No sítio da RTP a 15/04/2008: "Dezassete dos 30 professores que participaram num plenário que hoje decorreu na Escola de São Pedro, Vila Real, votaram contra o entendimento alcançado sábado de madrugada entre a Plataforma Sindical e o Ministério da Educação (ME) e lançaram duras criticas à actuação dos sindicatos.
Talvez por causa do entendimento entre os sindicatos e o ME, foram poucos os professores deste estabelecimento de ensino que aderiram ao Dia D - dia de debate nacional sobre o estado da escola pública.
Esta iniciativa foi agendada pela Plataforma Sindical de Professores aquando da Marcha da Indignação, em Lisboa.
O auditório da São Pedro contou com trinta participantes mas, na hora de votar a moção apresentada pela plataforma sindical, estavam na sala apenas 17.
Estes votaram todos contra o entendimento e lançaram duras criticas à actuação dos sindicatos no processo negocial com a ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Um dos mais acérrimos opositores ao acordo foi o professor Octávio Gonçalves, um dos responsáveis pela criação do movimento espontâneo "Promova", que nasceu precisamente nesta escola e se disseminou por todo o país.
O docente abandonou a sala meia hora depois do plenário começar e numa altura em que os delegados sindicais Paulo Figueiredo e Luís Pombo explicavam o teor do Protocolo de Entendimento.
Octávio Rodrigues afirmou-se "desiludido" e "traído" pelos sindicatos e sustentou que o acordo com o ME apenas serviu para "legitimar o modelo de avaliação".
"Este acordo não representa nenhuma vitória para os professores. Mais não fez do que adiar o problema para Setembro", referiu.
A discussão entre os sindicalistas e os docentes esteve bastante acesa durante a manhã.
Para o docente José Aníbal, "mais não se fez do que esvaziar a força dos 100 mil professores que participaram na manifestação de Lisboa".
Também Manuel Coutinho considerou que se perdeu a oportunidade conquistada com a união dos professores demonstrada na Marcha da Indignação, os quais durante anos estiverem desunidos.
"Se há alguma vitória ela é inteiramente do Governo. A avaliação não foi suspensa, o que vai acontecer este ano com a avaliação dos contratados iria acontecer com ou sem entendimento", frisou.
Para Pedro Areias, era "preferível não se assinar nenhum acordo e cair de pé".
"O ministério conseguiu desunir os professores, que se sentem traídos pela actuação dos sindicatos", frisou este docente.
O dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Norte, Luís Pombo, afirmou que o acordo só é assinado quinta-feira se a maioria dos professores "concordar".
Apesar desta garantia, os docentes de Vila Real mostraram-se descrentes.
"Agora é que estamos de luto", afirmou Pedro Areias.
O delegado do Sindicato dos Professores do Norte, Paulo Figueiredo, salientou que a Marcha da Indignação "obrigou" a ministra da Educação a sentar-se à mesa com os sindicatos e a negociar condições mínimas de estabilidade nas escolas neste terceiro período.
Destacou a "avaliação do desempenho simplificada e uniformizada" em todas as escolas e a criação de uma Comissão Paritária, constituída por elementos dos sindicatos e do ME para o acompanhamento e avaliação do modelo de avaliação do desempenho.
No entanto, o docente Pedro Areias referiu que a avaliação do modelo ficou prevista para o final do ano lectivo de 2009, em "plena campanha eleitoral", e por isso mesmo considerou que "nunca será concretizada"."
Ver Artigo Completo (RTP)
Talvez por causa do entendimento entre os sindicatos e o ME, foram poucos os professores deste estabelecimento de ensino que aderiram ao Dia D - dia de debate nacional sobre o estado da escola pública.
Esta iniciativa foi agendada pela Plataforma Sindical de Professores aquando da Marcha da Indignação, em Lisboa.
O auditório da São Pedro contou com trinta participantes mas, na hora de votar a moção apresentada pela plataforma sindical, estavam na sala apenas 17.
Estes votaram todos contra o entendimento e lançaram duras criticas à actuação dos sindicatos no processo negocial com a ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Um dos mais acérrimos opositores ao acordo foi o professor Octávio Gonçalves, um dos responsáveis pela criação do movimento espontâneo "Promova", que nasceu precisamente nesta escola e se disseminou por todo o país.
O docente abandonou a sala meia hora depois do plenário começar e numa altura em que os delegados sindicais Paulo Figueiredo e Luís Pombo explicavam o teor do Protocolo de Entendimento.
Octávio Rodrigues afirmou-se "desiludido" e "traído" pelos sindicatos e sustentou que o acordo com o ME apenas serviu para "legitimar o modelo de avaliação".
"Este acordo não representa nenhuma vitória para os professores. Mais não fez do que adiar o problema para Setembro", referiu.
A discussão entre os sindicalistas e os docentes esteve bastante acesa durante a manhã.
Para o docente José Aníbal, "mais não se fez do que esvaziar a força dos 100 mil professores que participaram na manifestação de Lisboa".
Também Manuel Coutinho considerou que se perdeu a oportunidade conquistada com a união dos professores demonstrada na Marcha da Indignação, os quais durante anos estiverem desunidos.
"Se há alguma vitória ela é inteiramente do Governo. A avaliação não foi suspensa, o que vai acontecer este ano com a avaliação dos contratados iria acontecer com ou sem entendimento", frisou.
Para Pedro Areias, era "preferível não se assinar nenhum acordo e cair de pé".
"O ministério conseguiu desunir os professores, que se sentem traídos pela actuação dos sindicatos", frisou este docente.
O dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Norte, Luís Pombo, afirmou que o acordo só é assinado quinta-feira se a maioria dos professores "concordar".
Apesar desta garantia, os docentes de Vila Real mostraram-se descrentes.
"Agora é que estamos de luto", afirmou Pedro Areias.
O delegado do Sindicato dos Professores do Norte, Paulo Figueiredo, salientou que a Marcha da Indignação "obrigou" a ministra da Educação a sentar-se à mesa com os sindicatos e a negociar condições mínimas de estabilidade nas escolas neste terceiro período.
Destacou a "avaliação do desempenho simplificada e uniformizada" em todas as escolas e a criação de uma Comissão Paritária, constituída por elementos dos sindicatos e do ME para o acompanhamento e avaliação do modelo de avaliação do desempenho.
No entanto, o docente Pedro Areias referiu que a avaliação do modelo ficou prevista para o final do ano lectivo de 2009, em "plena campanha eleitoral", e por isso mesmo considerou que "nunca será concretizada"."
Ver Artigo Completo (RTP)
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Comentário: Revejo nesta notícia, aquilo que ocorreu na minha escola, durante o plenário. O sentimento que domina é o da traição. O esvaziar de um sopro de união, que teve o seu limite na manifestação dos 100 000 em Lisboa... Atenção que existem pontos positivos (a curto prazo - 3.º período) neste entendimento, mas creio que o saldo, a médio e longo prazo será negativo. Para mim, demasiado negativo! Pessoalmente, e já aqui o havia escrito, se este manifesto for assinado, não irei aderir a qualquer iniciativa promovida pelos sindicatos. E acreditem que reflecti seriamente nesta posição... Mas isso sou eu, que provavelmente tenho uma visão demasiado abrangente do problema, e que vejo esta eventual convergência como uma dificuldade para futuras negociações.
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O "memorando de entendimento" entre sindicatos e ministério da Educação veio evidenciar que a "luta dos professores" estão muito para além dos seus interesses profissionais, sendo evidente que há lutas políticas por detrás de alguns grupos de professores supostamente independente. Basta ver o seu discurso para se perceber que estão mais preocupados em transformar a escola em comunas por eles lideradas.
ResponderEliminarNão sou contra a existência de escolas que funcionem de acordo com o modelo defendido por esses professores, mas como ninguém os mandatou para decidir como deve ser uma escola e vivem à custa dos contribuintes não me parece aceitável que dirijam as escolas. Saiam, criem as suas próprias escolas, suportem os seus custos e implementem as experiências que bem entenderem.
IN O Jumento