Esta proposta de modelo de avaliação do Ministério da Educação é claramente um retrocesso... E atrevo-me a dizer mais: é francamente pior que o anterior em termos globais. A eliminação da divisão da carreira e das quotas para "Muito Bom" e "Excelente" a traduzir-se na concretização desta proposta irá saldar-se em algo de profundamente negativo e levará a que muitos professores se arrependam em pouco tempo de terem pedido o fim da divisão da carreira...
Ao contrário do que parecia, este equipa está longe das pretensões dos sindicatos e julgo mesmo que à medida que irão aparecendo novas propostas do ME essa distância será cada vez maior.
Vamos à minha análise desta proposta e à sua comparação com o modelo de avaliação do desempenho anterior:
Ao contrário do que parecia, este equipa está longe das pretensões dos sindicatos e julgo mesmo que à medida que irão aparecendo novas propostas do ME essa distância será cada vez maior.
Vamos à minha análise desta proposta e à sua comparação com o modelo de avaliação do desempenho anterior:
(1) Extingue-se o professor titular e cria-se o professor relator. Muda o nome e mantém-se a função. Alteração: nula.
(2) Passagem de 1 crivo (acesso à categoria de titular) para 3 crivos (acesso ao 3.º. 5.º e 7.º escalão). Para ultrapassar cada um destes 3 crivos sem depender de vagas será necessária observação de aulas (e em consequência classificações de "Muito Bom" e "Excelente"). Alteração: para pior.
(3) Passagem de uma ficha de auto-avaliação (relativamente simples de preencher) para um relatório de auto-avaliação (cuja estrutura ainda é desconhecida). Alteração: ?
(4) Observação de aulas anteriormente necessária para a obtenção de "Muito Bom" ou "Excelente", acrescenta agora o facto de ser quase essencial para conseguir atingir o 3.º, 5.º ou 7.º escalão. Alteração: para bem pior.
(5) Voltamos a uma carreira única em 10 patamares. Alteração: positiva.
(6) Manutenção da duração de cada ciclo de avaliação. Alteração: nula.
(7) Responsabilidade principal de avaliação passa da direcção das escolas para os Conselhos Pedagógicos. Alteração: bastante positiva.
(8) A obrigatoriedade da entrega dos Objectivos Individuais (OI) passa a opcional. Alteração: como nunca considerei a entrega dos OI obrigatória considero esta proposta nula.
(7) Responsabilidade principal de avaliação passa da direcção das escolas para os Conselhos Pedagógicos. Alteração: bastante positiva.
(8) A obrigatoriedade da entrega dos Objectivos Individuais (OI) passa a opcional. Alteração: como nunca considerei a entrega dos OI obrigatória considero esta proposta nula.
Como já comentei em outro blog, uma análise pormenorizada da proposta do ME, como a feita neste post, leva à conclusão de que não compreende qualquer vantagem para os professores! Mesmo a abolição da divisão da carreira, comparativamente, não é um aspecto positivo, atendendo ao facto de ser proposta a criação de quatro "classes", para além dos contratados!
ResponderEliminarA burocracia continua!
A avaliação de pares continua!
Com a agravante de que, justificando a veia economicista, foi "criado" mais um índice (272)(estava previsto apenas para algumas situações, de forma a compensar o não acesso a titular por falta de vagas).
Algumas questões:
- um docente do antigo 7º escalão, tendo transitado para o 1º de titular, vai passar para o 6º!
- na estrutura anterior, do 7º escalão (índice 245), transitava ao 8º (índice 299) e seguintes. A actual proposta prevê a passagem do índice 245 para o 272, posteriormente para o 299, e seguintes, ou seja, é criado mais um índice.
Não compreendo a postura de aceitação e de algum regozijo dos sindicatos! Por acaso, já analisaram convenientemente a proposta?! Ou estão a ser encantados pela doçura da abertura do ME ao diálogo?! Ou querem ser as personagens principais de "Uma aventura no ME"?!
Is vai de mal a pior
ResponderEliminarIsto vai de mal a pior!
ResponderEliminarPior e bem pior. Só pode ser "gozo".
ResponderEliminarComo toda a gente sabe, no Conselho Pedagógico das Escolas,há muitos professores que foram apenas nomeados pela direcção. Não são professores titulares, nem tão pouco possuem abilitação de mestrado ou doutoramento. Serão esses professores que avaliarão os seus pares (que não fazem parte do conselho pedagógico), mas que são detentores de habilitações superiores (mestrado/doutoramento)? A lei da avaliação tem que atender às habilitações académicas e formação técnica dos seus professores. Sou/era prof. titular, com mestrado e não faço parte do Concelho Pedagógico da minha escola, no entanto nesse mesmo Concelho Pedagógico está alguém da minha área (de quem eu era avaliador), com menos habilitações académicas, e que me poderá vir a avaliar, só porque está no concelho pedagógico. É uma vergonha!!! Os sindicatos andam a dormir?
ResponderEliminarBoa noite. Alguém tem ideia de como será feita a reconversão para esta "nova" carreira? Acham que vão colocar-nos no índice em que estávamos ou vão colocar-nos na escala de acordo com os anos de serviço que efectivamente temos?
ResponderEliminarBem isto esta cada vez pior. Se assim é Ricardo estamos tramados e devemos inquerir os sindicatos e propôr vigilías em breve...
ResponderEliminarBasta de mordaças por parte deste Governo Rosa, então mudam nomes mas não alteram nada?
Obrigado PS e obrigado PSD (Obrigado aos tolos que votaram nestes partidos!!)
Está na hora dos professores voltarem à rua!
ResponderEliminarRicardo
ResponderEliminarNão concordo com a sua opinião sobre o facto de o director deixar de ser o centro deste processo de ADD. O Ricardo esqueceu que, por um lado, os coordenadores de departamento foram nomeados pelo director e muitos jamais o seriam por eleição democrática por não revelarem perfil pessoal e profissional. Por outro lado, o director é o presidente do CP, com voto de qualidade.
A continuar este sistema interno com controlo realizado pelo director não temos transparência nos processos e como sabemos todos os cargos intermédios são por nomeação sem critérios logo o jogo está totalmente viciado.
Estou farta disto e dos sorrisos das IA. O ventura que volte para as calendas da borucracia em que é "pro" na universidade de onde veio!
Acho que as análises feitas aqui têm muita pertinência. Gostaria de acrescentar ao comentário do Ricardo que me parece que a carreira com 10 escalões é demasiado longa para quem pretenda chegar ao topo da carreira ainda em condições mentais. 34 anos, se não ficar paralisado nos escalões intermédios por falta de vaga, pra chegar ao topo é gozar connosco.É o mesmo que dizer que se querem o topo da carreira trabalhem até morrer e talvez aí consigam chegar lá... Por isso 10 escalões nestas condições não é nada positivo.Obrigado
ResponderEliminarJoão Pereira
O Anónimo das 6:38 pode ser muito "habilitado", mas (que diabo!), será que, depois de um mestrado, ainda não aprendeu a distinguir um concelho... de um conselho?
ResponderEliminarLeiam: http://www.profblog.org/2009/12/cinco-ideias-falsas-sobre-proposta-do.html
ResponderEliminarPara JAS: Uma excelente análise, que levanta algumas questões bem pertinentes. Questões que deveriam ser colocadas pelos sindicatos, antes de qualquer efectiva negociação.
ResponderEliminarQuanto à posição dos sindicatos: Não se se será mais "espectáculo" do que propriamente aceitação. Tenho tremendas dúvidas que os sindicatos ponderem sequer aceitar a maioria dos aspectos constantes da proposta.
GARANTO mais uma vez...GARANTO q nenhum sindicato vai aceitar esta proposta. Que realmente este ME tem + abertura ao diálogo, isso é verdade...Tb não é dificil! Daí aos sindicatos, aceitarem isto...não vão aceitar! E desengane-se qm pensa q no final de Dezembro, isto vai estar resolvido!Tem q haver um esforço colectivo para ressuscitar a PLATAFORMA SINDICAL e todos juntos dizerem não a esta proposta!
ResponderEliminarSe querem fazer algo de eficaz, não ficando pelos locais virtuais a servirem de«muro das lamentações», comprometam-se nos sindicatos. sim, nos sindicatos que temos e com todos os seus defeitos, que voc~es aliás apontam, quase sempre certeira embora de modo incompleto!
ResponderEliminarApenas engajando-nos todos nessas estruturas as obrigaremos a cumprirem o seu papel.
Entendido?
Manuel Baptista
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Manuel Baptista, concordo plenamente com o comentário "Apenas engajando-nos todos nessas estruturas as obrigaremos a cumprirem o seu papel", mas explique-me lá como é que fazemos isso não tendo o "cartãozito de sócio" da coisa...
ResponderEliminarEste é o comentário de um 'gaijo' que já se tentou 'engaijar' várias vezes com vários sindicatos por várias questões que, por mero acaso, nem lhe diziam muito respeito... ;)
Abraço
Simples: Em vez de se lamentarem em vários blogs, mandem propostas, críticas a estes conteúdos apresentados pelo ME,tudo o q vos pareça útil, para os endereços de Email dos vários sindicatos. Não é preciso ser sócio para isto; para isto, basta apenas vontade de participar e dar o CONTRIBUTO no lugar CERTO para a melhoria da nossa carreira!
ResponderEliminarContribuam com as vossas propostas e sugestões, enviando as mesmas para:
ResponderEliminarfenprof@fenprof.pt
secretario.geral@fne.pt
lisboa@aspl.pt
sepleu@sepleu.pt
sindep@netcabo.pt
sinape.coimbra@clix.pt
sede@sipe.pt
spliu@spliu.pt
info@sippeb.pt
s.n.p.l@mail.telepac.pt
Exacto... Com a garantia que todos os emails serão lidos com a máxima atenção e recerão a resposta devida... Pois!!!
ResponderEliminarCaro Manuel Baptista, quem é que lhe diz que isso não ERA uma prática comum?! Caso não tenha reparado nem sempre o que é aceite pelos sindicatos corresponde à posição MAIORITÁRIA dos professores. Será que existe uma agenda oculta à qual não temos acesso?! Ou não concorda que certas posições aqui defendidas neste espaço nunca serão abordadas pelos sindicatos?! Digo-lhe só uma que, pelo desenvolvimento da coisa me pareceu do agrado de muitos professores, horários de trabalho de 35h desenvolvidos INTEGRALMENTE nas instalações da escola...
Seja nosso amigo e fale nisso lá no seu sindicato para ver o que acontece... É que eu já abordei o tema com alguns representantes e recebi o belo do "é pá isso é complicado e coiso e tal". Pois...
Mas olhe, como até estou bem disposto, irei aproveitar a sua lista de contactos actualizados e vou enviar um email com várias das minhas preocupações/dúvidas quanto à nossa situação.
ResponderEliminarDarei conta do desenrolar da coisa no meu blog...
Vai ser giro!!! Oh se vai...
Gostaria apenas de introduzir mais uma questão...34 anos para acesso ao topo da carreira, mas não para todos. Existem contratados de "longa duração" que continuam a estar fora da carreira, apesar de serem iguaizinhos aos "outros" (em termos de trabalho), mas diferentes na remuneração, carreira, ...
ResponderEliminarMais uma discussão de grande qualidade (nem sempre de forma elevada) ... mas continuas de parabéns Ricardo! Obrigado!
Faz mto bem, HZlio, q eu vou fazer o mesmo...é nosso DEVER alertar e acautelar certas situações junte de qm. lá está na mesa das negociações!
ResponderEliminarEsta conversa em blogs é muito importante mas é cm a conversa de café...só ouve quem lá está!Por isso, vamos enviar o nosso descontentamento com esta M... aos sindicatos!
Já está feito... Apenas falta enviar... Uiiiiiiiii, até vai doer!!! eheheheh
ResponderEliminarP.S.: Isto quando a inspiração bate é do pior... 2 folhitas de word e 'tá a andar!!!... ;)
Para João Pereira: Concordo com a tua análise e acrescento mais um "pormenor". São 34 anos com a quase certeza de ficar paralisado por falta de vaga ou novas transições de carreira...
ResponderEliminarPara Manuel Baptista: Colega, posso dizer-lhe que fui delegado sindical durante algum tempo. Mais, sei perfeitamente para onde foram as minhas sugestões de intervenção enquanto delegado.
ResponderEliminarAssim, se enquanto tive uma posição de alguma influência, ninguém me ligou nenhuma, será que agora o farão? Agora que nem sindicalizado sou?
Infelizmente, caro colega este "muro das lamentações" surgiu como consequência de não ver nenhuma das minhas questões, sugestões ou emendas respondidos ou considerados pela instituição sindical que me representava. Posso ainda dizer-lhe que conheço colegas que sentem exactamente o mesmo.
E obviamente que não está entendido, pois para podermos apontar o dedo teremos que ter algum conhecimento de causa... Se o faço aqui por algum motivo será, que não preguiça em enviar análises e propostas para os sindicatos, como a seu tempo (e se sentir necessidade) poderei provar.
A propósito...encontrei um endereço para enviar sugestões para esta palhaçada:
ResponderEliminarsugestoes@sepleu.pt
Para quem esteja curioso com o que foi enviado, o texto já se encontra disponível no seguinte link:
ResponderEliminarhttp://inducacao-enstrocao.blogspot.com/2009/12/escolheram-mal-o-gajo-para-desafiar.html
Divirtam-se
HzoLio, Ricardo Montes, não fui eu que induzi o envio de e-mails para os sindicatos, foi um anónimo...
ResponderEliminarMas deixemos essa intriga... o que eu quis dizer não é afrontoso de nenhum de vocês, nem do vosso percurso.
Estou simplesmente desejoso que a vossa voz POSSA TAMBÉM ser ouvida dentro dessas estruturas. Por razões óbvias: quem detém meios logísticos, financeiros, propagandisíticos e até legais para organizar a luta? É este realismo que quero que assumam com toda a coragem.
Estou convosco, estejam convosco vocês mesmos, também! Façam o que fôr mais eficiente, não dêem descanso aos burocratas, tenham a coragem de levar para a luta a «massa» dos associados e dos não associados.
Bom trabalho, até qualquer dia!
Manuel Bapitsta
(o verdadeiro e autêntico!)
Para Manuel Baptista: Eu compreendo perfeitamente a sua sugestão. Aliás, sei que a intenção é boa...
ResponderEliminarVeremos se os sindicatos agem em conformidade ou pelo menos consideram as sugestões dos colegas não filiados ou meros bloggers.
Abraço.
Manuel Baptista, só agora vi a tua resposta.
ResponderEliminarNo fundo, aqui deste lado apenas faltava um incentivo final para fazer o que fiz.
Agradeço ainda o elogio ao "trabalho" desenvolvido.
Um Abraço
Como toda a gente sabe, no Conselho Pedagógico das Escolas,há muitos professores que foram apenas nomeados pela direcção. Não são professores titulares, nem tão pouco possuem abilitação de mestrado ou doutoramento. Serão esses professores que avaliarão os seus pares (que não fazem parte do conselho pedagógico), mas que são detentores de habilitações superiores (mestrado/doutoramento)? A lei da avaliação tem que atender às habilitações académicas e formação técnica dos seus professores. Sou/era prof. titular, com mestrado e não faço parte do Concelho Pedagógico da minha escola, no entanto nesse mesmo Concelho Pedagógico está alguém da minha área (de quem eu era avaliador), com menos habilitações académicas, e que me poderá vir a avaliar, só porque está no concelho pedagógico. É uma vergonha!!! Os sindicatos andam a dormir?
ResponderEliminarFrancamente!!!!É por estas e por outras que acredito pouco na competência de alguns dos nossos MESTRES!!!Uma gralha ainda se desculpa, mas tanto erro ortográgico é INDESCULPÁVEL!!!!! Um pouco mais de humildade ficava tão bem!!! Já agora onde concluiu esse mestrado????