A colega C. Pires colocou esta questão algures neste blogue (não me recordo do post). Copiei-a para a minha base de dados de questões, como faço sempre que pretendo responder ou analisar um tema. Este pareceu-me demasiado importante para manter ao nível dos comentários e como ainda não tinhamos discutido este tema aqui, optei por publicitá-lo para fazermos uma análise da proposta. Assim:
"Um assunto que me parece importante debater proximamente e que cruza a questão dos nossos horários com as reformas curriculares do básico e (?) do secundário, é a questão da duração dos tempos lectivos. Defendo que a duração actual de grande parte das aulas (90') é pedagogicamente ineficaz e um forte contributo para a indisciplina dentro da sala de aula. Acredito que uma redução de 15/20' seria benéfica. A minha experiência (que se reduz ao trabalho com alunos de secundário) mostra-me que, especialmente os rapazes, mesmo quando falamos de alunos motivados e de aulas teórico-práticas, revelam grande dificuldade em manter-se concentrados durante os actuais 90'. (...)"
Qual a vossa opinião sobre este tema?
"Um assunto que me parece importante debater proximamente e que cruza a questão dos nossos horários com as reformas curriculares do básico e (?) do secundário, é a questão da duração dos tempos lectivos. Defendo que a duração actual de grande parte das aulas (90') é pedagogicamente ineficaz e um forte contributo para a indisciplina dentro da sala de aula. Acredito que uma redução de 15/20' seria benéfica. A minha experiência (que se reduz ao trabalho com alunos de secundário) mostra-me que, especialmente os rapazes, mesmo quando falamos de alunos motivados e de aulas teórico-práticas, revelam grande dificuldade em manter-se concentrados durante os actuais 90'. (...)"
Qual a vossa opinião sobre este tema?
voltemos às aulas de 50 minutos
ResponderEliminarSou prof. do 2º ciclo de inglês e considero que as aulas de 90 min são as mais rentáveis.
ResponderEliminarConcordo com a C.Pires na questão da dificuldade de concentração, pelo que a redução da duração dos tempos lectivos, na minha opinião seria benéfica.
ResponderEliminarOutra questão que considero importante são os períodos de intervalo existentes, na perspectiva dos alunos, revelam-se insuficientes e/ou mal distribuídos. O facto de haver um intervalo maior faz com que todos decidam ir ao mesmo tempo fazer as mesmas coisas, por exemplo ir ao bar ou a casa de banho. No intervalo curto, quase não têm tempo para nada. Resumindo, onde está afinal o período de convívio social e de grupo para que possam saltar, conversar...distrair, fazer aquilo que lhes é próprio da idade!? Pois...quase não há. Logo onde será que naturalmente o vão tentar fazer?
Pelos motivos apresentados e outros defendo que tempos lectivos mais curtos para a concentração, e naturalmente um sistema de intervalos semelhante ao que existia anteriormente que permitem o convívio, o desgaste de energias nos intervalos, bem como a liberdade de decidir em qual intervalo fazer o quê.
A minha opinião é que as aulas deviasm ser de 60m (1hora). Assim também se evitavam os cálculos desnecessários quando se trata de CEF's EFAS etc.
ResponderEliminar60 minutos agrada-me.
ResponderEliminarConcordo com os 60 minutos...
ResponderEliminarPartilho da opinião da colega CPires e da argumentação do JedWar... Seria interessante também saber o que é que os sindicatos têm reservado (ou não) para este tema.
ResponderEliminarA este respeito (tempo de duração das aulas/ intervalos) dava jeito uma daquelas comparações sempre tão prontas, por parte de quem nos governa, entre o nosso sistema de ensino e outros. Desconheço como é a realidade em outros países, mas creio que seria interessante conhecer, comparar e debater. Compreendo que os 60' são a proposta que mais simplificaria a estruturação dos nossos horários, mas creio que 70/75' seria um tempo óptimo de aula. Falei na concentração e nas suas consequências a curto prazo no post que o Ricardo teve a amabilidade de divulgar, mas acho que há outros aspectos que devemos, enquanto sociedade, começar a ponderar. Parece-me que o sistema nacional de saúde pagará muito caro a médio e longo prazo a actual duração/distribuição de aula/intervalo: os alunos estão em imobilidade tempo demasiado (em cadeiras e secretárias que não têm em atenção aspectos ergonómicos e as diferenças de estatura) e alimentam-se terrivelmente mal ao longo do dia, não apenas porque existem hoje aspectos culturais que favorecem essa tendência, mas porque, como aqui já foi dito, os intervalos não estão pensados na perspectiva do bem-estar físico e psicológico dos alunos. Gostaria muito de saber o que especialistas de outras áreas pensam sobre isto, do mesmo modo que gostaria de conhecer a opinião dos sindicatos. Gostaria muito que se começasse a reflectir seriamente num conjunto de questões que permitiriam, não de forma nenhuma resolver, não sou ingénua, mas tão simplesmente contribuir para a solução do problema da disciplina e da forma como os nossos alunos encaram a escola e as aulas.
ResponderEliminar*problema da indisciplina (em princípio a disciplina não é problem ;))
ResponderEliminarTentemos enquadrar os 90 minutos de aula e o consequente decréscimo de atenção/concentração/rendimento em Projectos Educativos que dizem coisas do tipo "privilegiar as disciplinas teóricas da parte da manhã, pois são as que necessitam de mais atenção/concentração"...
ResponderEliminarAlguém me consegue explicar se a alegada "maior necessidade de atenção/concentração" de umas disciplinas em relação a outras é intrínseca a essas mesmas disciplinas? Quem já viu um pintor conseguir pintar um quadro com uma postura totalmente desatenta e desconcentrada? Quem já viu uma orquestra a conseguir tocar na maior das confusões, sem ligar peva ao Maestro? Quem já viu Jogos Olímpicos em que os desportistas fizessem tudo de cabeça no ar?
Ficaria muito grata a quem me conseguisse provar, de preferência fundamentando-se em estudos científicos, que para aprender Música não é preciso estar atento ou concentrado.
Portanto, se a necessidade de concentração não é intrínseca, poder-se-á alegar que determinadas disciplinas "necessitam de maior concentração" porque são disciplinas nucleares, que acompanham todo o Ensino Básico e, por esse motivo, será benéfico que sejam leccionadas nas horas do dia em que os alunos de encontram mais "frescos"...
Neste caso, a conversa é outra e não a considero discriminatória. A minha disciplina, no ensino regular, não é uma disciplina nuclear. Sê-lo-á no Ensino Artístico :-)
Porém, será justificável que uns colegas apanhem sempre os alunos quando estes rendem mais e que outros "fiquem com os restos"? É que o esforço do professor e o rendimento dos alunos não são os mesmos...
Por esta e por outras razões, concordo com o regresso aos 60 minutos e defendo a existência de intervalos em que os alunos tenham tempo para comer, respirar, ir à casa-de-banho, descontrair...
Olá!
ResponderEliminarNão Concordo! Penso que as aulas de 90´são muito rentáveis e mais, se se reduzisse o tempo de aula os alunos seriam obrigados a permanecer mais tempo na escola. Neste momento é possível fazer horários muito bons para os alunos devido principalmente às aulas de 90´.
Mike
ResponderEliminarOs nossos alunos estão muito longe de terem horários muito bons, por variadíssimas razões, mas também pelo facto aqui discutido.
Os exemplos de horários pedagogicamente criminosos são muitos. Dou-lhe um. Trata-se de uma das minhas turmas de 11.º ano, ciências e tecnologias, maioritariamente constituída por rapazes, com exames nacionais no final do ano às disciplinas de geometria descritiva e de físico-química. À sexta-feira o horário da turma é o que se segue: 08h00-09h30, Português; 09h45-11h15, Geometria; 11h30-13h00, Filosofia; 15h00-16h30, Ed. Física; 16h45-18h15, Físico-Química.
Os horários serão muito bons se comparados com o número de disciplinas dos currículos, a dimensão dos Programas (alguém que se deleite com a extensão do Programa de História B, por exemplo), também ela, na maioria dos casos, muito discutível, e, no caso dos amis novos, os horários dos EE e a necessidade destes de terem quem lhes vigie os filhos. Olhando para os horários do básico, para a distribuição semanal de disciplinas como a história ou olhando para os horários dos meus alunos de secundário que, em muitos casos, passam todo o dia enfiados em salas de aula, não consigo perceber sob que perspectiva os horários são muito bons, desculpe.
Se fizerem as contas relativamente ao exemplo que apresento acima, constatarão que estes alunos passam 10h15' na escola (08h00-18h15), 07h30 delas em aulas. Todas as turmas da minha escola (uma escola secundária com uma centena de turmas e mais de 2.000 alunos) têm no seu horário pelo menos dois dias idênticos a este. Algum dos colegas chegará vivo ao final do dia depois de 5 X 90' de aulas? Se isto são bons horários...
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