quinta-feira, 8 de maio de 2008

Fenprof contesta cobrança de 200 euros por acção de formação voluntária sobre avaliação de desempenho.

No "Sol" de 07/05/2008: "A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) contestou hoje o pagamento de 200 euros por parte dos docentes para poderem frequentar uma acção de formação voluntária sobre avaliação de desempenho do Instituto Nacional de Administração (INA), exigindo a sua gratuitidade.
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Contactado pela Agência Lusa, o presidente do INA garantiu que «não há nenhuma parceria com o Ministério da Educação» e que o instituto cobra sempre propinas pelas acções de formação que realiza, até porque «o orçamento de estado só cobra 25 por cento do orçamento do INA».
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Mesmo a formação não sendo obrigatória, acrescentou Mário Nogueira, o «clima de intimidação» criado pelo Ministério da Educação em torno da avaliação de desempenho, dada a sua importância na progressão na carreira, propícia «a corrida» a esta acção.

«O Governo está a procurar validar um modelo condenado pelos professores e fazer negócio à custa dos docentes», acrescentou.
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De acordo com Mário Nogueira, algumas das acções de formação realizam-se nas próprias escolas, local onde os professores realizam a sua inscrição.
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Do total de nove acções de formação previstas, quatro já estão esgotadas. Em cada uma podem participar no máximo 25 professores, o que significa que só nestas quatro o INA arrecadou 20 mil euros. Cada acção é constituída por um total de 16 horas, dividas por dois dias.

Contactado pela Agência Lusa, o Ministério da Educação não quis fazer qualquer comentário às acusações da Fenprof."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: Este tipo de formação deveria ser financiada (e assegurada) pelo Ministério da Educação! É verdade, que este tipo de formação não é obrigatória, mas é essencial para que os avaliadores e os avaliados se sintam mais "confortáveis" (dentro daquilo que é possível) com o processo da avaliação de desempenho. Por aqui se vê, que não é de todo relevante para os elementos do Ministério da Educação, que os professores saibam autoavaliar-se e avaliar os seus pares (continuo a discordar completamente deste último parâmetro da avaliação). Aliás, a "confusão" até interessa aos governantes...

O novo modelo de avaliação do desempenho docente já é um "esquema" que visa a estatística económica... Introduzindo cotas, desigualdades e um mecanismo de filtragem injusto, o governo consegue evitar algumas despesas adicionais. É irreal não pensar que estas acções de formação altamente lucrativas, são uma consequência do modelo de avaliação (e não só...). Para já nem falar no encerramento de inúmeros centros de formação, que só vão agravar a situação da formação para os professores e aumentar a afluência às acções de formação "lucrativas".

Na eventualidade de existirem colegas interessados nestas acções de formação, podem sempre visitar o sítio do INA ou ir directamente à página dos seminários (aqui).
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