domingo, 8 de março de 2009

Um dia depois do Cordão Humano.

No sítio da RTP a 08/03/2009: "Um ano após a organização de manifestações que reuniram 120 mil professores, este sábado saíram para as ruas da capital cerca de 10 mil docentes, números avançados pelos sindicatos.

Os professores deveriam ligar, em cordão humano, o Ministério da Educação (na Avenida 5 de Outubro), à Assembleia da República e à residência oficial do primeiro-ministro, mas não chegou ao último destino.
(...)
O secretário de Estado da Educação reagiu aos protestos dos professores, acusando os sindicatos de inflexibilidade. "O Ministério apresentou, nas negociações que estão em curso, proposta que permitem melhores condições de progressão aos professores e inclusivamente aceitou sacrificar um objectivo importante: a existência de vagas para a categoria de professor titular. Relativamente às questões fundamentais, quem se mostrou completamente irredutível foram os sindicatos, desvalorizando estas propostas e não aceitar negociar nesta base", disse Jorge Pedreira à reportagem da RTP.
(...)
"Essa posição é da maior hipocrisia. Os sindicatos, que estão a agitar permanentemente o clima, a fomentar a instabilidade nas escolas e, de uma forma completamente irresponsável, a apelar aos professores que não cumpram a lei, virem depois mostrar-se preocupados com a instabilidade nas escolas, é o cúmulo da hipocrisia", concluiu. (...)"

Ver Artigo Completo (RTP)

------------------------
Comentário: Muitos afirmam que o cordão humano ficou aquém das expectativas. Para mim, não ficou. Ficou bem dentro das minhas expectativas... Os professores desmobilizaram, não pela concordância com este modelo de avaliação do desempenho, mas sim pelo desgaste da luta. A entrega dos Objectivos Individuais por parte da esmagadora maioria dos docentes, também foi um acontecimento decisivo, que enfraqueceu sindicatos e movimentos independentes, e reforçou a arrogância e intransigência deste Ministério da Educação.

Relativamente à «ameaça» de Mário Nogueira (da greve à avaliação dos alunos): Pelo andar do «comboio» receio que, na eventualidade da mesma ser convocada, seja mais um tremendo «flop». No entanto, melhor do que ninguém os sindicatos devem saber qual o poder de mobilização que possuem, a adesão que a mesma teria e as respectivas consequências. Confesso a minha falta de optimismo...

O que fazer então? A esta altura, a desmobilização é tão esmagadora, que sinceramente só vejo uma hipótese: «Cartão vermelho» ao PS, nas eleições legislativas.

Se quiserem ler mais artigos relativos ao Cordão Humano, deixo-vos mais alguns links:
Ameaça de greve às notas finais;
Secretário de Estado da Educação acusa sindicatos de "inflexibilidade" e "hipocrisia";
Adesão dos professores ao cordão humano aquém das expectativas;
Mário Nogueira: “Está tudo em aberto, até a greve à avaliação dos alunos”.
------------------------

6 comentários:

  1. Devido a essas realidades, penso que a luta deveria ser reanimada e rapidamente... Foi devido ao facto dos protestos terem abrandado que se perdeu o élan que era necessário manter. Por isso, parece-me que a solução seria voltar, rapidamente e em força, aos protestos, nomeadamente com uma greve de zelo por tempo indeterminado... Não sei porquê que os sindicatos não querem isto... Mas gostaria de saber...

    ResponderEliminar
  2. Talvez porque o impacto das novidades do processo da avaliação já tenha abrandado e agora as atençoes também estejam mais viradas para os concursos.... digo eu..

    ResponderEliminar
  3. quink644,
    Como conseguiria implementar uma greve de zelo nas escolas?
    José Alberto

    ResponderEliminar
  4. A partir de certo momento os horários dos professores deixaram de ser os dos sindicalistas.
    Gostaria que o reencontro ainda fosse possível.
    Concerteza, não será numa greve às avaliações ou aos exames. Eles sabem.
    Torna-se cada vez mais tarde...demasiado tarde.
    Caminhamos para onde?

    ResponderEliminar
  5. Sinceramente estou a perder cada vez mais a esperança de alguma mudança... Parece-me que muitos se acomodaram ou então tentaram tirar proveito da luta de outros... Sinto-me muito em baixo (e por vezes envergonhado) com esta desmobilização...

    ResponderEliminar
  6. A verdade é que muitos se acomodaram. Provavelmente a maioria. E o maior problema é que essa é uma «fileira» que engrossa e que o ME não tem pejo em «explorar».

    ResponderEliminar