segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Inglorious bastards".

No Público a 12/04/2010: "A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acaba de apelar aos docentes para que não apresentem as respectivas candidaturas aos concursos de colocação que hoje tiveram início e que, denuncia, “já registam algumas irregularidades”.

Num texto em que pede aos professores que aguardem por “esclarecimentos” ou “desenvolvimentos” (em http://www.fenprof.pt) a federação esclarece que aquelas estão relacionadas com a aplicação electrónica destinada à candidatura, da qual consta a avaliação de desempenho.

Sem criticar a influência da classificação na lista de graduação dos candidatos, a Fenprof limita-se a apontar as referidas irregularidades. Especifica que a aplicação electrónica da Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação, em que são pedidos os resultados da avaliação quantitativa e qualitativa, apenas permite introduzir os intervalos de cada avaliação (no caso do Bom apenas aceita as notas de 6,5 a 7,9, por exemplo). Um problema já denunciado em caixas de comentários de vários blogues sobre Educação, na medida em que, como aponta a Fenprof, devido à existência de quotas ou por não terem sido pedidas aulas assistidas, alguns professores tiveram notas quantitativas superiores à avaliação qualificativa (por exemplo Bom, nota final 8).

No texto é referido ainda o caso daqueles que reclamaram e ainda não conhecem a nota definitiva e o dos docentes que leccionaram em duas escolas e têm, por isso, duas avaliações, não coincidentes.

Em declarações ao PÚBLICO, Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, revelou que a federação se encontra em conversações com o Ministério da Educação desde a semana passada, sobre este assunto. “Mantemos que, devido à forma como decorreu a avaliação, os resultados não devem contar”, afirmou, acrescentando que espera obter resposta para o problema “ainda hoje ou amanhã”."

Ver Artigo Completo (Público)

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Comentário: Há uns tempos atrás, a FENPROF apelou à não entrega dos Objectivos Individuais... E quem não entregou provavelmente teve alguns amargos de boca, chegando mesmo a ver vedadas as classificações de "Muito Bom" e "Excelente" (em algumas escolas mais "radicais" e com alguns colegas menos "informados"). Adiante... Agora, a FENPROF vem pedir para que aguardem esclarecimentos adicionais e para que não submetam a candidatura! AGORA?! Depois de terem sido alertados por inúmeras vezes para a forte probabilidade desta situação (a influência da menção qualitativa na graduação) ocorrer, só agora é que se estão a mexer?! Desde Janeiro que esta situação foi claramente denunciada e nada foi feito. Nada...

Agora que os concursos estão a decorrer e com uma aplicação electrónica que solicita os elementos qualitativos e quantitativos da avaliação do desempenho docente (2008/2009) é que se estão a mexer. Dizem alguns que não existem motivos de alarme porque a avaliação do desempenho não está na parte da graduação... Pois... Então qual o motivo de quererem a avaliação do desempenho na candidatura? Será só para ficar bonito? Por favor... Basta de ingenuidade.

Obviamente que são necessários esclarecimentos adicionais, mas mais do que isso, será necessária substituição da legislação actual. E quanto a isto, a FENPROF não está isenta de culpas!

Este apelo aos colegas tem os seus motivos, mas não deixa de ser angustiante para quem tem de concorrer esta indefinição que, repito, podia ter sido perfeitamente evitada ou pelo menos acautelada. Enfim... Peço que me perdoem a revolta, mas existem situações que me deixam tremendamente irado.
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7 comentários:

  1. Parece-te que quando a Fenprof acorda com o Ministério que os professores premiados deverão ser os sindicalistas e os bachareis e, para além disso, acorda que os professores menos qualificados passem a ter direiro a aposentação sem penalização aos 52 anos (quando anterirmente era aos 55) enquanto os restantes serão brutalmente penalizados... Bem, mais palavras para quê? Essa gente só poderá representar quem premiou, mais ninguém. E o pior está para vir quando os professores virem a letra da Lei que resulta do acordo. Esse será o golpe de Misericórdia para a Fenprof e para os que assinaram o acordo a reboque da Fenprof. A Fenprof irá cair a pique.

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  2. Estou totalmente de acordo contigo Ricardo. Eu juntamente com uma série de colegas da escola não conseguimos concorrer por causa da tal avaliação qualitativa que não "joga" com a quantitativa. De facto ficamos sem saber o que fazer e não finalizamos a candidatura. De uma forma geral está muita gente convencida que a questão da avaliação na graduação vai ser entretanto alterada. Eu não estou confiante neste "boato", mas pelos vistos eu sou muito stressada com estas coisas.
    Mais uma vez ficamos a aguardar que venham "bons ventos" a meio do jogo.
    A vida corre...mas como diz a minha mãe que tem muitos anos de ensino "na Educação o que hoje é, amanhã pode não o ser". Palavras sábias.
    Cumprimentos

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  3. Parece-me que já cá vim tarde. Submeti a candidatura ao final da tarde e, felizmente (ou não) não tive o problema na questão da avaliação dado ter Bom - 7.

    Após uma série de anos nisto, continuo a dizer (e acreditar!) que estes concursos nacionais são perfeitamente ridiculos, pelo menos da forma que estão estruturados!

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  4. Obrigada Ricardo por expressares tão bem aquilo que sinto...

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  5. E estes concursos poderão vir a ser... os últimos.

    Mais uma vez digo: Concursos é um jogo em que imperam as leis da selva. O que hoje é verdade, amanhã é mentira. As regras alteram em minutos e ... ninguém sabe qual é a melhor jogada. É um jogo de sorte com leis inexistentes.

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  6. Eu diria mais é simplesmente um "jogo" e nós os "brinquedos".

    Aguardemos para ver o que vai dar mais esta "barafunda".

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  7. No futebol os treinadores de bigode e unhaca desapareceram...

    MC

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