No Público de 11/11/2007: "Os professores são dos profissionais com maiores índices de stress e de exposição ao risco, muito devido à indisciplina dos alunos, que tem aumentado bastante nos últimos anos, disse João Amado, professor da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e autor de várias obras sobre indisciplina.
"A indisciplina agravou-se progressivamente. Passou-se de uma infracção simples das regras para um comportamento mais violento e conflituoso", explicou.
(...)
"A degradação instalou-se a passos largos. Os insultos generalizaram-se, há agressões e conflitos quase todas as semanas", contou o professor, de 53 anos, que lecciona na escola básica do 2º e 3º ciclos António da Costa, em Almada.
João Amado, investigador do fenómeno da indisciplina desde o início da década de 1980, garante estar disseminada a desmotivação entre os professores, afectados por uma "grande indefinição na comunidade educativa e pela generalização da própria ideia de crise".
O autor de obras como "Indisciplina e Violência na Escola - Compreender para Prevenir" aponta ainda como motivo do aumento do fenómeno "o facilitismo por parte de muitos pais, que se demitiram totalmente da sua função educativa".
"As famílias desresponsabilizaram-se muito e o facto de não existirem regras em casa é altamente perturbador e potenciador de um comportamento de incivilidade por parte de muitas crianças e jovens", explicou.
"A indisciplina agravou-se progressivamente. Passou-se de uma infracção simples das regras para um comportamento mais violento e conflituoso", explicou.
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"A degradação instalou-se a passos largos. Os insultos generalizaram-se, há agressões e conflitos quase todas as semanas", contou o professor, de 53 anos, que lecciona na escola básica do 2º e 3º ciclos António da Costa, em Almada.
João Amado, investigador do fenómeno da indisciplina desde o início da década de 1980, garante estar disseminada a desmotivação entre os professores, afectados por uma "grande indefinição na comunidade educativa e pela generalização da própria ideia de crise".
O autor de obras como "Indisciplina e Violência na Escola - Compreender para Prevenir" aponta ainda como motivo do aumento do fenómeno "o facilitismo por parte de muitos pais, que se demitiram totalmente da sua função educativa".
"As famílias desresponsabilizaram-se muito e o facto de não existirem regras em casa é altamente perturbador e potenciador de um comportamento de incivilidade por parte de muitas crianças e jovens", explicou.
Esta ideia não é aceite por Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que garante que "a globalidade das famílias assume as suas responsabilidades ao nível da educação dos filhos".
Ao invés, o responsável da Confap aponta o dedo aos docentes, alegando que muitos se demitem de exercer a sua autoridade junto dos alunos e que agem com grande condescendência relativamente a situações de indisciplina.
Só isso explica, na sua opinião, que uma mesma turma possa ter um comportamento impecável com um professor e ser altamente indisciplinada com outro, o que diz acontecer com frequência.
(...)
Certo é que há uma percepção generalizada na opinião pública sobre o aumento da indisciplina e da violência na escola, fenómenos que, muitas vezes, andam de braços dados. O próprio Procurador-Geral da República considerou recentemente, em entrevista ao semanário “Sol”, que "a situação de impunidade tem de acabar".
Pinto Monteiro vai mesmo emitir uma directiva ao Ministério Público para fazer uma recolha de dados sobre a situação, "começando pela participação de todos os ilícitos que ocorram nas escolas".
Desde o início do ano lectivo, em apenas dois meses, a linha telefónica SOSprofessor recebeu 37 participações de docentes, das quais nove de agressão física por parte de alunos e encarregados de educação e as restantes relativas a situações de indisciplina grave.
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Ao invés, o responsável da Confap aponta o dedo aos docentes, alegando que muitos se demitem de exercer a sua autoridade junto dos alunos e que agem com grande condescendência relativamente a situações de indisciplina.
Só isso explica, na sua opinião, que uma mesma turma possa ter um comportamento impecável com um professor e ser altamente indisciplinada com outro, o que diz acontecer com frequência.
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Certo é que há uma percepção generalizada na opinião pública sobre o aumento da indisciplina e da violência na escola, fenómenos que, muitas vezes, andam de braços dados. O próprio Procurador-Geral da República considerou recentemente, em entrevista ao semanário “Sol”, que "a situação de impunidade tem de acabar".
Pinto Monteiro vai mesmo emitir uma directiva ao Ministério Público para fazer uma recolha de dados sobre a situação, "começando pela participação de todos os ilícitos que ocorram nas escolas".
Desde o início do ano lectivo, em apenas dois meses, a linha telefónica SOSprofessor recebeu 37 participações de docentes, das quais nove de agressão física por parte de alunos e encarregados de educação e as restantes relativas a situações de indisciplina grave.
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Para já, o Governo apostou numa alteração do Estatuto do Aluno, em vigor desde 2002, reforçando a autoridade dos docentes para combater o problema da violência e indisciplina na escola, cuja dimensão tendeu a desvalorizar.
O diploma, aprovado esta semana no Parlamento, prevê a distinção entre sanções correctivas e sancionatórias, agiliza os processos disciplinares e reforça a responsabilização dos pais."
Ver Artigo Completo (Público)
O diploma, aprovado esta semana no Parlamento, prevê a distinção entre sanções correctivas e sancionatórias, agiliza os processos disciplinares e reforça a responsabilização dos pais."
Ver Artigo Completo (Público)
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Todos nós (professores) sabemos que a indisciplina nas escolas tem aumentado. Independentemente do que for "ditado" pelas estatísticas, é um facto assente. No entanto, acredito que estatísticas destas sejam porteladas o mais possível pelo governo! Seria como "água" a estragar a "pintura", considerada por este Ministério da Educação como uma autêntica obra de arte!
Quanto à desmotivação dos professores, não será necessário recuar muito atrás no tempo para sabermos qual a origem (ou autora). E podem reformular quantas vezes quiserem o Estatuto do Aluno, que não será o suficiente para reforçar a nossa autoridade. Seria necessário fazer mudanças bem mais profundas para que tal voltasse a ocorrer (se ainda for concretizável!). Mudanças essas que teriam que passar obrigatoriamente por quem dirige os destinos da educação em Portugal. Como eleitor, terei algo a dizer no futuro, para já, tenho que me resignar!
Quanto ao facilitismo dos encarregados de educação vs responsabilidade de alguns docentes: não estava à espera de outra reacção por parte do presidente da Confap. No entanto, não nos podemos esquecer que a maioria dos docentes não vê qualquer consequência prática, quando tenta exercer a sua autoridade (se é que ainda se pode chamar assim...). Recomendo ao presidente da Confap que faça uma pesquisa no Google, utilizando a expressão "agressão a professor" para tentar compreender quais as consequências da nossa "autoridade" e a razão pela qual alguns docentes serão condescendentes. Quem serão os verdadeiros "facilitistas"? Aqueles que tentam e se dão mal com isso, ou aqueles que nem tentam e apenas apontam "dedos"?
Quanto à desmotivação dos professores, não será necessário recuar muito atrás no tempo para sabermos qual a origem (ou autora). E podem reformular quantas vezes quiserem o Estatuto do Aluno, que não será o suficiente para reforçar a nossa autoridade. Seria necessário fazer mudanças bem mais profundas para que tal voltasse a ocorrer (se ainda for concretizável!). Mudanças essas que teriam que passar obrigatoriamente por quem dirige os destinos da educação em Portugal. Como eleitor, terei algo a dizer no futuro, para já, tenho que me resignar!
Quanto ao facilitismo dos encarregados de educação vs responsabilidade de alguns docentes: não estava à espera de outra reacção por parte do presidente da Confap. No entanto, não nos podemos esquecer que a maioria dos docentes não vê qualquer consequência prática, quando tenta exercer a sua autoridade (se é que ainda se pode chamar assim...). Recomendo ao presidente da Confap que faça uma pesquisa no Google, utilizando a expressão "agressão a professor" para tentar compreender quais as consequências da nossa "autoridade" e a razão pela qual alguns docentes serão condescendentes. Quem serão os verdadeiros "facilitistas"? Aqueles que tentam e se dão mal com isso, ou aqueles que nem tentam e apenas apontam "dedos"?
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A indisciplina na escola é uma consequência natural da incapacidade de ensinar um aluno médio.
ResponderEliminarEsta última, na sua vez, é uma consequência inevitável dos métodos de ensino, inválidos, que estrangulam a nossa escola desde há 30 anos.
Para saber mais, leia o nosso blogue.
Poderá ser incapacidade... Poderá ser desactualização... Mas sem dúvida que o cerne desta questão se encontra na desmotivação. Se esta desmotivação (por muitos considerada, incapacidade) tem uma origem interna ou externa, fica por saber... Mas acredite, colega, que a política educativa deste Ministério em nada ajuda!
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