Aparentemente a luta dos professores encontra-se sem rumo definido! Parece que quem segura o GPS não o sabe ler ou então não fez a actualização dos mapas. Depois, ainda há aqueles que em vez de contribuírem com algo de positivo, estão sistematicamente a questionar: “Já chegámos? Já chegámos?”... Ou então: "Por aqui, não vamos lá de certeza." Provavelmente não... Mas é necessário, pensarmos um pouco nas «cartas» que estão colocadas em cima da mesa, e se vale a pena desistir do «jogo» ou trocar de «cartas». Vamos ao que interessa...
Existe uma enorme desmotivação na nossa classe (nada que vocês já não soubessem), muito devido à estratégia falhada dos sindicatos e à intransigência do Ministério da Educação. Os sindicatos (com a FENPROF à frente) utilizam uma estratégia «gasta» baseada em manifestações e greves de um dia. É necessária uma «actualização»...
Existe uma enorme desmotivação na nossa classe (nada que vocês já não soubessem), muito devido à estratégia falhada dos sindicatos e à intransigência do Ministério da Educação. Os sindicatos (com a FENPROF à frente) utilizam uma estratégia «gasta» baseada em manifestações e greves de um dia. É necessária uma «actualização»...
E para que a «actualização» seja bem feita, os sindicatos deveriam ponderar alguns elementos, há muito conhecidos:
a) Espírito de «classe» profundamente individualista;
b) Dificuldade dos professores, em considerarem a perda monetária advinda de greves;
c) Desilusão com os resultados obtidos com a estratégia actual;
d) Fraca consideração pelos interesses dos professores contratados;
e) Incitamento a acções (por exemplo: a não entrega dos Objectivos Individuais) com resultados imprevisíveis e que promoveram o já de si grande fraccionamento da classe;
f) Afastamento dos professores relativamente aos sindicatos;
g) Existência de movimentos independentes dos professores;
b) Dificuldade dos professores, em considerarem a perda monetária advinda de greves;
c) Desilusão com os resultados obtidos com a estratégia actual;
d) Fraca consideração pelos interesses dos professores contratados;
e) Incitamento a acções (por exemplo: a não entrega dos Objectivos Individuais) com resultados imprevisíveis e que promoveram o já de si grande fraccionamento da classe;
f) Afastamento dos professores relativamente aos sindicatos;
g) Existência de movimentos independentes dos professores;
h) Limites negociais e intransigência deste Ministério da Educação (ME);
i) Intervalos excessivamente grandes entre iniciativas.
Era importante que os sindicatos reflectissem nestes elementos, antes de avançarem com «mais do mesmo».
O ME conseguiu até agora vencer de forma clara, quase todas as batalhas… E sabem porquê? Porque sabem explorar as fraquezas dos sindicatos e as características da nossa «classe» profissional. Os elementos que acima coloquei, foram profundamente estudados pelos elementos do ME. Não tenham dúvidas disso!
Era importante que os sindicatos reflectissem nestes elementos, antes de avançarem com «mais do mesmo».
O ME conseguiu até agora vencer de forma clara, quase todas as batalhas… E sabem porquê? Porque sabem explorar as fraquezas dos sindicatos e as características da nossa «classe» profissional. Os elementos que acima coloquei, foram profundamente estudados pelos elementos do ME. Não tenham dúvidas disso!
O que fazer, então? Desistir da luta? Não... Por mais que alguns não queiram admitir, sem as manifestações grandiosas, acreditem que o panorama teria sido bem mais «negro». É importante que a luta continue. É necessário que os sindicatos não se envolvam em iniciativas que possam acentuar ainda mais a divisão dos professores (como por exemplo, a não entrega dos OI) e que revelem ainda mais, as fraquezas da «classe». As manifestações são iniciativas que deverão ter continuidade. As greves de zelo, algo a considerar. As greves de um ou mais dias, deverão ser evitadas, pois não terão o sucesso pretendido.
Para além do nosso voto, aquando das eleições legislativas, pouco ou nada podemos fazer sem os sindicatos. Por mais que não me agrade, os sindicatos são essenciais na luta. Quem assim não pensa, está redondamente enganado. As críticas aos sindicatos são viáveis, se pensadas tendo como alvo a continuação da nossa luta e a reformulação de estratégias sindicais. As críticas avulsas, só permitirão enfraquecer a já de si ténue união docente, pois levarão a um ainda maior afastamento entre os professores e os sindicatos. É na união entre os sindicatos e os professores, que reside o sucesso das iniciativas.
"Os sindicatos (com a FENPROF à frente) utilizam uma estratégia «gasta» baseada em manifestações e greves de um dia. É necessária uma «actualização»..."
ResponderEliminar"O que fazer, então? [...] As manifestações são iniciativas que deverão ter continuidade. As greves de zelo, algo a considerar. As greves de um ou mais dias, deverão ser evitadas, pois não terão o sucesso pretendido."
hummm... agora apanhei um nó, Ricardo ;)
Ricardo desculpa, mas antes de propor o que quer que seja é bom que saiba o que se está a propor. Falo nisso por causa da famosa greve de zelo. Quem souber o que é uma greve de zelo sabe que na nossa profissão é impraticável, além de perigosa.
ResponderEliminarE greves de várias dias, que há mto considero ser a melhor opção, tem um grave problema, que tu próprio indicas "b) Dificuldade dos professores, em considerarem a perda monetária advinda de greves".
Só falta alguem sugerir a greve às avaliuações (e não uma greve de vários dias), outro exemplo de uma sugestão sem se saber o que está a sugerir (quem sabe o que realmente siginifica uma greve às avaliações sabe que, para ser viável, tem duração, e custos, superiores a uma greve de vários dias)
Muito interessante:
ResponderEliminar2006-02-08
GREVE DE ZELO - 2
Sobre o conceito de greve de zelo, nada melhor do que dar a palavra aos especialistas.
Recorro a dois:
Bernardo da Gama Lobo Xavier, Curso de Direito do Trabalho, p. 186, nota 1:
«As “greves de zelo” caracterizam-se por um abrandamento da actividade produtiva que, em vez de resultar da abstenção do trabalho ou do não cumprimento das directivas patronais ou dos ritmos de trabalho estabelecidos, é causado – ao contrário – pela aplicação minuciosíssima, literal e chicaneira dos regulamentos existentes. O exemplo clássico é das «greves de zelo» do pessoal das alfândegas, que podem fazer as revistas e controlos com lentidão exasperante».
«Certos profissionais resolvem dar um cumprimento rígido aos regulamentos dos serviços, causando assim enormes atrasos»;
«Não há propriamente uma abstenção da prestação do trabalho, mas a sua execução em termos anormais».
A. L. Monteiro Fernandes, Direito do Trabalho, vol II, 3.ª edição, p. 252, define assim a greve de zelo: «as tarefas ou funções são efectivamente exercidas, embora de modo tão detalhado e minucioso que acabam por causar a desorganização do processo produtivo».
retirado:
http://o-meu-monte.blogspot.com/2006/02/greve-de-zelo-2.html
Para Miguel Pinto: Não foste tu quem apanhou um nó, foi mesmo o meu cérebro que deu uma «inflexão». Eh eh eh... Expliquei-me mal ou de forma insuficiente. O que eu queria «dizer», é que as manifestações serão uma das iniciativas a ter continuidade, mas tendo em consideração, alguns dos elementos que enumerei (nomeadamente os movimentos independentes de professores, o afastamento dos professores e a desilusão com os resultados obtidos com a estratégia actual). Ou seja, as futuras mobilizações para manifestações, deverão ter em conta estes «novos» factores e não serem promovidas de forma «automática».
ResponderEliminarQuanto às greves, acho que fui claro...
Um abraço.
Para Advogado do Diabo: Provavelmente até terás razão, mas discordo com o «impraticável» que referiste. Poderá ser perigosa (daí a ter referido como hipótese), mas não impraticável... Bastaria estudar quais os «moldes» em que seria aplicada, de forma a diminuir essa perigosidade, mas tendo em vista o objectivo pretendido.
ResponderEliminarDas restantes «tipologias» de greve não falei, pois partilho da tua opinião.
Um abraço.