No Público - Artigo de Opinião - de 14/07/2008: "Milagres há poucos e desde o milagre das rosas que não víamos nada assim: o país que ainda há dois anos apresentava estatísticas miseráveis nas notas do exame nacional de 12º ano de Matemática A, consegue uma recuperação fantástica e aumenta a média nacional de 7,3 para 12,5 valores. As taxas de reprovação passaram de 29% em 2006 para apenas 7% em 2008.
Não há dúvidas que este Governo consegue milagres na educação. (...)
Acredito que alunos e professores se tenham esforçado muito, mas no passado isso também acontecia. O que é que é diferente? É que o facilitismo dos exames do 12º ano, reconhecido maciçamente por alunos e professores, conduziu à subida generalizada das notas. Ou seja, é como se tivéssemos atribuído um bónus a cada aluno. Como as notas param em 20 valores, todos beneficiaram, com excepção dos alunos muito bons. Alunos que se esforçaram menos ao longo do ano conseguem obter resultados semelhantes aos dos alunos que trabalharam arduamente. E estes últimos sentem-se defraudados.
(...)Na Universidade os alunos não conseguem resultados razoáveis, pois o nível de conhecimentos é desajustado da sua nota de admissão. O Ministério da Educação melhora as estatísticas e passa o problema para as Universidades. Serão estas que terão que lidar com o insucesso dos alunos que o exame de 12º ano deixou de filtrar.
No futuro, será inevitável que as melhores Universidades se associem para, em conjunto, estabelecerem mecanismos alternativos de selecção dos seus alunos."
Ver Artigo Completo (Público)
Não há dúvidas que este Governo consegue milagres na educação. (...)
Acredito que alunos e professores se tenham esforçado muito, mas no passado isso também acontecia. O que é que é diferente? É que o facilitismo dos exames do 12º ano, reconhecido maciçamente por alunos e professores, conduziu à subida generalizada das notas. Ou seja, é como se tivéssemos atribuído um bónus a cada aluno. Como as notas param em 20 valores, todos beneficiaram, com excepção dos alunos muito bons. Alunos que se esforçaram menos ao longo do ano conseguem obter resultados semelhantes aos dos alunos que trabalharam arduamente. E estes últimos sentem-se defraudados.
(...)Na Universidade os alunos não conseguem resultados razoáveis, pois o nível de conhecimentos é desajustado da sua nota de admissão. O Ministério da Educação melhora as estatísticas e passa o problema para as Universidades. Serão estas que terão que lidar com o insucesso dos alunos que o exame de 12º ano deixou de filtrar.
No futuro, será inevitável que as melhores Universidades se associem para, em conjunto, estabelecerem mecanismos alternativos de selecção dos seus alunos."
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Comentário: Em primeiro lugar, quero esclarecer, que ao contrário do que por aí se diz (ainda hoje o li, num jornal diário), os professores não ficam tristes com o sucesso dos seus alunos. Ficam felizes com o real sucesso, não com o sucesso insuflado por exames de reduzida dificuldade. Como este artigo de opinião refere, e muito bem, este sucesso prejudica claramente os alunos empenhados. O que inevitávelmente conduz à desmotivação e ao laxismo.
O "passar da batata quente" para as instituições de ensino superior, é uma realidade. Uma realidade que não pode ser atenuada com o Tratado de Bolonha e não poderá ser solucionada com mais facilitismo ao nível "superior". Bem... Poder, até pode, mas não devia. A continuar no poder (nas próximas eleições legislativas), presumo que esta será a próxima fase reformista (ao nível da educação) do governo PS. Não se esqueçam que para além da actual facilidade nos exames e no ensino "regular", ainda temos as "Novas Oportunidades" e os actuais "exames ad-hoc", que injectam mais uns quantos alunos com fraca formação, nas Universidades e Politécnicos.
As instituições de ensino superior, terão mesmo que arranjar estratégias de selecção, se estiverem REALMENTE interessadas em formar jovens capazes (ou com mais possibilidades - ao nível da formação) de enfrentar o futuro. Mas aqui reside O problema. Estas instituições vivem do número de alunos que possuem, o que poderá ser um "ponto fraco" para o governo pressionar.
O "passar da batata quente" para as instituições de ensino superior, é uma realidade. Uma realidade que não pode ser atenuada com o Tratado de Bolonha e não poderá ser solucionada com mais facilitismo ao nível "superior". Bem... Poder, até pode, mas não devia. A continuar no poder (nas próximas eleições legislativas), presumo que esta será a próxima fase reformista (ao nível da educação) do governo PS. Não se esqueçam que para além da actual facilidade nos exames e no ensino "regular", ainda temos as "Novas Oportunidades" e os actuais "exames ad-hoc", que injectam mais uns quantos alunos com fraca formação, nas Universidades e Politécnicos.
As instituições de ensino superior, terão mesmo que arranjar estratégias de selecção, se estiverem REALMENTE interessadas em formar jovens capazes (ou com mais possibilidades - ao nível da formação) de enfrentar o futuro. Mas aqui reside O problema. Estas instituições vivem do número de alunos que possuem, o que poderá ser um "ponto fraco" para o governo pressionar.
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