sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pequena reflexão concursal...

Deixo-vos com uma pequena reflexão resultante de uma conversa com colegas de profissão (que encontrei aqui no Algarve) a propósito dos concursos de professores... As questões que coloco abaixo foram retiradas dessa mesma conversa, e obviamente enquadradas no meu raciocínio (julgo que, minimamente argumentado).

Assim,

Sempre pensei que os professores dos quadros de zona pedagógica fossem uma "espécie" que a médio prazo fosse extinta, ou melhor, reconvertida. Aliás, costumava dizer que "era uma apenas uma alínea num Estatuto". Esta minha ideia veio a confirmar-se com o encerramento definitivo (pensava eu...) de vagas para entrada em quadros de zona pedagógica.

Após algum tempo, pensei que o destino dos professores QZP seria a entrada num qualquer quadro de escola não agrupada (QEna) ou agrupamento de escolas (QA). No entanto, tenho de admitir a minha visão "em túnel". Admito que não poderia estar mais errado (infelizmente... para mim). 

Com a crise financeira e subsequente mudança de cor partidária no "poleiro" governativo, também o Ministério que nos tutela mudou. Ocorreu uma inversão na lógica financeira e no sistema de concursos de docentes. Aquilo que foi implementado com os governos PS tem vindo a ser desmontado com o governo PSD.

Mas porquê é que afirmas isso?

Bem... Um dos primeiros indícios, veio com o concurso extraordinário para alguns (muito poucos) professores contratados entrarem em quadro. Se estiveram atentos, as novas entradas foram feitas em quadros de zona pedagógica e não em QEna ou QA.

Depois veio a redução do número de quadros de zona pedagógica. O MEC reduziu o número de quadros de zona, transformando alguns em mega quadros de área geográfica.

Qual é a lógica desse "novo" rumo?

Poderão existir diversas interpretações, no entanto, aquela que faço atribui ao MEC uma lógica que encara os colegas contratados como a "espécie" a extinguir e os professores dos quadros de zona pedagógica como a "espécie" tapa buracos. Interessa manter professores em quadros de zona pedagógica para que possam ir ocupando horários que entretanto vão aparecendo.

E porque não alterar os normativos legais dos concursos para que os professores dos QEna ou QA passem a ter de concorrer de acordo com os mesmos moldes que os QZP?

Já foi tentado... E deu problemas. O MEC sabe que será mais fácil manter uma situação (que lhe é favorável) que criar um novo problema (e um acréscimo de contestação). Deste modo, não me parece que este governo (ou outro que lhe suceda) queira colocar professores dos quadros de zona (ou mesmo contratados) em lugares de QEna ou QA, pois de acordo com o atual normativo legal dos concursos, é mais vantajoso para o Governo ter professores em QZP que em QEna ou QA. E mesmo com a possibilidade dos colegas de QEna ou QA poderem ser mobilizados até 60 quilómetros do seu local de provimento, não será o mesmo que alguns colegas QZP (como eu) que têm de concorrer numa extensão de várias centenas de quilómetros.

E a situação dos professores contratados?

A não ser que algo de muito relevante ocorra (resultante de uma qualquer iniciativa legal), não me parece que voltem a abrir um novo concurso de vinculações extraordinárias. Resta a estes colegas não serem demasiados restritivos nas opções que fazem (nos concursos de contratação inicial, reserva de recrutamento e contratação de escola) sob pena de ficarem completamente arredados do sistema.



Esperemos por finais de agosto para ver o que o futuro imediato nos reserva...

21 comentários:

  1. infelizmente parece-me que estás cheio de razão.

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  2. Boa Tarde Ricardo. Já o disse por diversas vezes na escola que quantos mais qzps houver melhor para o MEC,ou seja, quando pensavamos que os qzps estavam extintos, eis que ocupamos uma posição estratégica para o MEC na medida em que barramos a entrada dos nossos colegas contratados, pois infelizmente, vamos fazer o percurso inglório que os nossos colegas contratados sempre fizeram,que é apagar os fogos onde existirem e infelizmente "travar" a entrada de milhares de contratados no sistema.

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  3. Olá Ricardo. Espero que as férias estejam a correr bem.
    Em relação ao tópico, ainda faltou falar dos professores de QA/Qena que estão na Mobilidade Interna com horário zero ou aproximação à residência. Também estes colegas vão tapando buracos por não terem conseguido mudar de escola no concurso interno. Não conseguiram porque as vagas foram muito poucas, também esta situação me parece ter sido estratégica. Quanto maior o número de professores em mobilidade, menos professores contratados são precisos. Obrigado pelo excelente trabalho.

    João

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  4. Bem verdade! Não nos podemos esquecer dos horários zero! Sinto-me terrível, pois, após 23 anos de ensino e 4 de me conseguir tornar QA, nunca consegui lugar na escola em que fiquei efetiva. Lá ando, outra vez, a concorrer e a esperar não ficar muito longe de casa. Já basta o meu marido, também funcionário público, que, por mudanças do local do serviço, faz 120Km por dia e sem qualquer ajuda...

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  5. Boa tarde. Gostaria de saber se alguém me poderia ajudar. Fiquei a saber hoje que não fui retirada do concurso de mobilidade interna, por a escola se ter baseado numa lista graduada interna que está errada e ter retirado uma colega menos graduada. Só hoje vi esta lista, afixada no fim de julho, altura em que a maioria dos professores se encontrava já de férias, pelo que não apresentei qualquer reclamação. O que poderei fazer? Pelos vistos, ficarei sem o meu lugar, que será ocupado pela colega que está abaixo de mim na lista nacional de ordenação... Obrigado por qualquer ajuda que me possam dar e obrigado aos autores deste blog pelo vosso espírito de partilha e pelo excelente trabalho que têm feito.
    Sílvia Gouveia

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  6. Boa tarde a todos.
    A tudo isto que vai sendo dito e partilhado, gostaria de acrescentar algo. Estou no desemprego desde julho (pagam-me para estar em casa), à espera do meu dia (!). A escola deu ordem para que os contratados fossem "embora" no final das avaliações, não dando qualquer importância ao facto de haver documentos para entregar. Assim, lecionei um 1º ano do 1º ciclo que não terá continuidade em setembro. Não entreguei nada! Quem pegar na turma não tem qualquer informação, ao contrário das outras (com continuidade)cuja documentação tinha prazo para ser entregue até 16 de julho. Soube na véspera, por mail, que no dia seguinte já estava de férias...
    Eduarda Gomes

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  7. Colegas temos sempre possibilidade de concorrer para recolha de lixo, que também é uma profissão muito digna e nós não mais que outros dessa classe

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  8. enquanto os boys entram todos os dias para um lugar,os func.publicos tiram-lhe aquele a que tinham direito.
    vamos aguardar...
    a esperança é a ultima a morrer.

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  9. Caros colegas, não estaremos a dramatizar e a exagerar? Todos os anos existem muitos docentes em Mobilidade interna e sem componente letiva. Penso que no ano passado a situação foi bastante pior do que neste ano e existiram lugares para muitos contratados, muitos colocados em horário completo a 31 de agosto. Este ano nem vão haver renovações, pelo que esses horários existirão a concurso. Agora é só esperar para ver o que vai acontecer, porque os horários zero não correspondem à realidade, uma vez que muitos já foram retirados das listas e os QZP, se têm tido lugar nas escolas portuguesas vão continuar a tê-lo e poderão sobrar alguns horários para contratados. Só penso ser injusto não haver colocação de docentes contratados em 31 de agosto. É uma discriminação e um regresso ao passado, devido à desorganização e falta de rigor do MEC.

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  10. Que os deuses te ouçam Rosa, que os deuses te ouçam!

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  11. Obrigada Rosa pelas pelavras optimistas. Já me estava a ir abaixo só de pensar que tenho dedicado a minha vida, desde 1997 como contratada, a ser professora (porque gosto de o ser) ir para o caixote de lixo. Bem haja.

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  12. Mais uma vez me parece que o Ricardo tem toda a razão. Não se espera nada de bom.
    Depois de 15 anos a contrato, os meus últimos dois foram a tapar buracos. Posso dizer-vos que foram das piores experiências que tive no ensino. Até tive muita sorte com as turmas porque fiz substituições das primeiras colegas do grupo a escolherem horário, no entanto, o facto de estar a fazer substituições não permitiu qualquer tipo de integração no seio do corpo docente dessas escolas.

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  13. Sinceramente, acho que andam todos a dormir.
    Mesmo o que diz que deviam concorrer para a recolha do lixo.
    O ensino é um beco sem saída para milhares de pessoas neste país.
    Vale menos, para o mercado de trabalho, uma formação superior no ensino do que o ensino secundário completo.

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  14. Como é que os contratados acedem a horários completos anuais?!?

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  15. Tomara que a Rosa esteja certa!

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  16. Colega Rosa,
    obrigada pelas palavras positivas. Bem precisamos de ler algo que nos ajude a suportar esta agonia em que vivem os contratados e por quem, este ministro, manifesta um profundo desprezo!

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  17. Depois das das últimas notícias que ouvi, a espécie de professors a extinguir não é a de contratados, mas a de QZP!!!!

    Os tapa buracos vão ser os contratados( ao fim de 1 saem e recebem salários mais baixos) e n os QZP.

    Os QZP vão para as rescisões amigáveis e despedimento (requalificação/mobilidade especial).

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  18. Olá a todos!
    Bom, desde que fiquei QZP (há 12) que fiquei com esta sensação. Sempre que comentava isto com colegas QZP, alguns sentiam-se incomodados. Para mim QZP é igual a "joguete" vamos para onde há falta. Para o MEC é do melhor.
    QZP=tapa buracos ; contratados=tapa buraquinhos.
    Os colegas contratados que desculpem.

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  19. Rosa, concordo consigo.
    Vamos ter calma, não houve catástrofes para uma diminuição radical de alunos/turmas.
    Nos 3 ultimos anos os colegas contratados com renovação ocupavam muitos lugares e legitimos. Agora todas esssas horás/horários irão surgir!
    Tenhamos todos calma e sangue frio, não quero sofrer por antecipação. Boa sorte para todos!

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  20. Ricardo ;

    Em dois tempos, mero despacho, se altera a questão dos 60 kms! Preparem-se

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  21. Para esclarecerem as dúvidas relativas ao verbete leiam:
    - o Aviso nº5466-A/ 2013, de 22 abril (referido nas questões do candidato no verbete);
    - a página 17 do Manual de Instruções de
    Validação da Candidatura Eletrónica (É referido: "No caso da entidade de validação constatar que, relativamente às Questões 1, 2 e 3, o docente não pode ser
    admitido a concurso, deverá selecionar a opção Não (Não admite a concurso) retirando, dessa forma, o candidato
    do procedimento concursal.").
    Boa sorte para todos os candidatos.

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