sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As desvantagens da conversão 90/60.

Recebido por email e proveniente do colega "Advogado do Diabo" (que obviamente me autorizou a publicá-lo aqui no blogue). O estudo refere-se à eventual passagem dos blocos de 90 minutos para 60 minutos e eventuais consequências em questões de horários para os professores. Não se esqueçam que neste estudo apenas existe a preocupação com os horários dos professores, não sendo consideradas as eventuais vantagens pedagógicas de tal conversão. Assim:

"A ideia de alterar a duração dos tempos lectivos é uma ideia genial, para o ME. Ainda por cima quando propostas por (alguns) professores.
Começariam logo por fazer a equivalência entre blocos de 90 minutos em aulas de 60 minutos. Esta equivalência resolveria muitos problemas e pouparia muitos horários.

Vejamos:
- 1 aula de 45 minutos por semana passaria a 1 aula de 60 minutos;
- 1 bloco de 90 minutos semanal passaria a 2 aulas de 60 minutos;
- 1,5 blocos semanais passariam a 2 ou 3 aulas de 60 minutos (menos 1 tempo na 1ª situação para o professor)
- 2 blocos semanais passariam a 3 aulas de 1 hora (menos 1 tempo para o professor),
- 3 blocos semanais passariam a 4 ou 5 aulas (menos 2 ou 1 tempo(s) para o professor);
- 3,5 blocos semanais passariam a 5 blocos semanais (menos 2 tempos para o professor). Esta situação aplica-se ao grupo de BG e FQ, com o desdobramento ficaríamos com 7 aulas semanais. (menos 3 tempos para o professor).

E desconfio que, no básico, o desdobramento passaria a ser feito apenas numa das aulas, o que resulta em menos 1 tempo para os professores.
Em anexo vai um ficheiro Excel com a carga horária actual (dos alunos) e uma conversão para horas. Eliminei as ACND nesta conversão, para tentar manter o que a Alçada disse, manter a carga horária e diminuir o nº de disciplinas."


O anexo é o que se segue:

11 comentários:

  1. Cá está aquilo a que eu chamo leitura de pensamento e um bom trabalho. Era precisamente esta a minha preocupação quando chamava a atenção para este aspecto e passo a transcrever: "A segunda "pedra de toque" vai para a realidade que nos rodeia e o sentido do tempo. Não nos podemos esquecer que está "no forno" uma revisão curricular prontinha a sair, que pode alterar entre muitas outras coisas a duração da unidade dessa tal componente lectiva. Se assim for e a unidade passar de 45 minutos para os 60 minutos, muito do que se fala terá que ser repensado…
    Sempre que algo está prontinho para sair do "forno" legislativo, não sei porquê, mas tenho sempre receio que queime alguém mais guloso!".
    Pois é. Uma chatice! Mas só se esqueceu de um pequeno pormenor é que os intervalos das aulas têm que fazer parte do tempo de serviço prestado, por isso é que antigamente eram 50 minutos e depois fizeram a habilidade dos 45, tivemos de dar tempos supervenientes e aldrabaram os intervalos das aulas, mas quem devia reclamar, não me lembro que o tenha feito (se o fez desde já as minhas desculpas).
    Há ainda mais 2 questões, piores, que podem surgir com esta revisão curricular, mas vou guardá-las para mim para não dar ideias a ninguém. Sabe-se lá quem frequenta este espaço de verdadeira "Tertúlia do Século XXI". Um abraço.

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  2. FD
    Não me esqueci da questão dos intervalos. Essa é uma outra questão, que até abordei nos post sobre passarmos a ter um horário de funcionário público. Os intervalos fazem parte da componente lectiva ou não lectiva? Com aquela definição já discutida não me parece que façam parte da lectiva!
    O objectivo deste pequeno estudo foi mostrar que essa alteração iria provocar uma diminuição do número de horas, e consequente diminuição de horários.

    Mas como já disse antes, duvido que alterem a duração dos tempos lectivos. Estou convencido que a revisão curricular vai ser feita a nível das disciplinas e ACND, e respectiva carga horária. Acredito que vai haver uma eliminação de algumas disciplinas e/ou de ACND (nesse caso, prefiro que o EA e AP fossem eliminados), sendo os tempos distribuídos pelas restantes disciplinas. Pode existir também uma fusão entre História e Geografia (tendo em conta a actual formação de professor nessa área).

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  3. Eu sou do tempo da antiga carga horária, assim, na minha disciplina tinhamos 2 tempos no 7º ano( 50min), ao passar para a nova carga horária, 1 bloco de 90min( 2 temos também). Não percebe essas dúvidas, ficou tudo igual para os professores, aliás como passamos de 50min para 45 temos aqueles 5min de horário superveniente.


    Qual é o problema?

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  4. O que o Advogado refere apenas mostra que nem sempre é possível conciliar interesses na perspectiva dos alunos e, simultaneamente, na perspectiva dos professores. Mantenho as preocupações que manifestei há dias relativamente aos horários dos alunos. Se neste país se pensasse, discutisse e ponderasse (em termos macroeducativos, perdoem o neologismo) com bom senso e tempo cada alteração, ao invés de termos uma sucessão vertiginosa de alterações legislativas ao ritmo das mudanças de equipas ministeriais, então aí, provavelmente, todos ganharíamos, alunos, professores e sociedade.

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  5. Para o Anónimo
    Esse é o problema de quem olha apenas para o seu caso.
    Mas eu não pensei num grupo em particular. Fiz uma análise global, e nessa estudo há perdas directas e indirectas.
    Perdas directas existem para os colegas de de Português e Matemática.
    A minha principal dúvida é para quem tem 1,5 blocos semanais, ou seja 135 minutos. Admito uma conversão para 3 horas semanais, mas desconfio que a conversão será feita para apenas 2 horas. Nesse caso, Quase todos os grupos perdem
    E há ainda as perdas indirectas. No meu estudo essas perdas ocorrem com o desaparecimento das ACND. Faça um pequeno estudo. Na sua escola, no seu grupo, quantas horas estão ocupadas com AP, EA e FC?

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  6. As aulas de 60 minutos trariam racionalidade ao sistema.

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  7. professores de educação musical só a darem essa disciplina,sem AP, ficariam com quantas turmas cada um?

    Ana

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  8. Ana,
    faça as contas.
    Basta dividir 22 pelo nº de aulas semanais.

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  9. Daniel
    Trariam racionalidade em todos os sentido. Incluindo no nº de professores necessários. Seriam menos.

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  10. Eu sei advogado. É sabido que Portugal tem excesso de professores quando comparado com a generalidade dos países europeus.

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  11. Advogado

    seriam 11...

    o que vai contra as orientações do sindicato em relação à constituição de horários...

    e poria muitos professores no desemprego...

    Ana

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