segunda-feira, 23 de maio de 2011

ADD - Relatório de auto-avaliação

Tenho recebido diversas mensagens de correio electrónico (o tema é também recorrente em comentários na "Sala de Profs" aqui do blogue) a solicitar "exemplos" de relatórios de auto-avaliação relativos ao actual modelo de Avaliação do Desempenho Docente (Decreto Regulamentar n.º 2/2010, de 23 de Junho). Pois bem, não quero desiludir mas esses "exemplos" não deverão surgir facilmente ou rapidamente... E se escrevo isto é porque este relatório (ao contrário do utilizado na versão anterior da ADD) é bastante mais complexo.

Vamos ao modelo da ADD em vigor, mais concretamente ao artigo referente ao relatório (parece-me que ainda existem alguns colegas que nunca leram o DR 2/2010 por aparente falta de tempo):

"Artigo 17.º
Auto-avaliação
1 — A auto-avaliação tem como objectivo envolver o docente no processo de avaliação, promovendo a reflexão sobre a sua prática docente, desenvolvimento profissional e condições de melhoria do desempenho.
2 — A auto-avaliação é obrigatória e concretiza-se através da elaboração de um relatório a entregar ao relator em momento anterior ao preenchimento, por este, da proposta de ficha de avaliação global.
3 — O relatório de auto-avaliação constitui elemento essencial a considerar na avaliação do desempenho, e a sua elaboração deve observar as regras simplificadas e os padrões de uniformização definidos por despacho do membro do Governo responsável pela área da educação.
4 — O relatório de auto-avaliação aborda, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) Autodiagnóstico realizado no início do procedimento de avaliação;
b) Breve descrição da actividade profissional desenvolvida no período em avaliação;
c) Contributo do docente para a prossecução dos objectivos e metas da escola;
d) Análise pessoal e balanço sobre as actividades lectivas e não lectivas desenvolvidas, tendo em conta os elementos de referência previstos no artigo 7.º;
e) Formação realizada e seus benefícios para a prática lectiva e não lectiva do docente;
f) Identificação de necessidades de formação para o desenvolvimento profissional.
5 — O relatório é acompanhado, em anexo, dos documentos relevantes para a apreciação do desempenho do docente que não constem no seu processo individual. (...)"

Assim, e para o dito relatório é necessário ter em atenção os 6 aspectos do ponto 4, assim como os respectivos anexos. Iniciam logo por um autodiagnóstico (já tinha alertado para este pormenor a 1 de Novembro de 2010), uma breve descrição da actividade profissional (do período em avaliação). Segue-se o contributo para o cumprimento dos objectivos e metas da vossa escola e uma análise das actividades lectivas e não lectivas tendo como referência os elementos de referência da avaliação (onde estão incluídos por exemplo, os padrões de desempenho docente estabelecidos a nível nacional). Cansados? Pois... Mas ainda não chegou ao fim... Depois vem a formação realizada (e seus benefícios) e por último as necessidades de formação. Não gostaram? Pois... Comparando com o anterior modelo de ADD, neste ponto em particular, a "coisa" piora (nada que já tivesse sido escrito neste blogue).

Para além do que coloquei acima, importa também conhecer às "deliberações" provenientes da Comissão de Coordenação da Avaliação de Desempenho (CCAD) da vossa escola/agrupamento, que por vezes, esclarecem de alguma forma alguns dos pontos referidos no artigo 17.º.

Como é fácil de constatar, a tarefa de "utilizar exemplos" será particularmente complicada. Pior, é tão complicada a elaboração desses "exemplos" que irei ficar deveras surpreendido se aparecerem.

Para mais informações, sigam para o pack "Avaliação do Desempenho Docente", que se encontra disponível neste blogue há alguns meses.

16 comentários:

  1. Já todos sabemos que a ADD é uma anedota, mas uma dúvida chegou-me agora, e só agora mesmo, ao espírito:

    Avaliação 2007-09 - BOM, 8, porque não pediu aulas assistidas

    Avaliação 2009-11 - Aulas observadas e Imagine-se que com Bom ou Muito Bom

    Pode (depois dos congelamentos e afins) passar-se do 6º para o 7º (não considerando as quotas claro)?

    Obrigada!

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  2. A existência deste post só tem uma não razão - medo que o PS volte a ganhar!
    Um abraço.

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  3. Não me vou cansar muito com este relatório...Vou simplesmente "relatar" o que fiz! Mais que isso não posso, nem sei, fazer!
    Agora: e se não houver orientações da Comissão de Acompanhamento? E se as metas/objectivos da escola são tão ambíguas(os) que, por mais que me esforce, não as(os) consiga encaixar no meu desempenho, e consequentemente, no meu relatório? E...se nem sequer foi feito o "autodiagnóstico???
    Mas ainda não me vou preocupar com este assunto. Ainda estou em pleno desempenho como certamente a maioria estará...
    HG

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  4. Extremamente complexo. Enquanto o PR estiver ligado ao PSD não voto neste partido. Promulgou outros diplomas e este enviou para o TC.Anda tudo à "nora".

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  5. Para FD: Nem me passou isso pela cabeça...

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  6. Para Ana Cristina: A resposta encontra-a no artigo 27º (se não estou enganado) do ECD. E para além da consideração das quotas para a avaliação, também não se deve esquecer que existem vagas.

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  7. Ricardo,
    Na existência deste post estiveram os e-mails que recebestes e os comentários da “Sala de Profs”. Era a esses que me referia.
    Um abraço.

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  8. para a elaboração deste relatório de autoavaliação é necessária a leitura do despacho 14420/ 2010 que estabelece a estrutura do relatório.
    a)autodiagnóstico;
    b) breve descrição da act. profissional;
    c) contributo undividual...
    d)análise e balanço
    e) formação
    f) necessidades de formação.

    O único item que me está a fazer mais confusão é o primeiro:autodiagnóstico. O que será que abordaremos neste ponto?

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  9. E para quem não pediu aulas assistidas? Nessa dimensão fic apenas um domínio para as evidências. Se a escola definir 2 evidências por dimensão ou 3 como fica?! As 2 ou 3 só nesse domínio?

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  10. Já vi que estamos todos na mesma onda, sem saber por onde começar.Realmente o item a) e a c) estão a dar que falar. O relatório do ano passado era mais fácil de elaborar, que toca às questões a desenvolver.
    Quem já descobriu a "fórmula"para preencher o relatório que avance.
    A ideia que eu tenho do autodiagnóstico é escrever competências que tenham a haver com o PE PAA e os nossos objectiovos individuais, será?

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  11. Por razões de calendarização, já dei início à elaboração do meu relatório de auto-avaliação,tendo concluído as suas três primeiras alíneas.
    Encalhei na alínea d), porque , do meu ponto de vista, ela acaba por ser uma repetição daquilo que já fui forçada a descrever na b) e C). Será que estou errada nesta minha percepção?
    Outro problema com que me estou a deparar é o n.º exíguo de páginas permitido relativamente aquilo que exigem que se escreva em cada alínea, onde tudo tem de ser fundamentado. Estou a procurar sintetizar ao máximo,mas, confesso que não está a ser nada fácil. Muito provavelmente quem concebeu este novo documento não ensaiou a sua elaboração para verificar se o n.º de páginas imposto se ajustava às exigências requeridas.

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  12. Ninguém sabe o que se deve por no relatório de avaliação. Há directores de escolas que chegam ao cúmulo de não saber o que são evidências. Honestamente, este tipo de coisas só podem ser uma piada de muito mau gosto.
    Por fim, este sistema de avaliação de professores não passa de um jogo manipulado, onde os níveis atribuidos aos professores, por vezes, já estão decididos no inicio do ano lectivo.
    Uma vez, que dentro das próprias escolas a avaliação nem sempre é justa, não seria mais correcto existir um sistema, no mínimo qualificado, que o fizesse?

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  13. Maria da Graça Ventura, Portimãojunho 14, 2011 11:12 da tarde

    Como se não bastasse a sobrecarga de trabalho no final do ano letivo, ainda temos de gastar os resquícios de reservas de imaginação e paciência com a elaboração (e ilustração) de um relatório que pode decidir (???) da nossa vida profissional.
    Como relatora e avalianda, pensei numa forma de facilitar o meu trabalho e o dos meus colegas. Elaborei, por isso, um modelo de relatório que quero partilhar convosco, na esperança de contribuir para a vossa tranquilidade...
    Como posso enviá-lo?
    .

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  14. Quando olho para trás questiono tudo o que foi feito em matéria de ensino... Será que hoje somos melhores professores do que foram os nossos professores, os professores dos nossos pais? Ando triste, pois cada vez sou menos professora, mas por outro lado estou a ganhar prática no preenchimento dos mais diversos formulários que pouco ou nada me ajudam. Por isso, é importante encontrarmos na net desde fichas para os alunos, até modelos de relatórios de autoavaliação... Não sobra tempo para nada...

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  15. Autoavaliação é sinónimo de aldrabice pura. Aproveitemos e coloquemos câmaras de filmar nas nossas salas de aula, que filmem todos os momentos... Aí sim, penso que é possível controlar mais o processo... E não é no teatro das aulas assistidas que vamos descobrir boas práticas...
    Eu gostava de poder trabalhar em paz com os meus alunos, fazendo o meu melhor, preparando aulas e fichas em casa, sem necessitar de recorrer à net ... como fazia nos meus primeiros anos de trabalho...
    Deixem-nos ser apenas professores...

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  16. cansadinha de corrigir exames, ainda tenho de pensar em papelada k vai pó lixo.

    obrigada pela vossa ajuda.

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