sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nem de propósito...

No Diário de Notícias a 22/01/2010: "Professores dizem que passam quase 15% do tempo de aulas a manter a ordem entre os alunos das suas turmas.

Apesar de os professores portugueses darem, em média, mais horas de aula do que os colegas de outros países da União Europeia, o aproveitamento deste tempo acaba por não ser o melhor.

De acordo com o relatório "Talis", de 2009 - um inquérito da OCDE junto de professores e direcções escolares de vários países -, os docentes nacionais estão entre os que mais se queixam do tempo perdido a manter a ordem ou em tarefas administrativas.

Segundo as respostas recolhidas, os professores nacionais só conseguem dedicar cerca de 75% do tempo de aula ao "ensino e aprendizagem". A manutenção da ordem na sala de aula ocupa 15% do tempo, ficando o restante reservado a outras tarefas.

De uma lista de 23 países - em que a Bulgária, com 87% do tempo dedicado ao ensino, é o mais eficaz -, Portugal figura em antepenúltimo lugar, apenas à frente da Islândia, da Malásia, do México e do Brasil. A média "Talis" ronda os 80% de eficácia das aulas. Ao nível das questões disciplinares, só o Brasil revela mais dificuldades.

No mesmo relatório, os portugueses surgem também abaixo da média no que respeita ao grau de satisfação obtido pela profissão que desempenham."

Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)

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Comentário: Nem de propósito... Andamos a discutir neste post a importância da redução da duração dos tempos lectivos e agora apareceu um estudo com alguns elementos interessantes e que vêm confirmar aquilo que os colegas têm defendido. A diminuição da duração dos tempos lectivos (para quem possa estar confuso, estou a referir-me aos 90 minutos) poderá diminuir muita da indisciplina. Para já nem falar nas aulas de 45 minutos que, na prática se traduzem (e com "sorte") a 30 minutos de aula efectiva. A proposta defendida pelos comentadores da casa é o retorno aos "clássicos" 60 minutos, e pessoalmente acho que só teríamos vantagens em retornar aos "velhos tempos" (nesta situação em particular).

Só mais uma nota: Numa altura de intensas negociações (horários dos professores, estatuto dos alunos, etc.) a imprensa nacional está a apostar de forma clara e inequívoca em trazer os diversos estudos (encomendados ou não) feitos por instituições internacionais em anos anteriores. E não será muito complicado ver a diferente forma como diferentes orgãos de comunicação social abordam um mesmo estudo.
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3 comentários:

  1. 15% do tempo a mandar calar e a chamar à atenção?

    Na melhor das hipóteses, diria eu...

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  2. Na escola onde trabalho, tenho tido muitos alunos emigrantes, sobretudo da Suiça e alguns da Alemanha.

    Fizeram lá parte da escolaridade e regressam, normalmente para o 10ºano. Quando lhes perguntamos o que pensam do sistema de ensino, referem, de imediato a indisciplina e a falta de postura e de trabalho na sala dos nossos alunos. Dizem que certas atitudes seriam impossíveis na escola suiça ou alemã. Dizem que os alunos lá quando entram na escola é para aprender e obedecer...e mais ... dizem que não percebem como alguns professores portugueses admitem certas atitudes por parte dos alunos....(o que me deixa a pensar!!!)"Lá não é assim..." dizem eles...curioso???? Talvez não!

    Ana

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  3. Nos velhos tempos não eram aulas de 60m, eram aulas de 50m. E este, sim, seria o tempo ideal!
    AP

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