quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dúvidas, duvidas e dividas


  O plano de transformar a escola pública em serviço mínimo continua de vento em popa.
Para o concurso docente aberto esta semana surgem agora 12 mil vagas negativas contra 600 vagas positivas, brotadas após crivo de malha fina. Sobre esta questão só tenho uma pequena dúvida. 

Mas a forma de contabilização das vagas não está vertida em ECD, com critérios claramente definidos?

  Posto isto, e crendo que ninguém tem dúvidas sobre a limpeza que se pretende continuar a fazer no número de professores do serviço público de educação, há que refletir sobre esta forma de eugenia . Existindo um grupo que à partida será o primeiro alvo a (continuar) abater, os professores contratados surge agora a certeza de que outros estarão na calha.Os professores dos quadros de EVT e Educação Tecnológica estarão em boa posição para a mira. Mas fala-se também nos docentes com mais anos de serviço. Ou mesmo outro qualquer que possa ficar com horário zero na sua escola e descobrir que não tem lugar em mais escola nenhuma. Portanto percebe-se daqui que a eugenia não é muito seletiva, somos mesmo considerados todos iguais, e de repente toda uma classe profissional põe-se a fazer contas à vida para ver se escapa ou não a esta razia.

  São já anos contínuos de massacre aos professores, hoje em dia com um discurso que pretende camuflar as verdadeiras intenções de esvaziamento dos quadros de pessoal do MEC (são agora à volta de 100 mil os docentes dos quadros quando já existiram 140 mil) colocando assim em causa a escola pública .

E termino com mais uma dúvida.
Pela avaliação juntaram-se 120 mil, agora está cada um por si?

21 comentários:

  1. Acho que os sindicatos deviam tentar impugnar este concurso, uma vez que há diretores que já vieram dizer em praça pública que as vagas não correspondem às que as escolas declararam...é já um concurso sem um mínimo de credibilidade...não podemos deixar que o MEC nos manipule desta maneira!

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  2. O MEC sabe bem o que faz. Na avaliação tocava imediatamente no bolso e privilégios da mobília..., agora ainda nem se aperceberam das consequências reais desta farsa/fraude de concurso.
    Os sindicatos nem se ouvem, se isto fosse um país a sério, assim que a portaria das vagas saiu, sindicatos e professores simplesmente tomaram a medida de não haver concurso. Nem acredito que trabalho para um ministério que se diz de "Educação" com tantos letrados e intelectuais e nenhuma ação concreta, firme e lógica. Isto assim (concurso) não dá para ninguém minimamente informado. Continuem inertes e depois chorem como já vi o ano passado...

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  3. O MEC sabe bem o que faz. Na avaliação tocava imediatamente no bolso e privilégios da mobília..., agora ainda nem se aperceberam das consequências reais desta farsa/fraude de concurso.
    Os sindicatos nem se ouvem, se isto fosse um país a sério, assim que a portaria das vagas saiu, sindicatos e professores simplesmente tomaram a medida de não haver concurso. Nem acredito que trabalho para um ministério que se diz de "Educação" com tantos letrados e intelectuais e nenhuma ação concreta, firme e lógica. Isto assim (concurso) não dá para ninguém minimamente informado. Continuem inertes e depois chorem como já vi o ano passado...

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  4. Boa tarde a todos,

    Concordo completamente com os colegas ... este concurso deveria parar já, pois não passa de uma palhaçada, é um desrespeito com os professores que há anos servem este ME.

    Sou contratado há 12 anos, sou pai, tenho família e casa para sustentar ... parece que estamos em ditadura. O que este de nos obrigarem a concorrer a 2 zonas enormes? É uma ilegalidade e uma crueldade.

    Os sindicatos deviam unir-se e avançar já com queixas, de modo a parar e a alterar este concurso.

    Colegas, boa sorte a todos.

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  5. Pertenço a um (mega) agrupamento com cerca de 230 professores, distribuídos por várias EB1, uma EB 2,3 e uma Secundária.
    Do quadro apenas há um professor do grupo 400 (História). A CAP garante que abriu uma vaga para este grupo, pelo menos, que não aparece na portaria das vagas. Alguém acredita que um agrupamento com esta dimensão se governa apenas com um professor de História para todo o 3º ciclo e secundário? Então porque não aparece ao menos esta vaga solicitada a concurso?

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  6. Como contratado desempregado está visto que a minha situação só vai piorar, portanto LUTAR, só mesmo para arranjar uma saída fora do ensino! Penso que esta é a realidade e não estou a pensar em ficar à espera de melhores dias! Mentalizem-se, o ensino (para alguns, claro) já era!

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  7. Mas ainda há alguém que acredita nos sindicatos ???
    Os Professores estão a ter aquilo que merecem, pois como disse aqui alguém, fomos 120 pela avaliação, pela exterminação somos 0...

    Sejam felizes.

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  8. Eu já aqui dei a minha opinião...greve parcial às reuniões de avaliação... Em cada dia um dos grupos da formação de base (e outro das "opções") faziam greve. Ou seja, a não ser que alterassem a lei, não se podiam fazer os conselhos de turma...o que originaria que não houvessem avaliações e consequentemente não houvessem candidaturas ao ens sup, nem matrículas, etc... Ou seja, xauzinho férias de muitos EE, xauzinho muitas receitss dessas férias, etc etc etc... Íamos ter a opinião públca contra nós...E DEPOIS?! São essas mesmas pessoas que nos dia a dia já não nos respeitam...

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  9. Nós Professores estamos a ter o que merecemos. Sindicatos só servem para fazer barulho pois ganham o deles, os que estão no poleiro das escolas, esses ahahah, nem se lembram dos professores que concorrem, somos a classe mais rasca que tem a sociedade mais desunida mais invejosa menos amiga. Quem não esta a trabalhar que procure alternativas pois a vida de escola acabou. E quem é sindicalizado que continue a pagar cotas para os senhores continuarem a fazer o NADA...È o que temos.

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  10. Dúvidas e esclarecimentos

    Gostaria de colocar um dúvida em relação ao atual concurso. Circula a ideia ( na minha escola) de que qualquer professor efetivo que vá a concurso, arrisca automaticamente perder a vaga que tem na escola. Cumulativamente, podendo não ficar colocado noutra escola, passa de imediato à mobilidade. Comentários??? Está tudo doido ou há aqui alguma armadilha real?
    Muito obrigada.
    Bom trabalho a todos!

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  11. Com a gravidade do que se está a fazer à escola pública e aos professores (quadro ou contratados), o silêncio dos sindicatos é absolutamente ensurdecedor.
    Percebem-se os objetivos que se pretendem atingir com o mapa de vagas (negativas) deste concurso.Todos sabemos que o mesmo não representa as reais necessidades das escolas.
    A resposta dos sindicatos só poderia ser uma, bem definida no texto de Francisco Queirós.
    Vão bugiar com o folclore das semanas de luto e das manifestações ao sábado!
    E nós, professores, sem sindicatos que nos defendam verdadeiramente, estamos perfeitamente impotentes.
    Traidos pelo Estado, pela sociedade e pelos próprios sindicatos.
    Triste realidade a de uma profissão indispensável para o progresso de uma sociedade!

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  12. O Concurso de Professores

    Contra esta cilada, bem montada, os sindicatos deviam reagir a uma só voz exigindo a suspensão imediata do concurso. Dos professores que se vão candidatar, os dos quadros de escola que tentarão aproximar-se de casa, os dos quadros de zona pedagógica que tentarão a afectação a uma escola e os contratados que tentarão uma qualquer colocação, apenas umas centenas do primeiro universo podem aspirar a algum efeito prático no concurso. Dezenas de milhares de professores já sabem por antecipação que concorrem inutilmente.

    E se considerarmos os destacamentos por doença, que legitimamente preferem a quaisquer outras colocações, então talvez não sobre uma centena de colocações.

    Por que motivo, então, o MEC prossegue com um concurso inútil, que é caro e que, principalmente, é emocionalmente destrutivo para os concorrentes? Pela razão cínica de ganhar títulos nos jornais e assim somar argumentos para justificar os anunciados despedimentos de professores.

    Os sindicatos deviam ter antecipado este lance mas não o fizeram. Por incompetência, por inépcia ou por ingenuidade, pouco importa, agora! Os estragos estão feitos e a opinião pública não se deterá a analisar os detalhes que explicam a divergência destes números – 600 vagas positivas contra 12000 vagas negativas – e a realidade que iremos notar em Setembro – milhares de lugares por ocupar.

    Não interromper este concurso agora, é dar armas até aos dentes àqueles que defendem que somos excedentários e que apenas representamos despesa. Substituí-lo pelo habitual concurso anual de destacamentos no fim do Verão, num momento em que as escolas podem apresentar números fiáveis de necessidades e de excedentes que nada terão que ver com os números que agora são apresentados, é o único caminho para a defesa da classe dos professores. Estes são os dias mais importantes na vida sindical das últimas décadas. Defendo que por todos os meios instemos os sindicatos a unirem-se e a exigir a suspensão imediata do concurso.

    Francisco Queirós

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  13. A ideia da greve por grupos de MM parece-me exequível.

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  14. É essencialmente uma questão de dinheiro. Quem nos empresta impõe que a dívida pública baixe drasticamente (abaixo dos 90% do PIB). E não será absurdo que as famílias tenham dinheiro para encher o bolso da pirosa da Teresa Guilherme com telefonemas para expulsar o Zézé Camarinha do Big Brother e não possam pagar alguma coisa pela educação dos filhos? Enquanto nos mantivermos na mistificação de que no ensino tudo será de borla o caminho será o do desemprego.

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  15. Colegas,
    o objetivo é avançar com o ensino dual. Os cursos são primordialmente práticos. A componente teórica é mínima,portanto os professores necessários são poucos.
    Além disso, serão as empresas a subsidiar essa formação. Foi isso que o Crato foi aprender à Alemanha, para agora começar a aplicar em Portugal.
    Voltámos ao ensino elitista, em que apenas alguns conseguirão ir para o ensino superior, pois para o próximo ano também vão subir as propinas.

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  16. Se é do conhecimento público que as vagas declaradas pelos Diretores não correspondem às vagas publicadas pelo MEC, porque é que os Diretores não se unem e não tornam pública a lista real das vagas que declararam? Era tão simples desmontar esta fraude de concurso...

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  17. Anónimo, então continuas a acreditar que indo todos para o superior um dia seriam todos licenciados com emprego? Essa enorme mentira foi alimentada pelos socráticos e deu naquilo que deu, numa geração de desempregados.

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  18. Sobre as vagas positivas, as famosas 618, já alguém se deu ao trabalho de telefonar para algumas escolas com 2-3 vagas e perguntar se são vagas "verdadeiras"? Eu já telefonei para três escolas dessas e a resposta foi que essas vagas não existem, não foram pedidas, nem há lugar para mais professores... Se isto não é uma farsa, parece...

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  19. Identifico-me de todo com que é escrito neste post, em especial quando o Álvaro diz que “ (…) percebe-se daqui que a eugenia não é muito seletiva, somos mesmo considerados todos iguais, e de repente toda uma classe profissional põe-se a fazer contas à vida para ver se escapa ou não a esta razia.“
    Permitam-me então um desabafo:
    Quando descobri que ocupo uma das duas vagas negativas da EPE, existentes no Agrupamento onde já leciono há 12 anos, que ando por aqui a matutar de cá para lá e de lá para cá.
    Com 22 anos de serviço, sempre a “dar o litro” pela profissão que escolhi, neste momento sinto que tenho de lutar pela minha sobrevivência dentro dela.
    De repente, sinto que o Agrupamento que, baseado na avaliação emanada do ME, me considera "excelente", me considera também dispensável nos próximos tempos. Isto não é uma questão pessoal…é apenas a consequência de uma lista graduada de seis docentes, na qual me encontro em quinto lugar, num Agrupamento que prevê que só necessita de quatro docentes a curto prazo.
    Concorrer, ou não concorrer eis a questão? Mas despois outras questões se levantam… Mas concorrer para onde, se a previsão é a de extinção de lugares na maioria dos Agrupamentos desta zona. Convenhamos que, apesar de ser o que possivelmente me espera nos próximos anos, andar de tralhas às costas à procura de um lugar disponível, não é a situação mais desejável. E mesmo que, através deste concurso, eu consiga um lugar noutro Agrupamento, quem me garante que, depois de feita a lista de graduação profissional dos docentes, eu não volte a tornar-me uma “Vê-Ene”, como, simpaticamente, já me trata uma amiga. (O carinho e o humor ajudam sempre)
    Que me desculpem os amigos/colegas que estão em situações bem mais “dramáticas” do que eu. Os contratados, que dificilmente conseguirão ocupar lugares “para o ano inteiro”, ou em qualquer “estação do ano”, e os QZP que, obrigados a concorrer num território imenso têm a sua vida pessoal suspensa, mas, neste momento, já todos percebemos que o percurso profissional de cada um e o "Quadro" que ocupa, são factores insignificantes.
    Mas nesta “reflexão” outra questão me faz pensar. Mesmo não sendo a última na lista graduada do meu grupo, sou a “mais nova”. Aos 45 anos, sou a mais nova (!!!) num grupo de docência que trabalha com crianças entre os 3 e os 6 anos. Se pensar que a mais velha tem ainda mais uns dez, ou doze anos, de atividade (se a idade da reforma se mantiver aos 65), concluo que os vários grupos de docentes se vão transformar em grupos de “avozinhos”…e, quem sabe, não se transformam as escolas em “Centros de Dia”.
    Para concluir este desabafo, nesta profissão valham-me as 5 horas diárias que passo com as crianças, porque os 22 anos de "amor à causa", as boas classificações quer de formação, quer de prática valem o horário que me espera em poucos anos...ZERO.

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  20. Boa noite! Gostaria, se possível, de saber o que aconteceram ás vagas enviadas pelas escolas e que não aparecem no quadro de vagas disponibilizadas na legislação? Conheço mais do que uma escola onde as vagas declaradas pela escola são superiores à publicitas. O que lhes aconteceu? Cumprimentos.

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  21. Temos o que merecemos, duas confederações FENPROF e a vergonhosa FNE,inumeros sindicatos, nunca fomos nem seremos uma classe, é e será sempre cada qual por si e assim terminamos como estamos e como estaremos, cada vez mais vergados com o rabo à mosta como diz o ditado..
    Façam apelos a greve por TEMPO INDETERMINADO.

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