O número de tomadas de posição contra este modelo de Avaliação do Desempenho Docente (ADD) tem aumentado a conta-gotas... Sei também que dentro das escolas onde se pretende tomar uma posição no sentido da suspensão, ocorre resistência por parte de alguns colegas. E apenas ontem tive a oportunidade de compreender o porquê de tal resistência.
Não vou fazer juízos de valor, apenas tentar explicar o que realmente se passa na cabeça de alguns colegas. Começo por analisar os cinco principais pontos de resistência, que convém conhecer e compreender:
a) Os colegas contratados necessitam obrigatoriamente da avaliação para poderem concorrer. É obrigatório. A suspensão da avaliação implicará um repensar na legislação concursal e mesmo no Estatuto da Carreira Docente;
b) Existe uma bonificação na graduação advinda das classificações de topo, que será útil em termos concursais (para colegas contratados ou dos quadros);
c) Muitos professores encontram-se deslocados do seu local de residência e uma bonificação na graduação ajuda e muito à aproximação;
d) A obrigatoriedade das aulas observadas para aceder a alguns escalões da carreira docente é motivo de preocupação.
e) Temor pelo que poderá resultar da suspensão da avaliação, não a nível nacional (pois aí estaríamos em igualdade de circunstâncias), mas a nível de escola ou agrupamento;
Tendo referido os pontos de resistência, vamos ao raciocínio que alguns colegas fazem: Se o Ministério da Educação aceitar a suspensão da ADD a nível local (sim, porque eles poderão ser "mauzinhos" o suficiente para isso) apenas os colegas que assinaram a tomada de posição serão penalizados. Ou pior, mesmo não assinando, isso poderá "afectar-me" pois foi uma posição maioritária na escola ou agrupamento. Assim, se for contratado não poderei concorrer e se for do quadro não poderei progredir e perderei a hipótese de ser bonificado nos concursos.
Julgo ter compreendido bem o raciocínio... Não posso dizer que esteja em completo acordo com ele. Mas se for este o vosso caso ou a situação na vossa escola, pensem numa alternativa (que não é a que mais me agrada, no entanto, tem de ser posta em cima da mesa): Em vez de pedirem a suspensão do modelo, assumam na tomada de posição que discordam com este modelo de ADD e com as consequências negativas da sua aplicação (em questões concursais e de progressão), mas não "exijam" a suspensão. Não é uma mera questão de medo (se bem que alguns assim o possam entender), mas sim de cautela, e os resultados de uma tomada de posição deste "calibre" terá efeitos similares a uma tomada de posição a solicitar a suspensão.
Se isso vos deixar mais descansados, óptimo. A questão aqui não é travar a avaliação (até porque não temos poder para isso), mas sim mostrar uma posição de desagrado e discordância com este modelo. Para o bem e para o mal, os únicos que poderão travar, de uma forma eficaz, uniforme e sem injustiças locais (se realmente acharem que isso pode acontecer) são mesmo os sindicatos. E ao tomarmos esta posições de descontentamento, estaremos a reforçar os sindicatos e o seu poder negocial. Depois, é esperar que os sindicatos formulem iniciativas eficazes e mobilizadoras, e que não voltem a assinar "à pressa" acordos.
Perdoem-me se estiver a ser utópico, mas escrevi o que escrevi por julgar que existem argumentos que podem ser desmontados, ou pelo menos contornados, para que possamos retornar todos a uma essencial e extremamente necessária mobilização docente.
Não vou fazer juízos de valor, apenas tentar explicar o que realmente se passa na cabeça de alguns colegas. Começo por analisar os cinco principais pontos de resistência, que convém conhecer e compreender:
a) Os colegas contratados necessitam obrigatoriamente da avaliação para poderem concorrer. É obrigatório. A suspensão da avaliação implicará um repensar na legislação concursal e mesmo no Estatuto da Carreira Docente;
b) Existe uma bonificação na graduação advinda das classificações de topo, que será útil em termos concursais (para colegas contratados ou dos quadros);
c) Muitos professores encontram-se deslocados do seu local de residência e uma bonificação na graduação ajuda e muito à aproximação;
d) A obrigatoriedade das aulas observadas para aceder a alguns escalões da carreira docente é motivo de preocupação.
e) Temor pelo que poderá resultar da suspensão da avaliação, não a nível nacional (pois aí estaríamos em igualdade de circunstâncias), mas a nível de escola ou agrupamento;
Tendo referido os pontos de resistência, vamos ao raciocínio que alguns colegas fazem: Se o Ministério da Educação aceitar a suspensão da ADD a nível local (sim, porque eles poderão ser "mauzinhos" o suficiente para isso) apenas os colegas que assinaram a tomada de posição serão penalizados. Ou pior, mesmo não assinando, isso poderá "afectar-me" pois foi uma posição maioritária na escola ou agrupamento. Assim, se for contratado não poderei concorrer e se for do quadro não poderei progredir e perderei a hipótese de ser bonificado nos concursos.
Julgo ter compreendido bem o raciocínio... Não posso dizer que esteja em completo acordo com ele. Mas se for este o vosso caso ou a situação na vossa escola, pensem numa alternativa (que não é a que mais me agrada, no entanto, tem de ser posta em cima da mesa): Em vez de pedirem a suspensão do modelo, assumam na tomada de posição que discordam com este modelo de ADD e com as consequências negativas da sua aplicação (em questões concursais e de progressão), mas não "exijam" a suspensão. Não é uma mera questão de medo (se bem que alguns assim o possam entender), mas sim de cautela, e os resultados de uma tomada de posição deste "calibre" terá efeitos similares a uma tomada de posição a solicitar a suspensão.
Se isso vos deixar mais descansados, óptimo. A questão aqui não é travar a avaliação (até porque não temos poder para isso), mas sim mostrar uma posição de desagrado e discordância com este modelo. Para o bem e para o mal, os únicos que poderão travar, de uma forma eficaz, uniforme e sem injustiças locais (se realmente acharem que isso pode acontecer) são mesmo os sindicatos. E ao tomarmos esta posições de descontentamento, estaremos a reforçar os sindicatos e o seu poder negocial. Depois, é esperar que os sindicatos formulem iniciativas eficazes e mobilizadoras, e que não voltem a assinar "à pressa" acordos.
Perdoem-me se estiver a ser utópico, mas escrevi o que escrevi por julgar que existem argumentos que podem ser desmontados, ou pelo menos contornados, para que possamos retornar todos a uma essencial e extremamente necessária mobilização docente.
Realmente é de gabar a tua paciência. Ainda perdes tempo a pensar em estratégias de luta. Eu deixei-me disso. Perda de tempo pois ninguém se está a ralar com lutas.
ResponderEliminarÉ uma alternativa para os cobardes.
ResponderEliminarDiscordo.
ResponderEliminar:)
Os contratados, precisam da ADD como toda a gente, pq ela ´´e obrigatória para todos.
O que os contratados precisam, é do MB para escalar uns lugares nas listas de graduação.
Se o sistema, com o MB incluído na graduação, vai acabar por selecionar os que couberem nas quotas e fazer com que estes tenham um lamiré de serem colocados, isso é que já é outra coisa.
E a menos que o nosso ME se lembre, peregrinamente e de má-fé, de incluir a ADD em decurso ( 10-11) no concurso deste ano- o que me parece que muito contratado anda a rezar aos santinhos para que aconteça- atropelando o que está na lei há já uns anitos ( que só conta para o ano seguinte)- anda-se a lixar tudo em nome de um impossível concurso para quadros em 2012-2013 ( pq quem estiver no governo só se for atrasado mental é que abre vagas para quadros no ME nos próximos 3 ou 4 anos) ou para uma escalada no concurso de contratados em 2012, sendo que com o muito que há para fazer nos megas, na mexidela dos artigos 79 e na CNL ( e haveria tanto para fazer que, com jeitinho, poderiam contar-se pelos dedos das mãos os contratados já para 11-12), dizia eu, que com jeitinho, nem para MB vai haver lugar, mais tarde ou mais cedo.
E, essa coisa que se assinarem não sei quê, como é que é?
Mas afinal, são mesmo parvos? Ou a noção de liberdade e livre arbítrio na geração atrás da minha resume-se a ter saído à noite, ter dado umas quecas antes de casar e ter direitos nas uniões de facto?
Lamento dizer que uma certa argumentação-preocupação que transcreveste neste post me chocou. Pior, entristeceu e só espero que os meus filhos, que ser~~ao duas gerações após a que retrataste neste post, sejam feitos de outra cepa.
Desculpa o tom, mas é para o que está.
Maria P.
Nunca consegui conversar com ninguém, sendo agressivo ou rotulando atitudes dos colegas. Considero que existe receio e que esse receio pode e deve ser atenuado com um proposta alernativa de tomada de posição.
ResponderEliminaro mesmo "parvos" refere-se à canção dos Deolinda- pretendeu estabelecer um paralelismo entre a letra e o situacionismo.
ResponderEliminarnão foi um insulto gratuito.
Maria P.
o resto, considera uma posição alternativa.
ResponderEliminarMaria P.
A resposta não era para si, mas sim para o anónimo que escreveu antes de si.
ResponderEliminarQuanto ao conteúdo do seu comentário, concordo. O tom do mesmo, não me compete julgar. Talvez assim chame mais à atenção...
Ricardo, o princípio de não ser agressivo ou de rotular atitudes dos colegas devia ser uma preocupação de todos nós. Essa é uma característica que admiro em ti, a par com as alternativas que apresentas.
ResponderEliminarObrigada
Cristina