Comentário: E como começar a análise desta notícia?! Humm... Já sei... Vamos fazer a leitura do primeiro parágrafo do artigo:
"Órgão consultivo do Ministério da Educação diz que retenção dos alunos sai demasiado cara ao Estado, pode provocar "problemas emocionais" nos alunos e não é eficaz."
Esclarecidos?! Não?
Então vamos à fonte (ou seja, à recomendação em si), pois a leitura torna-se ainda mais interessante. Seguem dois exemplos para ilustrar o espírito da "coisa":
1) "(...) a retenção potencia comportamentos indisciplinados, fruto de uma baixa autoestima, desenquadramento em relação à turma de acolhimento (...)".
2) "(...) a retenção poderá constituir-se, ela própria, como uma medida facilitadora e despicienda, uma vez que, na maioria dos casos, não traz qualquer esforço acrescido por parte dos alunos, ou mesmo das escolas, que se limitam a cumprir, uma vez mais, o mesmo plano de estudos. Ao invés desta, a transição responsável de alunos com baixo rendimento escolar acarreta uma maior exigência, uma vez que pressupõe, por parte de todos os intervenientes, um esforço acrescido no desenvolvimento de estratégias e medidas de apoio e reforço das aprendizagens".
Obviamente que a leitura desta recomendação por parte de alguém que não esteja no sistema de ensino público português poderá ser interpretada como uma situação nova... Eventualmente facilitista e causadora de alguma estranheza.
Pessoalmente, se somar a minha experiência em CEF´s, Profissionais e Vocacionais com a hiperburocracia essencial para atribuir nível inferior a 3 a um aluno de básico, não me parece que estejamos perante uma novidade ou sequer uma inversão daquilo que foi iniciado por Maria de Lurdes Reis Rodrigues. A linha de pensamento da justiça do "chumbo" ou da tentativa de disciplinar os alunos (algo que parece ter caído em desuso) parece realmente em extinção.
Curiosamente, cresci num ambiente de retenções onde as asneiras eram castigadas (por vezes, fisicamente) e admito não ter qualquer trauma desse tempo. Provavelmente tive sorte...
Nota: se quiserem ler a versão integral da recomendação do CNE, cliquem aqui.
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