sábado, 7 de setembro de 2013

Entrevista com Nuno Crato

No sítio do Correio da Manhã (aqui) é possível ler uma entrevista bem recente com Nuno Crato. Como a mesma se encontra dividida por 7 páginas, opto por transcrevê-la apenas as partes que considero mais relevantes.

"Pode garantir que o terceiro ano letivo do seu mandato vai arrancar com tranquilidade?
Sim, vamos ter um arranque de ano letivo tranquilo. O primeiro foi dificil porque tomámos posse com a máquina já em andamento, o segundo correu bastante bem, foi dos mais bem preparados, como os diretores de escolas reconheceram, graças ao trabalho de professores, directores e responsáveis do Ministério da Educação e Ciência (MEC). Este ano passa-se o mesmo. Preparámos e estamos a preparar o ano com muito cuidado.

Mas os professores contratados ainda não foram colocados…
Serão colocados no seu essencial na próxima semana para as aulas começarem. E depois ainda haverá colocações de professores para substituições. Este ano houve concurso quadrienal, uma operação complexa que envolve mais de 100 mil professores, correu bem, estão colocados muitos docentes. Agora estamos na fase seguinte de colocação.


Que novidades haverá este ano lectivo?
Introduzimos no ano passado um conjunto de incentivos às escolas que consiste na atribuição de créditos horários, de recursos humanos adicionais para acompanhamento especial aos alunos. Como é evidente as escolas gostam sempre de ter mais recursos à disposição. Estes incentivos são introduzidos com base nos resultados das escolas na avaliação externa, na progressão dos resultados escolares e na comparação entre avaliação externa e interna. Este ano vamos dar 2800 horas, que corresponde a 129 professores, mais quatro do que o ano passado. E o mais importante é que em 2/3 das escolas onde houve alterações significativas, estas foram para melhor.

(...)

No sistema global vai haver redução de professores contratados?
É natural que aconteça, que haja uma redução do número de professores contratados. Estamos numa situação demográfica complicada e as nossas previsões apontam para que nos próximos cinco anos haja 40 mil alunos a menos no sistema, mesmo com o aumento da escolaridade obrigatória, e isso significa um decréscimo de necessidades. O contribuinte português não compreenderia que fizéssemos mais contratações do que as estritamente necessárias para que o sistema funcione bem.

Mas a redução verificada no número de professores nestes dois anos do seu mandato foi muito superior ao que essa redução de alunos justificaria. Admite que tomou medidas que conduziram a esse desfecho devido às restrições financeiras?
Tomámos uma série de medidas necessárias para melhor controlo do sistema. Hoje temos um sistema que controla de forma mais apertada os horários que são criados, as necessidades reais das escolas. Este aspeto de racionalização do sistema é fundamental. A redução de contratações deriva de haver menos alunos nas escolas. Mas além disso, nós temos feito um trabalho mais rigoroso de verificação das necessidades reais, e o contribuinte português não compreenderia que fizéssemos de outra forma. Faremos as contratações necessárias ao bom funcionamento das escolas e só essas.

(...)

Anda na rua tranquilo?
Sim e por vezes sou interpelado por professores, para me fazerem perguntas, darem sugestões, uma vez ou outra para fazerem uma ou outra crítica, e também para me darem informações sobre o que se passa nas escolas, ouvir a minha opinião e darem a deles. A maioria das vezes que sou interpelado na rua por professores é uma interpelação positiva.

Mas é responsável por cerca de 20 mil professores terem deixado de ser contratados. Tem a consciência tranquila, sente que cumpriu apenas o seu dever?
Não faço essas contas. As contas que faço é: o que é que a escola precisa para melhorar? O que é que a escola precisa como recursos? Essa é que é a exigência do país. Não é que o MEC esteja preocupado com outra coisa que não seja o futuro dos alunos, a educação dos alunos. E a exigência do país é também que se faça uma utilização racional dos recursos.

Mas quando olha para a situação de professores contratados 10, 20 anos, a receber mil euros, com a casa às costas, sempre em risco de perder o emprego…
É uma situação humana preocupante. E a situação que se vive no nosso país é grave, gravíssima e obriga a sacrifícios de muitos portugueses. É algo que me preocupa e entristece e não gostaria que o nosso país estivesse a passar por isto.

(...)

Voltando aos professores contratados, qual o objectivo da introdução de uma prova de avaliação? 
Não houve acordo com os sindicatos o que me entristeceu, porque vejo esta prova como uma valorização da profissão docente. A prova vai começar este ano lectivo e tenho esperança que vá mudar muito a formação de professores nos próximos anos. Vai dar um sinal de exigência à formação de professores, vai obrigar as escolas de formação de professores a repensarem alguns aspectos.

Faz sentido professores que dão aulas há 15 anos serem submetidos a essa prova? 
A prova será feita por todos e os professores não devem ter medo da prova porque na sua maioria são profissionais competentes e dedicados. Exceptuando casos que espero que não existam de deficiências gravíssimas na gramática, aritmética e de cultura geral, a prova destina-se a que sejam aprovados os que têm capacidade. E em paralelo com esta prova, estamos a trabalhar na revisão das habilitações para docência. O decreto-lei das habilitações para a docência está a ser revisto e espero brevemente levar uma proposta a Conselho de Ministros, para que seja introduzida maior exigência no conjunto de conhecimentos que os professores de cada área específica têm que ter. Os professores são um fator essencial para o sucesso do ensino e quanto melhor forem melhor será o nosso ensino. São medidas com custos pequenos e com efeito muito positivo no futuro da educação em Portugal. 

Podem ser também introduzidas provas para professores do quadro? 
Não, os professores de carreira têm o seu lugar e não vai haver provas para eles. Mas para os que não pertencem ao quadro haverá provas para todos eles.(...)"

24 comentários:

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  2. Ainda estou em dúvida se esta entrevista é um melhor momento de humor do que a apresentação da lista do candidato à câmara de "coiso"! Para compor todo o aparato era oferecer um nariz vermelho a quem comprasse o jornal e comprovasse a paradisíaca profissão. Assim já não tinha dúvidas.

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  3. Não li a entrevista na íntegra mas seria uma pena não perguntarem ao nosso ministro que dada a escassez de alunos por que motivo se continua a financiar o ensino privado? Ou querem convencer a opinião pública que na atual conjuntura há mais alunos no privado do que no público?!

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  4. "Mas quando olha para a situação de professores contratados 10, 20 anos, a receber mil euros, com a casa às costas, sempre em risco de perder o emprego…

    É uma situação humana preocupante. E a situação que se vive no nosso país é grave, gravíssima e obriga a sacrifícios de muitos portugueses. É algo que me preocupa e entristece e não gostaria que o nosso país estivesse a passar por isto."

    A resposta a esta pergunta diz tudo sobre o calibre deste homem. O cinismo é um dos traços da sua personalidade pérfida!

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  5. É abordado na rua por professores e "é uma interpelação positiva"?! ahahahahahah
    Piada gira!...

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  6. Um dos motivos que me levou a escolher a via ensino foi precisamente o modo como eram colocados os professores, sem cunhas. Para se trabalhar em empresas, bancos, seguros já é diferente, há cunhas e por vezes discriminacao se se trata de mulher...basta ninguém fazer a prova ignorar o crápula que é isso que ele nos tem feito.

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  7. Dia 29 hora de se manifestar em silêncio e de forma eficaz. VOTEM EM TODOS MENOS NO PSD E PS. A forma mais civilizada de se manifestar são as eleições e não as manifestacoes na rua, isso já deu frutos noutro tempo onde nao havia liberdade nem eleições.

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  8. Não tenho palavras para exprimir a repugnância que sinto por esse indivíduo... Ele é que devia fazer uma prova!

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  9. concordo dia 29 é a hora de mostrar...

    não é medo,mas muito injusto para os profs que têm servido o sistema.

    a união dos profs é urgente.

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  10. Ele afirmou que os do quadro não teriam de fazer a prova, eu não acredito. Os contratados serão as cobaias se assim o permitirem e chegará aos efetivos porque aqui não se trata de uma questão de avaliação pois os professores principalmente os contratados todos os anos dão prova disso, tiveram aulas assistidas, etc, trata se de uma questão de colocar na rua os professores. Também vão fazer provas especiais para professores com deficiência?Esses devem entrar todos como se viu neste último concurso. Enfim...tristeza de país...desculpem esses colegas não os quis ofender, simplesmente há regras que não têm nenhum cabimento.

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  11. Vão rever as habilitações para a docência?! O Ricardo Montes faz ideia do que estão a preparar? Terá alguma coisa a ver com a falta de alunos nas universidades e, consequentemente, com alguns professores universitários que estão a ficar sem emprego?

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  12. Os professores contratados nunca tiveram umas férias descansadas e agora ainda os querem pôr a fazer provas na interrupção letiva...sinceramente. ..é de morrer a rir. ..Quem achar esta prova justa que a faça.Quem comprou a licenciatura que a faça.EU NÃO!

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  13. Peço desculpa... Só consigo dizer q este Crato é um grande FDP!

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  14. Pois é? concordo plenamente com tudo que este ministro está a implementar.

    contratar só mesmo o estritamente necessário e mesmo assim não necessitava contratar nenhum, devia sim despedir uns milhares que estão a mais

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  15. Prescilia vai chatear outros noutra freguesia !

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  16. Se houver, de facto, colegas do quadro a leccionar disciplinas para as quais não têm habilitação profissional (para fugirem aos horários 0), retirando, assim, horários aos colegas contratados profisionalizados e com experiência nessas disciplinas, então, que moralidade tem o Mec para nos exigir esta prova em nome da qualidade do ensino? Estamos a ser governados por loucos para quem as pessoas não passam de números e estatísticas.

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  17. Num ensino superior politécnico público que já anunciava doutoramentos, em parcerias com universidades, o panorama da habilitação dos seus docentes é elucidativo, pelo menos, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral do Ensino Superior, “Análise de todos os Docentes em 2008 por Categoria”, INDEZ2008, reportados a 31 de Dezembro de 2008, num universo de 8.181 docentes, no ensino superior politécnico, 35 tinham habilitação ignorada e os demais a seguinte habilitação: - 49 décimo segundo ano ou menos; - 30 Curso de Especialização Tecnológica; - 111 Bacharelato; - 2.796 Licenciatura; - 73 Pós-Graduação; - 3.602 Mestrado; - 1.485 Doutoramento.

    Segundo dados da mesma Direcção-Geral, o REBIDES, no ano lectivo 2011/12, no ensino superior politécnico público num universo de 10.284 docentes, 104 têm habilitação não especificada, e os demais a seguinte habilitação: - 66 Bacharelato; - 3. 390 Licenciatura; - 4.255 Mestrado; - 2. 496 Doutoramento.

    Ou seja, mais de 75% dos docentes do ensino superior politécnico público nem sequer são doutorados.

    Acresce que, de 31.12.2008 até ao ano lectivo 2011/12, o n.º de docentes do ensino superior politécnico público aumentou cerca de 26%.

    Não obstante, ser sabido que o n.º de alunos no ensino superior politécnico há muito que tem vindo a decrescer…

    A menor qualificação académica dos docentes do ensino politécnico público - em que mais de 75% dos docentes não são doutorados – mas que auferem remunerações equivalentes às dos docentes universitários, independentemente do grau académico de que sejam titulares, ou mesmo de serem titulares de um grau académico – radica no facto de no ensino superior politécnico público não ser necessário que sejam mais qualificados academicamente para ministrarem a sua oferta educativa de Licenciaturas, Mestrados e Doutoramentos.

    Ainda que alguns Mestrados – e os Doutoramentos – sejam omissos da oferta educativa divulgada no site da Direcção-Geral de Ensino Superior.

    Enfim, é a FOLGOZA.

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  18. No dia 24 Maio de 2013 o Sr. Ministro da Educação, Prof. Nuno Crato, inaugurou as instalações da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, que ministra Doutoramentos.

    Não podia, mas passou a poder ministrar Doutoramentos em parceria com Universidades. Nos idos de 2005, em que as instalações ora inauguradas estavam orçadas em cerca de 6,4 milhões de euros, o Doutoramento em Metodologia de Investigação no Desporto e no Exercício, em pareceria com a Universidade de Leida. Agora, quando têm manifesta dificuldade em explicitar o custo da obra, o Doutoramento em Ciências do Desporto, em parceria com a Universidade da Madeira.

    De estarrecer um penhasco o custo de 13,5 milhões de euros da obra, anunciado na sua inauguração. Quando, no ano de 2011, aquando da posse da Directora desta Escola, sua Subdirectora desde 2006, esta obra já ascendia a 18 milhões de euros.

    http://www.oribatejo.pt/15-anos-depois-a-escola-de-desporto-de-rio-maior-chegou-a-casa-videos/
    http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=6382e7ef-a6b4-40e8-90fb-2d05e4de0a32
    http://www.youtube.com/watch?v=_epZTM5R1Io
    http://www.publico.pt/educacao/noticia/rio-maior-concurso-para-construir-escola-superior-de-desporto-vai-ser-lancado-1218539
    http://www.oribatejo.pt/esdrm-com-doutoramento-em-ciencias-do-desporto/
    http://www.esdrm.pt/Ensino/Doutoramento/CD/Index.html
    http://videos.sapo.ao/Z8RBcTU8gvd36nQeTpMf
    http://noticiasdoribatejo.blogs.sapo.pt/1250528.html
    http://semanal.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=587&id=75308&idSeccao=8151&Action=noticia

    Nos Ciclos de Estudos Autorizados, constantes do site da DGES, não só não consta o Doutoramento em Ciências do Desporto da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, em parceria com a Universidade da Madeira - anunciado no site desta Escola, em página actualizada em 30.1.2013 - como também não consta nenhum Doutoramento em parceria com Politécnicos. Apenas constando: - Doutoramentos em parcerias entre Universidades.

    Acresce que o próprio Doutoramento em Ciências de Desporto, de Universidade da Madeira, mencionado no n.º 67 dessa listagem da DGES, porque não acreditado devia ter sido descontinuado…

    Se no motor de busca pesquisarem:

    Anexo Técnico nVI –UMa – IPS.tif – GPC – Universidade da Madeira

    Vão encontrar um ficheiro PDF, que encerra um documento que ficará para a história do ensino superior – PÚBLICO - e nessa medida, caso nele tenham interesse, aconselho que façam a sua impressão, enquanto está disponível. Documento este, que nos permite perscrutar o modus operandi seguido para o Doutoramento em Ciências do Desporto, da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, em parceria com a Universidade da Madeira. E, com alguma ironia, atentos os “vice-versas” em voga no ensino superior público português, concluir até que lhes é muito mais fácil ministrarem um Doutoramento do que uma Licenciatura.

    O entusiasmo, orgulho e apoio que a Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém, suscita ao Sr. Ministro da Educação, Prof. Nuno Crato, é partilhado por sucessivos titulares do Ministério com a Tutela do Ensino Superior, nomeadamente, pela Sr.ª Prof.ª Maria da Graça Carvalho, titular da pasta do Ensino Superior nos XV e XVI Governos Constitucionais, como resulta da vibrante intervenção da mesma Senhora, no dia 24 de Maio de 2013, na inauguração das instalações da Escola Superior de Desporto de Rio Maior:

    http://www.gracacarvalho.eu/xms/files/ACTIVIDADE_EM_PORTUGAL/OUTRAS_ACTIVIDADES/2013/5_24-05-2013_IP_Santarem/Speech_final_site.pdf


    Não obstante, quiçá tenha havido uma crise neste Governo de que nós não sabemos…
    Vejam:
    http://www.dges.mctes.pt/NR/rdonlyres/A5D453D1-2F67-4980-9ED1-D5505CA3B27E/6873/Esclarecimento2.pdf



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  19. No Distrito de Santarém coexistem 2 Institutos Politécnicos - o de Santarém e o de Tomar.

    Segundo os dados divulgados pela DGES, reportados a 31/12/2009, INDEZ2009, o Instituto Politécnico de Santarém, com 318 docentes, tem mais docentes do que a Universidade da Madeira. Inversa é a qualificação académica dos copos docentes, registando o Instituto Politécnico da Santarém 57 doutorados e a Universidade da Madeira, com 222 docentes, 131 doutorados.

    A remuneração auferida, em 2009, pelos funcionários (docentes e não docentes), remunerados pelo Orçamento de Estado, na Universidade da Madeira foi de 10,3 milhões de euros e no Instituto Politécnico de Santarém de 11,2 milhões de euros.

    Padrão idêntico de funcionamento regista o Instituto Politécnico de Tomar que, com 248 docentes, averba 37 doutorados e em que a remuneração auferida, em 2009, pelos funcionários foi de 10,6 milhões de euros.

    Em suma, no Distrito de Santarém o ensino superior politécnico público, em 31/12/2009, somava 566 docentes dos quais 94 doutorados, e dispendeu do Orçamento de Estado, no ano de 2009, com remunerações a funcionários, 21,8 milhões de euros.

    Ou seja, em 2009, no Distrito de Santarém com 2 Institutos Politécnicos o Orçamento de Estado em remunerações a funcionários despendeu mais do que despenderia com DUAS Universidades equivalentes à Universidade da Madeira…

    Ou, dito ainda de outro modo, quase tanto quanto os 28,4 milhões de euros gastos, em 2009, do Orçamento de Estado com remunerações a funcionários pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que em 31/12/2009 registava 530 docentes - dos quais 350 doutorados.

    O índíce de (in)satisfação da procura no acesso ao ensino superior, que afere o rácio entre o número de preferências em 1ª opção e o número de vagas disponíveis, em 2000 e 2009 decaiu no Instituto Politécnico da Santarém de 0,82 para 0,46, e no Instituto Politécnico de Tomar de 0,92 para 0,29 (Tabela 43, página 73, “DEZ ANOS DE ENSINO SUPERIOR: 2000-2009”, DGES, Junho de 2010).

    Em 2011, o resultado da 1.ª fase de candidatura ao ensino superior nos Institutos Politécnicos de Santarém e de Tomar não foi propriamente uma surpresa: 25 cursos tiveram menos de 10 alunos.

    Nem mesmo que 2 cursos tenham tido 0 alunos; 1 curso, 1 aluno; 9 cursos 2 alunos…

    Nem ainda que 75 por cento das vagas, nesta 1ª fase, tenham ficado por preencher no Instituto Politécnico de Tomar.

    Aliás, em 2010, nesta mesma 1.ª fase, estes dois Institutos Politécnicos tiveram 4 cursos com 0 candidatos, 3 cursos com 1 candidato, 4 cursos com 2 candidatos, 3 cursos com 3 candidatos, 5 cursos com 4 candidatos, 2 cursos com 5 candidatos, 1 curso com 6 candidatos, 4 cursos com 7 candidatos e 2 cursos com 9 candidatos. O que perfaz 28 cursos (em regime diurno e pós-laboral) com menos de 10 candidatos.

    Não surpreendeu pois a posição adoptada pelo Presidente do Instituto Politécnico de Tomar, Sr. Prof. Eugénio de Almeida, “…que a ligeira redução do número de alunos não coloca em causa o funcionamento da instituição, nem sequer nos deixa desconfortáveis.” (O Ribatejo, edição de 22/9/2011, artigo “Instituto Politécnico de Tomar 500 vagas ficaram por preencher”, p. 5).

    Quando a oferta educativa do ensino superior politécnico público se traduz em licenciaturas, mestrados e doutoramentos, a distinção entre o ensino politécnico e o universitário radica na qualificação académica dos respectivos copos docentes, qualificação esta que necessariamente se reflecte no conhecimento produzido, transmitido e difundido pelas instituições de ensino superior a que esses corpos dão suporte, surpreende de alguma forma que o Ministro da Educação, Sr. Prof. Nuno Crato, esteja a asfixiar financeiramente Universidades públicas de referência, como as de Lisboa e de Coimbra, para manter o ensino superior politécnico público que não se qualificou academicamente e cuja procura é cada vez mais reduzida.

    Opção deste Governo. Aliás, já intuída com a inauguração, em 24/5/2013, pelo Sr. Ministro da Educação das instalações da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.


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  20. E o que dizer das despesas do ensino superior politécnico público tais como, a celebração do aniversário de uma Escola, integrada no Instituto Politécnico de Santarém, com um cruzeiro na barragem do Castelo do Bode, com almoço a bordo e transferes em autocarro ao cais de embarque, para docentes, funcionários e convidados, noticiada pelo jornal “O Mirante”, na sua edição de 18.12.2008, pág. 33, em artigo intitulado “Aniversário da Escola de Gestão celebrado em tom de discórdia”, e pelo Diário de Notícias, na sua edição de 19.12.2008, pág.13, em artigo intitulado “Um passeio à conta dos contribuintes”.

    Despesas estas, que não suscitaram um reparo por banda dos órgãos do Estado.

    Para os que, como eu, atribuem valor ao simbólico, a subsequente nomeação da Sr.ª Presidente do Instituto Politécnico, pelo Sr. Presidente da República, para a Comissão de Honra das Comemorações do 10 de Junho de 2009, na Cidade de Santarém, teve um significado político. Ademais, conforme noticiado, a Sr.ª Presidente do Instituto Politécnico também desfrutou deste cruzeiro idílico…

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  21. Conviria ao Ministério da Educação recuperar as afirmações do representante dos alunos do Instituto Politécnico de Santarém, na cerimónia de abertura do ano lectivo realizada em Outubro de 2010. Por essas (afirmações), somos levados a um universo impensável de férias não gozadas que se traduzem em rendimento; ou explicado de outro modo, nos lautos rendimentos que auferiram Professores aquando da sua reforma pelos dias de férias não gozados acumulados ao longo dos anos em que exerceram funções dirigentes.

    Assumindo que houve, em Portugal, Marajás (e não apenas na Índia, em tempos recuados) melhor fora que, em nome da equidade na aplicação dos dinheiros públicos mas também da satisfação das reais necessidades (imensas) do país, circunstâncias como estas não voltassem a acontecer.

    Mais, que o mesmo Ministério que supôs impor aos professores a devolução do dinheiro recebido em resultado de um erro na progressão na carreira, que não lhes era imputável, por maioria de razão, usasse de igual exigência com os Marajás e determinasse o reembolso de verbas por eles despendidas em extravagâncias, tais como, com um cruzeiro com almoço a bordo e transfer ao cais, ou com férias não gozadas que se traduzem em rendimento…

    http://videos.sapo.ao/dYgrN75qdYhQMMgy07Jg

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  22. Bom dia,

    Eu não sou professor mas a minha mulher é. E tenho muita pena de ela ainda estar numa situação de contratada.
    Mas no entanto concordo com a avaliação dos professores contratados e também devia de haver avaliação para os do quadro. Porque esses por vezes, pararam na evolução como pessoa tendo deficiências no que toca ao ensino.

    Mais uma coisa, a falta de cultura geral de duas pessoas que deixaram aqui um comentário é degradante. Dia 29 de Setembro são as eleições autárquicas. Esse VOTO é importante para quem tem interesse na evolução da sua terra de residência. Esse VOTO não irá influenciar na politicas praticadas pelo governo. Tenho pena nas pessoas que ainda não conseguem distinguir isso.
    Mas é o país que temos.

    Desejo boa sorte para todos os professores ainda aguardam pela colocação.

    Abraços.

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  23. Rever as habilitações...
    Finalmente. Já alguém viu o que se passa no grupo 430? É uma vergonha. Licenciados em Direito, Sociologia e afins a dar Contabilidade, Economia e Gestão.
    E no 1ºCiclo aqueles cursos fantásticos de Educação Física (variante 1ºciclo). Conheço alguns "futeboleiros" que o tiraram porque achavam que era jogar "à bola".
    Espero que seja bem feita e justa, mas o que está é uma vergonha...

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  24. Caro Sr. Mário, parece-me que o Sr. anda a dormir é claro que o voto de dia 29 faz toda a diferença, que outra forma temos de mostrar o nosso desagrado? Acredita realmente na impunidade e seriedade da maior parte destes candidatos? Parece-me que o país esta completamente minado ... cada vez mais prevalece a lei da cunha, do compadrio, do proveito próprio, ... .
    DIA 29 VOTO CONTRA E FELICITO QUEM O FIZER TAMBEM.

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