quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pressão persiste...

No SOL a 06/04/2009: "Um grupo de deputados socialistas, encabeçado por Manuela de Melo, enviou um pedido de esclarecimentos à presidente do Conselho Executivo da Escola Infanta D. Maria em Coimbra, Rosário Gama, sobre declarações que esta prestou ao Expresso sobre o registo das faltas dos alunos.

Num e-mail a que o SOL teve acesso, os deputados perguntam a Rosário Gama se «está correcta a citação» feita pelo jornal e se foi feito um «pedido de desmentido ao Expresso».

Mais: é perguntado se a presidente do Conselho Executivo «confirma a veracidade e o rigor da informação enviada à Direcção Regional de Educação do Centro (DREC)», que refere uma diminuição em 43,3% do número de faltas dos alunos daquela escola secundária.

Em causa estão as afirmações da professora ao Expresso sobre o facto de o novo estatuto do aluno estar a levar a uma «maior tolerância na marcação das faltas», que se traduz numa diminuição dos registos de falta.

O assunto já tinha sido alvo de uma inspecção, realizada pela Inspecção-Geral de Educação, mas as questões dos deputados foram enviadas, esta semana, à professora Rosário Gama, através de um e-mail da DREC.
(...)
«Acho muito estranho, até porque já tinha sido interrogada sobre este assunto por um inspector que veio cá à escola», disse ao SOL, recordando que a Inspecção-Geral de Educação «chegou à conclusão de que não havia irregularidades no registo das faltas no D. Maria».

A docente assegura já ter respondido a todas as questões e mantém o que afirmou publicamente. «O que eu disse foi que há uma maior tolerância em relação à insolência, à falta de material e aos atrasos», explica Rosário Gama, concluindo que o facto de «o limite de faltas que obriga à realização de provas de recuperação ser muito baixo» leva que os professores «aguentem até máximo antes de marcarem as faltas».
(...)
De resto, a docente diz que o facto de estar a ser questionada sobre declarações que fez aos jornalistas não vai mudar a sua maneira de estar. «Muito mal vai o país, se existir medo», comenta.
(...)
A socialista diz que enviou perguntas semelhantes «a outras duas escolas» e que tem informações que «uma delas chegou mesmo a enviar para o jornal um desmentido, que nunca foi publicado».(...)"

Ver Artigo Completo (SOL)

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Comentário: Continua a avalanche intimidatória sobre os docentes. Desta feita, não foi o Ministério da Educação nem nenhuma Direcção Regional de Educação, mas sim o PS. Se bem que... Vai dar tudo ao mesmo. Recordo ainda que a IGE já tinha averiguado esta situação. Só falta mesmo enviar a PSP e por que não a ASAE para confirmar o estado de «salubridade» das declarações de Rosário Gama. O que vale é que esta mulher vale o seu peso em ouro e não se deixa quebrar.
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3 comentários:

  1. na minha escola foi a deputada luisa mesquita.... devo depreender que estamos a ser pressionados?

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  2. Citando uma notícia do Público: "A deputada independente Luísa Mesquita foi uma das primeiras a corresponder ao apelo da Associação de Pais de Fafe. No dia 22 de Abril apresentou um requerimento em que solicita esclarecimentos ao Governo sobre o alegado “uso da Inspecção-Geral da Educação” (IGE) para interrogar alunos sobre a manifestação de Novembro, num processo que, escreve, traz “à memória outros instrumentos, alheios a um Estado de direito democrático”.

    No requerimento, que tem como destinatário o Ministério da Educação, a deputada pergunta quem decidiu a ida dos inspectores à escola de Fafe e ao abrigo de que legislação “foi feito o processo inquisitorial” que ali decorreu. Manifesta ainda o desejo de saber quem determinou os critérios da inquirição, que, sublinha, foi feita “sem o conhecimento de pais e encarregados de educação e sem o cabal conhecimento dos órgãos de gestão do estabelecimento”. Contactado pelo PÚBLICO, o assessor de imprensa do Ministério da Educação, Rui Nunes, limitou-se a afirmar que a resposta à deputada será dada “no momento e através dos canais próprios”."

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  3. No ano lectivo de 1994/1995 chumbei por faltas (sem apelo nem agravo, nem a mais pálida intervenção de quem de direito para me salvar desse cruel destino) a uma semana do fim do 3º período, porque dei a décima falta injustificada a Educação Física, sendo que tinha notas excelentes (média 17) e nem era insolente (nunca fui para a rua), nem dava faltas de material (e estava na área de artes, o que implicava malas e mochilas com um sem fim de tralha)...
    Realmente este país só conhece o 8 e o 80, pois o que hoje vejo é o "sonho" de qualquer adolescente.

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