terça-feira, 13 de novembro de 2012

Principais novidades da 3.ª versão de proposta de vinculação extraordinária

Começo por expressar a minha preocupação pelo facto da FNE ainda nada ter expressado em termos de opinião ou análise desta última versão da proposta de vinculação de professores contratados ontem apresentada aos sindicatos. Espero que esta preocupação seja infundada.

Adiante.

Se lermos com atenção aquilo que consta na página da FENPROF (aqui) e cruzando com o documento que disponibilizei (acolá), constatamos que as principais novidades são essencialmente 4:

a) Exercício efetivo de pelo menos 365 dias, nos últimos 3 anos, ao abrigo dos normativos legais relativos aos concursos de professores, como condição necessária para este concurso de vinculação extraordinária;

b) As vagas para este concurso extraordinário serão apuradas por quadro de zona pedagógica;

c) Os candidatos a este concurso são obrigados a concorrer a todas as vagas, no mínimo, de um quadro de zona pedagógica;

d) Os docentes contratados entretanto vinculados por este concurso extraordinário, serão opositores ao concurso interno, mas numa prioridade seguinte à última prioridade estabelecida na alínea c) do nº 1 do artigo 10º do Decreto-Lei 132/2012, ou seja, numa recém criada 4.ª prioridade

Resumindo e concluindo, no essencial, estamos perante um concurso ordinário travestido de extraordinário.

7 comentários:

  1. Exactamente. É apenas gastar dinheiro em dois concursos. Para quê continuar com esta farsa? Sigam lá para o concurso ordinário e mais nada. A única diferença é ser obrigado a concorrer a um qzp. O que com certeza todos já iam fazer.

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  2. Continuo sem perceber qual é a utilidade de se fazerem dois concursos, mas alguma coisa o MEC ganhará com isto a nosso desfavor.
    C.Pires

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  3. As más intenções do MEC sempre estiveram lá... A diferença é que agora começam a ser mais óbvias.

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  4. Retiro o que disse há pouco. Afinal se passarem a 5 qzp apenas tenho a certeza que muitos não estariam a pensar nisso.

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  5. Limito-me a dizer o seguinte:

    - sempre quiz ser professora, pelo que sou do ramo educacional;
    - acredito que é necessária qualidade no ensino e, por isso, fiz a minha formação numa universidade clássica, a do Porto; quem por lá passou, sabe que não era coisa doce;
    - aturei o que não lembra ao Diabo , no ensino privado, pq n tinha vaga no público, apesar de concorrer a todo o país e já com 1 filho, sempre a pensar que o meu dia chegaria;
    - tenho 40 anos e ainda não estou colocada, qt mais ter lugar no quadro;
    - ouço falar em fiscalizar as aprendizagens dos professores e não os ensinamentos das faculdades/institutos/whatever;
    - o ano passado, numa escola, o "presidente" dos aaliadores diz-me de lata, o seguinte: "As regras para a avaliação ainda não estão definidas, pq o ministério quer que vocês se sintam um pedaço de bosta sem importância! Na verdade, vocês só tapam os buracos......"
    - os pais entendem que a escola é algo entre as mestras antigas e o ATL; ocupas o tempo e fazes os deveres;
    - os colegas, já o ano passado, compraram lenmtes de ampliação para verem melhor o seu próprio umbigo;
    - a inveja e invejosice grassa pelas escolas;

    Sinceramente, penso em "dar o gosto ao dedo" com umas explicações em casa e procurar outra profissão. Se a situação geral não fosse tão má, já o teria feito!

    Deixa-me angustiada pensar na escola que os meus filhos frequentam e frequentarão!

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  6. Sinceramente acho muito bem a existência de uma nova prioridade... era muito injusto muitos que nunca quiserem ir com o "rabinho" para longe da casa, agora ficarem nos quadros de forma automática, e ultrapassarem aqueles que correram o país para garantir um lugar!
    Mas independentemente de tudo, duvido que o Gaspar deixe uma vaga sequer...

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  7. Deixo duas ideias no ar...

    Porque é que só agora os sindicatos focalizam a sua atenção nos professores que são contratados há tanto tempo mais de 10 até 20 anos de serviço...Esta questão não deveria ter sido levantada há mais tempo???

    Eu desde que abracei a profissão me lembro de existirem infelizmente colegas nessa situação, talvez por não serem profissionalizados ou por serem de grupos de recrutamento com um número restrito de vagas...

    A outra questão prende-se com o número de vagas que irão a concurso...é importante que se alerte o MEC que estas devem ir de encontro às necessidades reais das nossas escolas... se há renovações de contratos, muitas das quais de há 4 anos, como se viu nas listas de finais de agosto é porque há falta de professores nas escolas...os horários das teip também devem constar desse número de vagas, pois a contratação de escola não tem agora qualquer sentido, face às orientações da DGAE.

    Depois deixo aqui também a minha humilde vivência docente...

    Tenho 33 anos e estou estou praticamente com 10 anos de serviço, comecei a dar aulas no ano letivo 2001/2002 (o ano de mudança para o EURO).
    Neste dia de greve, que deve ser também um espaço de reflexão...só mesmo a vida de docente errante tem destas coisas...

    - ainda concorri ao último miniconcurso e quem passou por estes sabe bem que há algumas melhorias no recrutamento docente; Bem hajam às novas tecnologias!

    - substituições por um mês fora da minha área de residência...a 400 km...

    - contrato em duas escolas no mesmo ano letivo, uma do sotavento e outra do barlavento algarvio ( a mais de 100 km uma da outra)...e vá la que a A22 era SCUT na altura...

    - resumindo os primeiros cinco anos foram de instabilidade financeira, psiquica e emocional.

    Mas muitas amizades que continuam até aos dias de hoje...

    Há 5 anos a esta parte senti que, apesar de continuar na condição de contratada, conseguia ficar na minha área de residência com horários completos... aliás observando as listas de graduação/ colocação encontrava colegas que estando muito atrás de mim na graduação, muitos que nunca tinham ficado colocados, seria talvez o Plano de ação da matemática e os cursos profissionais ou EFAs e pensei estabilizar a minha vida, constituí família, uma casa, um sonho que vou ter que continuar a alimentar!

    No meu grupo de recrutamento (500), existem colegas contratados que estão mais de 1000 posições abaixo de mim colocados com horário completo, hoje! Então não houve melhorias?!

    As renovações, a faca de dois gumes como lhes chamo, fez com que a par da criação dos mega não conseguisse obter horário completo este ano...

    Hoje fala-se do concurso extraordinário externo, de uma prova de ingresso e esquece-se que só a vontade de ensinar, formar e educar crianças e jovens, do gosto de estar nas nossas escolas pode mover o professor a continuar mais um ano letivo!

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