Aqui e principalmente aqui fiz uma pequena análise sobre os efeitos, em termos de horários para os professores, da revisão curricular anunciada. Mas existem várias questões que precisam de ser esclarecidas, muitas delas com influência direta nos horários, Vejamos então algumas questões:
- "fomentar, no 1.º ciclo, a coadjuvação nas áreas das Expressões, por professores de outros ciclos do mesmo Agrupamento de Escolas, que pertençam aos grupos de recrutamento destas áreas."
Este ponto poderá servir para minimizar parte das horas que serão perdidas, principalmente em Educação Tecnológica e EVT.
- "prestar um maior acompanhamento aos alunos, através da oferta de Apoio Diário ao Estudo no 2.º ciclo."
Estes 5 tempos serão letivos ou não letivos?
Desconfio que vão ser não letivos.
- "conceder um crédito de horas, em função de fatores tais como a eficiente gestão de recursos e o número de turmas, considerando ainda os progressos e resultados escolares alcançados;"
- "possibilitar ofertas de componentes curriculares complementares com carga flexível, a serem utilizadas com o crédito da escola (...)"
Estes pontos são dos que mais me preocupam. Pode parece ser uma boa noticia. mas aquela referência ao crédito horário é que me preocupa. Porque as mexidas no crédito horário fazem parte das estratégias utilizadas na redução de horários, sendo uma das principais causas na redução que ocorreu no atual ano letivo.
É importante saber como vai ser determinado o crédito horário e como poderá ser utilizado nas ofertas complementares previstas para o 2º e 3º ciclos.
- "alterar o modelo de desdobramento de aulas nas ciências experimentais, através de uma alternância entre as disciplinas de Ciências Naturais e de Físico-Química;"
Tal como aconteceu na proposta inicial, este ponto continua a necessitar de ser esclarecido. Durante a discussão pública falou-se em duas possibilidades:
- 1 bloco de 90 minutos semanal com metade da turma em cada uma das disciplinas, trocando os turmas na semana seguinte;
- Turnos de 45 minutos semanais com metade da turma em cada disciplina.
Em ambas as situações a carga horária semanal será a mesma (6 tempos semanais para os alunos, 4 tempos para cada um dos professores).
- "oferecer, nos 7.º e 8.º anos, uma disciplina, por decisão da escola, de acordo com o seu projeto educativo;"
Quais são as possíveis opções? Educação tecnológica e as restantes disciplinas artísticas existentes como opção no 3º ciclo?
Esta disciplina vai funcionar em desdobramento, em conjunto com TIC?
- "manter o reforço da carga horária nas disciplinas bienais da formação específica de Física e Química e Biologia e Geologia;"
Isto significa que o desdobramento nestas (e noutras) disciplinas do secundário vai manter-se?
- "manter duas opções disciplinares anuais."
As opções sãs as mesmas que existem atualmente?
A diminuição da carga horária vai implicar uma mudança dos programas?
Apesar da diminuição da carga horária, poderá existir algum desdobramento nas disciplinas onde esse desdobramento atualmente existe?
Sou professor há mais de um quarto de século. Passei pelos Trabalhos Oficinais, continuei quando Educação Tecnológica era disciplina de opção com par pedagógico, fui colocado no 530 - Educação Tecnológica e agora QUAL É O MEU FUTURO COMO PROFESSOR COMO CIDADÃO COM 52 ANOS DE IDADE? quem me responde?:-(
ResponderEliminarCaros colegas do 530, não podemos que façam de nós os deserdados da Educação. Temos de lutar.
EXIGIR QUE DA NOVA MATRIZ CURRICULAR DO 3º CICLO DESAPAREÇA "OFERTA DE ESCOLA" E EM SEU LUGAR EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA.
Temos de LUTAR, MANFESTAR fazer ver que somos professores e não admitimos que nos impeçam de o ser.
Temos de obrigar o poder político a dar uma solução e não descartar essa função para os Escolas com o sofisma do aumento da autonomia das Escolas.
Colega,
ResponderEliminarO que impede que a sua escola ofereça Educação Tecnológia no 3.º ciclo? Outras escolas não poderão ter outras ofertas artísticas?
O mundo não pode ser apenas a preto e branco. Também há professores de música e de teatro em quadros de agrupamento que não merecem ver as suas disciplinas erradicadas.
No mundo civilizado as decisões são sustentadas por experimentação, por estudos ou pelas duas.
ResponderEliminarEsta "dita" reforma está sustentada em coisa nenhuma. Nasce apenas e só da opinião de um ministro que afirmando que a mesma foi discutida não incorpora nenhuma das sugestões apresentadas.
É uma coisa atroz, impensável num estado de direito, o desprezo com que se tratam os professores do grupo 240 e 530.
É chocante a forma demagógica e populista como se fala do rigor, dos exames, dos saberes estruturantes, etc.
Muito mal está este País e muito mal estão os professores que pensam que ganharam alguma coisa com esta reforma.
Esperem por Setembro e logo verão.
Boas!
ResponderEliminarSou professor de Educação Tecnológica, e estou espantado (e triste/preocupado) com esta revisão curricular.
Quais são as razões para o desaparecimento da disciplina no 3.º ciclo?
Penso que é um retrocesso educativo, pois os alunos passam a não ter qualquer componente técnica no 3.º ciclo, que lhes serve de estímulo para continuarem os seus estudos nas vias de ensino técnicas/profissionais.
Esta situação só poderá ser contornada, se hover orientações da tutela para que a oferta de escola seja de teor técnico/prático.
Também não entendo qual é a razão para a Educação Visual passar a ser obrigatória no 9.º ano. Será o lobby das artes a funcionar?
Na minha humilde opinião, penso que o que se deveria ter feito no 3.º ciclo, seria criar duas áreas obrigatórias nos 3 anos, que seriam:
Área Artística (Educação Visual + oferta de escola – artística)
Área Técnica (Educação Tecnológica + TIC)
Estas duas áreas teriam 90 min cada, e funcionariam em regime de turnos/semestral/semanal.
Deste modo, todos os alunos teriam experiências nas áreas técnicas e artisticas, o que seria uma mais valia para a sua formação de base.
Para finalizar, penso que esta reforma só aposta em teorias, e de teóricos que não sabem trocar uma lâmpada ou pregar um prego, estamos cheios!
Só com teorias, o país não sai deste impasse!
Precisamos de gente que saiba fazer!
Dário Baptista
Esta situação (A Coadjuvação no 1º Ciclo) está a ser muito falada devido ao seguinte:
ResponderEliminar1º- Mais de 50% dos professores de EVT vão ficar com horário zero (chamo atenção para além do fim do par pedagógico também tem que se associar o fim de Formação Cívica e Estudo Acompanhado – 2ºCiclo);
2º- O fim da Educação Tecológica (3ºCiclo), que ninguém estava à espera e que vai provocar muitos horários zeros.
Portanto, serão mais de 3000 professores destas disciplinas do quadro que irão ter horário zero e serão “enviados” para as escolas do 1ºciclo ( só para se ter uma ideia, na minha escola somos 9 professores de EVT e serão precisos na melhor das hipóteses 3 professores para o próximo ano letivo).
Enviei o seguinte email para o gabinete do ministro da educação.
ResponderEliminarTemos que exigir o motivo da decisão.
Sou professor de Educação Tecnológica, colocado na escola Sec. Júlio Dinis - Ovar. Em 10 de Janeiro deste ano, enviei uma sugestão para a revisão curricular, a qual não previa a eliminação da disciplina. Como professor desta disciplina, gostaria de saber a fundamentação para tal decisão.
Cumprimentos
Ricardo Ferreira
Revisão Curricular? Mas que revisão foi esta? Temos na sua essência mais do mesmo...umas trocas e baldrocas ...umas alterações a nível de carga horária..e está feito!
ResponderEliminarSinceramente não percebo o porque de se ter acrescentado POR EXEMPLO carga horária a História e Geografia. Uma licenciatura de 5 anos desta disciplina durante os 5 anos do ensino básico? Deve ser para se ficar a saber quais eram os primos do D.Afonso Henriques, etc.
Na Faculdade fazem-se revisões curriculares. e algumas disciplinas passam de anuais a semestrais.
Eu conheço o programa de História de trás para a frente e da frente para trás...e digo...existem capítulos de matéria que se davam numa semana que hoje em dia se dão num mês..e sabe-se que é verdade.!
Argumentos de que é para se desenvolver AINDA MAIS o espírito crítico não servem,..porque para se desenvolver o espírito crítico..existem muitas outras formas.. sobretudo em termos de cultura geral e em termos de disciplinas novas e áreas novas.. que esta revisão não contemplou..por isso considero que esta revisão..é mais do mesmo.
Por exemplo...acham que entre o 2º e o 3º ciclo todas as áreas do conhecimento estão lá contempladas?
Consideram ou não ser importante existir por exemplo uma disciplina da área económica durante o ensino básico?
Acham que a maior parte dos países europeus ao terem na sua estrutura curricular por exemplo uma disciplina de Economia Doméstica ou Educação Financeira..a dar aos alunos até ao 9º ano ...estão a cometer algum erro?
É que, se pensarmos bem...é a única área, onde os alunos podem começar no 1º ano e chegar ao 12º ..sem terem tido qualquer contacto com ela...e não é por acaso que Portugal é o país da U.E. onde a taxa de iliteracia financeira é a mais elevada, onde a taxa de endividamento é a mais elevada...porque as pessoas pura e simplesmente não sabem fazer contas..não sabem o que é a T.A.N....T.A.E.G....Juros simples...juros compostos...taxa ativa ou passiva...saber investir...aplicar dinheiro..etc...e depois acabam por andar com as continhas apertadinhas...acabam por ser enganados...e algumas vezes as coisas acabam mal..por desconhecimento desta área...
Os alunos terminam o 9º ano..sem terem conhecimento algum por exemplo desta área..aliás, é a única área que aquando da passagem para o ensino secundário..não tem nenhuma disciplina que sirva de base técnica ministrada durante o ensino básico.
O agrupamento de Ciências e Tecnologias tem por exemplo no básico disciplinas como Matemática ou Física; Artes tem E.V.T.; Humanidades tem História, etc, e as Ciências Económicas não tem nenhuma disciplina ministrada no básico.
Quanto a mim como acontece na grande maioria dos países europeus...os alunos portugueses não estão a ser bem servidos em termos de cultura geral.
A grande maioria dos restantes países europeus é que quanto a nós (iluminados) está errada.
Esta revisão curricular só veio mostrar o quão limitadas e escuras são as mentes que nos regem.
Estou solidária com os colegas de ET...
ResponderEliminarEstou solidária com os colegas da área económica, pois esta área não tem nenhuma disciplina no ensino básico, e acho que faz falta a nós quanto mais aos nossos alunos haver contacto com esta área nestas idades, acho que é essencial.
ResponderEliminarNão creio que haja lobby das Artes, se não vejamos as horas que as artes perderam desde o 5º ao 12º ano... Os únicos lobbies são os das matemáticas, línguas e ciências (e mal!), e que resultam da visão de alguém que pouco entende de educação.
ResponderEliminarLá porque o PISA avalia as literacias em matemática, leitura e ciências, não quer dizer que qualquer maluquinho vá reduzir as disciplinas a isso! Isso parece-me fruto da opinião do senso comum.
Ser professor do ensino superior não faz dessa pessoa conhecedora do ensino básico e secundário. E nós estamos a sofrer as consequências disso.
Eu também já dei ET e considero que é uma disciplina importante na formação dos alunos. Mas mais uma vez, tal como em área de projeto, há quem subverta programas e torne a disciplina um disparate. Falta de atualização de alguns dá nisso! Depois, claro está, as disciplinas acabam... É uma pena.
M. Silva
Não percebo porque é que o colega de Economia tem de "atacar" as outras disciplinas para mostrar o seu ponto de vista.
ResponderEliminarO colega queria no básico uma disciplina só de economia?
Acho que os conceitos que são dados em História, até ao 9º ano, são mais que suficientes para as necessidades de 90% dos alunos, que já têm dificuldade em entender conceitos simples como inflação, deflação, balança comercial. Já para não falar que a Matemática e a Geografia também abordam muitos desses aspetos. Não percebo como é que haveria forma de criar uma disciplina só de economia que fosse acessível a alunos do básico.
Concordo consigo relativamente ao secundário, na área de economia seria de todo lógico existir uma disciplina de economia, que até podia ser complementar a todo o ciclo de ensino.
A sua argumentação podia ter ido para a explicação da necessidade de uma disciplina de economia e como seria o seu currículo mas preferiu dizer porquê é que as outras disciplinas não servem.
Demonstra que realmente não sabe ou não quer perceber a importância da História para a formação do espírito crítico, para a promoção do exercício da cidadania e para o enraizamento cultural do indivíduo.
Respeito a sua opinião mas como é óbvio discordo dela, muitas das questões levantadas em História e que se prendem com o exercício da cidadania e com a formação da personalidade deveriam ser discutidas no secundário, onde realmente os alunos já demonstram abertura para a discussão de certos assuntos, mas também não vou dizer que devia ser obrigatória em todos os grupos de ensino, porque senão crucificavam-me já aqui. Mas que isso iria contribuir para a formação de melhores cidadãos disso não tenho dúvidas.
O aumento da carga horária em História no 3º ciclo não é um fetiche, é uma necessidade, 90 minutos por semana para uma disciplina que se pretende que seja mais que um simples debitar de conhecimentos é muito pouco. Concordo que há certos temas que podiam ser encurtados e alguns deles até cortados mas o programa de História é tão extenso que mesmo fazendo esses acertos 90 minutos continuaria a ser demasiado curto.
Um professor de História normalmente termina o programa andando em ritmos demasiadamente exagerados para o que devia ser um ensino de qualidade e crítico e não apenas de memorização ou então opta por cortar partes do programa ou por resumi-los. Acontece que é bastante usual os professores de algumas disciplinas chegarem ao final do 2º período e já terem acabado o programa e usando ritmos de ensino moderados. Será que as Ciências Sociais é que têm que ser sempre crucificadas?
Mas também há na blogosfera quem era feroz (com razão) com as politicas anteriores e agora mesmo perante o panorama pavoroso se constitua como defensor do Crato!
ResponderEliminarForça Crato a reforma está ao gosto de alguns! A nova máxima é: Se Revisão desagrada ao PS, Bloco e PCP então é boa!
Até o Szalazar tinha uma disciplina de Organização Politica . Os "democratas "não querem isso, pois quanto mais ignorantes forem os cidadãos, mais faceis são de manipular.
ResponderEliminarPara João P.
ResponderEliminarOs alunos têm dificuldade em entender conceitos como inflação, deflação ou balança comercial, porque são professores de matemática, história ou geografia a ensinar esses conceitos, tal como teriam dificuldade em entender regras matemáticas se fosse eu, professor de psicologia, a tentar ensinar.
Cada macaco no seu galho, meu caro. O colega de Economia tem toda a razão. Estamos a ir ao encontro daquilo que o Crato quer: um professor "genial" e generalista que lecione todas as matérias, ou seja, um ensino medíocre.
De acordo com os mais recentes estudos científicos de base cratiana, um aumento da carga horária a Português e Matemática irá fazer com que chova.
ResponderEliminarForça nisso Nuno
Eu não que ro criticar nenhuma disciplina, mas recentemente fiz uma "experiência" com um aluno do 10º ano do ensino regular. Perguntei-lhe quanto era a raiz quadrada de 25- não sabia; perguntei-lhe em que ano se tinha dado a revolução do 25 de abril- não sabia; perguntei-lhe qual o monte mais alto do país- não sabia.
ResponderEliminarAumento da carga horária em disciplinas estruturantes? O que é isso?
Caros colegas.
ResponderEliminarDesde já, quero manifestar a minha solidariedade com os colegas de disciplina de ET, neste momento tão triste e trágico para o futuro da disciplina, e consequentemente para todos os docentes.
Como professor de ET, a minha previsão é de um futuro muito sombrio.
Se nada for feito para inverter/corrigir esta situação, a disciplina só irá continuar ao nível residual, consoante a decisão dos diretores das escolas/agrupamentos.
Penso que é urgente agir, no sentido de esclarecer o MEC, de modo a corrigir ou inverter esta situação.
Existe uma associação (ANAPET), mas parece que não existe, pois não tem website, o e-mail não funciona, etc.
Penso que temos que nos unir (com urgência), e enviar para quem nos possa defender (sindicatos, grupos parlamentares, deputados, etc.) com sugestões, pedidos de esclarecimentos, reclamações, etc.
Eu já fiz a minha parte. já enviei e-mails para sindicatos, grupos parlamentares, MEC, etc.
Temos que nos manter unidos, pois se cada um olhar só para si, a curto prazo, a disciplina no 3.º ciclo desaparecerá completamente!
Cumprimentos.
Dário Baptista
Caro JM.
ResponderEliminarEu não discordo tanto do colega de economia pelo conteúdo mas pela forma como se expressou.
Eu não sou especialista em economia para explicar em que termos seria lecionada uma disciplina de economia no básico. Mas coloco muitas reticências na sua adaptabilidade à maioria dos alunos que encontramos no ensino básico.
Se o colega acha que tal é concebível só tem de lutar por isso e explicar como tal era possível sem estar a fazer comparações ou a denegrir outras áreas do saber, agora não me venha dizer que o colega de economia também tem razão quando diz que” Deve ser para se ficar a saber quais eram os primos do D. Afonso Henriques, etc.”. Se é uma pessoa que diz conhecedora d o programa de História, de trás para a frente, como é que pode tecer uma declaração dessas. Não só demonstra desprezo pela disciplina como ou contrário do que diz não conhece o programa de História, que é bastante mais enriquecedor que isso.
Outra coisa colega JM se conhece alunos de vários pontos do país devia perceber que não é por inabilidade dos professores que os alunos não percebem determinados conceitos mas pelo facilitismo que se criou no ensino que leva a que os alunos vão passando de ano, muito deles sem estar preparados para isso. Os conceitos referidos são conceitos básicos da História económica por isso acho de todo despropositado dizer que um professor de História não foi preparado para os ensinar.
No meu entender as pessoas emitem opiniões mas muitas vezes não conhecem bem a realidade, é que dar aulas no ensino básico e no secundário não é bem a mesma coisa, dar aulas na Escola Secundária D. Maria em Coimbra, não é o mesmo que dar aulas numa escola da Nazaré ou numa Luís Sttau Monteiro em Loures, ou na Escola Miguel Torga no Monte Abraão. O problema deste ministro e dos anteriores é mesmo esse, o ensino que eles conhecem é um ensino dourado, um ensino elitista, eles sabem lá qual é a realidade no terreno, nem eu saberia se tivesse dado aulas sempre na mesma escola, em contacto só com uma realidade.
Não esqueçamos também que não podemos comparar a realidade social, por exemplo dos países nórdicos, com a nossa realidade e achar que os modelos que resultam lá vão resultar aqui.
Eu até concordo com o alargamento do ensino da economia, mas ao secundário, bastava para isso tornar a disciplina obrigatória a todos os grupos de ensino. Penso que seria bastante mais proveitoso e exequível.
Caro colega JM não percebo o que pretende demonstrar com isso.
ResponderEliminarEu próprio podia fazer esse exercício com milhares de alunos deste país e a conclusão ser a mesma.
O resultado seria o mesmo quer tivessem 45 minutos de carga horária, relativos aos temas em questão, quer tivessem 360 minutos.
Alunos que não querem saber nada terão sempre esses resultados. Agora o ensino tem de ser regulado pelos alunos que são interessados e que querem saber mais e não por aqueles que nada querem saber.
De qualquer maneira que fique bem claro que acho um exagero os tempos letivos disponibilizados a Matemática e Português em comparação com aqueles que as outras disciplinas têm. Agora não coloquem a História no mesmo saco, que os alunos só vêm o professor de História uma vez por semana.
Na minha opinião, a Educação Tecnológica poderia ser interessante para, em segurança, proporcionar a utilização de ferramentas e a construção de objetos/utensílios rudimentares projetados pelos alunos, ou a reparação de peças avariadas, por exemplo.
ResponderEliminarO que me parece, infelizmente, é que a disciplina de Educação Tecnológica, se focou na lógica e se esqueceu da técnica-prática, ou seja, tornou-se muito teórica e mais “um peso” do que uma motivação para os alunos. Pergunto-me porquê! O colega Dário refere muito bem a importância do “saber fazer”; no entanto “só se aprende a fazer, fazendo” e eu não tenho visto os alunos a construírem nada, nas várias escolas por onde tenho passado… Peço desculpa, não sei de quem é a responsabilidade: se dos programas, se da falta de condições das escolas, se da falta de dinheiro para materiais, se da estagnação de alguns docentes… não sei. Só sei que, nos moldes em que a disciplina tem funcionado, tem sido de pouco interesse para os alunos. Os meus alunos e os meus sobrinhos, de diferentes escolas, acham que “é uma seca”, “não se faz nada”, “é mais uma com testes”. Claro que os professores da disciplina que são dinâmicos e criativos sofrem agora por não terem identificado e combatido mais cedo estes problemas…
Quanto à introdução de uma disciplina da área da Economia no Ensino Básico… Francamente, considero um absurdo, numa altura em que o ministro combate (a meu ver muito bem) a “dispersão curricular”. Um professor de Matemática sabe muito bem explicar o que são taxas e juros, se for necessário dedicar umas aulas ao assunto. Não se inventem mais disciplinas! O currículo tem que servir os interesses de formação dos alunos, dos nossos filhos, não tem que ser talhado à medida das necessidades de emprego de alguns.
Penso que o argumento utilizado por JM para criticar o “aumento da carga horária em disciplinas estruturantes” é, no mínimo, triste. Ou melhor, nem sequer é argumento.
Concordo com o colega João P. quando diz que mais tempo é essencial para que o ensino da História seja mais do que um “simples debitar de conhecimentos”. A aprendizagem da História é fundamental para conhecermos a nossa identidade, para além de que é importante na compreensão das obras literárias.
Relativamente às horas a distribuir pelas escolas, penso que as línguas estrangeiras, que têm sido “parentes pobres” desta reforma, mereciam ganhar um tempo para trabalhar a oralidade.
Os colegas de ET estão encostados às paredes e muitos outros, de outros grupos de recrutamento, estão a caminho!
ResponderEliminarQuanto à História e Geografia contribuírem para o espírito crítico... não se percebe como reduzem as Ciências Sociais e Humanas a estas duas disciplinas...
"Pensar incomoda como andar à chuva" e talvez por isso seja mais cómodo desprezar a Literatura, a Filosofia, a Psicologia, a Moral, a Sociologia, a Antropologia...
No fundo, é o triunfo da esquerda materialista objetiva!
O Prior, do Crato... é de Olivença?
Sou professora desde 1980/81 comecei pelos Trabalhos Oficinais, continuei quando Educação Tecnológica era disciplina de opção com par pedagógico, já passei por escolas em que era uma disciplina anual e/ou semestral estou colocada no 530 - Educação Tecnológica. Que futuro me resta com este ministro iluminado e esta revisão curricular?????
ResponderEliminarSempre foquei nas minhas aulas o “saber” e o “saber fazer” (todos os meus alunos do 7º e 8º ano, idealizam, projetam e realizam os projetos (trabalhos práticos), no entanto tenho conhecimento de colegas que se esqueceram completamente da componente técnica-prática e tornaram mais uma disciplina teórica que serve para desmotivação total dos alunos e pergunto-me muitas vezes porque ???? …………….de quem é a culpa??????
Relativamente à ausência de componente letiva, neste momento os horários disponíveis não chegam para os colegas, alguns anos nesta situação, estão nas escolas a realizar serviço de “tarefeiro” a cumprir um horário de 35h presenciais.
FORÇA professores de Educação Tecnológica!
MUITO IMPORTANTE - Para todos os colegas de Educação Tecnológica
ResponderEliminarContactei há pouco a Associação Nacional de Professores de Educação Tecnológica (ANAPET) e falei com a direção, prof. Adérito Gomes, e ele disse-me que esteve reunido (hoje à tarde) com o secretário de estado da educação, e que tem garantias que o MEC não esqueceu a disciplina e que demonstrou abertura para dar instruções às escolas para que no próximo ano letivo, as ofertas de escola sejam preferencialmente nas áreas técnicas e lecionadas por professores de ET.
Ele disse-me também que o secretário de estado o convidou para fazer parte de um grupo de trabalho, que irá elaborar as diretrizes para as escolas atribuírem os docentes na disciplina de oferta de escola, consoante a sua área de formação.
Temos que nos mexer, senão a disciplina cai no esquecimento, e a curto prazo acaba definitivamente!
Os colegas de EVT mexeram-se (e bem), e conseguiram alguma coisa!
Os colegas de TIC mexeram-se (e bem), e a disciplina aparece obrigatória no 7.º e 8.º ano!
Para finalizar, ele pediu-me para divulgar a associação pelos colegas de ET, e para todos os colegas de ET lhe enviarem e-mails (ou o contactarem) com sugestões/propostas/reivindicações.
Aqui ficam os contactos:
http://aanapet.blogspot.pt/
E-mail: direcao.anapet@gmail.com
Tlm - 919480467 (prof. Adérito Sá Gomes - direção da ANAPET)
Temos que nos unir, pois a união faz a força!
Cumprimentos.
Dário Baptista
Força Colegas, vamos à luta que ainda temos tempo.
ResponderEliminarVamos promover um encontro para delinear formas de luta.
ResponderEliminarLuta hoje porque amanhã será tarde.
Sigamos o exemplo dos colegas de EVT e de TIC.
Em relação à coadjuvação no 1º ciclo eu acho que é importante se for bem conseguida. Mas, o que acontece aos horários do professor de 1º ciclo, passam a ser incompletos? Inferiores a 25h?
ResponderEliminarCaro Ricardo.
ResponderEliminarClaro que as disciplinas que referiu são muito importantes. Se não tivesse escolhido História provavelmente teria seguido por uma dessas vias, áreas do saber que estimo muito.
Falo pela História que é a realidade que eu conheço e que pelos vários motivos que já explanei deveria ser alvo de um reforço da componente letiva.
Não percebo tantas críticas por causa de uns míseros 45 minutos no ensino básico em 3 anos, que ainda por cima só serão entregues a uma das disciplinas, conforme decisão da escola.
Relativamente ao secundário são poucas as escolas onde é lecionada a disciplina, que cada vez tem vindo a perder mais alunos.
Relativamente às disciplinas enunciadas é óbvio que a Psicologia, Sociologia e Filosofia são impossíveis de aplicar no básico, digo-lhe que facilmente iriam ultrapassar a Matemática em número de negativas. Estou mesmo a ver 90% dos alunos perceberem o que são os estágios de desenvolvimento segundo Piaget, compreender as teorias de Freud, Max Weber ou Karl Marx.
Como já disse relativamente à Economia seria a favor do alargamento de pelo menos uma dessas disciplinas a todos os grupos de ensino, no básico não, pelo menos com o tipo de alunos que hoje temos, que pura e simplesmente aprenderam num ensino facilitista e pouco exigente.
Na sequência de iniciativas de outros colegas de Educação Tecnológica que como eu estão indignados com a proposta final de revisão curricular que praticamente elimina a disciplina do 3º CEB colocando-o como opção em "oferta de escola" abaixo envio o link http://www.arlindovsky.net/2012/03/pergunta-a-marcelo-et/ publicado no blog do Colega Arlindo ,do Spzn com indicações para enviar uma pergunta ao Professor Marcelo sobre a eliminação da Educação Tecnológica do currículo nacional.
ResponderEliminarTodos os meios nesta altura são fundamentais para debater e dar a conhecer a nossa causa , a eliminação desta disciplina que também trás consequências para o grupo de Educação Musical (Grupo 610), por isso fica aqui disponível a pergunta que poderão enviar para o seguinte mail perguntasamarcelo@tvi.pt com o seguinte assunto: Eliminação de ET no Currículo Nacional
Caro Professor Marcelo Rebelo de Sousa
Concorda que a disciplina de Educação Tecnológica seja retirada do desenho curricular para o 3º Ciclo ensino básico (7º ,8º,9 anos) passando a uma mera oferta de escola residual, em opção da escola?
Nas propostas anteriores do Ministério da Educação apresentadas esta situação de retirar a Educação Tecnológica não estava prevista. A educação tecnológica (deriva da anterior disciplina de trabalhos oficinais) sempre existiu, permite aos alunos aprender fazendo, em oficina trabalhos de mecânica, carpintaria e electricidade.
A educação tecnológica ajuda a formar bons mecânicos, serralheiros, carpinteiros, electricistas e picheleiros sendo profissões com muita procura no mercado de trabalho.
Caso a proposta final seja definitiva, a maior parte dos atuais mais de 3000 professores efetivos e contratados de Educação Tecnológica deste país (muitos com 15 ou mais anos de serviço) serão despedidos.
Read more: http://www.arlindovsky.net/2012/03/pergunta-a-marcelo-et/#ixzz1qVFRjjZu
Deve ser enviada a pergunta o mais rapidamente possivel e peço que reenvie o mail a todos os colegas de ET que conheça .
Cumprimentos
Cruz
Concordo plenamente com a Inês.
ResponderEliminarO que tenho visto é que a disciplina de ET é uma disciplina onde os alunos passam as aulas em frente a computadores, a verem vídeos e a fazerem trabalhos em cartolinas sobre diversas invenções, que afixam na escola no final do semestre.
De prático não tem nada e são poucos os alunos que gostam da disciplina.
Sou professora de Educação Tecnológica e esta não tem nada de monótono, nem me lembro de ter tido algum aluno que não gostasse, muito pelo contrário...
ResponderEliminarCaros colegas
ResponderEliminarPelos comentários que fui lendo, a maioria dos quais contribuindo para o debate da situação de Educação Tecnológica. Começo a notar que a máquina do poder está a começar a mexer com intoxicação informativa. PELO QUE APELAVA A QUE SE MANTIVESSE O N´VEL DO DEBATE.
Carlos
"De prático não tem nada e são poucos os alunos que gostam da disciplina" - dizia-se atrás.
ResponderEliminarConcordo em grande parte...mais de metade da turma acha uma grande seca, apesar de haver sempre miúdos que gostam de cortar, colar, etc.
Mas o que eles queriam mesmo hoje em dia, era montar e desmontar computadores, isso é que era.
Porque quem veio dos Lavores, a ensinar a bordar e a fazer tapetes,isso representava uma grande atualização à realidade, senão cada vez os miúdos gostam menos da disciplina.
Pois é TIC em movimento até parece que vão desmontar computadores?!!!!!
ResponderEliminarA desnostidade intelectual é contagiante, vai do MEC aos ....
Vamos lá recentare o debate:
ResponderEliminarNo quadros das escolas há um grupo de EV e um de ET.
Os de EVT vão para onde? Para as Escolas primárias?
Neste momento é o que interessa debater!
Porque para leccionar EV estão lá o professores deste grupo e para leccionar ET estão lá os do 530.
Quem explica este assunto?
C.E.-530, AESMG
Colegas de Educação Tecnológica, uni-vos!!
ResponderEliminarEsta disciplina é indispensável para o desenvolvimento do espírito crítico face ao consumo e à cultura material!. Vamos lutar contra a extinção de uma disciplina que promove intensamente o fazer, o fazer manual.
Não baixaremos os braços
Caros colegas
ResponderEliminarJá está na internet uma petição para que a Educação Tecnológica volte a fazer parte do currículo do 3.º ciclo.
Apelo a todos os colegas para a assinar, e reenviar para todos os vossos contactos.
É um assunto muito importante, e quanto mais forem os signatários melhor!
Pode ser que o MEC corrija esta situação, antes do próximo ano letivo começar!
O endereço é o seguinte:
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N22849
Cumprimentos.
A ET do 2.º ciclo deveria ser lecionada por professores do 530.
ResponderEliminaraliás, isso só depende de quem distribui o serviço.