segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Prémio de desempenho no ECD revisto.

Mais um «doce»... É só «doces» este ECD revisto! E quase todos relacionados com o actual modelo de avaliação do desempenho docente. Para que ninguém tenha dúvidas, vou escrever isto de forma bem clara: Se no anterior ECD este modelo de avaliação já tinha extrema importância, neste momento este modelo de avaliação torna-se na medula espinal do ECD. Vejamos mais uma alteração interessante...

No D.L 15/2007 (ECD anterior) - artigo 63.º:

"1—O docente do quadro em efectividade de serviço docente tem direito a um prémio pecuniário de desempenho, a abonar numa única prestação, por cada duas avaliações de desempenho consecutivas com menção qualitativa igual ou superior a Muito bom, de montante a fixar por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da educação."

No D.L. 270/2009 (ECD revisto):

"1 — O docente do quadro em efectividade de serviço docente tem direito a um prémio pecuniário de desempenho, a abonar numa única prestação, por cada duas avaliações de desempenho consecutivas, ou três interpoladas, com menção qualitativa igual ou superior a Muito bom, de montante a fixar por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da educação, a publicar no Diário da República."

Que lindo... Isto é capaz de pôr o menos ambicioso a «babar-se». Antes só mesmo com duas avaliações consecutivas de Muito Bom ou Excelente... Era complicado... Dava muito nas «vistas»... Agora, duas avaliações consecutivas ou três avaliações interpoladas de Muito Bom ou Excelente, implicam um prémio pecuniário. E se acham que esta alteração é insignificante, pensem mais uma ou duas vezes. Ou mais... Depende do vosso estado de consciência laboral.

Com este modelo de avaliação as injustiças são tremendas e se aqueles que julgam ser excelentes profissionais pensam que será lógico obter "Muito Bom" ou "Excelente" (e não estou aqui a considerar a variável "quotas"), é melhor reflectirem bem no mundo em que vivem. Olhem para o lado e vejam lá se não conhecem situações em que colegas claramente menos empenhados e trabalhadores (aqueles que eu chamo «colegas do conforto») obtiveram classificações de topo e o(a) «tótó» que é considerado por todos (colegas, alunos, pais e assistentes técnicos / operacionais) um(a) excelente profissional, obteve o mesmo (ou menos) que o «colega do conforto».

4 comentários:

  1. Vamos a ver se as promessas dos partidos da oposição são cumpridas e acabam com este estado de coisas na educação..... ou Não!

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  2. na verdade ,doces, só existem para os docentes do quadro ,em efectividade...os contratados,são só candidatos ao trabalho e têm como doces, as piores turmas.
    no M E ,aplica-se 2 medidas...

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  3. Para Safira: Não acredito que surjam novidades antes de Janeiro. Antes da educação ainda deve surgir o problema «orçamental»...

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  4. gostei tanto do conceito do "colega do conforto"...só tenho pena de não ter sido eu a lembrar-me dessa:)

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