O Ramiro alega que o PEC III, ao impôr o congelamento das progressões "descalça" o propósito da avaliação do desempenho. Para rematar o seu raciocínio o nosso colega do ensino superior conclui este post da seguinte forma:
"Sendo assim, para quê manter o actual modelo de avaliação de desempenho em funcionamento? Se os resultados da avaliação não têm consequências para a progressão, para quê insistir numa coisa que só faz perder tempo, prejudica o trabalho colaborativo e envenena o ambiente nas escolas?
Por que razão, os sindicatos e os movimentos de professores não pegam nesta argumentação para forçarem o Governo a suspender também a avaliação de desempenho dos docentes pelo menos tanto tempo quanto durar o congelamento das progressões?"
Concordo em grande parte... Principalmente na caracterização que o Ramiro faz das consequências da aplicação deste modelo nas escolas. Mas existem dois pormenores que não podem ser descurados:
a) Nenhum professor, instituição sindical e mesmo o próprio governo consegue prever quando irá ocorrer o "descongelamento". Estamos neste momento a "terminar" (em Dezembro de 2011) um ciclo de avaliação, seguindo-se outro. Para quem não sabe, cada ciclo corresponde a dois anos lectivos, como tal, é necessário ter algum cuidado pois se pedirmos (agora) a suspensão deste modelo até ao "descongelamento", alguns colegas poderão não ter condições para obter qualquer menção qualitativa a tempo de progredir (quando "descongelarem"). É necessário ter cuidado com este pedido (que considero genuíno e bem intencionado) que parece ajudar, mas que poderá ser pernicioso. Agora parece que é um bom pedido, mas no futuro poderá ser negativo, principalmente se o governo se aproveitar disso...
b) Os resultados da avaliação não são apenas contabilizados para efeitos de progressão. Existe a variante concursal "bonificada" e obrigatória. Obrigatória para os colegas contratados e "bonificada" para todos aqueles (contratados e quadros) que querem ter a hipótese de ver a sua graduação aumentada com menções de topo (Muito Bom e Excelente). E se no caso dos contratados a avaliação é necessária para concorrer anualmente, no caso da "bonificação" (e agora apenas irei abranger os colegas dos quadros) ninguém sabe quando vão ocorrer novos concursos nacionais e existem muitos colegas dos quadros que pretendem concorrer nos próximos (?) concursos. Vamos imaginar que abrem concursos em 2012, sabem qual é a menção qualitativa considerada para tal, para os colegas dos quadros? A deste ciclo que termina... E se ocorrerem em 2013... A deste ciclo que termina... Se ocorrer suspensão da avaliação, sabem qual a menção qualitativa que releva? A do ciclo anterior...
Assim, mais do que a suspensão é importante tentar mudar o modelo de avaliação... Repensar as consequências da mesma em termos de concursos... Talvez algo provisório ou mesmo opcional. Diria mais, se no caso das consequências a nível das progressões poderemos optar por soluções intermédias, no caso da bonificação em termos de concursos, considero mesmo que se deveria lutar com mais afinco pela sua erradicação. Mas aí vem o maldito acordo assinado que atou as mãos aos sindicatos. Aliás, eles ataram-se a si próprios, o que torna qualquer iniciativa deste tipo num tremendo problema de coerência e de credibilidade. E para o bem e para o mal, os únicos com capacidade negocial são mesmo os sindicatos.
"Sendo assim, para quê manter o actual modelo de avaliação de desempenho em funcionamento? Se os resultados da avaliação não têm consequências para a progressão, para quê insistir numa coisa que só faz perder tempo, prejudica o trabalho colaborativo e envenena o ambiente nas escolas?
Por que razão, os sindicatos e os movimentos de professores não pegam nesta argumentação para forçarem o Governo a suspender também a avaliação de desempenho dos docentes pelo menos tanto tempo quanto durar o congelamento das progressões?"
Concordo em grande parte... Principalmente na caracterização que o Ramiro faz das consequências da aplicação deste modelo nas escolas. Mas existem dois pormenores que não podem ser descurados:
a) Nenhum professor, instituição sindical e mesmo o próprio governo consegue prever quando irá ocorrer o "descongelamento". Estamos neste momento a "terminar" (em Dezembro de 2011) um ciclo de avaliação, seguindo-se outro. Para quem não sabe, cada ciclo corresponde a dois anos lectivos, como tal, é necessário ter algum cuidado pois se pedirmos (agora) a suspensão deste modelo até ao "descongelamento", alguns colegas poderão não ter condições para obter qualquer menção qualitativa a tempo de progredir (quando "descongelarem"). É necessário ter cuidado com este pedido (que considero genuíno e bem intencionado) que parece ajudar, mas que poderá ser pernicioso. Agora parece que é um bom pedido, mas no futuro poderá ser negativo, principalmente se o governo se aproveitar disso...
b) Os resultados da avaliação não são apenas contabilizados para efeitos de progressão. Existe a variante concursal "bonificada" e obrigatória. Obrigatória para os colegas contratados e "bonificada" para todos aqueles (contratados e quadros) que querem ter a hipótese de ver a sua graduação aumentada com menções de topo (Muito Bom e Excelente). E se no caso dos contratados a avaliação é necessária para concorrer anualmente, no caso da "bonificação" (e agora apenas irei abranger os colegas dos quadros) ninguém sabe quando vão ocorrer novos concursos nacionais e existem muitos colegas dos quadros que pretendem concorrer nos próximos (?) concursos. Vamos imaginar que abrem concursos em 2012, sabem qual é a menção qualitativa considerada para tal, para os colegas dos quadros? A deste ciclo que termina... E se ocorrerem em 2013... A deste ciclo que termina... Se ocorrer suspensão da avaliação, sabem qual a menção qualitativa que releva? A do ciclo anterior...
Assim, mais do que a suspensão é importante tentar mudar o modelo de avaliação... Repensar as consequências da mesma em termos de concursos... Talvez algo provisório ou mesmo opcional. Diria mais, se no caso das consequências a nível das progressões poderemos optar por soluções intermédias, no caso da bonificação em termos de concursos, considero mesmo que se deveria lutar com mais afinco pela sua erradicação. Mas aí vem o maldito acordo assinado que atou as mãos aos sindicatos. Aliás, eles ataram-se a si próprios, o que torna qualquer iniciativa deste tipo num tremendo problema de coerência e de credibilidade. E para o bem e para o mal, os únicos com capacidade negocial são mesmo os sindicatos.
Gostaria de ver referida a situação dos professores (não titulares) do índice 245, que em 24 de Junho tinham mais de 4 anos e menos de 5 anos no respectivo índice.
ResponderEliminarEstes professores não beneficiaram de transição especial. Mas ao transitarem para a nova carreira já tinham o tempo de serviço previsto para o escalão (6º = 4 anos) pelo que em 1 de Julho deveriam ter transitado ao escalão seguinte (7º = 272).
Até ao momento nem a DGRHE nem as DRE deram qualquer resposta relativamente a estas situações.
Eu também tenho o tempo de serviço previsto para estar no final do 3º escalão e estou apenas no 2º..não sei quem foram os professores que beneficiaram com esta transição. Depois vêm jornalistas dizer que os professores passaram todos a ganhar mais!!!! Eu estava no antigo 5º escalão, ou seja, a meio da carreira, e agora estou no 2º da actual, já com o tempo previsto para estar no final do 3º!!!Não entendo quais foram os professores que passaram a ganhar mais..
ResponderEliminarEu mudo para o 3º escalão a 31 de dezembro de 2010, 0 director indiferiu o meu pedido de apreciação intercalar do desempenho, irei mudar só no final do ciclo de avaliação. Será que ainda mudo? ou sujeito-me aos congelamentos, que só têm início, segundo se ouve, no início de 2011?
ResponderEliminarA avaliação nestes moldes deve ser suspensa é muito injusta, devido às quotas, ao relator que se apanha, etc, etc,etc....
É ridiculo para quem quer fazer un trabalho sério sujeitar-se a ser avaliado em muito bom, tendo por base aulas observadas e um dossier com relatórios e matrizes de provas. Não são papéis, nem fantochadas que fazem bons professores. Um bom professor subressai sempre, transpira para fora da aula, ... Só quem é mau professor ganha com este tipo de avaliação, prepara duas tretas para duas aulas, prepara os alunos , como nas aulas assistidas dos estágios e já está. Se correr bem, aí temos um excelente professor.
Quem tem família, está sujeita a andar quase 200Km por dia, tem turmas enormes, vários níveis de ensino e, apesar de tudo, ainda tem brio pelo que faz, gosta dos alunos e sente que contribui para a sua formação enquanto indivíduos não tem tempo, nem pachorra para estas tretas e sente um desrespeito e um desânimo imenso.
Porque não nos juntamos novamente em Lisboa? Porque não voltarmos à luta? Sem sindicatos, os professores unidos outra vez?
ResponderEliminarA União já fez força. Vamos todos por melhores condições de trabalho, por mais respeito, por justiça na avaliação...
Acabaram os titulares, vêm aí os relatores... Isto só traz a lume o que de mais reles tem o ser humano e o quanto pode ser mau para com o seu semelhante. Abaixo os narizes empinados! Viva o respeito mútuo.
Não sei porquê mas apetece-me repetir o que sempre pensei...pronto!
ResponderEliminarAfinal a avaliação de desempenho não deveria ter/ser a componente que permitiria fazer de mim melhor professor? Claro ser avaliado pelo que sou, mas tentar fazer de mim melhor professor, ou pelo menos permitir descobrir onde melhorar...e ai entrar a formação continua...! (Lá estou eu a sonhar).
Bem sei, bem sei...lá estou a delirar...e que nada disso é realidade! Eu sei...
Esta que temos não é mais senão que uma rolha de progressões, mas é a que temos! (e o que eu gosto dela) e em conjunto com o que atrás "delirei" os motivos de tamanha reclamação! (pelo menos minha!) ....
Ao pensar que a avaliação deve parar só porque não há progressões...fico sei lá... incoerente?!!! (Isto sou eu para com os meus botões).
Mas sossego ao repetir o processo de pensamento e escrever na minha mioleira... "A avaliação deve parar. (Ponto) .... E só então contemplar também a componente formativa.
ah....depois acordei!!!!
O Ramiro tantas diz que alguma há-de acertar. Ainda não foi desta. O homem está a esquecer-se que a avaliação contará para efeitos de concurso. Ainda não é desta que a avaliação é entregue ao Ensino Superior para grande desgosto do homem.
ResponderEliminarCarla, queria mesmo fazer um exame?
ResponderEliminarValete,
ResponderEliminarQue exame? Já fiz muitos quando tirei o curso e na pós-graduação.
Se quizer fazer mais, tiro o mestrado.
É lamentável que esse senhor - autor do blogue Profblog - especialista em censurar todos os comentários que não se enquadrem na sua ideologia populista e inviesada, continue a dissertar sobre factos - a ADD - sem conhecer todas as implicações daí inerentes. O caso da graduação para efeitos concursais é um dos factos gritantes que ignora. Como pode este "pedagogo" criticar, em toda a sua plenitude, comentários como os de Miguel Sousa Tavares? Parece-me impreparação de ambos ao alvitrarem de coisas que desconhecem... Logo, qualifico-a como retórica bacoca e presunçosa.
ResponderEliminarparece, que não havia avaliação.
ResponderEliminarsou reformada e garanto-vos que na minha escola como nas outras sempre fomos avaliados e sempre trabalhamos para nos pagarem o ordenado;nunca nos deram nada de mão beijada;cumpriam-se os objectivos e davamos muitas horas extraordinarias sem recebermos um tostão...sempre houve professores que foram penalizados através de processos disciplinares.existia o satisfaz e o não satisfaz..hoje,há tudo com fartura,menos euros...existe os bons,os assim..assim os mbons,os excelentes...bem,é como antigamente nas empresas e repartições...apimentam a avaliação com a dita CUNHA.agora,tudo é diferente,mas para pior...
os do ensino superior que se entretenham com os das novas oportunidade...certifiquem,validem.
ResponderEliminarRicardo,
ResponderEliminara palavra de ordem dos professores tem que ser - sem progressão não queremos esta avaliação.
Esta avaliação, que é conceptualmente errada, cria injustiças e prejudica o trabalho nas escolas, só foi aceite como um mal menor por estar enquadrada no pacote global do acordo, que tinha a carreira única e a progressão de todos os professores.
Faltando agora a parte substancial do acordo, é hora de rejeitarmos a que não nos interessa.
Só que isso não significa que não queiramos nenhuma avaliação e, havendo outra avaliação, os "perigos" que enuncias para contratados e professores dos quadros deixam de existir.
Quanto aos concursos, esta avaliação tem mesmo que ser rejeitada, dê por onde der.
http://fjsantos.wordpress.com/2010/10/09/acordo-denunciado/
“No caso da bonificação em termos de concursos, considero mesmo que se deveria lutar com mais afinco pela sua erradicação”. Concordo plenamente contigo Ricardo. Aqui está uma das maiores injustiças que já vi. A vida das pessoas está em jogo… a sua estabilidade profissional fica afectada quer psicologicamente (ficar longe dos filhos e da esposa… dos familiares, no caso dos pais) quer financeiramente. Vivemos num País sem valores éticos e morais… É uma vergonha…
ResponderEliminaranda tudo doido...
ResponderEliminarfalam da avaliação como se até aqui não existisse.
fala-se do inglês e da informática,como se só no tempo de Socrates fosse implantada na escola pública.
pergunto onde têm andado os responsáveis do ME que desconheciam o que existia há tanto tempo, desde a pré em muitas escolas publicas deste país.em todas, não existia,mas hoje vivemos no país do faz de conta,não se esqueçam...a avaliação existia em todas as escolas sem a dita cunha,hoje faz-se o que nas repartições publicas e privadas se fazia...coloca-se o dito factor.acabam com o que funciona...
cabecinhas pensadoras...assim voam os euros....
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