terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Análise do Prós e Contras de ontem...

Começo por fazer "mea culpa", pois pensei que teriamos uma repetição do anterior programa em que a Ministra da Educação participou. Na realidade, parece-me (provavelmente será exagerado da minha parte) que aconteceu (quase) exactamente o contrário. Assim, posso tirar algumas conclusões, profundamente pessoais. Sintam-se à vontade de discordar...

(1) Os sindicatos mostraram-se unidos pela primeira vez, e se bem que o representante da FENPROF foi mais incisivo (dando até algumas notícias em primeira "mão"), o da FNE, desta vez, "defendeu" quem representa. E ainda bem... Poderiam ter feito melhor, no entanto, posso classificar a sua actuação como razoável;

(2) Especial destaque para a colega Fernanda Velez, que disse tudo aquilo que eu gostaria de ter dito à Ministra da Educação, com o tempo que teve. Para mim, foi indiscutivelmente a figura da noite, utilizando da melhor forma e de forma concisa o (pouco) tempo que Fátima Campos Correia lhe atribuiu. Sem dúvida que a frase "Qualquer um serve para Ministro da Educação" me vai ficar na memória durante muito tempo. Acho que foi mal compreendida por alguns colegas bloguistas... O que também fica na memória pelos piores motivos é a resposta da Maria de Lurdes Rodrigues, que passo a transcrever inserida no contexto:

"Fernanda Velez - "Qualquer um pode ser Ministro da Educação e passo a explicar: nunca nenhum governo, incluindo o do meu partido, teve a coragem de colocar alguém do ramo (que conheça a realidade do ensino e das nossas escolas) à frente do Ministério da Educação. "

Ministra da Educação - "Está a dizer-me que eu, por não ser loura, não posso ser Ministra da Educação! Se vamos falar das caracterísiticas pessoais..."


Sem mais comentários...;

(3) Quanto à Ministra da Educação, mostrou (e confirmou) o autismo que tão bem a caracterizou. Não respondeu a nenhuma das questões que lhe foram feitas e rebateu como pôde, utilizando "argumentos" esvaziados por ela própria e colocando "expressões" na boca dos restantes intervenientes. Sentiu claramente a falta de "apoiantes" e da costumeira tendência pró-governamental da Fátima Campos Correia;

(4) Por parte dos professores, não posso censurar a emoção, no entanto, há que reconhecer que algumas das intervenções poderiam ter sido melhor preparadas ou então ficaram "feridas" pela angústia inerente à situação em causa;

(5) Gostei da maior parte do discurso do colega (premiado) Arsélio, no entanto, e mesmo com as suas "críticas escondidas", deixou pairar no ar, demasiada subjectividade para que lhe reconheça um real valor da sua intervenção. Não tenho dúvidas que poderia ter feito melhor. Poderia ter concretizado...;

(6) Relativamente ao "Movimento Professores Revoltados", o seu representante pautou-se por uma emotiva e sentida intervenção, que acertou em alguns "alvos" de forma indesmentível e tremendamente objectiva. Considero a intervenção corajosa (talvez demasiado);

(7) Nem por um minuto foi referida a prova de ingresso na carreira docente e a situação complicada dos colegas contratados. Acho que estamos demasiado concentrados na avaliação, e esquecemo-nos das próximas fases. Negativo, na minha opinião e não me convencem com o argumento "falta de tempo";

(8) Ao contrário do que foi referido no programa, não concordo com a expressão utilizada por alguém (sinceramente não me recordo quem foi o/a autor/a), relativamente ao facto dos professores estarem unidos. Provavelmente estaremos a iniciar essa união ou eventualmente um "esboço" de união... Mas "união" de facto, não me parece.

Nota: Não comentei algumas intervenções (como a do autarca, a do representante do Concelho de Escolas e do representante dos encarregados de educação), por opção própria, uma vez que não foram, para mim, minimamente relevantes.

12 comentários:

  1. Surpreendentemente, até gostei do debate!!! A MD demonstrou que não sabe dar resposta a muitas das questões, refugiando-se em aspectos que nem estavam em discussão, como as aulas de substituição!Enfim...
    Contudo fiquei desiludida por não se ter falado nos professores contratados!!! Era o momento certo para se falar de nós!

    Angela Silva

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  2. A ministra em tudo o que disse..demonstrou não ter sentido na sua política..é o caos!

    Rute Silva

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  3. Realmente a Ministra referiu que as escolas têm bastante tempo para se organizar uma vez que o processo só tem de estar concluido em 2009, mas esqueceu-se que para os contratados esse prazo é já daqui a cerca de 5 meses. A minha escola ainda está a reformular o Regulamento Interno e o PEE. Então pergunto, como vamos nós contratados ser avaliados? Com base em quê temos de definir os nossos objectivos?!!! Sinceramente não percebo como não se falou disto ontem. Mais uma vez ninguém se lembrou dos professorzecos contatados. Há 15 anos que dou aulas continuo contratada e só posso dizer que cada vez estou mais farta disto...

    Margarida

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  4. já que falamos em avaliação e imitando o Marcelo Rebelo de Sousa, vou deixar as minhas notas aos intervenientes:
    - Fátima Campos Correira (14 valores): Para mim a surpresa, uma vez que simplesmente esperava que fosse a beija-mão da ministra.

    - A Ministra ( 8 valores): Quase positiva, porquê? Porque teve igual a si própria. Arrogante, mentirosa e com o seu ar de falsa inocente. Apenas surpreendeu quando perdeu as estribeiras com a Fernada Velez. Já irritava ouvir falar nas aulas de substituição e a conversa do Inglês, para se safar a qualquer questão.

    - Fernanda Velez (19 valores): Falar pouco e em qualidade. Ganhou também o óscar de expressão da noite: "Qualquer uma pode ser Ministro da Educação..."

    - Movimento Pro-Nova (18 valores): Gostei muito da intervenção do colega de Vila Real. Sereno e com classe. Pena ter tido pouco tempo.

    - Arsélio (12 valores): É um encanto ouvi-lo falar, mas não estava interessado em saber o que tinha feito e os cargos que tinha ocupado. Perdeu demasiado tempo a enrolar sendo pouco objectivo.

    - Sindicatos (15 valores): A ministra que insistia nas aulas de substituição, perdeu a moral com a intervenção oportuna do Mário Nogueira.

    - Movimento dos professores revoltados (16 valores): O colega falou com a emoção e disse tudo que vai na nossa alma. Teve bem, mas nestas situações demasiada emoção podem prejudicar. Quando disse: "beba água, beba" queria dizer o que estávamos a pensar: "a água devia ter laxante"...

    - O especialista da educação (2 valores): 2 valores porque consegui demonstrar a todos os portugueses como são maioria dos professores universitários. Só falam porque lhe dão a palavra... Mas quem convidou aquele senhor???

    - Representante dos E.E.( 2 valores): o Homem só faz barulho... enfim.

    Por fim, a colega de Ericeira (2 valores): Esteve mal. Não deveria ter insistido na palavra. Deixou uma imagem frágil.

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  5. Permitam-me que como encarregado de educação de dois alunos do secundário, marido de uma professora do 1º ciclo e contribuinte, emita uma opinião: a tal Fernanda Velez não a queria para professora dos meus filhos, mal educada é o que é. Se concordei com as aulas de substituição, com a introdução do inglês, sou também a favor da avaliação dos professores. Fixar objectivos é essencial para alinhar esforços. O que o representante da Fenprof fez, e bem, vou dar uma dimensão politico partidária a discussão sobre a necessidade de distinguir desempenhos. Não sou da corporação e a minha mulher não é titular. Penso apenas na melhoria do ensino e nos custos para os contribuintes. Votarei agora no PS.
    Carlos

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  6. Já agora e porque me interesso por educação aqui fica
    http://www.ige.min-edu.pt/upload/docs/IGE_Informacao_10_12_2007.pdf
    Carlos

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  7. Já agora e porque me interesso por educação aqui fica
    http://www.ige.min-edu.pt/upload/docs/IGE_Informacao_10_12_2007.pdf
    Carlos

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  8. Foi a Fernanda Velez a primeira a usar a expressão união entre os professores.


    Quanto ao Carlos que aqui comenta, gostaria de saber, caso fosse possível, se a esposa também comunga da mesma opinião que o conjugue.

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  9. Que disparate o meu. A ideia de facto é saber se conjuga da mesma ideia, mas o que queria escrever era : cônjuge.

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  10. A classe dos professores já andam a
    alguns anos a gozar com o «pagode», e agora por causa da avaliação fazem este barulho todo e sem razão, porque uma coisa é ser
    competente, profissional na pedagogia outra coisa é andar a passar o tempo para chegar ao topo da carreira, cujo oobjectivo é o actual nivel maximo da reforma (ver listagem da ADSE e comparem).
    Quem tem medo das avaliações são todos aqueles não nasceram para
    ensinar, deviam ter ido para outras
    actividades.
    Nas empresas privadas as avalia- ções e autoavaliações sempre se fizeram e a justiça foi reposta, porque ter um professor incompetente e um competente na mesma classificação está errado, e é uma situação que só pode ser resolvida pela avaliação.
    Outra coisa que eu queria dizer é que para além de não ter nada contra qq classe, seja ela qual fôr, entendo é que qq governo,
    seja ele qual fôr, tem legitimi- dade para traçar as suas politicas e nenhum tribunal administrativo pode colocar em causa as suas politicas, caso contrario o melhor é colocar o Tribunal a governar o país.

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  11. O sr. Carlos, pelo que disse no meu blog, é professor desempregado, e quer tentar, através da prova de ingresso, melhorar a sua situação... As suas motivações estão bem claras!

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  12. A flecha quebrada ainda não percebeu que os professoras não t~em medo NENHUM das avaliações... Só não concordam com a forma como o processo está a ser desenvolvido... E já agora, defende que o Governo pode fazer o que quiser e o tribunal NÃO PODE COLOCAR em causa decisões??? E eu a pensar que ainda havia divisão de poders... enfim...
    NOKAS

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