quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Reunião no Ministério da Educação termina sem acordo.

No Público a 11/12/2008: "A reunião desta tarde com a ministra da Educação terminou a reunião sem acordo quanto ao futuro do actual modelo de avaliação, pelo que a Plataforma Sindical mantém a greve geral agendada para 19 de Janeiro. Ainda assim, as duas partes voltam a reunir-se na próxima semana, num encontro em que será debatido o Estatuto da Carreira Docente, anunciou Mário Nogueira.
(...)
No final da reunião, o porta-voz da Plataforma Sindical garantiu que o desacordo com a ministra nesta questão foi “absoluto”, uma vez que a tutela “não aceitou um único item da proposta trazida pelos sindicatos”.

Assim sendo, anunciou, a Plataforma vai pôr a circular nas escolas, “a partir de amanhã”, uma petição em defesa da suspensão, para ser entregue ao Ministério no próximo dia 22. “Esperamos que dezenas e dezenas de milhares de professores a assinem”, declarou Mário Nogueira, acrescentando que, perante a falta de entendimento, foi decidido manter a greve geral agendada para19 de Janeiro, que será antecedida, no dia 13, por “uma jornada nacional de reflexão nas escolas”."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Obviamente que a intenção do Ministério da Educação não era negociar. Esta conclusão já há muito que era previsível. A não aprovação - a pedido da ministra - do "simplex 2" pelo Conselho de Ministros e a reunião com a Plataforma Sindical apenas foram show off, para opinião pública ver. Nada mais do que isso...

E se dúvidas restassem, basta ver alguns dos pontos essenciais da estratégia ministerial. Ora vejamos:

(a) Emails enviados para professores e PCE´s, pela DGRHE / ME;
(b) Pressões feitas pelas DRE´s, a PCE´s e coordenadores de departamento;
(c) Declarações de "notáveis" e "dinossauros" do PS;
(d) Aplicação informática para introdução de objectivos individuais;

(e) Documentos enviados hoje para as escolas, relativos à avaliação - e que podem ser lidos aqui (Redução do número de avaliados por avaliador); aqui(Clarificação da aplicação de quotas na avaliação de desempenho docente) e acolá (Clarificação da delegação de competências de avaliador);

(f) Ameaças implícitas e explícitas de membros do governo;
(g) Inflitração nos principais blogues de professores, com recurso a insultos e difamação.

Para além disso, é quase uma certeza que os órgãos de gestão das escolas irão continuar a ser pressionados (agora, mais do que nunca) para que a avaliação do desempenho dos docentes avance rapidamente.

Temos que mudar de estratégia. Provavelmente uma estratégia que passe por intervir ao nível da escola e não a nível nacional. O governo já foi claro, no que concerne a recuos e a negociações. Só mesmo alguém extremamente crédulo e mal informado acreditaria que o Ministério da Educação iria deixar cair este modelo.
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