quinta-feira, 24 de junho de 2010

Gosto tanto de reduções como de generalizações.

Não tenho o hábito de comentar posts de outros blogues, no entanto, desta vez não resisti. O Miguel Pinto escreveu no seu blogue um post relativo àquilo que escrevi aqui. Foi "malandro" na interpretação que deu às minhas palavras, mas não lhe levo a mal, pois tenho "bagagem" suficiente para o compreender. E se compreendo é porque tenho amigos em todos os índices remuneratórios, níveis de competência profissional e em diversas situações pessoais. O Miguel é bom a fazer análises, com as quais costumo concordar, mas desta vez foi algo abusivo e até certo ponto, ingénuo (não num sentido depreciativo, mas de credulidade).

Vamos ao que interessa. O Miguel conseguiu reduzir um post meu com 399 palavras a isto: "A lei consentiu? Então só não a aproveitou quem não quis!"

O que eu escrevi é que quem assumiu determinada posição, optando pelo pacote MP em vez de TI, não pode responsabilizar os colegas que trilharam outro rumo. É só isso! Se se pode inferir em outro sentido aquilo que redigi? Pode... Mas não me atribuam palavras que não proferi ou escrevi. O valor implícito é subjectivo, e quando em dúvida, questionem-me.

A luta colectiva foi beliscada há muito por estratégias erradas. Estratégias que partiram do princípio que todos os docentes estão na mesma situação pessoal, profissional e social. Não estão! E pensar assim, é "meter os pés pelas mãos" em toda a linha.

Basta pensar que os "interesses pessoais imediatos" não são iguais para todos. E é exactamente por aqui que a estratégia deve ser pensada. Como já disse por diversas vezes, as consequências para um colega que está perto do fim da carreira não são exactamente as mesmas para quem está a iniciar. E não são as mesmas de quem está a meio caminho. Não se trata de prejuízos relativos ou similares, em alguns casos (nomeadamente os colegas contratados) os prejuízos são elevadíssimos. E foram elevadíssimos. Quem optou de uma ou outra forma, optou sabendo as consequências. Eu quando opto, não o faço esperando que os outros me sigam. E se não me seguem e eu me "lixo", não lhes vou atribuir as culpas. A decisão é pessoal. Tal como a aceitação das consequências.

E agora vem a treta: "Ah... Se todos não tivessem entregue os OI e não pedissem aulas observadas isto não tinha acontecido." Pois... E o Pai Natal existe. Mas quem no seu completo estado de saúde mental pode pensar que isto seria alguma vez possível?! Basta olhar para os números das greves para constatar que os professores não são propriamente uma classe unida.

Não abdico da luta colectiva. Só acho que a luta colectiva pode ser trilhada com estratégias adaptadas às diferentes situações profissionais. Porque é que os colegas contratados têm de lutar da exacta maneira que os colegas a meio da carreira ou em fim de carreira? Pedir isso será justo? Não é. Será eficaz? Não foi nem será. E se não foi nem será, tratem de fazer um upgrade à estratégia. Os sindicatos têm de rumar exactamente por aqui...

19 comentários:

  1. Boa tarde!
    É evidente que o problema não seria resolvido se TODOS tivessem pedido aulas assistidas. 1º por isso não é possível. Estou a falar dos contratados que, por azar adoecem; das grávidas, dos que não obtiveram os 120 dias de serviço, das escolas, cuja elaboração dos descritores da ADD não permitem, ao comum dos mortais, aceder às menções mais elevadas, etc.
    No entanto, se fosse possível TODOS pedirem aulas assistidas, o problema das quotas manter-se-ia e a injustiça também. Foi tudo isto que deixou, ontem, tantos colegas revoltados a disparar contra tudo e contra todos. Sim, porque acho que TODOS têm culpa e não apenas os que não pediram aulas assistidas e podiam tê-lo feito. Não haver compreensão quanto a isso é que me parece estranho. É apenas uma opinião.
    Obg

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  2. O MP deu a interpretação que quis que era a mais proveitosa para o seu ponto de vista. Este seu post é desnecessário pois julgo que aquilo que escreveu abaixo é esclarecedor. Não li apologias ao pedido de aulas assistidas nem defesa de oportunismos. Apenas li um alertar às consciência e uma chamada de consciência aos mais nervosos e precipitados.

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  3. Cilinha falta acrescentar os colegas das RA. Esses nem oportunidade de escolha tiveram.
    Ana Freitas

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  4. Se...
    Para estilo lírico, prefiro o Camões! (Só tinha um olho e via muito mais que muita gente com dois!)
    Um abraço.

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  5. Reduzir sem empobrecer é tarefa difícil, mas vale a pena tentar, Ricardo.

    Reafirmo que me desgosta a ideia de guerrear dentro da trincheira. O que significa que condeno a desresponsabilização individual ou a transferência do ónus da culpa para o grupo de decisões individuais. Nos dois sentidos. Esclarecida esta ideia que foi reduzida mas que neste caso não terá empobrecido o teu ponto de vista, vamos ao essencial.

    Não há situações sócio profissionais iguais. Cada professor tem um percurso e uma situação singular. Podemos categorizar as lutas atendendo aos interesses particulares e circunstanciais de cada um, mas não devemos perder a noção de solidariedade na luta para agir em conformidade. É este o espírito sindical e seria bom que não se perdesse, Ricardo. E por falar em Pai Natal, eu nunca deixei de fazer uma greve por pensar que a maioria dos meus colegas pensa que o Pai Natal não existe.

    Quanto à questão da estratégia sindical, isso dá pano para mangas…
    Abraço.

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  6. Este ciclo está encerrado!
    Pensem no próximo...toda a gente irá pedir aulas assistidas o q num contexto de mega-agrupamentos vai ser uma coisa linda, ou melhor, altamente hilariante...esperar para ver...

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  7. Não se esqueçam que a avaliação foi considerada inconstitucional.
    Assim não sei se ainda este ano, irá ser considerada nas listas finais.Para o ano, dado que a avaliação ainda é a mesma, não existem desculpas de interesse público. Haverá tempo para colocar tudo outra vez na legalidade.
    Aguardemos.

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  8. Gosto particularmente de expressões como "espírito sindical" ... não consigo perceber é como é que isso me resolve o problema de (poder) não vir a ter emprego no próximo ano lectivo, se tivesse resolvido seguir a "opinião" de alguns iluminados (normalmente com problemas diferentes dos meus) que falam contra a Lei em vigor, mas que defendem princípios democráticos ... disto não se falou nas reuniões gerais de professores (mas lembro-me de ter perguntado e ninguém quis saber que para renovar tinha que ter avaliação)... ou nas reuniões sindicais. Informem-se e decidam pelas vossas cabeças ... ou então, deixem os outros decidir e aguentem-se com as consequências ...
    Parabéns, já não há professores titulares ... falta saber quem é que foi beneficiado ... foram os alunos? foi a escola?

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  9. Tal como esperado começou: http://www.ionline.pt/conteudo/66182-proximo-ano-lectivo-devera-arrancar-8-e-13-setembro
    Um abraço.

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  10. http://www.fenprof.pt/?aba=27&mid=115&cat=226&doc=4858
    Parece-me que a FENPROF anda faminta de "luta" (porque será?) e o ME prepara para uma mexida curricular daquelas!
    Aguardemos.
    Um abraço.

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  11. Olá Ricardo.

    Ontem quando vim ao teu blog senti-me triste com comentários que colegas aqui deixaram por causa dos "asteriscados"...

    O ano passado, no início do ano, cada um tomou a opção de ter ou não aulas assistidas. Toda a gente dizia que não contava para nada e que não iam ter trabalho com isso se não contava para nada. Eu e umas quantas colegas achámos que, já que não conta, então quero experimentar agora, porque quero ver o sistema, quero ver como é feito, e se correr menos bem, não conta.... E assim fiz.
    Deu-me trabalho??? Nenhum, apenas duas planificações mais específicas que entreguei, e pronto.... As aulas fiz iguais às dos outros dias, igual ao que sou e ao que faço diariamente. Tentando dar o meu melhor, não pelo Muito Bom, mas pelos alunos, porque gosto muito do que faço. Tive Muito Bom e agora fique muito feliz porque contou a avaliação, o que não esperava. Claro que o sistema não é perfeito, e está longe de o ser. Uma amiga não teve a mesma nota porque no agrupamento decidiram dar Muito Bom aos contratados mais velhos. Foi justo? Não!!! Claro que não, há muitas situações onde não há justiça.
    Mas tenho que me sentir mal porque tive Muito Bom? Porque sou uma das "asteriscadas"? Nunca! Leio aqui comentários que quem teve avaliação é lambe-botas? Ou querem saber em que escolas leccionamos? Mas isto é de gente crescida??? Foi opção minha pedir aulas assistidas, e assumo-a cheia de orgulho, principalmente pela avaliação que tive. Adoro o que faço, e tenho noção do que valho. Estou longe do que gostaria de ser, pretendo alcançar muitas metas, e todos os dias tento fazer o meu melhor e cada vez melhor. Não tenho vergonha de ter tomado a posição que tomei, nem ter tido a avaliação que tive.

    Como alguém disse aqui, também gostarei de ver, para o ano, se estas pessoas que agora tanto reclamam, não vão pedir avaliação... Já duas amigas, depois disto me disseram: "se soubesse também tinha pedido..."

    Como dise o sistema não é perfeito, nem sempre justo, mas independentemente disto, e acima de tudo,há que RESPEITAR as decisões dos outros.Não é esse (respeito) um dos valores que tanto tentamos incutir nos nossos alunos? E depois fazem-se comentários dos que aqui fizeram????

    Gostei do que escreveste, Ricardo, como sempre tentas ver todos os lados da coisa e ser imparcial.

    Beijocas para ti.
    Sónia B.

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  12. Para Miguel Pinto: Regressaste às análises que te são tão características.

    Concordo em absoluto com o que escreveste no teu comentário e subscrevo sem reservas.

    Abraço.

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  13. Muito se poderia escrever sobre quem teve Bom quando merecia Regular ou Insuficiente;

    Muito se poderia escrever sobre quem não pediu aulas assistidas porque sabe perfeitamente que a sua classificação não seria boa;

    Muito se poderia escrever sobre quem quis boicotar a avaliação para não ser avaliado e ponto final.

    Heróis??? Give me a break!

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  14. O facto de colegas, grávidas, da madeira e outros casos não poderem concorrer em pé de igualdade com os outros colegas torna a avaliação inconstitucional.
    Para que não sabe a meritocracia só existe quando a igualdade de oportunidades é garantida.
    Até parece que não sabiam...por que será

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  15. Sim, estou desiludido com esta situação toda,até porque tu RIcardo que tanto reclamaste que tanto argumentaste para lutar...afinal também foste pedir aulas assistidas...Eu sei que todos temos problemas, opções...mas devemos ser unidos. Naquela luta até pensei isso. Não pedi aulas assistidas, fui penalizada,mas não sou hipócrita, não perdi a dignidade, pois fui fiel aos meus princípios.

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  16. "Estou desiludo" e "fui penalizada". ;) Isto é que é hipocrisia. Anónimato? POis, pois.

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  17. Ok, Ricardo, tanta coisa para dizer que fizeste pela vidinha.
    És esperto e ainda hás-de lá chegar. Onde queres e ambicionas, apesar de não te conhecer de lado nenhum.
    Vai para a política de vez e sai do ensino. É, nítidamente, a tua praia e onde te sentirás como peixe na água.
    Jake

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  18. Só mais uma coisa, Ricardo. Eu também sou esperto como tu, e como sou esperto vou começar a mudar de computador mais vezes pois já te deves ter apercebido que os últimos comentários maldosos são todos provenientes do mesmo IP. IP esse que te deverá conduzir a identificações que eu não pretendo até porque não te conheço. E ainda por cima estou a utilizar nicks diferentes e a adoptar sexos diferentes e deves estar a ficar confuso. Como eu estou.
    Jake

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  19. Lol, não sei a que propósito, mas eu sou o/a verdadeiro/a Jake. A sério que sou.
    Nunca escreveria qq coisa como " sou esperto como tu".
    Mas relativamente a essa coisa dos Ip's, que nunca percebi mto bem o que é mas suspeito que seja uma espécie de BI do cibernauta, nem me passa pela cabeça que alguém que tenha um blog com comentários admitidos indague pelo IP quem manifesta a opinião, não maldosa, mas uma opinião.
    O Ricardo poderá ser esperto mas nada me leva a crer que não tenha carácter.
    Portanto, aqui o Anónimo/a que assinou como Jake às 14:08 fez uma apropriação indevida do meu nick.
    Pronto, está esclarecido.
    Tenho pena, pq gosto do nick.
    Jake, the real thing....!

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