quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Estratégia furada?

No "Sol" a 14/10/2010: "A Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai amanhã ao Ministério da Educação, para perceber de que forma os cortes do PEC III vão afectar os professores. Mas avisa que só aceita ser recebida pela ministra.

«O compromisso foi assumido pela ministra e só ela é que pode responder por ele», explicou ao SOL o sindicalista Joaquim Páscoa, lembrando o acordo assinado em Janeiro entre Ministério e sindicatos, que permitiu pacificar o sector e fazer avançar a avaliação do desempenho.

«É uma questão política», frisa Páscoa, que explica ter sido esse motivo que levou a Fenprof a rejeitar a proposta inicial do Ministério de realizar uma reunião com o secretário de Estado.

«Quando pedimos uma reunião, a resposta que tivemos foi que o secretário de Estado estava disponível para nos receber. Mas é com a ministra que este assunto tem de ser tratado», diz.

Em causa está, acima de tudo, a promessa de Isabel Alçada de realizar um concurso extraordinário para admitir professores nos quadros em 2011.

As novas medidas de austeridade impossibilitam o cumprimento do prometido. Mas os sindicalistas querem perceber como pode o Governo dar o dito pelo não dito e já ameaçaram voltar a boicotar a avaliação do desempenho - que, sem possibilidades de progressão na carreira, deixa de ter efeitos práticos para os docentes.

«É neste contexto que a Fenprof se apresentará amanhã, dia 15 de Outubro, pelas 16 horas, no Ministério da Educação, para a reunião que solicitou e se encontra prevista para aquele dia e hora», anuncia a estrutura sindical num comunicado enviado às redacções.

Mas os sindicalistas são claros: «Se a Ministra da Educação não comparecer, então a Fenprof considerará desnecessária a reunião, razão por que não comparecerá na mesma»."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: Este é um daqueles artigos em que tenho de me controlar imenso para não imergir numa fúria anti-sindical, como tal, não me vou esticar muito em considerações ao show off sindical, mas existe um "pormenor" que não consigo deixar passar :

Boicotar a avaliação do desempenho porque sem possibilidades de progressão, deixam de existir efeitos práticos? Mas está tudo maluco?! Deixam de existir efeitos práticos?! Ai deixam? Pois... E quando tudo descongelar?! Será que alguns colegas não precisam de ter avaliação para efeitos de contratação? E os colegas contratados não são professores? E a bonificação nos concursos? É com este argumento que vão avançar?! Olhem para não me (ultra)"passar" já com isto, apenas vou deixar um link para um post onde já abordei este tema. Cliquem aqui.

Quero acreditar que a afirmação que me fez "disparar" tenha sido um erro de comunicação entre algum sindicalista e a jornalista que elaborou o artigo, mas depois de alguns emails que tenho recebido e comentários feitos neste blogue, começo a suspeitar que este será o argumento para a nova luta contra a avaliação.
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19 comentários:

  1. Esa malta para parva só lhe falta um gaijo de bigode a comandar as coisas!!!

    Ah, espera... Ups!!! XD

    Deixem mazé de fumar cenas maradas e façam o trabalho de casa antes de mandarem bojardas dessas na comunicação social... Deviam ter vergonha!!!

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  2. Ricardo,
    Podes fazer uma chamada de atenção para o outro post, aquele da leitura da Ana Silva?
    Obrigado


    O grande problema, Ricardo, é que o sindicatos, estão a pensar fazer o que muitos/alguns professores querem. Algo semelhante, mas com um maior risco, à questão dos OI e da ADD de há dois anos. E já sabemos no que deu. Estou curioso em ver as reacções a esta noticia.

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  3. É mazé o desejo p'la massa!!! ;)

    Voltar a dar aulas é que 'tá quieto... XD

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  4. Ricardo,
    posso garantir-te que não vale a pena passares-te.
    Só pode ter havido má interpretação e uma leitura errada da jornalista, porque nem a Fenprof, nem os sindicatos que a integram estão a pensar pedir que não haja avaliação.
    O que poderá estar em causa, e deverá ser discutido e analisado com os professores, é a pertinência de manter um modelo com o qual sempre discordámos, mas que foi aceite porque fazia parte de um pacote em que se enterrava a divisão da carreira e se permitia o acesso de todos ao índice mais elevado.
    Numa altura em que o governo denunciou o acordo, ao impedir qualquer progressão na carreira, não só no próximo ano, mas em mais alguns (muitos) que se seguirão, faz sentido exigir a simplificação do modelo, centrando todo o processo na auto-avaliação e reflexão crítica, e acabando com as menções de MB e EXC, cujo único efeito será a institucionalização de injustiças na seriação de contratados, uma vez que não servirá para progressões (não há), prémios (também não) nem para concursos de quadro que estão congelados ad eternum

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  5. A isto é que eu chamo um bom acordo...

    "O que poderá estar em causa, e deverá ser discutido e analisado com os professores, é a pertinência de manter um modelo com o qual sempre discordámos, mas que foi aceite porque fazia parte de um pacote em que se enterrava a divisão da carreira e se permitia o acesso de todos ao índice mais elevado."

    Da próxima vez perguntem aos professores se querem estes negócios, principalmente sem qualquer garantia de cumprimento.

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  6. E mais, com a troca de UM estrangulamento na carreira por DOIS!!!... Ainda ando a tentar perceber quem é que ficou a ganhar com a coisa, mas começo a ter umas desconfianças...

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Interpretação duvidosa da Imprensa? Não me parece. Se dúvidas houver basta conferir com a Declaração da FENPROF à Comunicação Social:

    "A FENPROF exige, desde já, que o regime de avaliação de desempenho que decorreu deste acordo seja imediatamente substituído por procedimentos que retirem às escolas toda a carga de trabalho burocrático que está a gerar e libertem os professores para o que é importante que façam no âmbito da sua actividade profissional. Esta exigência fundamenta-se no facto de ser destituída de sentido a manutenção de um regime de avaliação não formativo, apenas orientado para a progressão na carreira, no momento em que a mesma foi congelada. A FENPROF apela aos professores para que, nas suas escolas, aprovem posições que vão neste sentido:"

    A isto chamo eu argumento tiro no pé.

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  9. C.Pires e HZólio,
    Será que vocês acreditam que algum sindicato poderia armar-se em Marlon Brando, do «Padrinho», e fazer "uma proposta irrecusável" ao governo?
    Claro que podem sempre criticar e até recusar-se a lutar, ficando sentados quais nêsperas do poema, e esperar que um dia, algures no futuro longínquo, Sócrates, PCoelho, Seguro, ou alguém que não se adivinha, seja tão amigo dos professores que virá descongelar a carreira e contar estes anos que vão ser roubados, sem que os professores lutem por isso.
    Claro que também poderão sonhar que a bondade destes governantes vai levá-los a vincular professores e a acabar com a ignomínia dos contratos, sem que tenhamos que nos mexer.
    Bons sonhos, amigos.

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  10. C.Pires,
    se não fosses preconceituoso na leitura perceberias que se defende a avaliação formativa e protesta contra um modelo que não forma os professores e apenas tem um objectivo que não é realizável na conjuntura actual, visto que o tempo de serviço desde o congelamento até a um descongelamento que ninguém sabe quando ocorrerá vai desaparecer dos nossos processos individuais para efeito de progressão, da mesma forma que aconteceu com os 28 meses entre 2005 e 2007.
    Convém saber um pouco mais do que se passa no mundo quando nos metemos a criticar alguém.

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  11. fjsantos

    Primeiro, parece que anjinhos no famoso Acordo foram outros, não os profs que aqui comentam, nem sequer todos os demais que deram cara à luta...

    Segundo, limitei-me a questionar a sua afirmação de que tudo se resumia a um erro de interpretação da comunicação social.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. fjsantos, já dei para esse peditório...

    Os sindicatos ao assinarem um acordo que não é benéfico para a generalidade dos professores, traiu a confiança que os mesmos depositaram neles! Mas aí, nada de novo...

    Ainda vou mais longe, já tive a oportunidade, frente a frente, de questionar alguém que esteve presente nessa grande vitória que foi a asinatura do acordo... Como a questão era extremamente venenosa e de resposta complexa, respondeu, para a plateia, que não tinha lá estado, logo não sabia responder à questão colocada, mas que questionaria quem de direito...

    O desconforto é muito lá pelas hostes sindicais... ou talvez não!!!

    Contra factos não há argumentos!!!

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  14. Ricardo,

    Há outra questão relevante aqui num hipotético boicote à avaliação que é a questão do concurso de 2013 que, para já, AINDA não foi posto de parte, tal como não o foi toda a legislação que cruza avaliação e concursos. Mas isto sou eu a dizer, eu que não sei o que se passa no mundo segundo fjsantos.

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  15. Sabem o que é que aconteceu aos profs da RAM que seguiram o conselho de que não era necessário fazerem acções de formação em 2008 e 2009 porque já estavam admnistrativamente avaliados? Consultem a grelha de avaliação extraordinária que avalia agora em 2010 retroactivamente os professores da Região.

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  16. Pouco consistentes, esta malta sindical... Vão desenterrar o morto...
    Iremos ver o que daqui sai...

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