sexta-feira, 5 de junho de 2020

É, de facto, uma oportunidade...


Comentário: Gostaria de escrever que já não conheço ninguém que atribua um peso elevado à avaliação "classificativa", mas estaria a mentir. De facto, conheço vários colegas que teimam em avaliar pontualmente (eventualmente duas vezes por período, com mais "qualquer coisa" nos intervalos apenas para preencher) e a olhar de forma cega para as folhas de cálculo. 

Mas engane-se quem pensa que estou a apontar um dedo acusador aos colegas que insistem na avaliação puramente sumativa. O problema não é (apenas) deles... O grande problema aqui é a falta de consistência de quem gere os rumos da educação em Portugal. 

Se por um lado nos servem um perfil do aluno, uma flexibilidade curricular e mesmo uma educação inclusiva, onde a autonomia é uma palavra forte, por outro, continuam com os exames nacionais e os rankings para tudo e mais alguma coisa. Apelam à diversidade, mas no fundo promovem a uniformização. E a uniformização não se compadece com uma avaliação "dita" pedagógica.

E se dou de barato a possibilidade de potenciar a avaliação formativa no ensino básico, já no ensino secundário (e por tudo o que eu referi anteriormente) será bem menos fácil, enquanto se mantiver o atual crivo para o ensino superior (e já estão a ser feitas "experiências", para que cada instituição de ensino superior possa criar o seu próprio crivo).

Para terminar... Não sei se a pandemia veio potenciar a perda de peso dos "testes". De facto, quem já não lho dava, agora continuará a não dar. Quem dava, utiliza a oportunidade do ensino à distância para diversificar. E quem leciona disciplinas de exame nacional, não tem grande escolha se não continuar a "valorizar" os testes.

No fundamental, a oportunidade do Ensino à Distância será mais ao nível da diversificação e da implementação de possibilidades de avaliação. Se esta diversificação se vai manter um dia que regressemos em pleno ao ensino presencial, isso já será outra discussão.

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