quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Em jeito de conclusão

Após ler com alguma atenção o relatório do FMI (que divulguei aqui) estou em crer que esta encomenda governamental serve fundamentalmente para justificar mais medidas economicistas. Mais do justificar, serve para retirar algum peso de cima dos "ombros" governamentais, apontando para "fora" aquilo que na realidade vem de "dentro".

Quanto ao estudo relativo à educação, admito que os dados apresentados (e que servem de suporte para as propostas) me causaram alguma confusão, principalmente porque são utilizados dados que pensei que já tivessem sido desmentidos (ou se quiserem, atualizados).

As conclusões são as mais diversas, no entanto, deixo-vos com aquelas que primeiro me "assombraram" o raciocínio:

- intenção governamental de reforçar a iniciativa privada da educação;
- implementação forçada da mobilidade especial;
- aumento da número de horas semanais de trabalho, com reforço das horas de componente letiva;
- manutenção do mito da "classe privilegiada" (já não o somos há alguns anos) para fundamentar maiores cortes;
- fundamentação da eventual escolha dos professores (contratados e quadros) pela direção dos agrupamentos (algo que encontrará ligação intrínseca à "mobilidade especial"). 

Resumindo e concluindo, isto ainda vai piorar... e como sempre, os professores estão bem no cerne dos maiores cortes.

11 comentários:

  1. Não somos uma classe privilegiada?

    Ganhamos vencimentos muito acima da média. E as progressões a torto e a direito nas carreira? eu já vos tenho alertado que a mama já passou

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  2. :/ mama?! ...para mim e muitos como eu desse "leite" nunca bebi! E no meu caso trata -se de uma licenciatura concluída ha seis anos! Fara os colegas que terminaram há dez e mais anos!! ...

    Enfim.

    Ricardo, obrigada por nos manteres sempre bem informados! Tive oportunidade de ouvi estas noticias logo pela manhã...tristes, muito tristes.

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  3. Ricardo! não é alérmismo, é pura realidade.
    lembra-se dos meus comentários feitos estes dias atrás? pois...eu já tinha conhecimento de tudo isto.

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  4. Gostei do termo que utilizou "encomendado". É mesmo isso! Qualquer organismo que realmente estudasse a fundo este país jamais poderia falar em "classes priviligiadas", omitindo a classe política... Se há classe com privilégios em Portugal é essa Curiosamente (ou não) o FMI não a mencionou, conveniente e MUITO suspeito. Além disso, ainda há pouco tempo foi notícia que as despesas da Assembleia tinham aumentado ... num país que pede tantos sacrifícios aos seus cidadãos é no mínimo vergonhoso. Se essa corja tivesse o mínimo de moralidade dava o exemplo e aplicava cortes nas suas mordomias. Que legitimidades têm estas pessoas para exigir sacrificios?!! Querem fazer o papel de bons alunos do FMI para, quando perderem as eleições, terem o seu lugar assegurado numa qualquer instituição europeia. Se realmente dessem cumprimento ao juramento que fizerem aquando da posse de funções, a primeira coisa que tinham feito era igualar-se aos governantes de países ricos e socialmente mais avançados (países do norte da Europa), eliminando regalias.

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  5. Filinto então elucida-me pq sou contratado há 10 anos e progredi porra nenhuma

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  6. Enquanto os colegas derem esmolas e continuarem a passar de ano alunos com mais de 4 níveis negativos em prol da escola, em Lisboa haverá sempre sucesso e motivos para aumentos de turma :( Pensem nisso no final do ano letivo!!! Estou farta de ver estas esmolas nos concelhos de turma e também farta dos facilitismos nos Centros Novas Oportunidades. Um dia os professores serão substituídos por capas da vida e psicólogos!!!!Os CNO´s das escolas não fecham, porque será?

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  7. boa noite
    quantos professores estão no ativo? alguem sabe?

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  8. Concordo plenamente com opinião do colega ( UNKIWN) mas meus amigos vamos ter de nos adaptar a eata nossa realidade.
    Por acaso a mim já pouco me atinge estou no fim de carreira,mas os mais novos vai ser complicado,esta profissão acabou.

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  9. É um relatório feito no gabinete, aproximando "à bruta" as médias de Portugal com as médias da OCDE. Um disparate!

    Veja-se como o FMI chegou ao número das dispensas de 30000/50000 professores:

    Como a OCDE apresenta uma média de 75 professores por 1000 alunos (a média de Portugal é de 112 – a mais alta da OCDE), as contas que os técnicos do FMI fizeram foram estas:

    "Ora, em Portugal, temos milhão e meio de alunos no sistema público de educação, pelo que para termos a média da OCDE lá em Portugal eles têm de ter 112 mil professores”. Um disparate...

    Como os últimos dados conhecidos são de 160 mil professores, a ideia deles (uma ideia absurda, do género de régua e esquadro) é a de cortar entre 30000 e 50000 professores. Um autêntico disparate, próprio de quem não sabe o que é realidade das escolas.

    O número de docentes irá continuar a diminuir, mas nada que se pareça com os números avançados pelo FMI. Crato não é assim tão incompetente!

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  10. Acho que não dá para aceitar o que nos apresentam, calmos e serenos, só porque é isto que nos dão. Temos que pensar que vivemos tempos de mudança, sim, mas aproveitá-los para exigir a mudança onde ela é precisa: na responsabilização de quem gere dinheiros públicos e na penalização real (e bem pesada) de que lesa o bem público.
    Sempre fui contra protestos/manifestações que se pautam por insultos e mais grave ainda findam em violência mas estamos a chegar a um ponto em que as pessoas já não têm nada a perder ...

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