domingo, 28 de junho de 2009

Anunciar não significa corrigir...

No Jornal de Notícias a 27/06/2009: "O secretário de Estado Adjunto da Educação admite ser "impossível" a aplicação do modelo integral de avaliação docente. Por isso, defendeu ontem ao JN, "o Governo tem de tomar uma decisão a curto prazo".

"Parece ser consensual a necessidade de introdução de correcções por ser impossível a aplicação integral do modelo", defendeu Jorge Pedreira após a reunião de ontem de manhã com a Fenprof. O modelo em vigor (decreto-lei 1-A/2009) é o simplificado que só vigora este ciclo avaliativo, cessando até 31 de Dezembro. Ou seja, sublinhou o secretário de Estado, se não forem aprovadas alterações a partir de 1 de Janeiro regressa o decreto-lei nº2/2008. Pedreira considera que o Governo deve, por isso, anunciar uma decisão até ao início do ano lectivo.

As negociações com os sindicatos sobre avaliação não devem, no entanto, começar antes de "meados de Julho", porque o ME ainda espera o parecer da OCDE - que primeiro entregará "um rascunho e só depois do ME reagir o relatório final", embora as negociações comecem só com esse "rascunho"- e a decisão do Conselho Científico para a Avaliação dos professores (CCAP) sobre qual dos modelos de avaliação deve vigorar no próximo ano (integral ou simplificado). Sem prazo dado pelo Governo para se pronunciarem, Jorge Pedreira espera que os conselheiros tenham em conta a necessidade de se tomar uma decisão rapidamente.

O concurso extraordinário para professores titulares não deve realizar-se antes das eleições legislativas. O secretário de Estado Adjunto da Educação admitiu, ontem, ao JN, ser já "muito difícil" o Governo aprovar legislação e haver tempo suficiente para os procedimentos durante os três meses que faltam até às legislativas. Depois, na reunião de dia 1 com os sindicatos o ME vai propor alterações às regras de acesso à categoria.(...)"

Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)

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Comentário: Atenção que Jorge Pedreira apenas admite a impossibilidade do modelo integral, e não do modelo simplificado. O mais previsível será, na eventualidade de um novo governo PS, a continuação do modelo simplificado. Modelo simplificado esse, que não satisfaz minimamente os professores. Já existem diversas declarações e pelo menos um documento (o do CCAP) a atestar a impossibilidade do modelo, no entanto, será necessário mais um parecer (o da OCDE) para que o ME possa negociar com os sindicatos. Negociar o quê? Este modelo tem obrigatoriamente de ser substituído por outro.

Existe ainda um «pormenor» de que muitos se estão a esquecer: o documento do CCAP analisa o modelo simplificado e não, o modelo completo (que ainda não foi implementado). O que foi até agora demonstrado e admitido, é que o simplex não funciona! Se o simplex não funciona, o complex também não funcionará... Porquê persistir no erro?
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3 comentários:

  1. As pessoas gostam tanto que se lhe diga o que desejam que só espero que não se deixem enganar e percebam o que está em jogo e as intenções de quem joga.
    C. Pires

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  2. Olha que às vezes, já começo a duvidar da «inocência» de alguns colegas. Tenho visto tanto entusiasmo e recuo na contestação que já nem sei muito bem o que concluir quanto à «inteligência» de alguns. Vamos ver o que acontece nos próximos tempos.

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  3. Concordo... Alguns vão se deixar dudibriar.
    Infelizmente, os portugueses, na sua generalidade, têm memória curta e deixam-se "encantar" e convencer perante promessas vãs e de exequibilidade duvidosa.
    A depreender pela caixa de conversa, o pessoal sonha muito,é pouco intuitivo e, acredita no "Pai Natal"!
    lol
    Sem ofensa, claro.
    G.P

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