segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Não esperem demasiado de Isabel Alçada...

No Sol a 09/11/2009: "(...)Para João Dias da Silva, outra questão que «é necessário que fique esclarecida na reunião é relativa ao processo de avaliação de desempenho, designadamente em relação ao ciclo avaliativo de dois anos que está agora a terminar». A FNE pretende que «não haja impactos das avaliações já concluídas, em termos de graduação profissional ou de aceleração do desenvolvimento da carreira, devido ao carácter de injustiça que marcou em muitas circunstâncias este processo».

A FNE espera também a abertura de um processo negocial com vista à determinação de um novo modelo de avaliação, «nem que seja transitório para 2009/2010, com vista a que durante o percurso deste ano se possa construir um modelo mais sustentado e duradouro que possa vigorar a partir de 2010 e que valorize aquilo que é o trabalho do professor», que seja «simplificado» e não burocratizado.
(...)
Na semana passada, na abertura do debate sobre o programa do Governo no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que o Governo está disponível para «melhorar e aperfeiçoar» a avaliação dos professores, mas não para «destruir», dizendo que a ministra da Educação tomará «de imediato» a iniciativa do diálogo com os sindicatos.

Ainda no mesmo dia, a nova ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou que não há nenhum aspecto do Estatuto da Carreira Docente e da avaliação de desempenho que não possa ser alterado, manifestando-se confiante de que é possível encontrar «em breve» uma solução.

Reconhecendo que a avaliação dos professores tem sido um factor de «agitação», a ministra disse pretender criar «um clima diferente», transformando a «polémica» em «comunicação efectiva e diálogo»."

Ver Artigo Completo (Sol)

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Comentário: A estratégia está no uso das palavras... Sócrates e Isabel Alçada admitem alterar, mas não "destruir" ou suspender. Será necessária muita inteligência para que as negociações tenham sucesso. E para começar, os sindicatos terão de levar "à letra" as declarações dos membros do governo e tentar dar a "volta ao texto". Neste momento, a necessidade governamental reside neste ponto: "Recuo, mas ninguém pode dar por isso".
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5 comentários:

  1. "Recuo, mas ninguém pode dar por isso".

    Exactamente... o governo não quer perder a face e não vai deixar que a opinião pública pense que cedeu em demasia à (legítima) luta dos professores - os sindicatos deverão ter o máximo de tacto possível e não assumir uma posição de vangloriar-se das conquistas que conseguir, optando por um posicionamento de elogio à abertura dada pelo novo ministério (obviamente não abdicando de questões fundamentais, como a divisão da carreira, o modelo de avaliação e um novo concurso nacional... isto para começar!)... vai ser preciso dar uma no cravo outra na ferradura (quer da parte das estruturas sindicais quer da parte do estado).

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  2. Concordo com a tua análise, Ricardo. Eles até podem recuar mas vão fazer todos os esforços para que a opinião pública de nada se aperceba.

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  3. Mais uma vez: E a prova de ingresso ninguém fala?

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  4. toni,evite meter o bico em seara alheia.

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  5. Anónimo: não percebi o que quer dizer "meter o bico em seara alheia".
    Vê-se o espírito de solidariedade e de unidade da classe...
    Não me admira...

    É legítimo questionar...
    LIA

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