE refere no seu estudo que as reformas que o Governo socialista encetou em 2005 "reflectem uma visão política clara e um elevado nível de conhecimento estratégico", bem como uma "resposta corajosa e imaginativa" aos desafios do sistema educativo que não produzia os "resultados necessários".

Dessas reformas encetadas pelo Executivo de José Sócrates resultaram efeitos que são qualificados de positivos pela organização internacional que aponta como exemplo “o excelente modelo de formação contínua dos professores”, a que acresce, no seu ponto de vista, a presença de formadores de professores nos agrupamentos de escolas.

Outro resultado reputado de positivo pelos técnicos da OCDE foi a alteração das regras para a escolha dos directores dos agrupamentos.
(...)
Mas nem todas as considerações tecidas no relatório são abonatórias, havendo algumas recomendações que a OCDE faz ao Governo português no sentido de melhorar o sistema de ensino básico em Portugal.

O facto de na maioria das escolas o enriquecimento curricular se desenvolver em plena sala de aula e usar-se sistemas que são dirigidos por professores semelhantes aos que são usados nas matérias curriculares nucleares e fundamentais do programa de ensino é qualificado pela OCDE como um grande inconveniente que deverá merecer uma alteração.
(...)
O relatório defende a avaliação interna dos processos educativos mas realça a necessidade de complementar essa avaliação com uma avaliação externa. (...)"

Ver Artigo Completo (RTP)

------------------------
Comentário: Do ponto de vista económico, o encerramento das tais escolas "pequenas e ineficazes" até pode ter sido um sucesso, mas esqueceram-se das deslocações diárias de vários quilómetros que alguns alunos estarão a ser sujeitados, para que possam frequentar as escolas maiores e supostamente mais eficazes. Relativamente à "formação contínua dos professores", tenho de admitir que o modelo para mim não resultou. Em todas as formações que frequentei não aprendi absolutamente nada. Há muito que não existe verdadeira formação científico-pedagógica. Foi tal a minha desilusão com estas formações, que conjugada com a necessidade de actualização científica, acabei por enveredar por outros percursos de nível superior. E não terei sido o único...

De salientar também que deve ter existido uma falha de comunicação com os órgãos de comunicação social, pois (e conforme se pode ler no sítio do Ministério da Educação) para além deste estudo ter sido encomendado pelo próprio Ministério da Educação, o único "dedo" que tem da OCDE, é a metodologia e abordagem. O relatório foi elaborado por uma equipa internacional dirigida pelo professor Peter Mathews, consultor em educação e docente convidado do Instituto de Educação da Universidade de Londres. A não ser que seja outra OCDE, que eu desconheço...
-------------------------

Sem comentários:

Enviar um comentário