quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia cansativo.

Um fusil com
balas de insulto pede-me
a pontaria certa para a queda.

A ferida entreaberta que desce o corpo ,
atabalhoadamente,
sem cores, talvez rubra ,
talvez não, chama-me.

Doem-me as mortes, até as verdadeiras.
como se fossem falsas,
como se me agonizassem sem que eu peça que mintam.

São mentira, as balas de insulto, de fel insulto.
é mentira a arma com que se dispara a emoção, ou as rajadas de emoção.

A inércia dá à costa, e as lágrimas dispõem-se em areal para a receber.
então eu marco um lanche na minha agenda.
um lanche comigo mesmo, ao qual não chegarei a tempo.
tenho fome, tenho fome de um fusil de verdade.

Nuno Travanca

Gosto bastante deste poema.

Só um aparte: Curiosamente, e mesmo após um dia de chuva, são imensos os hemípteros a rondar o poste de iluminação pública. Andam frenéticos. Quase parecem conspirar. Como eu gostava de ter uma máquina fotográfica. Esperemos é que a lâmpada não funda, para poder desfrutar do fenómeno por mais uma hora.

2 comentários:

  1. Olá!
    Tens uma surpresa no meu blogue.
    Abraço,

    Safira

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  2. Agradeço a agradável surpresa, Safira. É sempre bom receber «prendas». Ando sem tempo para retribuir, no entanto, existe um pormenor que tenho de rectificar... Incluir o teu blogue (Escola do Presente), na minha lista de blogues a visitar.

    Abraço.

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